quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Jarbas vai à luta


Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Carta fora do baralho na cúpula do PMDB, o senador Jarbas Vasconcelos (PE) comunicou ao presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), que vai se candidatar a governador de Pernambuco, cargo que já ocupou por dois mandatos. Comporá sua chapa com o próprio tucano, que disputará a reeleição ao Senado, e Marco Maciel (DEM), que também precisa renovar o mandato de senador. A candidatura de Jarbas fortalece a coligação PSDB-DEM-PPS, da qual é aliado, e que anda mal de alianças no Nordeste.

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Com a definição de Jarbas, a grande incógnita da eleição em Pernambuco passa a ser a posição do ex-prefeito João Paulo (PT), que pode se lançar candidato a governador. O petista disputaria uma das vagas no Senado, em aliança com Armando Monteiro (PTB-PE), na coligação que está sendo articulada pelo governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição. A candidatura de Ciro Gomes (PSB) a presidente da República, porém, estremece a aliança PSB-PT. O nome de João Paulo, por isso mesmo, é uma carta na manga do presidente Lula para forçar Campos a retirar seu apoio à candidatura de Ciro Gomes.

Yesterday
O beatle Paul McCartney pediu US$ 7 milhões para cantar em Brasília em 21 de abril, no megasshow dos 50 anos da capital federal, que deve reunir 2 milhões de pessoas. O Governo do Distrito Federal ofereceu US$ 4 milhões, mas o ídolo pop recusou. A negociação continua.

O cara

Preocupado com a presença do presidente norte-americano, Barack Obama, na reunião do Comitê Olímpico que escolherá a sede das Olimpíadas de 2016 — a cidade de Chicago disputa com o Rio de Janeiro —, o governador fluminense, Sérgio Cabral (foto), do PMDB, era só elogios ao presidente Lula, ontem, em Copenhague, na Dinamarca. “O presidente Obama vem abrilhantar a festa. Mas nós temos o presidente Lula, que trabalha diuturnamente por essa candidatura há dois anos”, apregoava.


Acionistas

O diretor-presidente da BMFBovespa, Edemir Pinto, defendeu o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na compra de ações da Petrobras, durante audiência na comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o projeto. Sugeriu que a participação fique limitada a R$ 50 mil


Do contra


Apesar da euforia para o anúncio da sede dos Jogos Olímpicos de 2016, na Câmara, deputados querem instalar a CPI do Esporte, esvaziada meses atrás sob forte pressão do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Entusiastas da investigação avaliam que, se o Rio não for a sede dos jogos, haverá clima favorável para investigar não só os gastos com a candidatura, que consumiu pelo menos R$ 80 milhões dos cofres públicos, como também a política esportiva do governo.


Revoada

Deputados do PMDB em dificuldades eleitorais começam a comunicar à cúpula da legenda que estão abandonando o partido. Buscam outras legendas Geraldo Pudim (RJ), Rita Camata (ES), Antônio Bulhões (SP), Laerte Bessa (DF), Acélio Casagrande (SC) e Paulo Henrique Lustosa (CE). A propósito, Clarissa Garotinho, líder do PMDB na Câmara do Rio, entregou a carta de desfiliação ontem. Será candidata a deputada federal pelo PR.


Cassação

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para hoje o julgamento do recurso, movido pelo PDT, que questiona a competência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de deliberar sobre a perda de mandato de governadores. Os pedetistas argumentam na ação que cabe aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) julgarem os pedidos contra a expedição dos diplomas e que, em vez de determinar a posse de Roseana Sarney (PMDB), novas eleições deveriam ter sido convocadas.


Desmanche



Nunca as relações entre o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e o ex-governador Orestes Quércia estiveram tão tensas. O cacique do PMDB paulista barrou a entrada do presidente da Fiesp, Paulo Scaff, que pretendia disputar o governo do estado pela legenda. Também está bloqueando a entrada do prefeito de Campinas, Dr. Hélio, que tem a mesma pretensão. Na cúpula do PMDB, a avaliação é de que o partido cresce nacionalmente, menos em São Paulo, onde a chapa de deputado federal se desmanchou.



Negritude/ Sob pressão de movimentos sociais, deputados começaram ontem a retirar assinaturas do requerimento que barrava a aprovação conclusiva nas comissões do Estatuto da Igualdade Racial. O recurso impedia que a matéria fosse encaminhada ao Senado sem antes ser votada no plenário da Câmara.

Fica/ Depois de estar com um pé para fora do PSDB, o governador cassado da Paraíba, Cássio Cunha Lima, recuou da intenção de deixar o partido para concorrer ao Senado. O tucano foi demovido da ideia depois de uma conversa com os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, durante o encontro do PSDB em Natal.

Guri/ Pela segunda vez, com a viagem de Tarso Genro para a Dinamarca e do secretário executivo Luiz Paulo Barreto para o Uruguai, assume o exercício da pasta o secretário de Assuntos Legislativos, Pedro Abramovay. O ministro da Justiça interino tem 29 anos.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Bilhões e bilhões

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br


A única coisa certa em relação ao projeto de capitalização da Petrobras que o governo encaminhou ao Congresso Nacional é que o Tesouro injetará mais de R$ 50 bilhões na empresa, da qual hoje detém cerca de um terço das ações. Se esses recursos forem contabilizados como dívida pública, o superávit fiscal será zerado. O projeto de capitalização do governo prevê a cessão onerosa de 5 bilhões de barris de reservas do pré-sal que caberiam à União no novo regime de partilha, em troca da emissão de ações novas da Petrobras no mesmo valor.

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Trocando em miúdos: a Petrobras emitirá ações para que a parte que a União comprar dessas ações corresponda ao valor que a empresa precisa lhe pagar pelas reservas que recebeu. Como as reservas novas devem custar o equivalente a 32,2% do bolo de ações emitidas, que é exatamente a participação da União no capital na empresa, também serão emitidas ações em volume proporcional aos minoritários, que têm os outros 67,8%. O dinheiro obtido com a venda irá para o caixa da Petrobras para investimentos. Porém, sempre há um porém, pode ser que os sócios minoritários não se interessem. Nesse caso, o governo ampliaria a participação nas ações e poderia recuperar o total controle acionário da Petrobras, com mais de 50% do seu capital. Será uma espécie de reestatização da empresa, uma sociedade anônima de capital misto controlada pelo governo.


FGTS//

Uma das 67 emendas do PMDB apresentadas ao projeto do pré-sal prevê a utilização dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a compra das novas ações da Petrobras. Trabalhadores que compraram ações da empresa com o FGTS, no passado, correm o risco de perdê-las se não aumentarem a participação na Petrobras.


Nunca antes

Economista com intimidade no assunto reestruturação de empresas — é um dos sócios do Grupo Fator —, além de larga experiência no setor público, o deputado federal João Maia, do PR-RN, nunca viu tanto zero num projeto de capitalização de empresa como no encaminhado pelo governo à Câmara dos Deputados em razão do novo marco regulatório do pré-sal. Segundo o relator do projeto de capitalização da Petrobras, é impossível prever o que vai acontecer com a composição acionária da Petrobras. “Nunca antes, na história do capitalismo, houve uma capitalização desse porte”, garante.


Barril

Em tese, com o barril de petróleo cotado a US$ 5, se a Petrobras comprar os 5 bilhões de barris do governo, a operação poderia chegar a US$ 78 bilhões. Ou seja, R$ 155 bilhões


Cariri atômico


O governo não pretende limitar os investimentos em energia nuclear à construção da usina 3 de Angra dos Reis. Rico em urânio, o Brasil domina o ciclo nuclear completo e já tem condições de construir uma nova usina com tecnologia nacional. A quarta usina deve ser instalada no Nordeste, aproveitando a exploração de uma nova mina de urânio no município de Santa Quitéria, no Ceará.


Agência

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, quer transformar o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) numa nova agência reguladora para controlar e fiscalizar o setor mineral. Com 1,2 mil funcionários efetivos, o DNPM é uma autarquia reestruturada e fortalecida sob a proteção da ministra, que agora defende a elaboração de um novo marco regulatório para o setor mineral. Dilma foi ministra de Minas e Energia no primeiro mandato do presidente Lula.


Fim de papo

Cotado para concorrer ao governo paulista, o prefeito de Campinas, Dr. Hélio, do PDT, abortou as conversas para retornar ao PMDB. Apesar do assédio de antigos companheiros, o pedetista esbarraria no acordo do presidente estadual do PMDB, Orestes Quércia, de apoiar a candidatura de um tucano ao Palácio dos Bandeirantes.


Imagem


Sob o escrutínio desde sua indicação a uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado-geral da União, José Antônio Toffoli, contratou uma consultoria de comunicação para orientá-lo durante o período de exposição. Ele está sob os cuidados da Companhia de Notícias (CDN), que passou a cuidar também da Petrobras durante o bombardeio pré-CPI do Senado.



Conselhos/
A comitiva de deputados da Comissão de Relações Exteriores, que está de viagem marcada para acompanhar o cerco à embaixada brasileira em Tegucigalpa, foi aconselhada pela embaixada de Honduras em Brasília a não desembarcar no país. O grupo aguarda a concessão de um visto especial do legislativo hondurenho.

Afônico/ Rouco devido a uma operação nas cordas vocais, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), foi alvo de brincadeiras dos companheiros, que atribuíam a perda da voz à campanha precoce pelo governo do Rio de Janeiro. A propósito, Lindberg reafirmou ontem, em Brasília, que será adversário do governador Sérgio Cabral (PMDB) na corrida pelo Palácio Guanabara. Precisa combinar com o presidente Lula.

Goela/ Realizado o desejo de ocupar o Ministério de Relações Institucionais com alguém afinadíssimo com o projeto do PT para 2010 — no caso, Alexandre Padilha —, petistas já falavam ontem em colocar um quadro com as mesmas credenciais no lugar do subsecretário de Assuntos Parlamentares, Marcos Lima. Conhecido como o “homem das emendas”, ele disputou o cargo de ministro com Padilha e perdeu a batalha.

Social/ Líderes do governo no Congresso patrocinam hoje um encontro do novo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com deputados e senadores da Comissão Mista de Orçamento (CMO). O objetivo é azeitar a relação com o colegiado, espécie de caixa de ressonância das insatisfações da base aliada.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Companheiros de viagem

Por Luiz Carlos Azedp
Com Guilherme Queiroz

luiz.azedo.df@diariosassociados.com.br

Nunca as relações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), estiveram tão boas. O petista sempre teve dificuldades
para lidar com o estilo seco e impessoaldo cacique do PMDB, que manteve obstinada oposição no primeiro mandato e desembarcou de mala e cuia no segundo governo Lula. Hoje, o PMDB é uma força de sustentação mais decisiva do que o próprio PT no Congresso e escanteou os demais aliados do governo. Agora, Temer tem pressa
para fechar a coligação eleitoral com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, certo de que o sucesso nessa empreitada, num momento de baixa da
petista nas pesquisas de intenções de voto, lhe garantirá o lugar de vice na chapa presidencial.

