Por um fio

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense - 10/01/2012

A corda está mais que esticada entre os ex-governadores de São Paulo José Serra e o senador Aécio Neves, ex-governador de Minas, que lutam pela vaga de candidato a presidente da República do PSDB em 2014. Não há diálogo entre ambos e a confiança já não existia mesmo, embora a palavra seja o critério de lealdade entre políticos profissionais. Algodão entre os cristais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é a única liderança tucana com ascendência sobre Serra e Aécio. É a alma que impede a corda de se romper. Só FHC mantém a unidade aparente do PSDB. Aécio conta com forte apoio da cúpula da legenda para se candidatar a presidente da República, mas a linha moderada que adotou no Senado em relação ao governo Dilma Rousseff não empolga os tucanos paulistas. Serra mandou recado para os dirigentes do PSDB: não abre mão de disputar a Presidência pela terceira vez. Sem mandato, tem passe livre se quiser migrar para outro partido. A melhor maneira de amarrá-lo à legenda seria a candidatura a prefeito de São Paulo, como defende o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Porém, Serra não aceita o risco. Teme a rejeição dos paulistanos por conta de ter transformado a administração paulista em trampolim para o Palácio dos Bandeirantes em 2006. Baralho A eleição para a prefeitura de São Paulo pode ter uma grande reviravolta se os entendimentos entre o atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prosperarem na direção de um acordo com o candidato do PT, Fernando Haddad. Desafeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e candidato ao Palácio dos Bandeirantes em 2014, o pior dos mundos para Kassab é perder a eleição paulistana. Sem o controle da administração da capital, perde o mando do PSD e a vaga que almeja na Esplanada dos Ministérios. Melhor opção seria indicar o vice de Haddad, o que embaralha completamente o jogo na política paulista. Será que fica? O presidente do PRB em São Paulo, deputado estadual Gilmaci Santos, garante que a candidatura do ex-deputado Celso Russomanno a prefeito de São Paulo é para valer. Nega reuniões para discutir a retirada da candidatura com objetivo de apoiar o petista Fernando Haddad ou o candidato do PMDB, o deputado federal Gabriel Chalita (SP). Voltou O Caso Santo André assombra novamente os petistas. Bruno José Daniel Filho, irmão do prefeito Celso Daniel (PT), está de volta ao Brasil após viver seis anos como refugiado na França — o país europeu havia reconhecido que sua vida era ameaçada no Brasil. Agora, o PSol quer lançá-lo candidato a prefeito da cidade, dez anos após o crime que chocou o país. Celso Daniel foi sequestrado e assassinado em janeiro de 2002. Seu corpo foi encontrado com oito perfurações em Itapecerica da Serra, Grande São Paulo. Não disse... O deputado federal Ronaldo Caiado, do DEM-GO, abriu as baterias, ontem, no Twitter, contra os dissidentes do DEM que migraram para o partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab: "O PSD é um barco para oportunistas que queriam deixar a oposição sem vencer pelas urnas. Muita gente queimou o pouco que tinha de biografia". Visita // A presidente Dilma Rousseff vai ao Haiti no próximo dia 1º. Em conversa com o presidente haitiano, Michel Martelly, confirmou a visita a Porto Príncipe, capital da nação caribenha. Pretende ampliar a ajuda nas áreas de saúde, agricultura, capacitação profissional e na construção da usina hidrelétrica sobre o Rio Artibonite, no sul do país. Na véspera, fará escala em Cuba para um encontro com o presidente Raúl Castro. Arte Cresce a exportação de obras de arte brasileiras. Os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior revelam que, no ano passado, o Brasil vendeu a outros países 28 vezes mais peças, em valores, do que em 2001. No ano passado, foram exportados em quadros, esculturas e gravuras US$ 54,4 milhões Alta/ O ex-ministro das Comunicações Hélio Costa, de 72 anos, deve receber alta médica hoje. Foi internado no Hospital Biocor, em Belo Horizonte, no dia 4, com angina, e submetido a um cateterismo. Geólogos/ A presidente Dilma Rousseff determinou ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM) que geólogos da instituição participem das ações emergenciais lideradas pelo governo para ajudar no reconhecimento de áreas de risco em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, que estão sendo castigados por fortes chuvas, enchentes e deslizamentos. Foram despachados 35 profissionais para Nova Friburgo (RJ), Belo Horizonte e Vitória. Ajuda/ O Banco do Brasil abriu uma conta para que pessoas de todo o Brasil possam fazer doações às vítimas das chuvas em Minas. Haverá anúncios nos terminais de auto-atendimento e nos extratos bancários. O dinheiro será gerido pelo Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), com a Defesa Civil Estadual. A conta para doação é 64529-X, agência 1229-7.