Nas Entrelinhas: Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 31/07/2014
Dilma fez um balanço róseo das
atuação de seu governo na economia, mas pegou carona nos dois mandatos
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se defender das críticas
que vem sofrendo dos agentes econômicos e da oposição
Os que esperavam um mea-culpa e
o anúncio de mudanças de rumos na política econômica de parte da
presidente Dilma Rousseff(PT), candidata à reeleição, saíram frustrados
da sabatina promovida ontem pela Confederação Nacional da Indústria
(CNI), com participação dos principais candidatos a presidente da
República.
Se depender dos aplausos, saíram-se melhor com os
empresários o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador de
Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que bateram duro na gestão da economia,
embora a presidente da República, acompanhada do vice, Michel Temer, e
de seus principais ministros, tenha mobilizado grande atenção.
Dilma fez um balanço róseo das
atuação de seu governo na economia, mas pegou carona nos dois mandatos
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se defender das críticas
que vem sofrendo dos agentes econômicos e da oposição.
Dilma fez um balanço róseo das atuação de seu governo na economia,
mas pegou carona nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva para se defender das críticas que vem sofrendo dos agentes
econômicos e da oposição.
Mesmo com a indústria nacional à bancarrota, defendeu enfaticamente a
sua política industrial, Citou como exemplo a polêmica política de
financiamento do BNDES, que é muito criticada por favorecer grandes
grupos econômicos escolhidos a dedo pelo governo, e a indústria naval,
que passou a receber encomendas da Petrobras.
A maioria dos
empresários presentes, apesar dos elogios formais de alguns diretores da
CNI, até achou graça das loas de Dilma à desoneração de tributos e o
aumento das compras governamentais, à formação técnica com foco na
inovação, ao estabelecimento de marcos regulatórios e dos investimentos
em infraestrutura. É que a indústria brasileira está no maior sufoco.
A presidente da República voltou a atacar os críticos do governo: “A
pior coisa que pode acontecer com a pessoa, empresário, quando tem que
enfrentar desafio ou uma crise, em qualquer atividade, em especial na
atividade econômica, a pior coisa é ficar pessimista. O pessimismo tem o
condão de ter consequências graves. Expectativas pessimistas bloqueiam
as realizações”, disse.
Culpou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pelos problemas de
infraestrutura e saiu pela tangente quando foi obrigada a falar sobre as
medidas que precisarão ser adotadas após as eleições para corrigir a
defasagem das tarifas públicas. “Essa história do tarifaço é mais um
movimento no sentido de instaurar pessimismo, expectativas negativas,
comprometendo o crescimento do país. O que uma empresa pensa quando
passam a falar que vai haver racionamento? Eu não posso investir porque
vai ter restrição da energia, então eu restrinjo a produção”, declarou.
Alternativas para a crise
O candidato do PSDB à
Presidência da República, Aécio Neves, durante a sabatina, anunciou que,
se eleito, vai propor logo na “largada” do governo um projeto de
simplificação do sistema tributário. Segundo ele, a simplificação é
necessária para garantir maior competitividade da indústria brasileira,
com a redução dos encargos tributários. Para Aécio, é preciso avançar em
políticas que incentivem o investimento privado em obras,
principalmente de infraestrutura.
O tucano desceu o sarrafo na gestão do PT na economia. Chamou de
“pífios” os resultados obtidos pelo governo, em consequência de escolhas
erradas. “A grande verdade é que, ao longo dos últimos 12 anos, o atual
governo demonizou as privatizações, as concessões e as parcerias com o
setor privado. Mas eu aprendi muito cedo que o ativo mais valioso da
política é o tempo. E o aprendizado do PT no governo vem custando muito
caro ao Brasil”, disse.
Eduardo Campos (PSB) também defendeu uma reforma tributária, cujo
projeto apresentaria na primeira semana de governo, caso seja eleito.
Foi duro contra o “presidencialismo de coalizão”, numa referência às
alianças do governo com vários partidos, numa espécie de loteamento.
Prometeu por fim à relação do governo federal com os partidos com base
na troca de ministérios por apoio político no Congresso.
“É
fundamental que possamos ter no Brasil a produtividade do setor público,
do setor privado, que hoje é baixíssima, e a produtividade não é chegar
distribuindo ministérios para uma porção de partidos políticos”, disse.
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