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Terça-feira, Temer embarca do Rio deJaneiro para Copenhague, na Dinamarca, em companhia do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do prefeito carioca,Eduardo Paes, para a reunião do Comitê Olímpico Internacional
(COI) que vai decidir a sede das Olimpíadas de 2016. Lula faz campanha pelo
Rio de Janeiro, mas o assunto principal entre os companheiros de viagem é a consolidação da aliança do PMDB com o PT na sucessão de 2010. Lula tem pressa. Temer, também. Cabral e Paes são fiadores da aliança com Dilma, mas andam
agastados por causa dopré-sal e querem pagar para ver.


É Galo (13)Voador
Será difícil cumprir o prazo de 10 de novembro para começar a votação dos quatro projetos do pré-sal na Câmara. A proposta de partilha tem 350 emendas sobre a exploração e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos na camada pré-sal. Há 301 emendas aoFundo Social, que está sendo pulverizado. A
criação da Petro-Sal recebeu 105 emendas e a capitalização da Petrobras, 67. A propósito,emenda do deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES)suprime do texto a delimitação de “áreas estratégicas” de exploração por decreto presidencial. “É um cheque em branco, à reveliados estados e do Congresso”, dispara.

Metrô//

A partir de amanhã, o Metrô-DF retoma as negociações com a Cooperação Andina de Fomento (CAF) para financiamento do projeto Corredor Eixo-Sul (Veículo Leve Sobre Pneus), que liga Gama,Santa Maria e Entorno ao Plano Piloto. Seis representantes da
instituição estão em Brasília para análise do empreendimento. BRASÍLIA-DF por Luiz Carlos Azedo » luizazedo.df@diariosassociados.com.br

MIGALHAS

Sob pressão de sete governadores, o Ministério do Planejamento criou um grupo
de técnicos encarregados de estudar a disponibilidade de recursos que poderão ser
destinados às compensações da Lei Kandir,no ano que vem, na proposta da Lei
Orçamentária de 2010. Os estados pedem pelo menos R$ 3,9 bilhões No hangar Esperada para o fim de agosto, a reestruturação da diretoria da Infraero não saiu do hangar. Há quatro meses, o diretor de Operações da estatal, João Márcio Jordão, acumula a Diretoria de Engenharia e MeioAmbiente, departamento encarregado de assinar
ordens de serviço das obras da estatal. Entre elas, as ações do Programa de celeração do Crescimento (PAC), que andam empacadas: nenhum centavo do PAC de 2009 foi executado este ano.
José

O jogo do bicho está em vias de provocar um grande racha no PT, que não
esqueceu aorigem dos infortúnios do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva: o famoso caso Waldomiro Diniz,assessor parlamentar do então
ministro da Casa Civil, José Dirceu, que se meteu com a jogatina. Patrocinada pela bancada pernambucana em peso, a legalização dos bingos divide ao meio os petistas na
Câmara. Presidente da legenda, Ricardo Berzoini (SP) trabalha a favor; o secretáriogeral,José Eduardo Cardozo, de São Paulo, faz comício contra. José
Genoíno (SP)acredita que legalizar é a única maneira de impedir sua contaminação
por outras atividades ilegais. Antônio Biscaia (RJ) pensa o contrário: os bingos lavam dinheiro do tráfico de drogas e são controlados por bicheiros.

Não tem

Líder do PMDB na Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves (foto), do Rio Grande
do Norte, já avisou ao governo que a bancada não embarcará no projeto de
taxação das cadernetas de poupança com saldo superior a R$ 50 mil, como quer o ministro da Fazenda,Guido Mantega. Argumenta que é matéria antipopular, que dá urticária nos deputados da legenda e nos demais aliados do governo. A proposta
virou bandeira eleitoral da oposição, que já está batendo no governo.

Divórcio/ Responsável pela eleição de 12 dos 46 deputados
federais do Rio de Janeiro, a aliança PMDB-PP não será repetida em 2010. O
diretórioestadual peemedebista quer aumentar sua bancada de 10 para 12 parlamentares, número difícil de atingir dividindo votos da coligação com os exaliados.Apesar do divórcio, o PMDB abriu as portas para progressistas
concorrerem pelo partido.

Barrigada/ Procurado pelo ex-governador Joaquim Roriz, que oferece um palanque no Distrito Federal à candidatura presidencial do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), o PSB brasiliense não quer conversar sobre o assunto antes de 3 de outubro, quando se encerra o prazo de filiação partidária. Os socialistas temem alimentar boatos de uma eventual filiação de Roriz.

Municípios/ Presidente da Confederação Nacionalde Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski promete botar a boca no trombone, amanhã, por causa da queda de arrecadação do Fundeb. O deficit, em relação a 2007, aumentou 1,4%. Formadas por 20%
da arrecadação de tributos como o IPVA e o ICMS e por recursos do FPM e do FPE, as verbas do Fundeb retornam ao município de acordo com o número de
matrículas na rede escolar.

Na coluna Brasília/DF, dia 27 de setembro, domingo, no Correio Braziliense

sábado, 26 de setembro de 2009

Caixa dois, o regresso

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz
luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Projeto que pretende legalizar e recambiar recursos enviados ilegalmente ao exterior acaba de chegar à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. A proposta extingue os crimes graves cometidos contra a economia nacional, como remessa ilegal de recursos, evasão de divisas e sonegação fiscal. Na última quarta-feira, saltou o primeiro obstáculo: foi aprovada pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT). De autoria do deputado José Mentor (PT-SP), a matéria levantou suspeitas da oposição, que desconfia que o dinheiro repatriado poderá ser usado na campanha eleitoral.

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O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), denuncia a manobra e diz que a origem desses valores é “obscura”. Avisa que a oposição não assinará pedido de urgência para a matéria ir a plenário. “Vamos trabalhar para derrubar esse texto, que privilegia um capital que não foi tributado e que pode ter ligação com o crime organizado”, reforça. Segundo ele, em 2002, o PT teria pago R$ 10 milhões a Duda Mendonça, marqueteiro de Lula, que revelou à CPI dos Correios que recebeu o dinheiro de uma conta em paraíso fiscal.

Esqueletos

Há muita controvérsia em relação ao repatriamento de recursos aplicados ilegalmente no exterior. Nos governos Sarney, por causa da rápida desvalorização da moeda, e Collor, devido ao confisco das cadernetas de poupança, muita gente utilizou serviços de doleiros para fazer caixa dois e aplicar recursos no exterior, inclusive grandes empresas. Após o lançamento do Plano Real, o governo de Fernando Henrique Cardoso facilitou o reingresso de grande parte desse dinheiro, através dos bancos de investimento, principalmente durante o programa de privatizações. Mas ainda restam muitos esqueletos nos armários, pois os bancos de investimento brasileiros também operam em paraísos fiscais.


Honduras//


A comitiva de Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aguarda autorização especial do legislativo de Honduras para entrar no país. Como o Brasil não mantém relações diplomáticas com o governo de fato do país, os parlamentares tiveram de pedir vistos de cortesia para acompanhar a mediação entre o presidente Roberto Micheletti e o deposto, Manuel Zelaya, e inspecionar a situação da embaixada brasileira.


Na mídia

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, caiu nas graças da imprensa internacional. Ontem, para desobstruir a agenda congestionada por pedidos de entrevistas de jornais do exterior, concedeu longa coletiva aos correspondentes estrangeiros, em São Paulo. Os assuntos mais abordados foram o novo marco regulatório do petróleo e a candidatura à Presidência da República, que a ministra admite apenas como uma possibilidade, embora fale com postura de candidata oficial do PT.


Retirada

Governador cassado da Paraíba, Cássio Cunha Lima deixou o PSDB e assinou a ficha de filiação ao PSB. O ex-tucano entrou em choque com o partido por apoiar a candidatura do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), ao governo paraibano. O candidato do PSDB ao governo será o senador Cícero Lucena.


Lixo

A Receita Federal enviará ao Congresso Nacional um projeto de lei prevendo a tributação de lixo doméstico e hospitalar importado por empresas no Brasil para tornar proibitiva essa prática comercial. O órgão tentou passar a proposta na MP 462, mas a emenda foi retirada a pedido do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, porque o texto abria brechas para que os resíduos permanecessem em solo brasileiro para serem destruídos.


Água

Empenhada em engordar sua fatia no Orçamento de 2010 para o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro, a Marinha fez uma apresentação do projeto à Comissão Mista do Orçamento (CMO). Estão previstos, para o ano que vem, investimentos na construção da embarcação da ordem de R$ 293 milhões

Perdido/ Recém-filiado ao PSC, o senador Mão Santa (PI) chegou a ensaiar um namoro com o PSDB piauiense. Abortou a ideia de tucanar quando as portas do partido se fecharam. A vaga na aliança com DEM-PSDB será do senador Heráclito Fortes (DEM). Mão Santa também bateu com a cara na porta do PPS.

Juntos/ Os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, participam do seminário Educação e Inclusão Social que o PSDB nacional promove hoje em Natal. Será transmitido ao vivo no site da legenda. O evento será aberto pelos deputados Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), presidente do Instituto Teotônio Vilela, e Rogério Marinho (RN).

Banco/ Preterido pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que se filiará ao PMDB, o PP goiano alçará o secretário estadual de Fazenda, Jocelino Braga, como principal nome progressista para concorrer ao governo do estado. De perfil técnico, como Meirelles, Braga assinará a ficha de filiação na segunda-feira.

Pequim/
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, está na China, em visita oficial. O que mais desperta interesse da alta magistratura chinesa é a transmissão ao vivo das sessões plenárias do STF. A China tem 4 mil tribunais, 46 mil juízes, 55 mil jurados e 10 milhões de processos em tramitação.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Toffoli no telhado


Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

O clima no Senado anda esquisito para o lado do ex-advogado-geral da União José Antônio Toffoli, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP), garante que o nome de Toffoli foi uma grande escolha: “Trata-se de um jurista competente, um homem que tem desempenhado funções públicas de relevância e que desfruta do maior conceito no Judiciário e em todos os meios jurídicos do país”, garante. Mas seus aliados no Amapá, Gilvam Borges (PMDB) e Papaléo Paes (PSDB), não votam em Toffoli nem que a vaca tussa. Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), outro aliado de Sarney, também foi à tribuna desancar o petista, o que significa muito trabalho para o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), articular a aprovação de seu nome em plenário.

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A indicação de Toffoli para o Supremo, gesto monocrático do presidente Lula, atropelou outros pretendentes poderosos. O ministro da Justiça, Tarso Genro, embora tenha colocado o nome de Toffoli na cabeça da lista sêxtupla que enviou ao presidente da República, preferia o conselheiro da OAB Roberto Caldas, ou o ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza, que não pleiteava o cargo. E havia ainda a expectativa dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que o escolhido fosse o presidente daquela Corte, Cesar Asfor Rocha, ou os ministros Jorge Mussi e Gilson Dipp, sugeridos pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim.


Tragédia//

A Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados fará um balanço das investigações do acidente do voo 1907 da Gol, que matou 154 passageiros. A audiência será na terça-feira, 29 de setembro, dia em que a tragédia completa três anos.


