Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 16/05/2012 |
A lua de mel entre o governo federal e os prefeitos, tecida ao longo de oito anos pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva, acabou ontem, depois do discurso da presidente Dilma Rousseff na abertura da 15ª Marcha dos Prefeitos a Brasília. Na ocasião, a presidente da República frustrou a maioria dos participantes do evento e foi vaiada pelos mais exaltados depois de adverti-los de que o governo não apoiará a aprovação de uma lei de distribuição de royalties de petróleo com efeito retroativo pela Câmara. Foi a primeira vez que Dilma enfrentou um auditório em ambiente adverso, aparentemente sem se dar conta do clima que havia. Ignorou as principais reivindicações dos prefeitos e chegou ao encontro com uma única promessa: a distribuição de uma retroescavadeira e uma motoniveladora para os municípios com até 50 mil habitantes fazerem a manutenção das estradas. Os prefeitos excluídos do projeto, que são os que mais ganhariam com os royalties, puxaram uma vaia no plenário, enquanto os demais aplaudiam. Dilma deixou o palanque irritada. De dedo em riste, deu uma bronca no líder da marcha, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Zulkowski, antes mesmo de sair do palanque do evento. O bom relacionamento com os prefeitos era um trunfo do Palácio do Planalto, que costuma atropelar os governadores na hora de implementar seus programas. Terraplenagem Presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, lamentou o atraso na distribuição das máquinas de terraplenagem. "É um ganho importante, pena que será entregue tão tarde. Mas ajudará, com certeza, na realização de obras estruturantes e preventivas contra as secas vindouras." Pavimentação Serão beneficiados com retroescavadeiras 3.591 municípios, dos quais 1.330 serão selecionados para receberem motoniveladoras. Dilma também anunciou investimentos em financiamentos de obras de pavimentação na ordem de R$ 5 bilhões Queda de braço A CPI do Cachoeira resolveu manter uma queda de braço com o Supremo Tribunal Federal (STF) ao convocar o contraventor já na próxima terça-feira, sem considerar os prazos do processo legal. Curiosamente, o requerimento foi de autoria de um deputado de oposição, Onyx Lorenzoni (foto), do DEM-RS, que obteve apoio dos governistas. "Cumprimos a decisão do Supremo de dar acesso dos advogados aos autos e mantemos a independência do Poder Legislativo. O Cachoeira pode nos responder ou ficar calado, vamos cumprir o que é um direito do parlamento brasileiro, que é investigar", justificou. Quadrilha A convocação de Cachoeira antes de outros acusados de pertencerem à quadrilha é considerada por alguns integrantes da CPI como um erro crasso. Permitirá à defesa do bicheiro, com seu depoimento, orientar a participação de todos os demais envolvidos no caso. Além disso, como os prazos correm a favor dos advogados, o depoimento pode só ocorrer depois do Dia de São João, 24 de junho. Foco O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno, do Paraná, criticou o desvio de foco dos trabalhos da comissão, que estaria se perdendo num debate sobre a ação da Procuradoria-Geral da República nos inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo. Para ele, a comissão precisa centrar a atenção nas ações de Cachoeira no mundo político e empresarial, em especial na atuação na construtora Delta na organização criminosa. "Não podemos nos perder nesse embate que coloca de um lado a Polícia Federal e, de outro, a PGR", argumenta. Dominado// Advogado de Cachoeira, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, depois de conseguir impedir no STF o depoimento do contraventor previsto para ontem, conquistou na CPI o direito de pleno acesso aos autos do inquérito das operações Vegas e Monte Carlo. Já é uma eminência parda na CPI. Quimioterapia/ A Comissão de Assuntos Sociais do Senado votará hoje o Projeto de Lei n° 352/2011 que inclui a quimioterapia oral entre as coberturas obrigatórias dos planos e seguros privados de assistência à saúde. O relatório será apresentado pelo senador Waldemir Moka (PMDB-MS). Delta/ A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara vota hoje dois requerimentos relacionados à venda da construtora Delta para a J&F, holding da JBS, que tem o BNDES como sócio. Ambos deixam na berlinda o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, instituição que é sócia do grupo JBS. Cadeiras/ O delegado Cláudio Ferreira é o novo corregedor-geral da Polícia Federal. Antônio Celso será substituído pelo ex-número dois da PF, Zulmar Pimentel, no posto de adido policial no Paraguai. Para o mesmo cargo no México, está sendo designado Emmanuel Balduíno, que trabalhou muitos anos na área de inteligência da instituição. |
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Tratorada nos prefeitos
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