por Luiz Carlos Azedoluizazedo.df@diariosassociados.com.br
com Guilherme Queiroz
A discussão sobre o novo marco regulatório do pré-sal na Câmara está à matroca, sem um articulador político do governo, apesar do grande número de emendas ao projeto original. Mãe do regime de partilha, mudança estratégica no sistema de exploração de petróleo adotado pelo país, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), mergulhou depois da trombada com o governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB), de cujo apoio depende eleitoralmente. As discussões sobre o Fundo Social, a Petro-Sal e a capitalização da Petrobras também estão à deriva.
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O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), tentou pôr ordem na Casa e se reuniu com os presidentes das comissões, mas a discussão das propostas já ganhou asas próprias em razão da intensa atuação dos lobbies empresariais. Mas o maior problema é que a Fazenda, o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras não falam exatamente a mesma língua.
Centrífugas
As dúvidas sobre as propostas do governo aumentaram, em vez de serem esclarecidas nas audiências públicas das comissões especiais. Preocupado, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, faz corpo a corpo com relatores e presidentes das comissões especiais que examinam os projetos do novo marco regulatório do petróleo da camada pré-sal.
Na pressão
Os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Miro Teixeira (PDT-RJ) pressionam o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte, para resguardar o dispositivo constitucional que garante participação especial dos estados e municípios produtores nos royalties de petróleo da camada pré-sal. Relator da comissão especial, Alves pretende manter o texto enviado pelo governo e empurrar com a barriga a polêmica da partilha dos royalties, que ficará para lei complementar.
Julgamentos
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pretende que todas as ações distribuídas até 2005 sejam julgadas este ano. Para cumprir a meta, já foram julgados 1,459 milhão de processos. Nos últimos três meses, o Processômetro criado pelo CNJ mostra 668.673 ações julgadas
Celebridades//
O PDT paulista recebeu as fichas de filiação do ex-goleiro corintiano e roqueiro Ronaldo e do cantor Giovanni, da dupla sertaneja Gian & Giovanni. Ex-astro do futebol e ex-vereador comunista de São Paulo, Ademir da Guia se filiou ao PPS.
Puxadores
As movimentações na bancada do PMDB na Câmara dos Deputados podem prejudicar o desempenho da legenda nas eleições proporcionais. Grandes puxadores de votos do partido não vão disputar a reeleição, em 2010. No Rio de Janeiro, o campeão de votos, Geraldo Pudim (272 mil), foi para o PR. No Distrito Federal, Tadeu Filippelli (129 mil) deve concorrer ao Senado. Na Bahia, Geddel Vieira Lima (287 mil), único peemedebista eleito no estado, é candidato a governador. No Pará, Jader Barbalho (311 mil) será candidato majoritário. No Rio Grande do Sul, Eliseu Padilha (140 mil) é candidato ao Senado.
Vertical
Depois de intervir na Bahia para garantir a aliança com o governador Jaques Wagner (PT) em 2010, a direção nacional do PDT — leia-se o ministro do Trabalho, Carlos Lupi — alterou o comando de outros três diretório estaduais alinhados a adversários. Mudanças foram feitas na Paraíba, em Mato Grosso do Sul e no Amazonas. “Nossa meta é eleger 50 deputados federais”, justifica o líder do partido na Câmara, Dagoberto Nogueira (MS).
Boletos/ A Câmara dos Deputados estuda regulamentar a emissão de passagens aéreas para convidados das audiências públicas e sessões solenes realizadas na Casa. Até o escândalo dos bilhetes aéreos, as viagens eram custeadas pelas cotas dos parlamentares. Agora, não há regra que respalde a emissão de passagens para especialistas e personalidades chamados para os eventos.
Troca-troca/ A bancada mais desfigurada com as mudanças de partido foi a da Bahia. De seus 39 parlamentares, seis mudaram de legenda, efeito colateral da polarização entre o governador Jaques Wager (PT) e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB). Em seguida, vem a bancada do Rio de Janeiro, com quatro mudanças entre os 46 deputados, fruto da disputa entre o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o ex-governador Anthony Garotinho (PR).
Terrinha/ O ministro José Simpliciano já está arrumando as malas e vai deixar o Tribunal Superior do Trabalho (TST) no início de dezembro próximo. Ele retorna a Aracaju, onde nasceu, e vai reabrir o seu escritório de advocacia. Com a sua saída, a Região Nordeste ficará representada apenas por quatro ministros no TST. A vaga de Simpliciano é do Quinto Constitucional da OAB.
Indomável/ A governadora do Rio Grande Sul, Yeda Crusius (PSDB), às voltas com uma CPI que investiga o escândalo do Detran gaúcho, participa do programa Roda Viva, amanhã, às 22h, na TV Cultura. Preocupados com o desempenho da legenda nas eleições gaúchas do próximo ano, tucanos de alta plumagem querem que a governadora baixe a bola até a crise política ser domada. Yeda não está nem aí.
Hoje, na coluba Brasília/DF do Correio Braziliense
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