Bala de prata

Aliados da ex-prefeita Marta Suplicy voltam à carga para que o senador petista Aloizio Mercadante (foto) seja o candidato da legenda ao Palácio dos Bandeirantes. “Se o Palocci não se viabilizar, será nossa única alternativa competitiva”, avalia o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), preocupado com a falta de um palanque robusto para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), em São Paulo.


Búzios

Governador da Bahia, Jaques Wagner (PT) acredita mais nos orixás do que nas pesquisas de opinião. “É tudo uma bobageira, a eleição vai se definir quando começar a novela”, dispara, ao desdenhar dos resultados das pesquisas que apontam o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), como favorito para a sucessão de Lula em 2010. Segundo Wagner, as pesquisas apontavam a vitória de Paulo Souto (DEM) em 2006, quando se elegeu governador, e a derrota do prefeito João Henrique (PMDB), nas eleições de 2008.


Remédios

O senador Tião Viana (PT-AC) alerta que o Sistema Único da Saúde (SUS) está ameaçado por gastos decorrentes de decisões judiciais, que obrigam o governo a adquirir medicamentos fora da listagem oficial do Ministério da Saúde. Em 2002, o governo gastou R$ 450 milhões na compra de medicamentos excepcionais, muitos importados e caríssimos; neste ano, já foram gastos R$ 2 bilhões. São 167 mil recursos judiciais.


Animal


O PP também aderiu à moda de engrossar sua lista de candidatos em 2010 com estrelas dos mundos esportivo e artístico. Entre os neoprogressistas, estão o ex-jogador de futebol Edmundo e o cantor brega Elimar Santos, ambos neófitos na política.



Maratona/ Candidato a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, o deputado federal Geraldo Magela (DF) faz campanha em São Paulo. Ontem, participou, na Assembleia Legislativa, do lançamento da candidatura de Edinho Silva à presidência do PT estadual; hoje, visita a Baixada Santista, Suzano, Osasco e a capital.

Dança/ Parte da bancada baiana na Câmara dos Deputados busca uma acomodação melhor para 2010. O deputado Sérgio Brito deixará o PDT para se filiar ao PSC, partido da base de apoio ao PMDB do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Brito assume semana que vem a Secretaria de Administração de Salvador, do prefeito João Henrique (PMDB).

Produção/ Representantes da OAB, Emmanoel Pereira e Cristina Peduzzi batem recordes de julgamentos no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Somente no mês de setembro, por exemplo, os dois julgaram mais de 4 mil processos.

Pelourinho/ O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) resolveu bater duro na Telefônica, que sofreu problemas técnicos em função das enchentes em São Paulo nos serviços de banda larga e telefonia. A empresa se queixa de perseguição.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A batalha do pré-sal

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

A disputa pela partilha dos royalties do petróleo, que opõe os estados produtores (Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, principalmente) aos demais entes federados, não é a única linha divisória do debate sobre o novo marco regulatório do insumo. Há três brigas de cachorro grande no Congresso Nacional. Uma, entre a Petrobras e as Sete Irmãs, pela participação nos resultados da exploração, que já mobiliza o mundo dos negócios petrolíferos. Outra, entre a União e os estados, devido à centralização exagerada dos recursos nas mãos do governo federal. E, finalmente, um embate sobre a verdadeira natureza do Fundo Social, que foi apresentado à opinião pública pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como uma espécie de Robin Hood das riquezas do pré-sal, mas é visto como instrumento de equilíbrio cambial para evitar a chamada “doença holandesa”.

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Esses embates ficaram evidentes durante o seminário “O pré-sal e o futuro do Brasil”, promovido pelos Diários Associados, principalmente no painel de ontem à tarde, que reuniu os governadores da Bahia, Jaques Wagner (PT); do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB); e de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Também surgiu uma zona de sombra em relação à exploração do petróleo que vier a ser descoberto fora da camada pré-sal.


Solidariedade


No debate com os governadores Jaques Wagner e Eduardo Campos, que são a favor de uma divisão dos royalties do petróleo com base em critérios demográficos e indicadores de desenvolvimento humano, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, saiu em defesa do colega Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro. Segundo ele, a antiga capital da República foi muito esvaziada economicamente e hoje depende fundamentalmente da economia do petróleo. “Precisamos ajudar os cariocas.”


Multimídia

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em campanha pela redivisão dos royalties de petróleo, encerrou sua intervenção no evento com a apresentação de um vídeo sobre o impacto da economia do petróleo em dois municípios do Rio Grande do Norte, um que recebe royalties e tem excelente qualidade de vida, e outro município vizinho, que não recebe e vive na miséria. Paulo Hartung acusou o golpe: “Isso é campanha eleitoral”, protestou, brincando. Campos é candidato à reeleição.

Brasília, 50 anos//

A Volkswagen lançará em Brasília, na última semana de outubro, a versão comemorativa do cinquentenário da capital federal de um de seus modelos. O governador José Roberto Arruda e o vice-governador Paulo Octávio fecharam o lançamento com a montadora, que celebra 50 anos da inauguração de sua primeira fábrica no Brasil. O carro escolhido ainda é segredo.


Mineirão


Em encontro com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no Palácio das Mangabeiras, o governador de Minas, Aécio Neves, do PSDB, apresentou o calendário das obras de reforma do Mineirão, que servirá de palco para os jogos de um dos grupos da Copa do Mundo de 2014. “Até o final de 2012, nós teremos o Mineirão pronto, cumprindo 100% das exigências. E, naturalmente, vamos estar aí discutindo com a CBF, com a Fifa, com o Comitê Executivo, uma participação importante de Minas Gerais.”


Doações


De 57 prestações de contas analisadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em Tocantins, 41 foram consideradas irregulares. Os doadores terão que pagar uma multa de R$ 1,2 milhão, sendo que só um deles terá que desembolsar quase R$ 900 mil


Candidata

Presidente em exercício do PMDB, a deputada Íris de Araújo se lançará candidata ao cargo caso haja a antecipação da convenção nacional do partido de março para o fim do ano. A tese tem sido aventada pela ala peemedebista, que é afinada com a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. Íris conta com o apoio do PMDB Mulher e do PMDB Afro. O presidente licenciado da legenda, deputado Michel Temer (SP), tenta evitar a antecipação.




Fênix/Com apoio do PSDB, dissidentes do antigo Partido Liberal (PL) — renomeado Partido da República (PR) depois da fusão com o Prona — correm para refundar a legenda antes de 2 de outubro. O novo PL ainda precisa de 118 mil das 468 mil assinaturas exigidas pela Justiça Eleitoral para que a legenda conquiste seu registro definitivo e seus membros possam disputar as eleições de 2010.

Currículo/O líder do governo no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR), enviou ao senador Álvaro Dias (PSDB-PR) uma volumosa pasta com currículos, certidões e credenciais do advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, indicado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Dias bateu forte na indicação, ontem, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Tucanou/O senador Geraldo Mesquita Jr. (PMDB-AC) tenta organizar parlamentares governistas simpáticos à eleição de um tucano à Presidência da República. O peemedebista propôs, ontem, a criação de uma frente nacional de apoio ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB). O movimento de Mesquita começará pelo Acre, onde o PMDB é contra os tucanos.

Dança/
Parte da bancada baiana na Câmara dos Deputados busca uma acomodação melhor para 2010. O deputado Sérgio Brito deixará o PDT para se filiar ao PSC, partido da base de apoio ao PMDB do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Brito assume semana que vem a Secretaria de Administração de Salvador, do prefeito João Henrique (PMDB).

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Palanque duplo para Dilma

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

A conversa do presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), com o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), sobre a aliança dos petistas com o PMDB nos estados foi muito pragmática. Chegaram à conclusão de que o mais importante mesmo é a coligação em nível nacional, com um peemedebista na vice da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não importa o terremoto que possa ocorrer na base dos dois partidos nos estados. Desde que o apoio à candidata petista seja mantido e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheça os nomes a governador do PT e do PMDB como da sua base.

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A fórmula é a cara de Temer, presidente licenciado do PMDB, que almeja a vice de Dilma, mas também agrada a setores da cúpula petista que não apostam todas as fichas na eleição da ministra. A proposta de dois palanques nos estados surgiu como uma concessão do presidente Lula ao ministro da Justiça, Tarso Genro, candidato ao governo do Rio Grande do Sul, onde o PMDB também tem um concorrente fortíssimo, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça. E pode valer para Minas, onde o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), é candidato ao governo, mas o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, também querem disputar a sucessão de Aécio Neves (PSDB).


Atitude//

Presentes em peso, ontem, na abertura do seminário do pré-sal patrocinado pelos Diários Associados, correspondentes estrangeiros registraram o ar certo de candidata a presidente da República que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, assumiu em seu discurso. “Ela entrou em modo candidata”, comentou um repórter australiano.


Empinou

O líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF), está exultante com as últimas pesquisas de opinião sobre a sucessão presidencial. Avalia que a candidatura de Ciro Gomes (PSB-CE) a presidente da República está se consolidando. O político cearense resolveu intensificar suas viagens aos estados, atendendo apelos da bancada federal. Há entre os deputados do PSB a convicção de que a candidatura própria ajuda a viabilizar os candidatos proporcionais.


Jogo duro

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia, resolver jogar duro com os dissidentes da legenda. Já avisou que vai pedir, em todo o país, o mandato dos parlamentares que se desligarem do partido. O prazo limite para as novas filiações visando a campanha de 2010 termina em 3 de outubro e a inquietação nas siglas é generalizada. “Os governadores estão dizendo aos deputados que podem trocar de partido, sem medo da lei da fidelidade partidária, porque eles resolvem na Justiça Eleitoral. Governador não pode mandar na Justiça”, dispara.


Dominó

A fórmula dos dois palanques foi adotada por Lula como uma solução plausível nos estados onde nem o PT nem o PMDB controlam o governo. Mas passou a ter uma interpretação diferente na Bahia, onde o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), se lançou candidato a governador contra o petista Jaques Wagner, candidato à reeleição em meio a juras de fidelidade ao governo Lula e de apoio a Dilma. O efeito dominó foi com a candidatura do prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias, que promete desafiar o governador Sérgio Cabral (PMDB) nas urnas. “Se o Geddel pode ser candidato, por que eu não posso também?”, questiona o petista.


Dólar

A cotação do dólar começa a dar trabalho ao Banco Central, novamente. E aciona o coro dos descontentes do setor exportador com a política de câmbio flutuante. Ontem, caiu 0,99% e fechou com a menor cotação em um ano: R$ 1,799

Controle/Recém convertida aos verdes, a senadora Marina Silva (PV) emplacou o ex-deputado Luciano Zica para a vice-presidência do PV. Ex-petista, o parlamentar entrou em rota de colisão com a legenda desde que perdeu as eleições para a Prefeitura de Campinas. Zica vai coordenar a revisão programática do PV e não pretende se candidatar a cargo eletivo.

Honduras/O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), apresentou requerimento a fim de convocar o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, para explicar detalhes da concessão do asilo diplomático (instrumento diferente do asilo territorial porque o cidadão usa o espaço da representação brasileira no exterior) ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Ele está na embaixada brasileira na capital hondurenha, Tegucigalpa. O PPS quer saber se o hondurenho pediu o benefício ou se o governo brasileiro foi quem arquitetou a ida de Zelaya para a embaixada.

