Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Alguma coisa está muito errada nas obras do Estádio do Maracanã, que virou uma grande dor de cabeça para o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). E começa a pôr em risco o que parecia a coisa mais certa em relação aos jogos: o local da grande partida final. Ontem, para afastar esse fantasma, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) considerou ilegal a greve dos 2.300 trabalhadores do Consórcio Rio 2014, composto pelas empresas Odebrecht, Delta e Andrade Gutierrez, que novamente cruzaram os braços.
De acordo com a decisão, o consórcio pode demitir os grevistas e contratar outros peões. Na segunda-feira, haverá uma assembleia do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil para decidir se a paralisação continua. Em greve há 16 dias, os operários reivindicam melhorias nas condições de trabalho, aumento no valor da cesta básica, de R$ 110 para R$ 160, inclusão de plano de saúde nos benefícios e abono dos dias parados.
O mais incrível é que o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou aumento de R$ 163 milhões no preço das obras e, após negociar com o governo do Rio, conseguiu uma redução de R$ 97 milhões. O custo final poderá diminuir em mais R$ 150 milhões se as empresas responsáveis pelos serviços usarem incentivos do regime especial de tributação para a Copa (Recopa), previstos em lei. A reforma do Estádio Mário Filho, nome oficial do Maracanã, foi licitada por R$ 705 milhões, mas o valor subiu para R$ 956,8 milhões devido à necessidade de reconstruir a cobertura do estádio.
Planilhas
As planilhas de custo da reforma do Maracanã foram classificadas de "peças de ficção" pelo TCU, com mais de 70 itens sem referência oficial de preços. Após negociações, chegou-se ao valor de R$ 859,4 milhões.
Nada mais
A presidente Dilma Rousseff já avisou ao governador que o governo federal não entrará com nenhum tostão a mais do que o estipulado originalmente para o financiamento a ser concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): R$ 400 milhões
Mineira
Em mais um lance de aproximação com os governadores tucanos, a presidente Dilma Rousseff e o governador de Minas, Antonio Anastasia (foto), riam à toa ontem, ao visitar as obras do Mineirão. Depois, na prefeitura de Belo Horizonte, Dilma e Anastasia anunciaram os recursos para as obras do metrô, que custará R$ 2,86 bilhões. Foi a vez de o prefeito Márcio Lacerda (PSB) ficar feliz da vida. O sistema será complementado por corredores de ônibus que atenderão Belo Horizonte, Sabará, Ribeirão das Neves, Vespasiano, Contagem, Santa Luzia, Ibirité e Sarzedo.
Plantão
A atuação da equipe do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho (foto), deixou a presidente Dilma satisfeita. Carvalho ficou até as 3h da madrugada de ontem negociando com sindicalistas mineiros em greve para que não realizassem atos políticos durante a visita da presidente às obras do Mineirão. A presidente recebeu um grupo de professores da rede estadual na Base Aérea de Belo Horizonte.
Não gostou// A presidente Dilma Rousseff fez cara feia quando o novo ministro do Turismo, Gastão Vieira, disse em seu discurso que estava satisfeito em integrar a equipe ministerial de Dilma, embora a sua posse tenha ocorrido em uma "cerimônia pequena".
Copa/ Em Minas, Dilma Rousseff fez questão de separar as atividades políticas voltadas para os preparativos da Copa do Mundo da abertura da contagem regressiva dos 1.000 dias para os jogos. Durante sua visita a Belo Horizonte, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ficou fora do ato político.
Carona/ O ministro do Esporte, Orlando Silva, também segue para os Estados Unidos com a presidente Dilma Rousseff, que fará a abertura da Assembleia Geral da ONU. O ministro terá uma agenda dedicada aos preparativos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
Estreia/ O deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF) fez sua estreia ontem na tribuna da Câmara. Denunciou que uma dívida trabalhista da Terracap com 99 funcionários pode chegar à fabulosa quantia de R$ 41 milhões. Há funcionários que poderão receber até R$ 1,3 milhão em razão de um acordo assinado sem respaldo legal da Procuradoria do GDF.
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