domingo, 28 de julho de 2013

O que vem por aí

A presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Jaques Wagner (PT) reuniram-se durante mais de três horas, a portas fechadas, no Bahia Othon Palace, quarta-feira, em Salvador. Discutiram a situação política e econômica do país. O recado de Lula não foi bem aquele que agitou o plenário do seminário petista “O Decênio que Mudou o Brasil”, quando defendeu Dilma de ataques dos adversários e minimizou as dificuldades políticas que ela enfrenta.

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Lula posicionou-se a favor do enxugamento de ministérios e a redução de pastas dos partidos que ocupam mais de uma posição na Esplanada, ou seja, do PMDB e do PT. Lula também está preocupado com as eleições internas do seu partido. Nem tanto com a reeleição do presidente da sigla, Rui Falcão, que parece garantida, mas com as direções regionais que podem vir a criar problemas em relação às alianças na campanha de reeleição de Dilma.

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A situação da aliança do PT com o PMDB é a grande preocupação de Lula, não só nos estados. Boa parte dos petistas quer jogar o PMDB ao mar e considera a chapa de Dilma com Michel Temer, o vice-presidente da República, com cara de coisa velha, em um ambiente social que exige mudanças. Do ponto de vista institucional, porém, o rompimento com o PMDB é o caminho para uma crise política de muita envergadura.

Fundo// A presidente Dilma decidiu vetar integralmente projeto de lei que extingue a cobrança da multa rescisória de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), paga pelos empregadores nas demissões sem justa causa.

Bruxa/ Estão internados no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o deputado José Genoino (PT), que sofreu uma cirurgia cardíaca e ainda está em estado grave, e o ex-governador José Serra (PSDB), que fez um cateterismo, após realizar exame de risco cirúrgico para uma operação de próstata.

Trabalho/ O número de trabalhadores temporários efetivados no país, no primeiro semestre deste ano, caiu 20,8% em relação ao mesmo período de 2012, segundo balanço do Sindeprestem, que representa as empresas de serviços terceirizáveis.

Foi pro sal
Uma das alternativas de renovação da chapa de Dilma Rousseff para as eleições de 2014 era lançar a candidatura do vice-presidente Michel Temer (PMDB) ao governo de São Paulo, com o apoio do PT, substituindo-o pelo governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) na vaga de vice-presidente. Isso abriria espaço para a eleição do senador petista Lindbergh Farias ao governo do Rio, com o apoio do PMDB. Para quem tinha alguma dúvida da inviabilidade desse arranjo, a pesquisa CNI/Ibope de ontem fulminou a tese: Cabral é o governador pior avaliado do país, com apenas 12% de “bom ou ótimo”.

Nas nuvens
Quem está nas nuvens com o resultado da pesquisa é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), o mais aprovado do país, com 58% de bom e ótimo. Passou ao largo do tsunami das manifestações. Analistas atribuem esse desempenho à boa administração e à candidatura a presidente de República.

Na baixa
A aprovação do governo Dilma Rousseff , segundo pequisa Ibope em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu de 55% para 31%. Em pesquisa anterior, já havia caído de 63% para 55%. O levantamento mostrou a avaliação dos governos da Bahia, Espírito Santo, Goiás , Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo abaixo dos 30%. Paraná tem 41%; Ceará, 40%; e Minas Gerais, 36%. O governo do Distrito Federal não foi pesquisado.

Volta!
A pesquisa do CNI/Ibope põe lenha no “Volta, Lula!”. Em junho, 73% disseram que a presidente Dilma era melhor ou igual a Lula, enquanto na pesquisa deste mês o percentual caiu para 52%. Além disso, aqueles que acreditam que Dilma faz um governo pior do que o de Lula, que eram 25% no mês passado, subiram para 46% em julho.

Rombo
A extinção da cobrança da contribuição social geraria um rombo nas contas do FGTS, que financia o programa Minha Casa, Minha Vida, superior a R$ 3 bilhões por ano

Pacotaço
O mercado financeiro está inquieto. A presidente Dilma Rousseff teria encomendado um plano heterodoxo ao economista Luiz Gonzaga Belluzzo (foto) para retomar o crescimento e resgatar a popularidade do governo, que está em queda.

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