Acordo/O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), se reúne hoje com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para instalar um grupo de cooperação entre a Casa e o Ministério Público Federal na investigação de eventuais irregulares cometidas por parlamentares ou servidores. O objetivo é definir um procedimento conjunto de apuração para evitar ressentimentos entre as instituições.

Certeza/Nem havia se encerrado a sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que aprovou a indicação de José Múcio Monteiro para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), um funcionário da Presidência da República avisava a autoridades da data e hora da posse de Alexandre Padilha no Ministério de Relações Institucionais. Será na segunda-feira, às 16h, no anexo do Itamaraty.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A maldição holandesa


Por Luiz Carlos Azedo

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

A enxurrada de dólares que desvaloriza o real é um sinal de alerta do que pode vir a acontecer. Há muito mais do que os royalties do petróleo entre o céu e a camada de pré-sal. Governo e oposição estão preocupados com a “doença holandesa”, na qual o aumento de receita decorrente da exportação de recursos naturais, no caso, o petróleo, provoca a desindustrialização da economia. Trocando em miúdos, devido à valorização cambial, o setor manufatureiro se torna menos competitivo em relação aos produtos externos. Essa maldição acometeu países produtores de petróleo, como Arábia Saudita, Venezuela e Iraque.

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Foi por essa razão que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao ex-ministro Antonio Palocci para trocar a relatoria do projeto de capitalização da Petrobras pela do Fundo Social. E o governador de São Paulo, José Serra, pediu que seus aliados deixassem a obstrução de lado para mergulhar de cabeça na regulamentação do fundo. A destinação dos recursos do Fundo Social para aplicações no exterior, utilizando apenas os rendimentos nos programas sociais, seria a alternativa para evitar a valorização exagerada do real. Sob pena de as exportações desabarem e o país ser inundado de mercadorias importadas, sobretudo chinesas. Mas não há consenso sobre o tema.

Pressa

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), telefonou ontem para o presidente licenciado do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Tenta marcar um encontro esta semana entre os comandos partidários que sele o apoio dos peemedebistas à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República.

Havana

O ministro da Justiça, Tarso Genro, viajou ontem para Cuba, onde se encontrará com o presidente Raúl Castro. Abrirá negociações sobre vários temas ligados à área de segurança pública, principalmente relacionados a crimes transnacionais. Um tema delicado é o da extradição. Acompanhado do diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, e do secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, Tarso debaterá com Castro a regularização migratória entre os dois países.

Voto

Leitor atento, Milton Cordova Júnior comenta a nota intitulada “urna”, de domingo, sobre as dificuldades da Justiça Eleitoral para implantação do voto em trânsito na urna eletrônica: “O voto em trânsito pode ser colhido com toda a segurança mediante a retenção do Título de Eleitor. Só votaria em trânsito o eleitor que portasse o seu título. Uma vez retido, este seria entregue a partir da segunda-feira seguinte à eleição, ou enviado (não retirado pelo eleitor após o decurso de certo prazo) para as respectivas seções eleitorais”. Eleitor de Rondônia, Cordova impetrou um Mandado de Injunção (MI nº 1767) no Supremo Tribunal Federal (STF) para ter o direito de votar em trânsito em 2010.


Adendos


Esnobada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, a sueca Saab aproveitará parte do prazo adicional para entrega da proposta final do programa FX-2. Um atrativo a ser incluído pelo governo da Suécia no pacote é a garantia de produção de pelo menos metade de futuras encomendas do caça Gripen NG em solo brasileiro. A francesa Dassault e a americana Boeing já apresentaram suas propostas definitivas.



Plano B


Prevista para ser anunciada em 2 de outubro, a decisão do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) de disputar ou não o governo do Rio de Janeiro foi adiada. O acerto será feito depois de uma avaliação das mudanças e filiações partidárias no estado. Enquanto isso, o PSDB avalia a viabilidade de lançar o prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito, ao Palácio Guanabara.

Créditos

O governo espera que o crédito de R$ 1 bilhão para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), enviado ao Congresso Nacional, libere a pauta da Comissão Mista de Orçamento (CMO). Em obstrução por conta da retenção das compensações da Lei Kandir, deputados e senadores se negam a votar créditos suplementares pendentes, que chegam a $ 6,7 bilhões.


Brasília, 50 anos/ O senador Adelmir Santana (DEM/DF) assumiu o comando da comissão do Senado encarregada de preparar as comemorações dos 50 anos de Brasília. Também é membro da comissão de autoridades formada dentro do GDF para definir as atrações da festa dos 50 anos. A primeira tarefa é um encontro da comissão com o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM).

Interpol/ Pela primeira vez, uma mulher vai representar o Brasil na Interpol, a polícia criminalística internacional, em Lyon, na França. A delegada federal Vanessa Gonçalves Leite de Souza, que atuava no escritório da representação brasileira da Interpol, será também a primeira policial a ocupar esta função, criada recentemente pela PF. Vanessa ficará encarregada de fazer o intercâmbio entre o organismo internacional e as autoridades brasileiras.

Identidade/ Os documentos de identificação do brasileiro, entre eles a Carteira de Identidade, o Passaporte e o CPF, passarão a ter um único número, segundo lei aprovada pelo Senado, com base em substitutivo do senador Almeida Lima (PMDB-ES). Os documentos passarão a receber o mesmo número de registro da identidade na medida em que forem expedidos. O projeto original é do ex-deputado capixaba João Cezar Moraes (PT-ES), que exerceu o mandato como suplente por apenas 15 dias, mas não passou batido.

Filme/ O comando tucano anda incomodado com os espaços cedidos pelo governador de Roraima, Anchieta Júnior (PSDB), ao líder do governo Lula no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR), na administração tucana. A insatisfação cresceu depois que Anchieta dividiu o palanque com Lula em sua primeira visita ao estado em mais de seis anos de governo.


Com Guilherme Queiroz


Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

domingo, 20 de setembro de 2009

Marco dos minérios vem aí

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

A queda de braços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a Vale do Rio Doce, que ele passou a citar em nove de cada 10 entrevistas, não vai parar nas pressões para que a empresa invista na construção de siderúrgicas no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará e Pará. O governo prepara um novo marco regulatório para a exploração mineral, ampliando a participação da União nas receitas do setor. Hoje, as mineradoras são isentas de ICMS para exportação e pagam de 0,2% a 3% de royalties. Para se ter uma ideia do que isso significa, as compensações financeiras do setor petrolífero, entre 2004 e 2007, foram de R$ 54,693 bilhões, enquanto as do setor mineral não passaram de R$ 1,744 bilhão.

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A cargo de um anacrônico departamento do Ministério de Minas e Energia, a política de concessões de licença de exploração dos minérios remonta ao tempo do garimpo colonial, pois é dada a quem solicitou primeiro a exploração da jazida. A Vale herdou a maioria de suas concessões do regime militar, quando era a estatal encarregada do setor, mas hoje a exploração de minérios no Brasil virou um paraíso para mineradoras privadas, inclusive estrangeiras. Como não existem royalties nem participações especiais no setor, em 2007 os dois maiores estados produtores, Minas e Pará, arrecadaram apenas R$ R$ 61 milhões e R$ 34 milhões , respectivamente. A União, R$ 70 milhões.


Emirato//

Administrado pela ex-governadora Rosinha Matheus (PMDB), Campos dos Goytacazes (RJ), só em janeiro de 2008, arrecadou R$ 37 milhões com os royalties de petróleo. No ano anterior, enquanto o governo federal e os estados faturaram R$ 547 milhões com a mineração, a arrecadação de Campos com petróleo somou R$ 778 milhões.


Agência

Ex-prefeito de Conceição do Mato Dentro, pequeno município do interior de Minas que fica em cima de uma nova Carajás (PA),o deputado José Fernando Aparecido (foto), do PV-MG, vibra com a mudança de rumo da política do governo no setor de mineração. “A situação se tornou insustentável, minha cidade está explodindo de gente.” Filho do ex-governador do distrito federal José Aparecido, já falecido, ele defende a criação de uma agência reguladora, um novo código mineral e nova lei de concessão de jazidas que compense estados e municípios produtores de minérios.


Palanques


Complicou-se a situação eleitoral no Rio de Janeiro para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), onde a aliança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o governador Sérgio Cabral (PMDB) foi abalada pela mudança do marco regulatório do petróleo. Pesquisas revelam que Dilma fica atrás de José Serra (PSDB), Ciro Gomes (PSB) e Heloísa Helena (PSol) e até de Marina Silva (PV), se a ex-senadora alagoana não for candidata. Com três aliados em guerra no estado — Cabral (PMDB), Anthony Garotinho (PR) e Lindberg Faria (PT) —, Dilma não tem nenhum palanque.


Urnas

A Justiça Eleitoral não sabe ainda o que vai fazer para garantir o voto em trânsito dos eleitores. Aprovada pelo Congresso na minirreforma eleitoral, a regra exige a implantação de um novo sistema de votação integrado nacionalmente, o que aumenta a vulnerabilidade da urna eletrônica. Hoje, o sistema é seguro porque é descentralizado, e a eventual violação de uma urna por um hacker não contaminaria as demais. Por hora, a solução seria utilizar cédula eleitoral de papel e pintar o dedo de quem já votou, como ocorre em países da África e da Ásia.


Ciúmes

O presidente do PPS, Roberto Freire (foto), transferiu o título eleitoral para São Paulo, onde pretende concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Sua candidatura enfrenta forte reação na bancada tucana, incomodada com o apoio que o político pernambucano vem recebendo do Palácio dos Bandeirantes. Freire e o governador José Serra (PSDB) são amigos desde os tempos de exílio no Chile.

Ressarcimento


A Associação Brasileira de Municípios apresentará, na próxima semana, um projeto de salvaguardas para prefeituras que arcarem com gastos de competência da União e dos estados na Lei de Responsabilidade Fiscal. Estudo encomendado pela entidade mostra que os governos municipais gastaram em 2007, em média, 4,45% de seus orçamentos com programas, ações e serviços cujo custeio não deveria caber às prefeituras. A conta chega a R$ 9,6 bilhões

Música/
Principais adversárias na disputa pelo comando do PT, as correntes Construindo um Novo Brasil (CNB), de José Eduardo Dutra, e Mensagem ao Partido, do ministro da Justiça, Tarso Genro, estão fechadas em estimular a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo paulista. Os grupos não querem ouvir falar de mais de um nome da base aliada concorrendo à Presidência da República. É tudo o que o presidente Lula quer ouvir.

Bloquinho/ Cresce no PSC brasiliense a desconfiança de que o partido pode não ser o destino do ex-governador Joaquim Roriz, que deixou o PMDB e emplacou seu aliado Valério Neves no comando da legenda. Roriz também aumentou a influência sobre o PMN ao negociar a presidência do diretório distrital para sua filha, a distrital Jaqueline Roriz. Agora, deve procurar um outro partido para formar uma coligação com três pequenas legendas.

