sábado, 19 de setembro de 2009

A sucessão no Banco Central

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Candidatíssimo ao governo de Goiás, Henrique Meirelles já articula a própria sucessão no Banco Central, depois de quase sete anos de gestão da política monetária. Se dependesse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-deputado tucano que renunciou ao mandato para servir ao governo do PT permaneceria no cargo. Porém, o comichão atacou o presidente do BC. Meirelles estimula o mercado a endossar o nome do presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Fábio Barbosa, ligado ao Banco Santander, para ocupar o seu lugar. O executivo, aliás, seria o presidente do BC, no lugar de Meirelles, se tivesse aceito o convite de Lula lá atrás, em 2002.

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Nada garante, porém, que Fábio ocupe o cargo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que venceu a queda de braços dos juros com o mercado financeiro, tem outro candidato. Trata-se do atual diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro, Alexandre Antônio Tombini, principal interlocutor do BC perante os demais integrantes da equipe econômica. Mantega quer mandar no BC como fazia o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.


Apitaço//

Os advogados de Taguatinga foram para a rua, ontem, protestar contra a retirada das três Varas da Justiça do Trabalho da cidade. Fizeram um apitaço contra a decisão de concentrar todas as varas no Plano Piloto. Outra manifestação ocorreu no Gama, por razões semelhantes.


Baldeação

Baixas na bancada federal do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. O deputado Geraldo Pudim já arrumou a trouxa e ruma para o PR do ex-governador Anthony Garotinho. Também pode seguir o mesmo caminho o deputado Bernardo Ariston, presidente da Comissão de Minas e Energia, que recebeu um convite de Garotinho para aderir ao Partido da República. A lista de candidatos da legenda à Câmara já conta com 18 candidatos com potencial eleitoral, número que pressiona a bancada de 10 parlamentares.


Adesão

Associações de delegados federais, promotores e juízes se mobilizam para endossar a indicação de José Antônio Toffoli ao Supremo Tribunal Federal (STF), anunciada oficialmente pelo presidente Lula. Ontem, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou uma nota questionando os critérios para nomeação dos ministros com a ressalva de que não é nada pessoal, mas uma posição de princípio da entidade.


Assombração


As articulações do ex-governador Oréstes Quércia (foto) em favor do tucano José Serra assustaram a ala governista do PMDB, que teme um descolamento irreversível da legenda da candidatura de Dilma Rousseff (PT). O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), sentiu a desestabilização da aliança e advertiu o presidente Lula de que é preciso fechar logo as alianças regionais do PT com o PMDB, sob pena de o partido ficar de fora da coligação eleitoral e Dilma perder o tempo de televisão do PMDB.


Dúvida

Ícone do PMDB desde quando foi lançada na política por Ulisses Guimarães, a deputada capixaba Rita Camata (foto)está mesmo de malas prontas para deixar a legenda. Seu destino, porém, pode não ser o ninho tucano, mas o PPS, com o propósito de ser candidata ao Senado, na vaga do maridão, o ex-governador Gérson Camata (PMDB-ES).


Anabolizante


A autorização inserida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) liberou do superávit primário os recursos de orçamentos anteriores que não foram gastos, os chamados restos a pagar não processados, aumentando as verbas para investimento no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2010. Com o dispositivo, ressuscitado pelo presidente Lula, a injeção no PAC aumentou de R$ 11,2 bilhões para R$ 28,5 bilhões.



Mercosul/
Está descartada a eleição de 37 deputados no pleito de 2010 para a representação do Brasil no Parlamento do Mercosul (Parlasul). Dos quatro países membros, apenas o Paraguai escolheu seus 18 parlamentares. A Argentina preferiu deixar a disputa para 2011, apesar das recentes eleições legislativas no país, e o Uruguai, em pleno processo eleitoral, deve seguir o mesmo caminho. A alternativa mais provável é incluir o Parlasul nas urnas das eleições municipais de 2012.

Fronteiras/ Turbinado com a filiação da senadora Marina Silva, o PV quer marcar presença na Conferência do Clima de Copenhague, no início de outubro. Os verdes pretendem levar ao Itamaraty uma pauta sobre um modelo de gestão para os 54 rios transfronteiriços entre o Brasil e seus vizinhos na América do Sul.

Procura-se/ Malograda a tentativa de filiar o vereador paulistano Gabriel Chalita (PSDB) para disputar o governo paulista, o PV agora pondera trabalhar as candidaturas do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi, e do deputado estadual Fábio Feldman ao Palácio dos Bandeirantes.

Retardatário/ A rede de monitoramento dos gastos com a Copa do Mundo de 2014 sela, na segunda-feira, a adesão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) da Bahia. Será o 11º TCE a fechar convênio com a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados e com o Tribunal de Contas da União (TCU). Dos 12 estados com sedes do torneio, apenas a corte do Rio Grande do Norte ainda não aderiu ao sistema de troca de informações.

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