Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
A presidente Dilma Rousseff embaralhou as cartas da política paulista, ontem, em São Paulo, em mais um gesto de intensa colaboração administrativa com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Com a senadora Marta Suplicy (PT-SP) a tiracolo, assinou o termo de compromisso para liberação de R$ 1,72 bilhão para as obras do trecho norte do Rodoanel Mário Covas. O custo total do empreendimento é de R$ 6,51 bilhões.
No mesmo ato, Dilma e Alckmin anunciaram a construção conjunta do trecho norte do Ferroanel, que vai separar o transporte de cargas do de passageiros da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Mais cedo, a presidente havia assinado acordo para investimentos de R$ 1,5 bilhão na modernização e ampliação de 800km da Hidrovia Rio Tietê. Desse montante, R$ 900 milhões sairão de recursos do PAC 2 e R$ 600 milhões, do governo paulista.
Dilma aproveitou a oportunidade para convidar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), a também estreitar a cooperação administrativa com o governo federal. O político paulista faz um movimento de aproximação de seu recém-criado partido à base governista. Apesar de convidado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu ao evento. Obs: Retificando o que havia publicado no final deste parágrafo, o ex-governador tucano José Serra, que era convidado de Alckmin, compareceu.
Xadrez
A aproximação entre a presidente Dilma e Alckmin rompe a lógica de confronto entre petistas e tucanos, marca registrada da política paulista. Sinaliza um certo distanciamento do Palácio do Planalto das disputas municipais num momento em que o ex-presidente Lula intensifica bastante sua participação nas articulações eleitorais, principalmente em São Paulo. A propósito, Lula não pretende abrir mão da candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), à prefeitura de São Paulo. E Marta Suplicy (PT-SP) cultiva boa relação com Alckmin desde a campanha eleitoral passada. Graças a isso, aliás, derrotou Netinho de Paula (PCdoB).
Precedência
O PSB intensificou as pressões para que o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PCdoB-SP) desista de concorrer à vaga do ex-ministro Ubiratan Aguiar no Tribunal de Contas da União (TCU) em favor da deputada Ana Arraes (foto), líder da bancada do PSB. Mais votada de Pernambuco, a parlamentar é mãe do governador Eduardo Campos e só se lançou candidata porque Aldo teria dito ao filho que não pretendia concorrer à vaga indicada pela Câmara.
Jogou e ganhou//
O governo jogou com a antecipação da votação da regulamentação da Emenda 29 para o próximo dia 21 e ganhou a votação da criação da Comissão da Verdade também para a semana que vem. Na ocasião, a presidente Dilma Rousseff estará nos Estados Unidos, onde participará de encontro da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Desconfiados
Os parlamentares da oposição viram com desconfiança a estratégia do governo de votar em bloco cinco projetos que trancam a pauta da Câmara. A medida permitirá a votação da regulamentação da Emenda 29, mas o líder da minoria, deputado Paulo Abi-Ackel (foto), do PSDB-MG, teme uma manobra governista: "O acordo que permite antecipar as votações está mantido desde que o governo não inclua nenhum "jabuti" no caminho".
Saia justa
O tempo fechou ontem entre o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), e o deputado Jair Bolsonaro, do PP-RJ. Vaccarezza dava uma entrevista no salão verde quando foi questionado por Bolsonaro sobre o acordo para acelerar a votação do projeto que criará a Comissão da Verdade. Após o bate-boca, Vaccarezza informou que o tema não enfrenta dificuldades no Congresso e o último entrave será negociado hoje com o Democratas.
Mal-estar
O senador Pedro Taques (PDT-MT) teve que sair em defesa do subprocurador da República Mário José Gisi durante audiência pública realizada, ontem, no Senado, para discutir com juristas a reforma do Código Florestal no Senado. Quando Gisi reclamava do uso de agrotóxicos por agricultores brasileiros, a senadora Kátia Abreu disse que o subprocurador ganhava R$ 20 mil por mês e comprava produtos orgânicos. O clima esquentou entre os dois.
Campeão
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi o campeão de reclamações feitas pelos cidadãos na ouvidoria da Câmara dos Deputados. De acordo com levantamento feito pela Câmara, das 4.017 mensagens enviadas no primeiro semestre, as declarações homofóbicas feitas pelo parlamentar renderam 311 reclamações
Campanha/A bancada do PMDB na Câmara se reúne inteira hoje para um jantar na casa do deputado Luiz Pitiman (DF). O encontro será para reforçar a candidatura do deputado Átila Lins (AM) para a vaga de ministro no Tribunal de Contas da União (TCU).
Carona/O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, passou uma hora confinado num avião de carreira, ontem, em São Paulo, aguardando autorização da torre para a aeronave decolar rumo a Brasília. Uma passageira perdeu a paciência e armou um barraco por causa do atraso. É dura a vida de quem viaja nos aviões de carreira.
Azedinha/A propósito, a manutenção dos aeroportos piorou. A Infraero não consegue dar conta nem da cancela do estacionamento do aeroporto de Brasília, um dos mais caros do mundo.
2 comentários:
O José Serra foi na solenidade, toda imprensa que foi lá registrou.
Valeu, Pedro!!! Já retifiquei!!!!
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