Clima/ Em guerra com ambientalistas, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, senadora Kátia Abreu (DEM), resolveu promover um seminário sobre “Meio Ambiente e Produção de Alimentos”. Aberto ao público, reunirá especialistas, terça-feira, partir das 14h.

Legenda/ Apesar de contar com a legenda do PP, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, negocia com o PMDB seu ingresso no partido. O maior obstáculo é o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, cacique peemedebista local, que ainda não decidiu se fica na prefeitura ou concorrerá ao governo do estado.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

sábado, 19 de setembro de 2009

A sucessão no Banco Central

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Candidatíssimo ao governo de Goiás, Henrique Meirelles já articula a própria sucessão no Banco Central, depois de quase sete anos de gestão da política monetária. Se dependesse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-deputado tucano que renunciou ao mandato para servir ao governo do PT permaneceria no cargo. Porém, o comichão atacou o presidente do BC. Meirelles estimula o mercado a endossar o nome do presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Fábio Barbosa, ligado ao Banco Santander, para ocupar o seu lugar. O executivo, aliás, seria o presidente do BC, no lugar de Meirelles, se tivesse aceito o convite de Lula lá atrás, em 2002.

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Nada garante, porém, que Fábio ocupe o cargo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que venceu a queda de braços dos juros com o mercado financeiro, tem outro candidato. Trata-se do atual diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro, Alexandre Antônio Tombini, principal interlocutor do BC perante os demais integrantes da equipe econômica. Mantega quer mandar no BC como fazia o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.


Apitaço//

Os advogados de Taguatinga foram para a rua, ontem, protestar contra a retirada das três Varas da Justiça do Trabalho da cidade. Fizeram um apitaço contra a decisão de concentrar todas as varas no Plano Piloto. Outra manifestação ocorreu no Gama, por razões semelhantes.


Baldeação

Baixas na bancada federal do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. O deputado Geraldo Pudim já arrumou a trouxa e ruma para o PR do ex-governador Anthony Garotinho. Também pode seguir o mesmo caminho o deputado Bernardo Ariston, presidente da Comissão de Minas e Energia, que recebeu um convite de Garotinho para aderir ao Partido da República. A lista de candidatos da legenda à Câmara já conta com 18 candidatos com potencial eleitoral, número que pressiona a bancada de 10 parlamentares.


Adesão

Associações de delegados federais, promotores e juízes se mobilizam para endossar a indicação de José Antônio Toffoli ao Supremo Tribunal Federal (STF), anunciada oficialmente pelo presidente Lula. Ontem, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou uma nota questionando os critérios para nomeação dos ministros com a ressalva de que não é nada pessoal, mas uma posição de princípio da entidade.


Assombração


As articulações do ex-governador Oréstes Quércia (foto) em favor do tucano José Serra assustaram a ala governista do PMDB, que teme um descolamento irreversível da legenda da candidatura de Dilma Rousseff (PT). O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), sentiu a desestabilização da aliança e advertiu o presidente Lula de que é preciso fechar logo as alianças regionais do PT com o PMDB, sob pena de o partido ficar de fora da coligação eleitoral e Dilma perder o tempo de televisão do PMDB.


Dúvida

Ícone do PMDB desde quando foi lançada na política por Ulisses Guimarães, a deputada capixaba Rita Camata (foto)está mesmo de malas prontas para deixar a legenda. Seu destino, porém, pode não ser o ninho tucano, mas o PPS, com o propósito de ser candidata ao Senado, na vaga do maridão, o ex-governador Gérson Camata (PMDB-ES).


Anabolizante


A autorização inserida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) liberou do superávit primário os recursos de orçamentos anteriores que não foram gastos, os chamados restos a pagar não processados, aumentando as verbas para investimento no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2010. Com o dispositivo, ressuscitado pelo presidente Lula, a injeção no PAC aumentou de R$ 11,2 bilhões para R$ 28,5 bilhões.



Mercosul/
Está descartada a eleição de 37 deputados no pleito de 2010 para a representação do Brasil no Parlamento do Mercosul (Parlasul). Dos quatro países membros, apenas o Paraguai escolheu seus 18 parlamentares. A Argentina preferiu deixar a disputa para 2011, apesar das recentes eleições legislativas no país, e o Uruguai, em pleno processo eleitoral, deve seguir o mesmo caminho. A alternativa mais provável é incluir o Parlasul nas urnas das eleições municipais de 2012.

Fronteiras/ Turbinado com a filiação da senadora Marina Silva, o PV quer marcar presença na Conferência do Clima de Copenhague, no início de outubro. Os verdes pretendem levar ao Itamaraty uma pauta sobre um modelo de gestão para os 54 rios transfronteiriços entre o Brasil e seus vizinhos na América do Sul.

Procura-se/ Malograda a tentativa de filiar o vereador paulistano Gabriel Chalita (PSDB) para disputar o governo paulista, o PV agora pondera trabalhar as candidaturas do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi, e do deputado estadual Fábio Feldman ao Palácio dos Bandeirantes.

Retardatário/ A rede de monitoramento dos gastos com a Copa do Mundo de 2014 sela, na segunda-feira, a adesão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) da Bahia. Será o 11º TCE a fechar convênio com a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados e com o Tribunal de Contas da União (TCU). Dos 12 estados com sedes do torneio, apenas a corte do Rio Grande do Norte ainda não aderiu ao sistema de troca de informações.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Apertar o cinto


Por Luiz Carlos Azedo

Com Guilherme Queiroz
luizazedo.df@diariosassociados.com.br

De olho na retomada do crescimento e no emprego, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), controlada pelo PT, resolveu puxar o freio de mão nas greves do setor automotivo, que se espalharam por praticamente todas as montadoras de São Paulo e Paraná. A primeira greve a acabar foi a das montadoras de São Bernardo do Campo (SP), onde os trabalhadores voltaram ao trabalho na segunda-feira em troca de um abono de R$ 1.500,00 e 2% de aumento acima da inflação. Avaliam que o acordo coletivo é bom, pois o que havia era a ameaça de demissões em massa, que só não se consumaram graças à redução do IPI dos automóveis pelo governo.

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Mas há controvérsias. Os operários da montadora Renault/Nissan, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e da Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba, ontem, também voltaram ao trabalho. Com alguns dias a mais de greve, conseguiram 8,65% de correção salarial a serem pagos ainda em setembro, além de um abono de R$ 2 mil. Trabalhadores das fábricas de autopeças de São Bernardo do Campo, Diadema, Taubaté e Rio Grande da Serra, no ABC paulista, também querem um aumento maior. Metalúrgicos de Taubaté, São José dos Campos e da São Caetano (na região do ABC), que reúnem fábricas da Volkswagen, Ford e General Motors, fazem paralisações alternadas. Em Minas, operários da Fiat ameaçam entrarem greve por 10% de aumento.


Ventos//

Aprovado ontem pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, o projeto de lei que regulamenta o funcionamento de bingos dá arrepios ao ex-presidente da Casa Arlindo Chinaglia (PT-SP). Certa vez, o petista convidou a bancada do bingo a se retirar de seu gabinete na Presidência.


Alianças

A cúpula do PSB deu autonomia à seção mineira da legenda para negociar as alianças regionais de 2010. Quer eleger de três a cinco deputados federais e garantir um palanque para a campanha de Ciro Gomes (PSB-CE) a presidente da República. O acordo foi fechado ontem, no gabinete do líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES). Participaram do encontro o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB); o deputado Júlio Delgado(PSB-MG), o vice-presidente da legenda, Roberto Amaral, e o presidente da seção local, deputado estadual Vander Borges.


Aval


Está tudo certo para a transferência da deputada Rita Camata (PMDB-ES) para o ninho tucano, onde comporia a chapa do deputado federal Luiz Paulo Vellozzo Lucas (foto), que pleiteia o Palácio Anchieta, como candidata ao Senado. Mas ainda falta combinar com o governador Paulo Hartung (PMDB), que administra a disputa na sua própria base entre o ex-prefeito de Vitória e o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), seu candidato preferencial.


Reserva


A despeito da presença de governistas de Roraima no ato de demarcação da nova reserva indígena Anaro, assinado pelo presidente Lula, parlamentares roraimenses não demonstram apoio à consolidação da área que prevê o equivalente a 600 hectares por índio. A avaliação é de que as reservas Ianomâmi e Raposa Serra do Sol já ocupam parcela suficiente do território o estado.


Abre-alas


O carnavalesco Joãosinho Trinta (foto) e o ex-secretário de Cultura do GDF Ricardo Marques se filiaram ontem ao PTB. O evento foi no gabinete do senador Gim Argello (PTB-DF) e contou com a presença dos deputados distritais Dr. Charles e Cristiano Araújo, ambos do PTB, do prefeito de Águas Lindas de Goiás, Geraldo Messias (PP), do vice-presidente do PTB no Distrito Federal, Paulo Goyaz, e do deputado federal Alceni Guerra (DEM-PR).


Rolo


O Superior Tribunal de Justiça julga hoje o recurso do banco Santander para reverter um prejuízo milionário herdado do antigo Banespa. Trata-se de um contrato de fiança do Banespa para a empresa Fribasa, hoje falida, em um empréstimo contraído no Banco Digibanco, em liquidação extrajudicial desde outubro de 1999. O Banespa acabou sendo condenado pela Justiça do Pernambuco a pagar a conta. Como se não bastasse, o Digibanco sacou indevidamente o valor depositado em juízo pelo Banespa: R$ 50 milhões

Padrão/ A direção nacional do PV quer adotar a estratégia de comunicação pela internet utilizada na campanha do deputado Fernando Gabeira à Prefeitura do Rio de Janeiro como modelo na disputa de 2010 e numa eventual candidatura da senadora Marina Silva (AC) à Presidência da República. O secretário Nacional de Formação do PV, deputado José Paulo Tóffano, convidou a equipe de Gabeira para ministrar um curso a outros diretórios estaduais.

Mistério/ Feito o anúncio, ontem, da desfiliação do
ex-governador Joaquim Roriz do PMDB, dirigentes do PSC que compareceram à Câmara dos Deputados não escondiam o entusiasmo com um possível acerto para filiá-lo à legenda no DF. Até o fim da tarde, porém, a empolgação havia ganhado ares de frustração com o silêncio de Roriz sobre o assunto.

Nordeste/ Na próxima escala do roteiro de visitas ao Nordeste, os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra, desembarcam em 26 de setembro, no Rio Grande do Norte, para o encerramento da rodada de seminários promovidos pelos tucanos no estado. O tema do encontro é educação.

Cizânia/ Adversário do ex-governador Paulo Souto dentro do DEM desde os tempos de carlismo, o ex-deputado Félix Mendonça (DEM) patrocina o ingresso de seu filho Félix Mendonça Filho ao PDT, partido da base do governador Jaques Wagner (PT).

Publicadas hoje na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Armadilha em Sampa

Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Uma pesquisa encomendada pelo deputado Paulinho da Força (PDT-SP) atormenta os estrategistas do Palácio do Planalto. Além de uma vantagem muito confortável para os tucanos na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, seja com o ex-governador Geraldo Alckmin como candidato, seja no caso de eventual candidatura à reeleição de José Serra, o levantamento mostra que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), ainda não emplacou sua candidatura a presidente da República em São Paulo, o maior colégio eleitoral do Brasil.

