Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz
luizazedo.df@diariosassociados.com.br
O presidente Lula usa todo o peso de seu prestígio internacional para isolar Honduras, mas o Itamaraty sabe que a volta do ex-presidente Manoel Zelaya ao poder é quase inviável. No plano interno, como foi constatado pela delegação de parlamentares que visitou o país, o presidente golpista Roberto Micheletti tem o controle da situação. “El Gorilette” conta com o apoio das demais instituições do país — Congresso, Judiciário e Forças Armadas —, que não querem a volta de Zelaya. A oposição, alicerçada nos movimentos sociais e nos partidos de esquerda, não tem como promover uma insurreição e tomar o poder a curto prazo, apesar do apoio externo. É uma questão de conjuntura e correlação de forças.
Apesar das retaliações diplomáticas e comerciais sofridas pelo governo de Honduras, como as eleições presidenciais estão previstas para novembro, o presidente de fato pode resistir no cargo até que elas ocorram. Ou seja, como a intervenção do presidente Lula se deu apenas no plano diplomático — é política, não é militar —, com o transcorrer do tempo, a equação cada vez mais passa a ser a volta de Zelaya ou a eleição de novo presidente no prazo constitucional.
Reeleição
Em tempo: Zelaya foi destituído porque quis mudar a Constituição para se candidatar à reeleição e convocou um plebiscito com esse objetivo, estimulado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Se desistisse de disputar as eleições, talvez conseguisse voltar ao cargo, mas não é esse o seu objetivo. Quer voltar ao poder para disputar as eleições. Esse é o impasse. “A única solução é a realização das eleições previstas para novembro, com Zelaya e Micheletti fora da disputa”, aposta o deputado Raul Jungmann, do PPS-PE, que chefiou a delegação de seis deputados que esteve em Honduras.
Pinel
Ontem, Dia Mundial da Saúde Mental, o Ministério da Saúde liberou uma verba para apoio a iniciativas de cultura, arte e geração de renda para pessoas com transtornos psíquicos, usuários de álcool e drogas: R$ 1,8 milhão
Disciplina
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (foto) trabalha para ser candidato a governador pelo PT em São Paulo, unificando as correntes da legenda. Porém, garantiu ao presidente Lula que não é obstáculo ao acordo com Ciro Gomes. A cautela do ministro abriu espaço para o surgimento de outros pretendentes, como o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). O ministro da Educação, Fernando Haddad, também pretendia entrar na disputa, mas foi abatido na pista pelo furto e vazamento da prova do Enem.
Andarilho
O vice-governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB), percorreu 86 municípios, nos últimos três meses, para construir sua candidatura ao Palácio da Liberdade. Nas próximas semanas, o número de cidades visitadas pelo escolhido do governador Aécio Neves chegará a 104 cidades.
Saia justa
A ministra Dilma Rousseff (PT) ficou na maior saia justa, ontem, na Bahia, por causa do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), candidato ao governo da Bahia. Convidada do governador petista Jaques Wagner, que mandou rezar uma missa para Dilma na Igreja do Bonfim, a ministra teve que dar carona para Geddel voltar à Bahia. Para não acender uma vela pra Deus e outra pro Diabo, Dilma largou Geddel no aeroporto e foi ao Palácio de Ondina, onde se reuniu por duas horas com Wagner antes de ir para a festa do presidente da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima. Quem estava lá? Geddel Vieira Lima.
Limpeza/ O Executivo deflagrou esforço para descongestionar a pauta da Câmara dos Deputados para evitar atrasos na votação dos projetos do pré-sal, que vão à pauta daqui a cinco semanas. Ontem, o Palácio do Planalto retirou o regime de urgência constitucional de um projeto de lei que prevê a ampliação de uma reserva extrativista na Bahia. Texto idêntico fora inserido na MP 462, aprovada há duas semanas.
Pacote/ Além de pedir o mandato por infidelidade partidária, o PDT quer tirar do deputado Severiano Alves (PMDB-BA) a presidência da Comissão de Relações Exteriores e entregar o comando ao vice-presidente, Damião Feliciano (PDT-PB). Os pedetistas defendem que o colegiado foi dado ao partido na distribuição proporcional das comissões.
Cerca/ Terra da mais infiel entre as bancadas federais, a Bahia se destacou também pelo troca-troca partidário em sua Assembleia Legislativa. Dos 63 deputados estaduais, 10 mudaram de legenda. O PDT foi o mais beneficiado: abocanhou para a base do governador Jaques Wagner (PT) quatro parlamentares da oposição.
Atrasado/ De chegada inicialmente prevista para o início de setembro, o novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, ainda não desembarcou em Brasília. Seu nome precisa ser aprovado pelo Senado americano, imerso na discussão da reforma no sistema nacional de saúde proposto pelo presidente Barack Obama.
Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense
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