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Dilma perde para os tucanos José Serra e Aécio Neves nas simulações. O ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes é a melhor alternativa governista para o Palácio dos Bandeirantes, mas sem chances de vitória. Em contrapartida, seu desempenho como candidato ao Palácio do Planalto junto ao eleitor paulista é superior ao de Dilma, o que reforça as ambições presidenciais do deputado cearense natural de Pindamonhangaba (SP). Ou seja, ao invés de ser uma solução, a transferência do domicílio eleitoral de Ciro para São Paulo pode virar mais um problema para o PT.


Cerco


O deputado Silvio Costa (PMN-PE) coleta assinaturas para a criação da Frente Parlamentar para Democratização dos Royalties. Só não pediu o apoio dos colegas de Rio e Espírito Santo, bancadas mais empenhadas na manutenção da participação especial dos produtores na distribuição das riquezas do petróleo.


Pressão


A cúpula petista trabalha com a avaliação de que a legenda terá 30% dos votos de São Paulo, mas é preciso armar uma chapa capaz de capturá-los nas eleições de 2010. Os candidatos petistas mais fortes seriam o senador Aloizio Mercadante, que prefere concorrer à reeleição e não quer saber de conversa sobre o assunto, e a ex-prefeita Marta Suplicy, que concorrerá à Câmara e não está disposta a ir para o sacrifício novamente. Restam os prefeitos de Osasco, Emídio de Souza (PT), e de Campinas, Dr. Hélio (PDT), cujas candidaturas são consideradas fracas. Por isso, a pressão sobre Ciro para desistir da candidatura a presidente da República vai aumentar.


Dívidas


Os estados exportadores vão manter a pressão sobre a Comissão Mista de Orçamento para garantir os ressarcimentos previstos na Lei Kandir. Os estados mais prejudicados são Minas, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Mato Grosso, que reivindicam um total de R$ 5,2 bilhões


Poupança

O deputado federal Raul Jungmann, do PPS-PE, anunciou que os partidos de oposição vão à Justiça para barrar a proposta do governo de cobrar Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos da caderneta de poupança acima de R$ 50 mil. A medida foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no momento em que o presidente Lula tenta dividir com a ministra Dilma Rousseff os louros do combate à crise mundial.


Holofote


Habitualmente discreta nas discussões do Senado, Marina Silva (PV-AC) chamou a atenção pelas repetidas intervenções na votação da minirreforma eleitoral. Líder do partido, abusou da prerrogativa de usar o microfone durante o debate. Na semana passada, foi a estrela do programa nacional do PV, mas brilhou mesmo foi nas inserções exibidas no sábado, feitas por marqueteiros de Brasília.


Namoro


O PSB capixaba tenta filiar a deputada Rita Camata (PMDB). Acena com a possibilidade de ela ser a candidata da legenda ao Senado na chapa do senador Renato Casagrande (PSB), candidato a governador. Os socialistas, porém, concorrem com o PSDB, que fez oferta semelhante e leva vantagem de ter dado o posto de vice à peemedebista na campanha presidencial de 2002. Na segunda-feira, o tucano José Serra reiterou o convite.

Troca

O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, prepara o desembarque do governo para concorrer às eleições em Minas. Pretende ser candidato a governador do PT, mas pode acabar concorrendo ao Senado. Míriam Belchior, assessora especial da Presidência da República, está cotada para substituí-lo. Petista de carteirinha, ela foi mulher de Celso Daniel, o prefeito assassinado de Santo André (SP).



Axé /O PV baiano tenta atrair artistas e músicos populares da cena local para reforçar a campanha da legenda em 2010. No próximo dia 21, os verdes promoveram uma festa para a assinatura da ficha de filiação de artistas, como a cantora Carla Vizi, do conjunto de axé music Banda Beijo.

Livro /O jornalista Chico Santana lançará, na quarta-feira, na Livraria do Senado, o livro Mídia das fontes: um novo ator no cenário jornalístico brasileiro, tese de doutorado agraciada pelo Senado francês com o prêmio Le Prix de Thèse du Sénat. É uma análise do papel da TV Senado, Rádio Senado, Jornal e Agência Senado.

Congresso/De amanhã a sexta-feira, juristas, políticos e autoridades se reúnem em Brasília para discutir a saída da crise mundial, no XII Congresso Brasiliense de Direito Constitucional. Participam do encontro o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; o ministro da Defesa, Nelson Jobim; o advogado-geral da União, José Antônio Dias Toffoli; a presidente da OAB-DF, Estefânia Viveiros; e três ministros do Supremo Tribunal Federal: Gilmar Ferreira Mendes (presidente), Carlos Ayres Britto e Eros Grau. O evento será no Teatro Pedro Calmon, no Quartel General do Setor Militar Urbano.

Com Guilherme Queiroz

Publicadas hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cabral baixa a bola


Por Luiz Carlos Azedo

Com Guilherme Queiroz
luizazedo.df@diariosassociados.com.br

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), resolveu “recuar os half para evitar catástrofe”, como diria o Neném Prancha, famoso personagem do futebol carioca. Ontem, em Paris, onde recebeu a Légion d’Honneur (Legião de Honra), a mais alta condecoração do governo francês, Cabral baixou a bola e elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O presidente da República, mais uma vez respeitando a tradição democrática, ouviu as partes e retirou o regime de urgência. E (…) tem dado reiteradas provas de seu compromisso com a democracia brasileira”, disse, se referindo à tramitação dos projetos do pré-sal no Congresso.

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Cabral se deu conta de que os adversários partiram para cima dele, aproveitando o contencioso com Lula. De olho no Palácio Guanabara, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) classifica como um tiro no pé o apoio incondicional de Cabral à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Faria, aproveita o estresse de Cabral com Lula e desafia a cúpula do PT como candidato a governador. E o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), aproveita para tirar uma casquinha e ameaça lançar a candidatura do apresentador Wagner Montes, o segundo colocado nas pesquisas de opinião sobre as eleições de 2010 no Rio de Janeiro.


Xadrez//

Entre os manifestantes detidos durante protesto contra a primeira visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Roraima estava o fazendeiro Paulo César Quartiero, ex-prefeito de Pacaraima e líder dos arrozeiros desalojados da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Filiado ao DEM, ele é um dos mais ferrenhos opositores ao governo Lula no estado.


Falência


Cabral defende a tese de que a Constituição garante participação especial aos estados produtores de petróleo e que o governo federal deve redistribuir a riqueza do petróleo utilizando os royalties que cabem à União. No Rio de Janeiro, os recursos dos royalties vão para a Previdência e para o meio ambiente, como o saneamento da Lagoa Rodrigo de Freitas, ícone da Cidade Maravilhosa. “Sem esses recursos, a Previdência quebra”, adverte.

Sumiço

Termina segunda-feira o prazo para que o Palácio do Planalto envie à Câmara dos Deputados as fitas do sistema de segurança que mostrariam as visitas da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira ao gabinete da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O DEM faz a contagem regressiva.


Esquentou


A disputa pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) pega fogo. A chapa Ordem da Casa, encabeçada pelo advogado Esdras Dantas, contesta o resultado da pesquisa divulgada na coluna de sábado, de responsabilidade da chapa Questão de Ordem, de Francisco (Kiko) Caputo. Realizada pelo Instituto Global, a sondagem confirmou o alto índice de indecisos: 67,26% dos advogados. Kiko continuaria na liderança, com 13,27% das intenções de votos, havendo um empate técnico entre Esdras Dantas (8,85%) e Ulisses Borges (7,96%) na pesquisa espontânea. Ibaneis Rocha, da chapa Unidos pela Ordem, aparece com 2,65%.


Pindaíba


A decisão de reduzir o expediente dos quartéis de todo o país, que vão funcionar como o Congresso (da tarde de segunda-feira à manhã de sexta), por medida de economia, não foi uma manifestação de protesto do comandante da Força Terrestre, general Enzo Peri. Falta mesmo o rancho para a tropa. Enquanto o presidente Lula negocia pessoalmente a compra dos caças franceses Rafale, completando o pacote bilionário da parceria militar com a França, o armamento convencional do Exército está sucateado. Não há sequer munição suficiente para os quase sexagenários fuzis FAL utilizados no adestramento.

Repeteco

A inauguração da ponte sobre o Rio Tacutu, na fronteira com a Guiana Francesa, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi a terceira cerimônia do tipo promovida por autoridades brasileiras. Em abril, o governador Anchieta Júnior (PSDB) cortou a fita para, em seguida, a via ser interditada pelo governo do país vizinho. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (foto), do PMDB-RR, também já fez as honras federais na obra.

Créditos

Os parlamentares da Comissão Mista de Orçamento (CMO) estão em obstrução em protesto contra a retenção das compensações da Lei Kandir devidas aos estados exportadores. O governo pressiona a base governista na CMO a fim de garantir a aprovação de uma operação de crédito suplementar de R$ 4,9 bilhões para a capitalização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).



Diploma/ O deputado federal Hugo Leal (PSC-RJ) proporá a formação de uma Comissão Especial na Câmara dos Deputados para a elaboração de uma proposta de emenda constitucional (PEC) ou de um projeto de lei (PL) que resgate a obrigatoriedade de diploma de jornalismo para o exercício da profissão. A ideia é unificar todas as iniciativas apresentadas sobre o assunto no Congresso Nacional.

Patrimônio/
A Comissão de Assuntos Especiais da Câmara dos Deputados vota, nesta terça-feira (15/09), às 14h, no plenário 11, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 150/01, que destina parte dos tributos federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal para a preservação do patrimônio cultural brasileiro e para a produção cultural.

Azenbudsman/ O deputado Benedito Domingos (PP) retornou à Câmara Legislativa do Distrito Federal e não é mais o administrador de Taguatinga, como foi publicado sábado nesta coluna.

domingo, 13 de setembro de 2009

Lula surfa a marolinha


Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu na prancha. Recebeu informações do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de que o crescimento em 2010 deve chegar a 4,5%. Do ministro da Fazenda, Guido Mantega, veio a previsão de que serão gerados de 800 mil a 1 milhão de empregos até o fim do ano. Além disso, lidera a recuperação mundial com 1,9% de crescimento do PIB no trimestre. Foi o bastante para Lula proclamar que, graças aos pobres, a crise entre nós já passou. O Brasil virou potência mundial.


***


Nos bastidores do Palácio do Planalto, as projeções econômicas funcionaram como anabolizante para a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), que refluiu alguns pontos depois do bate-boca com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira. Na defensiva desde a instalação da CPI da Petrobras, para a qual Dilma quase foi arrastada por causa da demissão de Lina, agora o governo partiu pra cima da oposição. O lançamento do pré-sal foi só começo. Lula vai chamar os governadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) para a briga em todas as frentes.

Janela


Antes de anunciar um vencedor definitivo do programa F-X2 da Força Aérea, o governo debaterá as propostas em duas instâncias: o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social — o Conselhão, em caráter consultivo; e o Conselho Nacional de Segurança, do qual fazem parte os presidentes da Câmara e do Senado, para bater o martelo. A posição de Lula é francamente favorável aos jatos Rafale, mas os franceses terão que baixar muito os preços e comprar 10 aviões de transporte militar KC-390, um projeto em desenvolvimento pela Embraer, que construirá o Rafale em parceria com a Dassault se o acordo for consumado. Com isso, o Brasil daria um novo salto tecnológico.


Debandada


A ruptura do PMDB com o governo do PT na Bahia deflagrou o troca-troca partidário nas legendas de sustentação do governo. O PR baiano deve perder os deputados federais Márcio Marinho e Maurício Trindade para o PP, que tenta ampliar seu apoio ao governador Jaques Wagner. Em eterno litígio com o senador César Borges, presidente estadual do PR, o deputado José Carlos Araújo também tem sua saída prevista.



Zignal

O ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz teve uma conversa com o líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF). Foi pedir um encontro com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), candidato a presidente da República. Sem espaço na política local, procura o eixo na política nacional.



Meus garotos


O deputado Jair Bolsonaro (RJ) filiou ao PP o filho caçula, Eduardo Bolsonaro, de 25 anos, em Brasília. Eduardo será candidato a deputado federal com a benção do presidente do PP-DF, o deputado distrital licenciado Benedito Domingos, atual administrador de Taguatinga. Completam o clã político os filhos Flávio, deputado estadual fluminense, e Carlos, vereador carioca, ambos do PP.


Azarão


Quem vai esperar mais um pouco é o advogado geral da União, José Antônio Dias Toffoli, cotado para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Lula considera prematura a indicação, por uma questão de respeito aos familiares e amigos do falecido ministro Carlos Alberto Direito. Como a vaga reservada para Toffoli era a do ministro Eros Grau, que deve se aposentar em agosto de 2010, não será surpresa se Lula decidir segurá-lo mais um pouco no governo. Nesse caso, o mais cotado é o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cesar Asfor Rocha (foto).


Alívio


O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (foto), já pode cabalar os votos para sacramentar sua indicação ao Tribunal de Contas da União (TCU). Se não ocorrer nenhum incêndio na base aliada, o presidente Lula deve enviar mensagem ao Congresso indicando-o para o cargo de ministro do TCU no decorrer esta semana.


Radar

Sem muito alarde, o governo incluiu no pacote do acordo com a França um novo sistema de monitoramento por satélite, que guarnecerá fronteiras terrestres e marítimas. Os equipamentos custarão US$ 2,7 bilhões



Munição/
A oposição ao governador cassado do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), prepara uma devassa nas contas de sua administração. Empossado no governo, o ex-presidente da Assembleia Legislativa Carlos Gaguim (PMDB) liberou o acesso ao sistema de acompanhamento das contas do Executivo desde 2006. A ordem é desgastar a candidatura de Miranda ao Senado em 2010.

Sampa/
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, inaugura amanhã, ao meio-dia, o Espaço Minas Gerais, em São Paulo. Será um centro de referência para empresas e executivos do país e do exterior, agentes e operadores de viagens. O objetivo é revelar oportunidades de negócios e potencialidades econômicas, turísticas e culturais de Minas.

Guia/Pela primeira vez, o centenário Guia Verde Michelin é dedicado à América do Sul, no caso, ao Rio de Janeiro. Com a presença do governador Sérgio Cabral, será lançado na terça-feira, em Paris. Além da Cidade Maravilhosa, as dicas de passeios, tesouros arquitetônicos e históricos, restaurantes e hotéis incluirão Niterói, Búzios, Paraty, Ilha Grande, Petrópolis e Vale do Café.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

sábado, 12 de setembro de 2009

A opção de Ciro

Luiz Carlos Azedo
com Guilherme Queiroz



Apesar do suspense que mantém sobre o assunto, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) terá de mudar seu domicílio eleitoral para São Paulo (ou outro estado) se quiser disputar a Presidência da República. Como seu irmão, o governador Cid Gomes (PSB), tentará se reeleger ao cargo, a única opção eleitoral de Ciro no Ceará é a reeleição à Câmara dos Deputados, para onde não quer voltar. Está na Constituição, no Inciso V do Parágrafo 14, que irmão de governador não pode ser candidato, exceto à reeleição ao cargo que já ocupa.

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A propósito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiu de transformar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na candidata única do governo, mas não perdeu a perspectiva de uma eleição plebiscitária. Por isso, passou a tratar Ciro Gomes e Marina Silva (PV) como candidatos da base governista. Com relação a Ciro, não tem a menor dúvida disso; quanto à Marina, nem tanto, pois a ex-petista é uma candidata anti-Dilma.

Gesto

A pedido do GDF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antecipou a sanção do projeto que batiza de Rodovia Juscelino Kubitschek o trecho da BR-040 entre Brasília e Petrópolis (RJ) para coincidir com o aniversário de JK, que completaria 107 anos hoje. O prazo para sanção expirava apenas em 23 de setembro.

Encalhe

Desde 15 de julho, a Comissão Mista de Orçamento não vota projetos de créditos enviados pelo Executivo. A paralisia na Congresso no segundo semestre fez acumular 34 projetos que alteram a destinação de recursos do Orçamento de 2009, que só poderão ser aplicados depois de aprovados. A quantia parada é de R$ 6,7 bilhões.

Prejuízo


O líder do PSDB, José Aníbal, ainda não digeriu a formação das comissões especiais para discutir o pré-sal, das quais foram excluídos os tucanos e os democratas. O tucano paulista contabiliza a retirada do pedido de urgência para votação dos projetos como uma vitória da oposição, mas sabe que a questão de fundo - a adoção do regime misto, com o novo sistema de partilha no pré-sal - é uma batalha perdida para os que querem manter intocável o marco regulatório aprovado no governo Fernando Henrique Cardoso, cujo ex-genro, David Zylbersztajn, é o pai.

Racha

O líder do PPS, Fernando Coruja, rebateu as críticas dos aliados ao fato de ter apoiado a indicação do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) para presidir uma das comissões especiais do petróleo, a que vai discutir a capitalização da Petrobras. Segundo ele, o PPS sempre defendeu a empresa e não encampa as posições do líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), que são ultraliberais.

Heterodoxo

A rodada de propostas aberta no programa F-X2 depois de o governo avisar que "abrirá negociações" com a França para a compra do Dassault Rafale, na prática, é uma etapa não prevista na concorrência. As Bafo (Best and Final Offer) - sigla para Proposta Final e Definitiva, em inglês - haviam sido remetidas à Força Aérea pelas três empresas concorrentes, no fim de junho.

Indecisos


A dois meses das eleições, os advogados de Brasíliaainda estão indecisos sobre a definição do presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Pesquisa encomendada à Opine pela chapa Questão de Ordem mostra que 62,6% da categoria não têm candidato definido. Na sondagem espontânea, a liderança é de Franciso Caputo Neto (Questão de Ordem), com 14% das intenções de voto. Ele é seguido por Ibaneis Rocha (Unidos pela Ordem), com 7,1%, e Esdras Dantas (Ordem na Casa), com 4,1%. A eleição será em 16 de novembro.

Intenção / Pré-candidato ao governo da Bahia, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, encomendou a primeira pesquisa do PMDB sobre a sucessão ao Palácio de Ondina. Nas sondagens já levadas a público pelos concorrentes, o peemedebista tem aparecido em terceiro, atrás do ex-governador Paulo Souto (DEM) e do governador Jaques Wagner (PT).

Welcome / Sem conseguir convencer o Itamaraty a liberar turistas americanos do visto, já que o órgão não abre mão da reciprocidade com os Estados Unidos, o governo decidiu investir na flexibilização das normas de ingresso no país. A proposta prevê estender a duração do visto de cinco para 10 anos e aumentar o número de consulados brasileiros no exterior.

Baldeação / Diante do fracasso da Câmara dos Deputados em abrir brechas para o troca-troca partidário, o PSC aprovou resolução abrindo uma janela própria para que filiados com mandato e insatisfeitos deixem a legenda. O prazo final para a desfiliação, sem que haja risco de perda de mandato, é terça-feira.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Lula adia mudança nos royalties

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br


Depois de colocar fogo na discussão entre os estados, o que agastou o governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) com seu governo, o presidente Luiz Inácio da Silva resolveu retirar de pauta a mudança na lei dos royalties de petróleo. Mais especificamente, do dispositivo constitucional que garante participação especial para estados e municípios produtores também no pré-sal.

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O pedido foi feito pelo presidente da República ao relator da comissão especial que examinará o projeto de partilha das riquezas do pré-sal, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Líder do PMDB, o parlamentar vai ao Rio de Janeiro na segunda-feira para discutir com os técnicos da Petrobras as propostas da empresa. Deve se encontrar também com Cabral, que chutou o pau da barraca e não aceita a mudança de jeito nenhum.


Não abre//


O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Faria (PT), não vai recuar no grito da intenção de disputar o governo do Rio de Janeiro. Avalia que já queimou o filme com Cabral e, aos 39 anos, não tem nada a perder. Se for candidato ao Senado e não se eleger, Lindberg poderá ser visto como político que voa baixo.


Prestígio

Com um pé no Tribunal de Contas da União (TCU) e outro no “bolo de noiva”, anexo do Itamaraty onde fica seu gabinete, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (PTB), recebeu a solidariedade do líder do PMDB. “Ele nos ajudou muito na retirada do regime de urgência”, garante Alves, que defende a indicação de um petista para o lugar de Múcio.

Simancol

A cúpula do PSDB prepara uma conversa franca com a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, cujo impeachment começou a tramitar ontem, na Assembleia Legislativa gaúcha. Sob comando do deputado petista Ivar Pavan, o processo de cassação foi a resposta ao anúncio de que a governadora pretende se candidatar à reeleição apesar das denúncias contra ela. Só o PMDB pode salvá-la, mas o preço é entregar o governo ao aliado.



Sacoleiros


O governo resolveu limitar a importação-formiguinha. Pelo regime, ao atravessar a fronteira, os sacoleiros pagarão uma única tarifa de 25% sobre o pr eço de aquisição das mercadorias importadas. O limite será de R$ 110 mil por ano.


Ficha-suja

O Senado arrasta a aprovação da minirreforma eleitoral e cria nova polêmica entre os deputados. Emenda do senador Pedro Simon (PMDB-RS) aprovada tarde da noite de quarta-feira veta os ficha-suja. O texto prevê que a Justiça Eleitoral poderá negar candidatura a políticos que não comprovem idoneidade moral e reputação ilibada.


Invocado

Governador da Bahia, Jaques Wagner resolveu partir com tudo para cima dos traficantes baianos, que estão atacando a polícia local, a exemplo do que já aconteceu no Rio e em São Paulo. Foram transferidos mais 14 líderes da facção criminosa Comando da Paz para a penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas (PR), onde já se encontrava o traficante Perna. Cláudio Campanha, chefão baiano do tráfico, comanda a rebelião direto de Campo Grande (MS).

Urgência

O governo quer adotar o regime de urgência no Senado porque lá não existe comissão especial. Teme que os projetos do pré-sal encalhem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida pelo senador Demostenes Torres (foto), do DEM goiano. Curiosamente, o senador de oposição é a favor da redistribuição dos royalties.



Bancada/ Governador em exercício, Paulo Octavio almoça com a bancada federal, hoje, para discutir a posição sobre o pré-sal. O GDF está de olho nos novos critérios da partilha e quer a sede da Petro-Sal em Brasília.

Missa/ Amanhã, aniversário de Juscelino Kubitschek, com uma missa, às 10h, na Catedral de Brasília, começa a programação dos 50 anos de fundação da capital. Várias obras serão anunciadas.

Explicações/ O ministro da Defesa, Nelson Jobim, vai à Comissão de Relações Exteriores do Senado, na próxima quarta-feira, para tentar baixar a poeira sacudida com o inoportuno anúncio da compra dos caças franceses Rafale pelo presidente Lula. Em seguida, será a vez do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Companheiros de viagem

or Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Nunca as relações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), estiveram tão boas. O petista sempre teve dificuldades para lidar com o estilo seco e impessoal do cacique do PMDB, que manteve obstinada oposição no primeiro mandato e desembarcou de mala e cuia no segundo governo Lula. Hoje, o PMDB é uma força de sustentação mais decisiva do que o próprio PT no Congresso e escanteou os demais aliados do governo. Agora, Temer tem pressa para fechar a coligação eleitoral com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, certo de que o sucesso nessa empreitada, num momento de baixa da petista nas pesquisas de intenções de voto, lhe garantirá o lugar de vice na chapa presidencial.

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Terça-feira, Temer embarca do Rio de Janeiro para Copenhague, na Dinamarca, em companhia do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do prefeito carioca, Eduardo Paes, para a reunião do Comitê Olímpico Internacional (COI) que vai decidir a sede das Olimpíadas de 2016. Lula faz campanha pelo Rio de Janeiro, mas o assunto principal entre os companheiros de viagem é a consolidação da aliança do PMDB com o PT na sucessão de 2010. Lula tem pressa. Temer, também. Cabral e Paes são fiadores da aliança com Dilma, mas andam agastados por causa do pré-sal e querem pagar para ver.

Voador

Será difícil cumprir o prazo de 10 de novembro para começar a votação dos quatro projetos do pré-sal na Câmara. A proposta de partilha tem 350 emendas sobre a exploração e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos na camada pré-sal. Há 301 emendas ao Fundo Social, que está sendo pulverizado. A criação da Petro-Sal recebeu 105 emendas e a capitalização da Petrobras, 67. A propósito, emenda do deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) suprime do texto a delimitação de “áreas estratégicas” de exploração por decreto presidencial. “É um cheque em branco, à revelia dos estados e do Congresso”, dispara.


É Galo (13)



O jogo do bicho está em vias de provocar um grande racha no PT, que não esqueceu a origem dos infortúnios do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o famoso caso Waldomiro Diniz, assessor parlamentar do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, que se meteu com a jogatina. Patrocinada pela bancada pernambucana em peso, a legalização dos bingos divide ao meio os petistas na Câmara. Presidente da legenda, Ricardo Berzoini (SP) trabalha a favor; o secretário-geral, José Eduardo Cardozo (foto), de São Paulo, faz comício contra. José Genoíno (SP) acredita que legalizar é a única maneira de impedir sua contaminação por outras atividades ilegais. Antônio Biscaia (RJ) pensa o contrário: os bingos lavam dinheiro do tráfico de drogas e são controlados por bicheiros.


Metrô


A partir de amanhã, o Metrô-DF retoma as negociações com a Cooperação Andina de Fomento (CAF) para financiamento do projeto Corredor Eixo-Sul (Veículo Leve Sobre Pneus), que liga Gama, Santa Maria e Entorno ao Plano Piloto. Seis representantes da instituição estão em Brasília para análise do empreendimento.



No hangar


Esperada para o fim de agosto, a reestruturação da diretoria da Infraero não saiu do hangar. Há quatro meses, o diretor de Operações da estatal, João Márcio Jordão, acumula a Diretoria de Engenharia e Meio Ambiente, departamento encarregado de assinar ordens de serviço das obras da estatal. Entre elas, as ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que andam empacadas: nenhum centavo do PAC de 2009 foi executado este ano.


Não tem

Líder do PMDB na Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte, já avisou ao governo que a bancada não embarcará no projeto de taxação das cadernetas de poupança com saldo superior a R$ 50 mil, como quer o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Argumenta que é matéria antipopular, que dá urticária nos deputados da legenda e nos demais aliados do governo. A proposta virou bandeira eleitoral da oposição, que já está batendo no governo.


Migalhas

Sob pressão de sete governadores, o Ministério do Planejamento criou um grupo de técnicos encarregados de estudar a disponibilidade de recursos que poderão ser destinados às compensações da Lei Kandir, no ano que vem, na proposta da Lei Orçamentária de 2010. Os estados pedem pelo menos R$ 3,9 bilhões



Divórcio/ Responsável pela eleição de 12 dos 46 deputados federais do Rio de Janeiro, a aliança PMDB-PP não será repetida em 2010. O diretório estadual peemedebista quer aumentar sua bancada de 10 para 12 parlamentares, número difícil de atingir dividindo votos da coligação com os ex-aliados. Apesar do divórcio, o PMDB abriu as portas para progressistas concorrerem pelo partido.

Barrigada/ Procurado pelo ex-governador Joaquim Roriz, que oferece um palanque no Distrito Federal à candidatura presidencial do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), o PSB brasiliense não quer conversar sobre o assunto antes de 3 de outubro, quando se encerra o prazo de filiação partidária. Os socialistas temem alimentar boatos de uma eventual filiação de Roriz.

Municípios/ Presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski promete botar a boca no trombone, amanhã, por causa da queda de arrecadação do Fundeb. O deficit, em relação a 2007, aumentou 1,4%. Formadas por 20% da arrecadação de tributos como o IPVA e o ICMS e por recursos do FPM e do FPE, as verbas do Fundeb retornam ao município de acordo com o número de matrículas na rede escolar.


Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

Companheiros de viagem

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Nunca as relações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), estiveram tão boas. O petista sempre teve dificuldades para lidar com o estilo seco e impessoal do cacique do PMDB, que manteve obstinada oposição no primeiro mandato e desembarcou de mala e cuia no segundo governo Lula. Hoje, o PMDB é uma força de sustentação mais decisiva do que o próprio PT no Congresso e escanteou os demais aliados do governo. Agora, Temer tem pressa para fechar a coligação eleitoral com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, certo de que o sucesso nessa empreitada, num momento de baixa da petista nas pesquisas de intenções de voto, lhe garantirá o lugar de vice na chapa presidencial.

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Terça-feira, Temer embarca do Rio de Janeiro para Copenhague, na Dinamarca, em companhia do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do prefeito carioca, Eduardo Paes, para a reunião do Comitê Olímpico Internacional (COI) que vai decidir a sede das Olimpíadas de 2016. Lula faz campanha pelo Rio de Janeiro, mas o assunto principal entre os companheiros de viagem é a consolidação da aliança do PMDB com o PT na sucessão de 2010. Lula tem pressa. Temer, também. Cabral e Paes são fiadores da aliança com Dilma, mas andam agastados por causa do pré-sal e querem pagar para ver.

Voador

Será difícil cumprir o prazo de 10 de novembro para começar a votação dos quatro projetos do pré-sal na Câmara. A proposta de partilha tem 350 emendas sobre a exploração e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos na camada pré-sal. Há 301 emendas ao Fundo Social, que está sendo pulverizado. A criação da Petro-Sal recebeu 105 emendas e a capitalização da Petrobras, 67. A propósito, emenda do deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) suprime do texto a delimitação de “áreas estratégicas” de exploração por decreto presidencial. “É um cheque em branco, à revelia dos estados e do Congresso”, dispara.


É Galo (13)



O jogo do bicho está em vias de provocar um grande racha no PT, que não esqueceu a origem dos infortúnios do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o famoso caso Waldomiro Diniz, assessor parlamentar do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, que se meteu com a jogatina. Patrocinada pela bancada pernambucana em peso, a legalização dos bingos divide ao meio os petistas na Câmara. Presidente da legenda, Ricardo Berzoini (SP) trabalha a favor; o secretário-geral, José Eduardo Cardozo (foto), de São Paulo, faz comício contra. José Genoíno (SP) acredita que legalizar é a única maneira de impedir sua contaminação por outras atividades ilegais. Antônio Biscaia (RJ) pensa o contrário: os bingos lavam dinheiro do tráfico de drogas e são controlados por bicheiros.


Metrô


A partir de amanhã, o Metrô-DF retoma as negociações com a Cooperação Andina de Fomento (CAF) para financiamento do projeto Corredor Eixo-Sul (Veículo Leve Sobre Pneus), que liga Gama, Santa Maria e Entorno ao Plano Piloto. Seis representantes da instituição estão em Brasília para análise do empreendimento.



No hangar


Esperada para o fim de agosto, a reestruturação da diretoria da Infraero não saiu do hangar. Há quatro meses, o diretor de Operações da estatal, João Márcio Jordão, acumula a Diretoria de Engenharia e Meio Ambiente, departamento encarregado de assinar ordens de serviço das obras da estatal. Entre elas, as ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que andam empacadas: nenhum centavo do PAC de 2009 foi executado este ano.


Não tem

Líder do PMDB na Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte, já avisou ao governo que a bancada não embarcará no projeto de taxação das cadernetas de poupança com saldo superior a R$ 50 mil, como quer o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Argumenta que é matéria antipopular, que dá urticária nos deputados da legenda e nos demais aliados do governo. A proposta virou bandeira eleitoral da oposição, que já está batendo no governo.


Migalhas

Sob pressão de sete governadores, o Ministério do Planejamento criou um grupo de técnicos encarregados de estudar a disponibilidade de recursos que poderão ser destinados às compensações da Lei Kandir, no ano que vem, na proposta da Lei Orçamentária de 2010. Os estados pedem pelo menos R$ 3,9 bilhões



Divórcio/ Responsável pela eleição de 12 dos 46 deputados federais do Rio de Janeiro, a aliança PMDB-PP não será repetida em 2010. O diretório estadual peemedebista quer aumentar sua bancada de 10 para 12 parlamentares, número difícil de atingir dividindo votos da coligação com os ex-aliados. Apesar do divórcio, o PMDB abriu as portas para progressistas concorrerem pelo partido.

Barrigada/ Procurado pelo ex-governador Joaquim Roriz, que oferece um palanque no Distrito Federal à candidatura presidencial do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), o PSB brasiliense não quer conversar sobre o assunto antes de 3 de outubro, quando se encerra o prazo de filiação partidária. Os socialistas temem alimentar boatos de uma eventual filiação de Roriz.

Municípios/ Presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski promete botar a boca no trombone, amanhã, por causa da queda de arrecadação do Fundeb. O deficit, em relação a 2007, aumentou 1,4%. Formadas por 20% da arrecadação de tributos como o IPVA e o ICMS e por recursos do FPM e do FPE, as verbas do Fundeb retornam ao município de acordo com o número de matrículas na rede escolar.


Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense