Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva armou mesmo uma casa de caboclo para a oposição nos principais estados do país. As alianças que teceu — mesmo sufocando aspirações petistas — estão sendo fundamentais para Dilma Rousseff (PT) e deixam a campanha do tucano José Serra em situação muito difícil.
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Com exceção de São Paulo, onde o tucano Geraldo Alckmin até agora mantém folgada distância do petista Aloizio Mercadante, nos estados de maior contingente eleitoral as pesquisas mais recentes confirmam que os candidatos apoiados por Lula estão em grande vantagem. Na Bahia, o governador petista Jaques Wagner mantém seu favoritismo. O mesmo acontece em Minas Gerais, com Hélio Costa (PMDB); no Rio de Janeiro, com Sérgio Cabral (PMDB); em Pernambuco, com Eduardo Campos (PSB); e no Ceará, com Cid Gomes (PSB).
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Grandes colégios eleitorais, São Paulo (22,3%), Minas Gerais (10,7%), Rio de Janeiro (8,5%), Bahia (7%), Pernambuco (4,6%) e Ceará (4,3%) concentram 57,4% do eleitorado brasileiro. Na cúpula tucana, a prioridade é reverter o quadro em Minas, onde ganhar é considerado decisivo para o resultado nacional. Nos demais estados, a situação é mais difícil, mas os resultados não alteram o curso da eleição.
Eleições//
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, ficou satisfeito com o que viu em visitas aos tribunais regionais eleitorais dos estados. Chamou a atenção do ministro o nível de alfabetização no Pará. Segundo ele, isso pode fazer a diferença com um voto mais consciente nestas eleições.
Na jogada
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está tranquilo com as novas regras do Estatuto do Torcedor que proíbem a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Um dos maiores contratos da Fifa é com a marca de cerveja Budweiser, pertencente à empresa belgo-brasileira Inbev, que foi vendida nos estádios da África do Sul durante os jogos. Segundo Teixeira, a lei que trata de competições organizadas pela CBF e da Copa do Mundo é de responsabilidade da Fifa.
Sem fôlego
A Petrobras está com a língua de fora, não consegue dar conta dos investimentos programados para a exploração do petróleo da camada pré-sal. O empréstimo de R$ 2 bilhões recentemente contraído junto à Caixa Econômica Federal é café pequeno diante das dificuldades da empresa, cujo programa de capitalização precisa alavancar pelo menos US$ 80 bilhões
Murici
Pegou fogo a campanha para o Senado no Rio de Janeiro. Com Marcelo Crivella (PRB) e Cesar Maia (DEM) à frente nas pesquisas, Jorge Picciani (PMDB) e Lindberg Farias (PT) partiram para o tudo ou nada — um contra o outro, é claro. Os dois são candidatos do governador Sérgio Cabral, do PMDB, que disputa a reeleição e finge que a briga não é com ele.
Agenda
Ontem a candidata petista Dilma Rousseff cancelou de última hora um encontro matinal com prefeitos, vice-prefeitos e lideranças políticas no Hotel Embaixador, em Porto Alegre. Alegando cansaço, Dilma deu bolo e foi visitar sua filha única, que está gravida. Depois, se mandou para Curitiba, ao encontro do presidente Lula e do candidato do PDT a governador do Paraná, Osmar Dias, o aliado de última hora que virou o jogo no estado.
Hipocondríaco
O candidato tucano José Serra é um hipocondríaco incorrigível. Vive se queixando de irritação na garganta, que atribui à poluição nas ruas e ao ar-condicionado nos ambientes fechados. O fato de ter que conversar e fazer discursos o dia inteiro durante a campanha agrava a situação.
Estadista
O candidata do PV, Marina Silva, não perde uma oportunidade de criticar os concorrentes na linha de que seriam farinha do mesmo saco. Ora diz que a eleição não é um concurso de currículos, ora ironiza os perfis administrativos de José Serra (PSDB) e de Dilma Rousseff (PT), com a afirmação de que o Brasil não precisa de um gerente que o governe, precisa de um presidente da República que aponte o rumo do futuro.
Retorno/ Em evento do Ministério da Agricultura nesta semana, líderes ruralistas articulavam o retorno do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, caso Dilma Rousseff vença as eleições. Caso José Serra seja eleito, o nome mais cotado para a pasta é o da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
sábado, 31 de julho de 2010
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Casas da Dilma
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Pesquisas do marqueteiro João Santana para definição das pautas do programa eleitoral de Dilma Rousseff (PT) na mídia eletrônica apontam o programa Minha casa, Minha vida como o carro-chefe da campanha. Lançado como parte da estratégia de combate aos efeitos da crise mundial no Brasil, com um orçamento de R$ 26 bilhões, o programa é considerado o de maior sucesso popular no segundo mandato do presidente Lula.
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O programa de financiamento imobiliário e a construção de casas populares, que teve pronta adesão dos bancos e das empresas de construção civil, já nasceu colado à imagem da ex-ministra-chefe da Casa Civil, por uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A rigor, foi o primeiro ato do roteiro traçado por Lula para viabilizar sua candidatura à Presidência da República.
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As pesquisas mostraram que o programa rivaliza com o Bolsa Família em termos de apelo popular, com uma diferença: a política de distribuição de renda às famílias abaixo da linha de pobreza não está associada à candidata petista diretamente. Foi uma espécie de plataforma eleitoral para a reeleição de Lula em 2006.
Freio de arrumação//
Estudos mantidos a sete chaves pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que o Brasil tem uma inflação estrutural da ordem de 3%, atribuída principalmente à indexação de setores da economia que gravitam em torno do salário mínimo. Os mesmos estudos sugerem que o próximo governo faça uma revisão da política de aumento real do piso salarial, daí tanto segredo.
Insegurança
Em tempos de grandes fusões, umas com o apoio do governo e outras sem, a legislação de defesa da concorrência econômica permanece indefinida. A nova lei encalhou na gaveta do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), relator do projeto no Senado, que não concorda com a exigência de pagamento das multas aplicadas às empresas acusadas de prática de cartel ou conduta lesiva ao consumidor para que possam recorrer, nem com a consulta péevia dos atos de concentração. O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, tenta apagar o incêndio.
Companheiros
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei do Ministério das Relações Exteriores que cria oito novos cargos de embaixadores. A medida faz pequenas modificações estruturais na carreira diplomática e agrada aos funcionários antigos que já não têm mais perspectivas de progresso na carreira. E segue a linha de criar representações diplomáticas em países de pequena expressão. Faz parte do sonho do atual governo de conquistar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. O relator do projeto é o deputado Alex Canziani (PTB-PR).
Cara-pálida
O assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia (foto) está tirando o sono da cúpula petista com sua metralhadora de críticas contra o tucano José Serra (PSDB). Os caciques do PT temem que a imagem de Garcia seja associada à da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. Pesquisas internas mostram que as declarações de Garcia no bate-boca com José Serra e seu vice, Índio da Costa, agradam aos militantes petistas, mas assustam os eleitores indecisos.
Garçons
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) lançou ontem, em Curitiba, o Programa Copa na Mesa. Vai qualificar empresários, atendentes e ambulantes para receber os turistas no Mundial de 2014. O Ministério do Turismo destinou R$ 14 milhões para a qualificação de 1,5 mil bares e restaurantes e de 15 mil profissionais
Roubada
Não foi à toa que o senador Jarbas Vasconcelos (foto) relutou tanto para aceitar sua candidatura ao governo de Pernambuco pelo PMDB. Está sendo “cristianizado” pela maioria dos prefeitos tucanos, democratas e até do seu partido. Para conter a debandada, vai entrar com uma ação contra o governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição, por abuso de poder econômico. Jarbas só é candidato porque o tucano José Serra, seu amigo, insistiu. E não joga a toalha porque é cabra da peste.
Aciaria/ O boom da indústria naval, graças ao programa de renovação da frota da Transpetro e à exploração do petróleo da camada pré-sal, não movimentou a cadeia produtiva nacional como deveria. As placas de aço usadas na construção dos navios estão sendo importadas da Polônia e da China, apesar de o minério de ferro ser brasileiro, é claro.
Doações/ A partir da semana que vem, um link para se fazer as doações pela internet deverá estar disponível na página da campanha de Dilma Rousseff (PT). Os internautas terão diversas opções de valores para fazer as doações, entre eles a quantia de R$ 13.
Ciberpetista/ O estudante de publicidade Paulo Henrique Reis, 25 anos, autor do hit da internet Dilmaboy, com mais de 190 mil acessos, se filiou ao PT. A entrada na vida partidária aconteceu logo após encontro entre blogueiros em Salvador, promovido pelo governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e pelo responsável da campanha de Dilma Rousseff na web, Marcelo Branco.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Pesquisas do marqueteiro João Santana para definição das pautas do programa eleitoral de Dilma Rousseff (PT) na mídia eletrônica apontam o programa Minha casa, Minha vida como o carro-chefe da campanha. Lançado como parte da estratégia de combate aos efeitos da crise mundial no Brasil, com um orçamento de R$ 26 bilhões, o programa é considerado o de maior sucesso popular no segundo mandato do presidente Lula.
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O programa de financiamento imobiliário e a construção de casas populares, que teve pronta adesão dos bancos e das empresas de construção civil, já nasceu colado à imagem da ex-ministra-chefe da Casa Civil, por uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A rigor, foi o primeiro ato do roteiro traçado por Lula para viabilizar sua candidatura à Presidência da República.
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As pesquisas mostraram que o programa rivaliza com o Bolsa Família em termos de apelo popular, com uma diferença: a política de distribuição de renda às famílias abaixo da linha de pobreza não está associada à candidata petista diretamente. Foi uma espécie de plataforma eleitoral para a reeleição de Lula em 2006.
Freio de arrumação//
Estudos mantidos a sete chaves pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que o Brasil tem uma inflação estrutural da ordem de 3%, atribuída principalmente à indexação de setores da economia que gravitam em torno do salário mínimo. Os mesmos estudos sugerem que o próximo governo faça uma revisão da política de aumento real do piso salarial, daí tanto segredo.
Insegurança
Em tempos de grandes fusões, umas com o apoio do governo e outras sem, a legislação de defesa da concorrência econômica permanece indefinida. A nova lei encalhou na gaveta do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), relator do projeto no Senado, que não concorda com a exigência de pagamento das multas aplicadas às empresas acusadas de prática de cartel ou conduta lesiva ao consumidor para que possam recorrer, nem com a consulta péevia dos atos de concentração. O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, tenta apagar o incêndio.
Companheiros
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei do Ministério das Relações Exteriores que cria oito novos cargos de embaixadores. A medida faz pequenas modificações estruturais na carreira diplomática e agrada aos funcionários antigos que já não têm mais perspectivas de progresso na carreira. E segue a linha de criar representações diplomáticas em países de pequena expressão. Faz parte do sonho do atual governo de conquistar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. O relator do projeto é o deputado Alex Canziani (PTB-PR).
Cara-pálida
O assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia (foto) está tirando o sono da cúpula petista com sua metralhadora de críticas contra o tucano José Serra (PSDB). Os caciques do PT temem que a imagem de Garcia seja associada à da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. Pesquisas internas mostram que as declarações de Garcia no bate-boca com José Serra e seu vice, Índio da Costa, agradam aos militantes petistas, mas assustam os eleitores indecisos.
Garçons
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) lançou ontem, em Curitiba, o Programa Copa na Mesa. Vai qualificar empresários, atendentes e ambulantes para receber os turistas no Mundial de 2014. O Ministério do Turismo destinou R$ 14 milhões para a qualificação de 1,5 mil bares e restaurantes e de 15 mil profissionais
Roubada
Não foi à toa que o senador Jarbas Vasconcelos (foto) relutou tanto para aceitar sua candidatura ao governo de Pernambuco pelo PMDB. Está sendo “cristianizado” pela maioria dos prefeitos tucanos, democratas e até do seu partido. Para conter a debandada, vai entrar com uma ação contra o governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição, por abuso de poder econômico. Jarbas só é candidato porque o tucano José Serra, seu amigo, insistiu. E não joga a toalha porque é cabra da peste.
Aciaria/ O boom da indústria naval, graças ao programa de renovação da frota da Transpetro e à exploração do petróleo da camada pré-sal, não movimentou a cadeia produtiva nacional como deveria. As placas de aço usadas na construção dos navios estão sendo importadas da Polônia e da China, apesar de o minério de ferro ser brasileiro, é claro.
Doações/ A partir da semana que vem, um link para se fazer as doações pela internet deverá estar disponível na página da campanha de Dilma Rousseff (PT). Os internautas terão diversas opções de valores para fazer as doações, entre eles a quantia de R$ 13.
Ciberpetista/ O estudante de publicidade Paulo Henrique Reis, 25 anos, autor do hit da internet Dilmaboy, com mais de 190 mil acessos, se filiou ao PT. A entrada na vida partidária aconteceu logo após encontro entre blogueiros em Salvador, promovido pelo governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e pelo responsável da campanha de Dilma Rousseff na web, Marcelo Branco.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
O mapa da mina
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Uma das dificuldades da oposição na campanha eleitoral é o grau de satisfação dos cidadãos com a economia. Havia uma distância entre o sujeito ter um título de eleitor e ter acesso ao mercado interno, o que, grosso modo, servia de indicador do nível de exclusão social existente no país. Nos centros urbanos, esse eleitor excluído votava na oposição; nos grotões, era tangido pelas oligarquias. Agora, aplaude o presidente Lula sem intermediários.
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Parcela considerável dessa massa entrou no mercado graças à elevação da renda e ao crédito fácil. O Bradesco, por exemplo, comemora o fato de que metade dos seus 20,6 milhões de correntistas pertence à classe C, sendo 2 milhões recém-egressos das classes D e E espalhados por todos os municípios do país.
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Essa nova classe média usa e abusa dos cartões de crédito, dos créditos consignado e imobiliário, do financiamento de veículos e dos seguros de automóveis, e sonha com uma aposentadoria complementar privada, mesmo com o risco de endividamento exagerado e inadimplência. Mas esses novos emergentes seguem a máxima popular do “quem não deve, não tem”. E acreditam que o Brasil vai muito bem, obrigado, como propaga o ufanismo oficial.
Continência
Uma das quatro prioridades do programa de governo de Dilma Rousseff (PT) para a saúde é a criação do serviço civil obrigatório. A proposta petista obrigaria estudantes de medicina de todo o país — que estudarem ou fizerem residências nas escolas públicas — a atuarem em hospitais públicos de cidades do interior. Todos seriam remunerados e teriam que cumprir um tempo mínimo para pagar o investimento que o governo fez na formação do profissional.
DilmaToy
É politicamente incorreta a animação da petista Dilma Rousseff dançando funk com o presidente Lula no YouTube. Termina com o tucano José Serra num caixão. Ontem, tinha 2.055 acessos
Reconciliação
Depois de vários desencontros, Dilma Rousseff e o deputado cearense Ciro Gomes (foto), do PSB-CE, vão se reunir hoje em almoço promovido pela própria candidata, em Brasília. A partir da conversa pode sair um acordo sobre a participação de Ciro na campanha, mas ninguém no PT arrisca um palpite. O ex-ministro da Integração Nacional é imprevisível.
Comparação
José Serra (PSDB) não perde uma oportunidade de criticar o governo Lula no que tange ao ensino profissionalizante. Segundo o tucano, o governo Lula não alcançou a meta governista de 500 mil matrículas até 2010. No ano passado, foram realizadas apenas 148 mil matrículas nos estabelecimentos federais. No mesmo período, o governo paulista ofereceu 218 mil vagas para o ensino técnico e 53 mil para o tecnológico, registrando 67% a mais do que todas as unidades do governo federal.
Suspense
Decisão unânime do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro confirmando a candidatura do ex-governador Anthony Garotinho ao cargo de deputado federal pelo PR aumenta o suspense nas eleições fluminenses. Seu candidato a governador é Fernando Peregrino (PR), mas nada impede que ele possa desistir para dar lugar à volta de Garotinho na disputa pelo Palácio Guanabara.
Segredos
Os programas eleitorais que irão ao ar a partir do próximo dia 17 estão sendo tratados como segredo de Estado na cúpula do PT. Nem mesmo assessores mais próximos de Dilma sabem quais surpresas o publicitário João Santana reserva para o início das propagandas na TV. A única certeza é de que Lula não será o âncora de todos os programas, mas vai aparecer bastante.
Bombou
Pesquisa do Ibope divulgada pela Federação das Indústrias do Espírito Santo confirma o governador capixaba Paulo Hartung (PMDB) como grande “eleitor” do estado. Sua administração é aprovada por 81% dos eleitores e 72% confiam no governador. Renato Casagrande (PSB), candidato de Hartung ao Palácio Anchieta, aparece com 51% das intenções de voto, seguido por Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), com 18%. A pesquisa ouviu 812 eleitores entre 22 e 25 de julho e foi registrada no TSE sob protocolo número 20616/2010.
Sucatão
O presidente Lula quer comprar um novo avião para substituir o “Sucatão”. Argumenta que a velha aeronave o acompanha nas viagens com os convidados da comitiva oficial. Se cair, uma parte do empresariado brasileiro morre na tragédia. Já houve viagem com 18 mecânicos a bordo.
Popular/ O comitê central da campanha de Dilma Rousseff está localizado no térreo de um edifício no centro comercial da Asa Sul de Brasília. O fácil acesso tem sido motivo de dor de cabeça para as funcionárias que fazem atendimento ao público. Um boteco ao lado atrai para a porta do comitê uma legião de bêbados.
Senado/ Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PMDB) estão em empate técnico, com 53% e 49% das intenções de voto, respectivamente, na disputa pelas vagas do Senado no Espírito Santo. Em terceiro lugar está a tucana Rita Camata (PSDB), com 30%.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Uma das dificuldades da oposição na campanha eleitoral é o grau de satisfação dos cidadãos com a economia. Havia uma distância entre o sujeito ter um título de eleitor e ter acesso ao mercado interno, o que, grosso modo, servia de indicador do nível de exclusão social existente no país. Nos centros urbanos, esse eleitor excluído votava na oposição; nos grotões, era tangido pelas oligarquias. Agora, aplaude o presidente Lula sem intermediários.
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Parcela considerável dessa massa entrou no mercado graças à elevação da renda e ao crédito fácil. O Bradesco, por exemplo, comemora o fato de que metade dos seus 20,6 milhões de correntistas pertence à classe C, sendo 2 milhões recém-egressos das classes D e E espalhados por todos os municípios do país.
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Essa nova classe média usa e abusa dos cartões de crédito, dos créditos consignado e imobiliário, do financiamento de veículos e dos seguros de automóveis, e sonha com uma aposentadoria complementar privada, mesmo com o risco de endividamento exagerado e inadimplência. Mas esses novos emergentes seguem a máxima popular do “quem não deve, não tem”. E acreditam que o Brasil vai muito bem, obrigado, como propaga o ufanismo oficial.
Continência
Uma das quatro prioridades do programa de governo de Dilma Rousseff (PT) para a saúde é a criação do serviço civil obrigatório. A proposta petista obrigaria estudantes de medicina de todo o país — que estudarem ou fizerem residências nas escolas públicas — a atuarem em hospitais públicos de cidades do interior. Todos seriam remunerados e teriam que cumprir um tempo mínimo para pagar o investimento que o governo fez na formação do profissional.
DilmaToy
É politicamente incorreta a animação da petista Dilma Rousseff dançando funk com o presidente Lula no YouTube. Termina com o tucano José Serra num caixão. Ontem, tinha 2.055 acessos
Reconciliação
Depois de vários desencontros, Dilma Rousseff e o deputado cearense Ciro Gomes (foto), do PSB-CE, vão se reunir hoje em almoço promovido pela própria candidata, em Brasília. A partir da conversa pode sair um acordo sobre a participação de Ciro na campanha, mas ninguém no PT arrisca um palpite. O ex-ministro da Integração Nacional é imprevisível.
Comparação
José Serra (PSDB) não perde uma oportunidade de criticar o governo Lula no que tange ao ensino profissionalizante. Segundo o tucano, o governo Lula não alcançou a meta governista de 500 mil matrículas até 2010. No ano passado, foram realizadas apenas 148 mil matrículas nos estabelecimentos federais. No mesmo período, o governo paulista ofereceu 218 mil vagas para o ensino técnico e 53 mil para o tecnológico, registrando 67% a mais do que todas as unidades do governo federal.
Suspense
Decisão unânime do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro confirmando a candidatura do ex-governador Anthony Garotinho ao cargo de deputado federal pelo PR aumenta o suspense nas eleições fluminenses. Seu candidato a governador é Fernando Peregrino (PR), mas nada impede que ele possa desistir para dar lugar à volta de Garotinho na disputa pelo Palácio Guanabara.
Segredos
Os programas eleitorais que irão ao ar a partir do próximo dia 17 estão sendo tratados como segredo de Estado na cúpula do PT. Nem mesmo assessores mais próximos de Dilma sabem quais surpresas o publicitário João Santana reserva para o início das propagandas na TV. A única certeza é de que Lula não será o âncora de todos os programas, mas vai aparecer bastante.
Bombou
Pesquisa do Ibope divulgada pela Federação das Indústrias do Espírito Santo confirma o governador capixaba Paulo Hartung (PMDB) como grande “eleitor” do estado. Sua administração é aprovada por 81% dos eleitores e 72% confiam no governador. Renato Casagrande (PSB), candidato de Hartung ao Palácio Anchieta, aparece com 51% das intenções de voto, seguido por Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), com 18%. A pesquisa ouviu 812 eleitores entre 22 e 25 de julho e foi registrada no TSE sob protocolo número 20616/2010.
Sucatão
O presidente Lula quer comprar um novo avião para substituir o “Sucatão”. Argumenta que a velha aeronave o acompanha nas viagens com os convidados da comitiva oficial. Se cair, uma parte do empresariado brasileiro morre na tragédia. Já houve viagem com 18 mecânicos a bordo.
Popular/ O comitê central da campanha de Dilma Rousseff está localizado no térreo de um edifício no centro comercial da Asa Sul de Brasília. O fácil acesso tem sido motivo de dor de cabeça para as funcionárias que fazem atendimento ao público. Um boteco ao lado atrai para a porta do comitê uma legião de bêbados.
Senado/ Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PMDB) estão em empate técnico, com 53% e 49% das intenções de voto, respectivamente, na disputa pelas vagas do Senado no Espírito Santo. Em terceiro lugar está a tucana Rita Camata (PSDB), com 30%.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Radicais de esquerda
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Ignorados pela cobertura diária da mídia, o papel de quatro candidatos de esquerda na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda é uma incógnita. Plínio de Arruda Sampaio (PSol) terá pouco mais de um minuto de tevê. Ivan Pinheiro (PCB), Zé Maria (PSTU) e Rui Pimenta (PCO) terão 40 segundos diários para expor suas ideias. Contra quem pretendem disparar na mídia eletrônica?
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Em princípio, os quatro são críticos do “aggiornamento” petista, que, ao longo dos anos, representou o abandono de velhas bandeiras da esquerda radical, como a estatização dos bancos, a taxação do capital estrangeiro e a expropriação dos latifúndios, dentre outras. Atacam duramente as alianças e a moderação do governo Lula.
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Nos movimentos sociais, sobrevivem graças à crítica sistemática aos líderes petistas. Acusam o PT de abandonar propostas como o fim do imposto sindical e a adoção dos contratos coletivos de trabalho, que simbolizariam a autonomia sindical. Num eventual segundo turno, porém, jamais apoiarão o tucano José Serra, que consideram o candidato da direita.
Plínio
O ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio (foto) é um veterano democrata-cristão que aderiu à teologia da libertação e às comunidades eclesiais de base, sendo um dos fundadores do PT. Sua candidatura foi uma resposta da dissidência petista que fundou o PSol à moderação da candidata do Partido Verde, Marina Silva. A legenda atua no Congresso, nas universidades e em alguns sindicatos.
Ivan
Ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio Janeiro, Ivan Pinheiro (foto) é um sindicalista da mesma geração do presidente Lula. Comunista ortodoxo — daqueles que considera Mikhail Gorbatchov o responsável pela dissolução da União Soviética —, liderou a dissidência à mudança de sigla do antigo Partidão e refundou o PCB da foice e do martelo.
Zé Maria
Veterano das greves do ABC de 1978, o ex-metalúrgico José Maria de Almeida é o principal líder do PSTU, cuja origem é a antiga Convergência Socialista, corrente trotskista ligada à Quarta Internacional, do marxista argentino Nahuel Moreno e que participou da fundação do PT. Deixou o PT quando a Articulação exigiu a dissolução da Convergência.
Rui
Ex-líder estudantil, o jornalista Rui Costa Pimenta também participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, no fim da década de 1970, como integrante da corrente trotskista Causa Operária. Após um histórico de choques com a direção do PT, foi expulso da legenda em 1996 e fundou o Partido da Causa Operária (PCO).
Multas
Com a multa que recebeu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ontem, no valor de R$ 10 mil, por propaganda eleitoral antecipada, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, já deve à Justiça Eleitoral a quantia de R$ 25 mil
Escolta
Cada candidato que participará do primeiro debate em televisão, em 5 de agosto, na Rede Bandeirantes, em São Paulo, terá direito a levar 25 acompanhantes. Mesmo assim, a disputa por um lugar na plateia nas campanhas pegou fogo. Estão com a presença confirmada Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSol).
Pesquisas
Mais 24 pesquisas estão sendo realizadas nesta semana. O Ibope realiza 15 delas, sendo uma nacional e as demais regionais. Os estados pesquisados são Espírito Santo, Acre, Amapá, Amazonas, Roraima, Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além do Distrito Federal. Os institutos IBGS, Tráfego, Soma, Intelligence, Ibrape e Serpes também estão em campo.
Acantonado/ O ministro da Cultura, Juca Ferreira, deslocou seu gabinete para o Royal Tulip Brasília Alvorada Hotel, no Setor de Clubes Esportivos Norte, em Brasília. O local recebe a 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, que reúne cerca de 800 participantes de 187 países. Motivo: o ministro é o atual presidente do Comitê do Patrimônio Mundial e sua agenda foi tomada por reuniões bilaterais.
Temática/ Na reunião de programa de governo realizada ontem no comitê de Dilma Rousseff, em Brasília, a pauta da vez foi a juventude. Esse será o primeiro tema da campanha da candidata a ser fechado em seu programa. As propostas para a educação, a segurança e a saúde — que são prioridades para o tucano José Serra — ainda estão em fase de elaboração.
Prata da casa/ O presidente Lula ficou satisfeito com a primeira convocação de Mano Menezes para a Seleção Brasileira. Segundo interlocutores, Lula disse que essa foi a primeira vez que soube o nome da metade do time, já que tem bastantes jogadores atuando no Brasil
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Ignorados pela cobertura diária da mídia, o papel de quatro candidatos de esquerda na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda é uma incógnita. Plínio de Arruda Sampaio (PSol) terá pouco mais de um minuto de tevê. Ivan Pinheiro (PCB), Zé Maria (PSTU) e Rui Pimenta (PCO) terão 40 segundos diários para expor suas ideias. Contra quem pretendem disparar na mídia eletrônica?
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Em princípio, os quatro são críticos do “aggiornamento” petista, que, ao longo dos anos, representou o abandono de velhas bandeiras da esquerda radical, como a estatização dos bancos, a taxação do capital estrangeiro e a expropriação dos latifúndios, dentre outras. Atacam duramente as alianças e a moderação do governo Lula.
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Nos movimentos sociais, sobrevivem graças à crítica sistemática aos líderes petistas. Acusam o PT de abandonar propostas como o fim do imposto sindical e a adoção dos contratos coletivos de trabalho, que simbolizariam a autonomia sindical. Num eventual segundo turno, porém, jamais apoiarão o tucano José Serra, que consideram o candidato da direita.
Plínio
O ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio (foto) é um veterano democrata-cristão que aderiu à teologia da libertação e às comunidades eclesiais de base, sendo um dos fundadores do PT. Sua candidatura foi uma resposta da dissidência petista que fundou o PSol à moderação da candidata do Partido Verde, Marina Silva. A legenda atua no Congresso, nas universidades e em alguns sindicatos.
Ivan
Ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio Janeiro, Ivan Pinheiro (foto) é um sindicalista da mesma geração do presidente Lula. Comunista ortodoxo — daqueles que considera Mikhail Gorbatchov o responsável pela dissolução da União Soviética —, liderou a dissidência à mudança de sigla do antigo Partidão e refundou o PCB da foice e do martelo.
Zé Maria
Veterano das greves do ABC de 1978, o ex-metalúrgico José Maria de Almeida é o principal líder do PSTU, cuja origem é a antiga Convergência Socialista, corrente trotskista ligada à Quarta Internacional, do marxista argentino Nahuel Moreno e que participou da fundação do PT. Deixou o PT quando a Articulação exigiu a dissolução da Convergência.
Rui
Ex-líder estudantil, o jornalista Rui Costa Pimenta também participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, no fim da década de 1970, como integrante da corrente trotskista Causa Operária. Após um histórico de choques com a direção do PT, foi expulso da legenda em 1996 e fundou o Partido da Causa Operária (PCO).
Multas
Com a multa que recebeu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ontem, no valor de R$ 10 mil, por propaganda eleitoral antecipada, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, já deve à Justiça Eleitoral a quantia de R$ 25 mil
Escolta
Cada candidato que participará do primeiro debate em televisão, em 5 de agosto, na Rede Bandeirantes, em São Paulo, terá direito a levar 25 acompanhantes. Mesmo assim, a disputa por um lugar na plateia nas campanhas pegou fogo. Estão com a presença confirmada Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSol).
Pesquisas
Mais 24 pesquisas estão sendo realizadas nesta semana. O Ibope realiza 15 delas, sendo uma nacional e as demais regionais. Os estados pesquisados são Espírito Santo, Acre, Amapá, Amazonas, Roraima, Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além do Distrito Federal. Os institutos IBGS, Tráfego, Soma, Intelligence, Ibrape e Serpes também estão em campo.
Acantonado/ O ministro da Cultura, Juca Ferreira, deslocou seu gabinete para o Royal Tulip Brasília Alvorada Hotel, no Setor de Clubes Esportivos Norte, em Brasília. O local recebe a 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, que reúne cerca de 800 participantes de 187 países. Motivo: o ministro é o atual presidente do Comitê do Patrimônio Mundial e sua agenda foi tomada por reuniões bilaterais.
Temática/ Na reunião de programa de governo realizada ontem no comitê de Dilma Rousseff, em Brasília, a pauta da vez foi a juventude. Esse será o primeiro tema da campanha da candidata a ser fechado em seu programa. As propostas para a educação, a segurança e a saúde — que são prioridades para o tucano José Serra — ainda estão em fase de elaboração.
Prata da casa/ O presidente Lula ficou satisfeito com a primeira convocação de Mano Menezes para a Seleção Brasileira. Segundo interlocutores, Lula disse que essa foi a primeira vez que soube o nome da metade do time, já que tem bastantes jogadores atuando no Brasil
terça-feira, 27 de julho de 2010
Pesquisas da discórdia
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Na política brasileira sobram exemplos de que pesquisas não ganham eleição, porém, tiram do sério candidatos e mexem com os ânimos de seus partidários. Por isso, a divulgação dos levantamentos é tratada por marqueteiros como uma guerra de informação e de contrainformação. Quando a pesquisa é favorável, é tratada como verdadeira; quando não é, vira maracutaia. E a polêmica sobre elas pega fogo na campanha.
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É mais ou menos o que está acontecendo entre militantes do PT e do PSDB por causa das listas do Vox Populi e do Datafolha divulgadas na semana passada. Os dois partidos, a propósito, têm suas próprias pesquisas diárias (não divulgadas) e critérios mais científicos, portanto, para avaliar eventuais discrepâncias.
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Na pesquisa Datafolha para presidente da República divulgada no último sábado, há um empate técnico entre os candidatos José Serra (PSDB), com 37% das intenções de voto, e Dilma Rousseff (PT), com 36%. Marina Silva (PV) aparece com 10 pontos. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Com isso, Serra pode ter entre 35% e 39% e Dilma, entre 34% e 38%. Ou seja, tanto um quanto a outra podem estar na frente, com uma diferença de até 5% a 3%, respectivamente.
Olhares
O resultado foi comemorado pelo PSDB, mas nem tanto pelo PT. Afinal, na sexta-feira anterior, a pesquisa do Vox Populi mostrava Dilma com oito pontos de vantagem. Teria 41%, contra 33% de Serra e 8% de Marina Silva. Essa discrepância alimentou polêmicas que deverão se intensificar com a divulgação das próximas pesquisas Sensus e Ibope. Os dois institutos — como no caso do Datafolha e do Vox Populi — também costumam apresentar resultados discrepantes por causa da diferença de metodologia.
Mulheres
O ex-prefeito Cesar Maia, candidato ao Senado pelo DEM no Rio de Janeiro, é um estudioso das pesquisas eleitorais e tem uma interpretação interessante para a diferença entre as duas pesquisas. Conforme revelou no seu Ex-Blog de ontem, as pesquisas Datafolha e Vox Populi teriam “pelo menos um ponto fulcral divergente: o voto feminino, o qual no Datafolha dá uma vantagem de oito pontos para Serra”. Segundo Maia, a pesquisa em ponto de fluxo do Datafolha alcança menos a mulher que trabalha em sua casa, ao contrário do Vox Populi, que faz entrevistas domiciliares.
Cotação
Além das boas relações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha, um dos candidatos à vaga do ministro Eros Grau no Supremo Tribunal Federal (STF), é o que tem melhor relacionamento com os demais integrantes do STF. Também disputam a indicação de Lula para a vaga o advogado Luiz Roberto Barroso e o ministro do STJ Luiz Fux.
Mineirão
O governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição, se reúne amanhã com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Assunto: discutir a abertura da Copa de 2014 no Mineirão, uma vez que o Morumbi continua sem condições de receber o torneio. Segundo a Fifa, a reforma do estádio de Belo Horizonte é o único projeto que está absolutamente em dia com o cronograma.
Rombo
O deficit da Previdência já chegou a R$ 22,8 bilhões no semestre. Em função do reajuste de 7,7% para todos os aposentados que recebem mais de um salário mínimo, o rombo neste ano subiu de R$ 45 bilhões para R$ 47,8 bilhões
Dilmaboy
Coordenador da campanha de Dilma Rousseff na internet, Marcelo Branco embarcou na onda do “Dilmaboy”, sucesso de acessos no YouTube. Nesta semana, Branco viaja com o autor do vídeo para Salvador. Eles participarão de um encontro com o governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição na Bahia. A pauta da reunião será o uso das redes sociais na internet nas campanhas eleitorais.
Programa
Os responsáveis pela campanha de Dilma Rousseff estão empenhados em fechar o programa de governo da candidata petista até o início das propagandas gratuitas na TV, em 17 de agosto. Uma das alternativas encontradas será subdividir o programa em pastas temáticas. Dessa forma, cada tema poderá ser melhor explorado e discutido separadamente.
Medalha - Essa não é para qualquer um. Marianne Peretti, a autora dos vitrais que embelezam as obras de Oscar Niemeyer em Brasília, foi condecorada com a Ordem Nacional da Legião de Honra da França, com o título de Chevalier de la Légion d’Honneur, maior condecoração do governo francês.
Programa - A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, apresenta hoje em São Paulo a nova versão do seu programa de governo.
Reforço - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrará de sola na eleição no Rio Grande do Sul. Na quinta-feira, ao lado de Dilma Rousseff, comparecerá a um ato político do candidato do PT ao governo gaúcho, Tarso Genro.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Na política brasileira sobram exemplos de que pesquisas não ganham eleição, porém, tiram do sério candidatos e mexem com os ânimos de seus partidários. Por isso, a divulgação dos levantamentos é tratada por marqueteiros como uma guerra de informação e de contrainformação. Quando a pesquisa é favorável, é tratada como verdadeira; quando não é, vira maracutaia. E a polêmica sobre elas pega fogo na campanha.
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É mais ou menos o que está acontecendo entre militantes do PT e do PSDB por causa das listas do Vox Populi e do Datafolha divulgadas na semana passada. Os dois partidos, a propósito, têm suas próprias pesquisas diárias (não divulgadas) e critérios mais científicos, portanto, para avaliar eventuais discrepâncias.
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Na pesquisa Datafolha para presidente da República divulgada no último sábado, há um empate técnico entre os candidatos José Serra (PSDB), com 37% das intenções de voto, e Dilma Rousseff (PT), com 36%. Marina Silva (PV) aparece com 10 pontos. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Com isso, Serra pode ter entre 35% e 39% e Dilma, entre 34% e 38%. Ou seja, tanto um quanto a outra podem estar na frente, com uma diferença de até 5% a 3%, respectivamente.
Olhares
O resultado foi comemorado pelo PSDB, mas nem tanto pelo PT. Afinal, na sexta-feira anterior, a pesquisa do Vox Populi mostrava Dilma com oito pontos de vantagem. Teria 41%, contra 33% de Serra e 8% de Marina Silva. Essa discrepância alimentou polêmicas que deverão se intensificar com a divulgação das próximas pesquisas Sensus e Ibope. Os dois institutos — como no caso do Datafolha e do Vox Populi — também costumam apresentar resultados discrepantes por causa da diferença de metodologia.
Mulheres
O ex-prefeito Cesar Maia, candidato ao Senado pelo DEM no Rio de Janeiro, é um estudioso das pesquisas eleitorais e tem uma interpretação interessante para a diferença entre as duas pesquisas. Conforme revelou no seu Ex-Blog de ontem, as pesquisas Datafolha e Vox Populi teriam “pelo menos um ponto fulcral divergente: o voto feminino, o qual no Datafolha dá uma vantagem de oito pontos para Serra”. Segundo Maia, a pesquisa em ponto de fluxo do Datafolha alcança menos a mulher que trabalha em sua casa, ao contrário do Vox Populi, que faz entrevistas domiciliares.
Cotação
Além das boas relações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha, um dos candidatos à vaga do ministro Eros Grau no Supremo Tribunal Federal (STF), é o que tem melhor relacionamento com os demais integrantes do STF. Também disputam a indicação de Lula para a vaga o advogado Luiz Roberto Barroso e o ministro do STJ Luiz Fux.
Mineirão
O governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição, se reúne amanhã com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Assunto: discutir a abertura da Copa de 2014 no Mineirão, uma vez que o Morumbi continua sem condições de receber o torneio. Segundo a Fifa, a reforma do estádio de Belo Horizonte é o único projeto que está absolutamente em dia com o cronograma.
Rombo
O deficit da Previdência já chegou a R$ 22,8 bilhões no semestre. Em função do reajuste de 7,7% para todos os aposentados que recebem mais de um salário mínimo, o rombo neste ano subiu de R$ 45 bilhões para R$ 47,8 bilhões
Dilmaboy
Coordenador da campanha de Dilma Rousseff na internet, Marcelo Branco embarcou na onda do “Dilmaboy”, sucesso de acessos no YouTube. Nesta semana, Branco viaja com o autor do vídeo para Salvador. Eles participarão de um encontro com o governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição na Bahia. A pauta da reunião será o uso das redes sociais na internet nas campanhas eleitorais.
Programa
Os responsáveis pela campanha de Dilma Rousseff estão empenhados em fechar o programa de governo da candidata petista até o início das propagandas gratuitas na TV, em 17 de agosto. Uma das alternativas encontradas será subdividir o programa em pastas temáticas. Dessa forma, cada tema poderá ser melhor explorado e discutido separadamente.
Medalha - Essa não é para qualquer um. Marianne Peretti, a autora dos vitrais que embelezam as obras de Oscar Niemeyer em Brasília, foi condecorada com a Ordem Nacional da Legião de Honra da França, com o título de Chevalier de la Légion d’Honneur, maior condecoração do governo francês.
Programa - A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, apresenta hoje em São Paulo a nova versão do seu programa de governo.
Reforço - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrará de sola na eleição no Rio Grande do Sul. Na quinta-feira, ao lado de Dilma Rousseff, comparecerá a um ato político do candidato do PT ao governo gaúcho, Tarso Genro.
domingo, 25 de julho de 2010
Lula, Obama e Sarkozy
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou num momento de inflexão. A projeção do Brasil na cena mundial é reconhecida até pelo principal candidato de oposição, José Serra (PSDB), mas suas contradições se tornaram maiores do que “o cara”.
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Impulsionada pelo carisma do presidente da República, a política externa foi amparada pela experiência da diplomacia brasileira, apesar do desconforto da velha elite da carreira com o fato de o prestígio de Lula ter suplantado o reconhecido profissionalismo do Itamaraty. Além disso, conta com o lastro de uma economia que suportou bem a crise mundial e está em expansão.
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O frustrado acordo nuclear com o Irã, porém, trincou os cristais. Lula foi desautorizado pela secretária de Defesa dos Estados Unidos, Hillary Clinton, que está virando uma espécie de Henry Kissinger de saias do governo de Barack Obama, e acabou abandonado pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, que era seu principal parceiro entre as potências mundiais — mas que também se alinhou aos Estados Unidos. Na verdade, o Brasil não teve cacife para bancar a posição de Lula no Oriente Médio. E só restam ao presidente mais cinco meses de mandato.
Quintal
Agora, o rompimento diplomático da Venezuela com a Colômbia criou um problema nas fronteiras do Brasil que põe em xeque a capacidade real de o presidente Lula atuar como pacificador de conflitos entre nações, sua verdadeira ambição no plano internacional. É fato que a Venezuela se tornou um santuário para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), acuadas nos oito anos de governo Uribe.
Adeus às armas
A única solução possível para o impasse entre Venezuela e Colômbia é um acordo pelo qual os guerrilheiros das Farc deponham as armas e se incorporem à vida política democrática, como ocorreu em El Salvador com a Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional, o partido do presidente salvadorenho Maurício Funes. O problema é o envolvimento da guerrilha colombiana com os lucrativos negócios do narcotráfico.
Fronteira
Os guerrilheiros das Farc andam cruzando com mais frequência a fronteira com o Brasil. Vêm em busca de suprimentos: medicamentos e alimentos industrializados, principalmente. O problema é a origem do dinheiro que utilizam — o tráfico de drogas. Recentemente, a Polícia Federal prendeu no Amazonas José Manuel Sánchez, conhecido como Martín Ávila ou Tatareto, suspeito de auxiliar na logística e no planejamento financeiro da guerrilha.
Esfriou
A compra dos caças Rafale, da francesa Dassault, pousou no velho Hangar do Zeppelin, em Santa Cruz (RJ). Depois de tudo resolvido com os brigadeiros da Força Aérea Brasileira (FAB) pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, o presidente Lula adiou sine die o programa FX2 de aquisição de 36 caças supersônicos. Motivo: o fato de Sarkozy ter lhe pedido para intermediar a libertação pelo governo do Irã da jornalista francesa Clotilde Reiss, acusada de espionagem, mas não ligar para o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, agradecendo o gesto, como havia combinado com Lula.
Emprego
O IBGE estimou em 7,3% a taxa média mensal de desemprego no primeiro semestre deste ano. O número de trabalhadores com carteira assinada aumentou em 670 mil no primeiro semestre. Agora, são 10,2 milhões
Dobradinha
A bilionária linha de passes entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para aumentar os financiamentos aos grandes projetos do governo, como o trem-bala Rio-São Paulo e a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, está sendo apontada nos meios acadêmicos e empresariais como uma bomba-relógio. Já são 180 bilhões de transferências do Tesouro para o BNDES, que o governo capta no mercado de títulos pagando juros da taxa Selic e empresta cobrando a TJLP, que é subsidiada e custa a metade.
Líder/ Marco Maciel, que acabou de completar 70 anos, continua à frente da disputa por uma vaga no Senado em Pernambuco. A dupla Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro (PTB) não consegue abalar o prestígio do ex-vice-presidente da República da era Fernando Henrique Cardoso.
Monólogo/ O governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) resolveu fazer uma campanha olímpica, sem debates e com poucos comícios. O problema é que Fernando Gabeira (PV) é um craque em campanhas alternativas e acredita que também vai crescer falando sozinho.
Coluna Brasília/DF publicada hoje nos jornais Correio Braziliense e Diário de Pernambuco.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou num momento de inflexão. A projeção do Brasil na cena mundial é reconhecida até pelo principal candidato de oposição, José Serra (PSDB), mas suas contradições se tornaram maiores do que “o cara”.
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Impulsionada pelo carisma do presidente da República, a política externa foi amparada pela experiência da diplomacia brasileira, apesar do desconforto da velha elite da carreira com o fato de o prestígio de Lula ter suplantado o reconhecido profissionalismo do Itamaraty. Além disso, conta com o lastro de uma economia que suportou bem a crise mundial e está em expansão.
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O frustrado acordo nuclear com o Irã, porém, trincou os cristais. Lula foi desautorizado pela secretária de Defesa dos Estados Unidos, Hillary Clinton, que está virando uma espécie de Henry Kissinger de saias do governo de Barack Obama, e acabou abandonado pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, que era seu principal parceiro entre as potências mundiais — mas que também se alinhou aos Estados Unidos. Na verdade, o Brasil não teve cacife para bancar a posição de Lula no Oriente Médio. E só restam ao presidente mais cinco meses de mandato.
Quintal
Agora, o rompimento diplomático da Venezuela com a Colômbia criou um problema nas fronteiras do Brasil que põe em xeque a capacidade real de o presidente Lula atuar como pacificador de conflitos entre nações, sua verdadeira ambição no plano internacional. É fato que a Venezuela se tornou um santuário para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), acuadas nos oito anos de governo Uribe.
Adeus às armas
A única solução possível para o impasse entre Venezuela e Colômbia é um acordo pelo qual os guerrilheiros das Farc deponham as armas e se incorporem à vida política democrática, como ocorreu em El Salvador com a Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional, o partido do presidente salvadorenho Maurício Funes. O problema é o envolvimento da guerrilha colombiana com os lucrativos negócios do narcotráfico.
Fronteira
Os guerrilheiros das Farc andam cruzando com mais frequência a fronteira com o Brasil. Vêm em busca de suprimentos: medicamentos e alimentos industrializados, principalmente. O problema é a origem do dinheiro que utilizam — o tráfico de drogas. Recentemente, a Polícia Federal prendeu no Amazonas José Manuel Sánchez, conhecido como Martín Ávila ou Tatareto, suspeito de auxiliar na logística e no planejamento financeiro da guerrilha.
Esfriou
A compra dos caças Rafale, da francesa Dassault, pousou no velho Hangar do Zeppelin, em Santa Cruz (RJ). Depois de tudo resolvido com os brigadeiros da Força Aérea Brasileira (FAB) pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, o presidente Lula adiou sine die o programa FX2 de aquisição de 36 caças supersônicos. Motivo: o fato de Sarkozy ter lhe pedido para intermediar a libertação pelo governo do Irã da jornalista francesa Clotilde Reiss, acusada de espionagem, mas não ligar para o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, agradecendo o gesto, como havia combinado com Lula.
Emprego
O IBGE estimou em 7,3% a taxa média mensal de desemprego no primeiro semestre deste ano. O número de trabalhadores com carteira assinada aumentou em 670 mil no primeiro semestre. Agora, são 10,2 milhões
Dobradinha
A bilionária linha de passes entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para aumentar os financiamentos aos grandes projetos do governo, como o trem-bala Rio-São Paulo e a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, está sendo apontada nos meios acadêmicos e empresariais como uma bomba-relógio. Já são 180 bilhões de transferências do Tesouro para o BNDES, que o governo capta no mercado de títulos pagando juros da taxa Selic e empresta cobrando a TJLP, que é subsidiada e custa a metade.
Líder/ Marco Maciel, que acabou de completar 70 anos, continua à frente da disputa por uma vaga no Senado em Pernambuco. A dupla Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro (PTB) não consegue abalar o prestígio do ex-vice-presidente da República da era Fernando Henrique Cardoso.
Monólogo/ O governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) resolveu fazer uma campanha olímpica, sem debates e com poucos comícios. O problema é que Fernando Gabeira (PV) é um craque em campanhas alternativas e acredita que também vai crescer falando sozinho.
Coluna Brasília/DF publicada hoje nos jornais Correio Braziliense e Diário de Pernambuco.
sábado, 24 de julho de 2010
Outros números
Por Luiz Carlos Azedo
A pesquisa dataFolha divulgada hoje aponta empate técnico entre José Serra(PSDB) e Dilma Rousseff(PT na corrida presidencial, com ligeira vantagem para o tucano, que está com 37% contra 36% de Dilma. A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 23. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.
È uma diferença muito grande em relação aos números do Vox Populi divulgados na sexta-feira à noite (veja post anterior). Como a pesquisa é maior -- quase 11 mil entrevistas contra 3 mil --, a margem de erro é bem menor. Na última pesquisa, de 30 de junho e 1º de julho, Serra havia registrado 39%, contra 37% de Dilma.
Ambos oscilaram negativamente, mas dentro da margem de erro. Marina Silva (PV) tinha 9% e agora foi a 10%. Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) pontuou pela primeira vez nesta eleição, marcando 1%. Zé Maria (PSTU) também tem 1%.
Outros quatro candidatos de partidos pequenos que concorrem a presidente foram incluídos na pesquisa, mas não atingiram 1%. Numa simulação de segundo turno, o cenário repete o de maio, com Dilma numericamente à frente de Serra, mas dentro da margem de erro: a petista tem 46% contra 45% do tucano.
A pesquisa dataFolha divulgada hoje aponta empate técnico entre José Serra(PSDB) e Dilma Rousseff(PT na corrida presidencial, com ligeira vantagem para o tucano, que está com 37% contra 36% de Dilma. A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 23. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.
È uma diferença muito grande em relação aos números do Vox Populi divulgados na sexta-feira à noite (veja post anterior). Como a pesquisa é maior -- quase 11 mil entrevistas contra 3 mil --, a margem de erro é bem menor. Na última pesquisa, de 30 de junho e 1º de julho, Serra havia registrado 39%, contra 37% de Dilma.
Ambos oscilaram negativamente, mas dentro da margem de erro. Marina Silva (PV) tinha 9% e agora foi a 10%. Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) pontuou pela primeira vez nesta eleição, marcando 1%. Zé Maria (PSTU) também tem 1%.
Outros quatro candidatos de partidos pequenos que concorrem a presidente foram incluídos na pesquisa, mas não atingiram 1%. Numa simulação de segundo turno, o cenário repete o de maio, com Dilma numericamente à frente de Serra, mas dentro da margem de erro: a petista tem 46% contra 45% do tucano.
Corrida de fundo
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
As pesquisas deste fim de semana — Vox Populi e Datafolha — mostram que Dilma Rousseff (PT) novamente ultrapassou José Serra (PSDB) na corrida pela Presidência da República. A vantagem é de 8% na pesquisa da Vox Populi, com 3 mil entrevistas. Hoje, o Datafolha divulga novo levantamento, com quase 11 mil entrevistas. Ou seja, com margem de erro menor.
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Dilma já tem mais de 50% de intenção de votos no Maranhão, no Piauí, no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Pernambuco e na Bahia. O dobro de Serra, que não chega aos 25% dos votos nesses estados, com exceção do Rio Grande do Norte e da Paraíba, onde gravita em torno dos 30%. Até aí, nada demais, pois os votos do Nordeste foram capturados pela petista faz tempo.
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Os maiores problemas de Serra estão no Sul e no Sudeste, regiões nas quais o fôlego de sua campanha vem caindo. Dilma abriu mais 15% de vantagem no Rio de Janeiro e já tem 5% em Minas. Em São Paulo, a vantagem de Serra caiu para 9%. No Paraná, para 8%; no Rio Grande do Sul, para apenas 5%. Somente em Santa Catarina, mantém uma distância de dois dígitos: 11%.
Dois turnos
Marina Silva, candidata do PV, manteve sua posição na disputa, com 8% de intenções de votos. Nesse patamar, ainda é o fiel da balança para que a eleição tenha dois turnos. A estratégia de Marina, isolada politicamente e sem tempo de televisão, é sustentar suas posições utilizando as redes sociais da internet. Marina virou um grande problema para Dilma.
Alianças
O desempenho da economia e o peso das políticas sociais, além dos índices de aprovação do governo e o prestígio de Lula, catapultaram o favoritismo de Dilma Rousseff. Porém, não se pode desprezar o papel da política de alianças do PT no processo eleitoral, o que explica muita coisa em relação, por exemplo, à situação de Serra no Sudeste e no Sul. Na verdade, o PT trabalhou com uma política de frente única e o PSDB só pensou no próprio umbigo.
Idiossincrasias
As idiossincrasias tucanas atrapalham o candidato do PSDB. Serra não conseguiu um candidato a vice mineiro para compor sua chapa, ficou sem candidato a governador no Rio e seu grupo vive se digladiando com o de Geraldo Alckmin, candidato tucano a governador em São Paulo. No Rio Grande do Sul, Serra não removeu a candidatura à reeleição da governadora Yeda Crusius (PSDB). No Paraná, o tucano Beto Richa atropelou Álvaro Dias (PSDB), o vice que não foi, na disputa pela vaga de candidato a governador. Para complicar, o irmão do senador tucano, Osmar Dias (PDT), é o candidato governista.
Debates
A grande esperança do tucano José Serra para reverter a vantagem de Dilma Rousseff está nos debates eleitorais, oportunidade de confronto direto com a petista. O calendário é o seguinte: Bandeirantes, 5 de agosto; Folha/UOL, 18 de agosto; Rede TV!, 12 de setembro; Rede Record, 28 de setembro; e TV Globo, 30 de setembro.
Eleições
Alguém precisa explicar: por que Sergipe precisa de mais recursos adicionais para realizar as eleições do que os estados de São Paulo (R$ 4 milhões) e do Pará (R$ 2,7 milhões)? O estado nordestino recebeu R$ 4,4 milhões
Deixa disso
O presidente Lula deve exercer um papel importante para baixar os ânimos entre Colômbia e Venezuela. Os dois países serão os últimos de um tour que Lula fará pela América do Sul na próxima semana. O presidente também visitará o Paraguai e o Uruguai.
Descolada
Líder nas pesquisas de opinião, a candidata do PT ao Senado, Marta Suplicy, deu o troco no candidato petista ao Palácio dos Bandeirantes, Aloisio Mercadante, que colou sua campanha na do cantor e apresentador Netinho, candidato a senador pelo PCdoB. “Marta é Marta, seja qual for o seu lado”, diz o jingle de campanha feito por Duda Mendonça (foto). A petista está de olho no segundo voto dos tucanos.
Multada/ Dilma Rousseff perdeu mais um prazo para recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e terá que pagar outra multa por propaganda eleitoral antecipada. O TSE condenou a petista pelos discursos realizados durante a inauguração do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti (RJ), em março deste ano. O valor da pena é de R$ 5 mil.
Minúsculos/ Estrategistas de campanhas de candidatos nanicos estão recorrendo à tecnologia para driblar a inexistência de propaganda nas TVs em municípios do interior onde o sinal televisivo é das capitais. A alternativa é distribuir DVDs que seriam veiculados nos programas eleitorais gratuitos.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
As pesquisas deste fim de semana — Vox Populi e Datafolha — mostram que Dilma Rousseff (PT) novamente ultrapassou José Serra (PSDB) na corrida pela Presidência da República. A vantagem é de 8% na pesquisa da Vox Populi, com 3 mil entrevistas. Hoje, o Datafolha divulga novo levantamento, com quase 11 mil entrevistas. Ou seja, com margem de erro menor.
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Dilma já tem mais de 50% de intenção de votos no Maranhão, no Piauí, no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Pernambuco e na Bahia. O dobro de Serra, que não chega aos 25% dos votos nesses estados, com exceção do Rio Grande do Norte e da Paraíba, onde gravita em torno dos 30%. Até aí, nada demais, pois os votos do Nordeste foram capturados pela petista faz tempo.
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Os maiores problemas de Serra estão no Sul e no Sudeste, regiões nas quais o fôlego de sua campanha vem caindo. Dilma abriu mais 15% de vantagem no Rio de Janeiro e já tem 5% em Minas. Em São Paulo, a vantagem de Serra caiu para 9%. No Paraná, para 8%; no Rio Grande do Sul, para apenas 5%. Somente em Santa Catarina, mantém uma distância de dois dígitos: 11%.
Dois turnos
Marina Silva, candidata do PV, manteve sua posição na disputa, com 8% de intenções de votos. Nesse patamar, ainda é o fiel da balança para que a eleição tenha dois turnos. A estratégia de Marina, isolada politicamente e sem tempo de televisão, é sustentar suas posições utilizando as redes sociais da internet. Marina virou um grande problema para Dilma.
Alianças
O desempenho da economia e o peso das políticas sociais, além dos índices de aprovação do governo e o prestígio de Lula, catapultaram o favoritismo de Dilma Rousseff. Porém, não se pode desprezar o papel da política de alianças do PT no processo eleitoral, o que explica muita coisa em relação, por exemplo, à situação de Serra no Sudeste e no Sul. Na verdade, o PT trabalhou com uma política de frente única e o PSDB só pensou no próprio umbigo.
Idiossincrasias
As idiossincrasias tucanas atrapalham o candidato do PSDB. Serra não conseguiu um candidato a vice mineiro para compor sua chapa, ficou sem candidato a governador no Rio e seu grupo vive se digladiando com o de Geraldo Alckmin, candidato tucano a governador em São Paulo. No Rio Grande do Sul, Serra não removeu a candidatura à reeleição da governadora Yeda Crusius (PSDB). No Paraná, o tucano Beto Richa atropelou Álvaro Dias (PSDB), o vice que não foi, na disputa pela vaga de candidato a governador. Para complicar, o irmão do senador tucano, Osmar Dias (PDT), é o candidato governista.
Debates
A grande esperança do tucano José Serra para reverter a vantagem de Dilma Rousseff está nos debates eleitorais, oportunidade de confronto direto com a petista. O calendário é o seguinte: Bandeirantes, 5 de agosto; Folha/UOL, 18 de agosto; Rede TV!, 12 de setembro; Rede Record, 28 de setembro; e TV Globo, 30 de setembro.
Eleições
Alguém precisa explicar: por que Sergipe precisa de mais recursos adicionais para realizar as eleições do que os estados de São Paulo (R$ 4 milhões) e do Pará (R$ 2,7 milhões)? O estado nordestino recebeu R$ 4,4 milhões
Deixa disso
O presidente Lula deve exercer um papel importante para baixar os ânimos entre Colômbia e Venezuela. Os dois países serão os últimos de um tour que Lula fará pela América do Sul na próxima semana. O presidente também visitará o Paraguai e o Uruguai.
Descolada
Líder nas pesquisas de opinião, a candidata do PT ao Senado, Marta Suplicy, deu o troco no candidato petista ao Palácio dos Bandeirantes, Aloisio Mercadante, que colou sua campanha na do cantor e apresentador Netinho, candidato a senador pelo PCdoB. “Marta é Marta, seja qual for o seu lado”, diz o jingle de campanha feito por Duda Mendonça (foto). A petista está de olho no segundo voto dos tucanos.
Multada/ Dilma Rousseff perdeu mais um prazo para recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e terá que pagar outra multa por propaganda eleitoral antecipada. O TSE condenou a petista pelos discursos realizados durante a inauguração do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti (RJ), em março deste ano. O valor da pena é de R$ 5 mil.
Minúsculos/ Estrategistas de campanhas de candidatos nanicos estão recorrendo à tecnologia para driblar a inexistência de propaganda nas TVs em municípios do interior onde o sinal televisivo é das capitais. A alternativa é distribuir DVDs que seriam veiculados nos programas eleitorais gratuitos.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Partido da ordem
Luiz carlos Azedo
Com Leonardo santos
luizazedo.df@dabr.com.br
José Serra (PSDB) subiu o tom dos ataques ao PT e à candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff. O tucano tenta atrair para os votos do chamado "partido da ordem", aquele eleitorado mais conservador, mais moralista e incomodado com a "desordem social". Seu endosso às críticas de Índio da Costa ao PT, por causa das antigas relações da legenda com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), têm esse sentido.
Serra critica duramente a política de segurança do governo Lula, que chama de omissa em relação à expansão do tráfico de drogas e ao contrabando de armas nas fronteiras do país, e questiona as relações do Brasil com o governo da Bolívia, cuja produção de coca teria se expandido em razão do aumento do consumo de cocaína no Brasil.
É um movimento de flanco cujo objetivo eleitoral é conquistar uma fatia do eleitorado atraída por Dilma graças às alianças com o PMDB e outras legendas mais conservadoras. Serra tenta colar em Dilma a imagem de petista radical, o que ela nunca foi, apesar da militância na guerrilha urbana durante o regime militar. Explora a necessidade da candidata de reforçar seus vínculos com a legenda para mobilizar os militantes petistas e dar à sua campanha um caráter de massas e mais popular. É um jogo arriscado do tucano.
Overdose
Índio da Costa exagerou ao acusar o PT de ligação com o narcotráfico, embora tenha mitigado a afirmação posteriormente. O resultado da overdose foi o direito de resposta concedido ao PT pela Justiça Eleitoral. Agora, durante uma semana, o site do PSDB terá que exibir o repúdio petista à afirmação.
Fronteira
O governo pretende reforçar o policiamento nas fronteiras, para onde serão destacados 585 novos policiais federais.
Problema
O rompimento das relações da Venezuela com a Colômbia corrobora as críticas do tucano José Serra à política externa brasileira, mas o governo pretende fazer do limão uma limonada. Avalia que a decisão é um factoide do presidente venezuelano, Hugo Chávez, para desgastar o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que deixa o governo depois de oito anos de mandato. Lula vai trabalhar para reatar a relação entre os dois países após a posse do novo presidente eleito, Juan Manoel Santos.
Filantropia
Decreto presidencial que regulamenta a Lei nº 12.101, que trata da concessão de certificado de entidade beneficente de assistência social para isenção das contribuições para a seguridade social, transferiu a competência das certificações das entidades beneficentes do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) para os ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), da Educação e da Saúde, conforme a atividade-fim. A mãe da criança é a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes (foto). Vai dar confusão.
Tangente
Joaquim Roriz, candidato do PSC ao governo do Distrito Federal, ainda terá que esperar mais um pouco para agendar a visita de José Serra a Brasília. O tucano sai pela tangente quando é questionado sobre o apoio do PSDB ao ex-governador do Distrito Federal, cuja candidatura corre risco de naufragar por causa da lei da Ficha Limpa.
Cautela
Gato escaldado, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci (foto) aconselha a petista Dilma Rousseff a restringir ao máximo a participação em entrevistas e debates. A candidata do PT, porém, está cada vez mais confiante e disposta a partir para o confronto com a oposição.
Suplente / Candidato ao Senado pelo Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB) escalou para sua suplência o ex-presidente do Sindicado dos Policiais Federais do Distrito Federal Cláudio Avelar (PCdoB). Tenta neutralizar o candidato do DEM, Alberto Fraga, que é policial militar.
Descanso / O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, saiu de cena no meio do tiroteio eleitoral envolvendo a vice-procuradora eleitoral Sandra Cureau. Durante as férias de Gurgel, assume o posto a subprocuradora da República Débora Duprat.
Autores / O presidente da OAB, Ophir Cavalcanti, prometeu ao ministro da Cultura, Juca Ferreira, designar um dos conselheiros da Ordem para analisar a proposta do governo federal que modifica a Lei de Direitos Autorais. O anteprojeto - em consulta pública - vem causando polêmica em, alguns setores, pela tentativa de harmonizar o direito autoral com outras normas, como o Código Civil e a Lei de Defesa da Concorrência.
Com Leonardo santos
luizazedo.df@dabr.com.br
José Serra (PSDB) subiu o tom dos ataques ao PT e à candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff. O tucano tenta atrair para os votos do chamado "partido da ordem", aquele eleitorado mais conservador, mais moralista e incomodado com a "desordem social". Seu endosso às críticas de Índio da Costa ao PT, por causa das antigas relações da legenda com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), têm esse sentido.
Serra critica duramente a política de segurança do governo Lula, que chama de omissa em relação à expansão do tráfico de drogas e ao contrabando de armas nas fronteiras do país, e questiona as relações do Brasil com o governo da Bolívia, cuja produção de coca teria se expandido em razão do aumento do consumo de cocaína no Brasil.
É um movimento de flanco cujo objetivo eleitoral é conquistar uma fatia do eleitorado atraída por Dilma graças às alianças com o PMDB e outras legendas mais conservadoras. Serra tenta colar em Dilma a imagem de petista radical, o que ela nunca foi, apesar da militância na guerrilha urbana durante o regime militar. Explora a necessidade da candidata de reforçar seus vínculos com a legenda para mobilizar os militantes petistas e dar à sua campanha um caráter de massas e mais popular. É um jogo arriscado do tucano.
Overdose
Índio da Costa exagerou ao acusar o PT de ligação com o narcotráfico, embora tenha mitigado a afirmação posteriormente. O resultado da overdose foi o direito de resposta concedido ao PT pela Justiça Eleitoral. Agora, durante uma semana, o site do PSDB terá que exibir o repúdio petista à afirmação.
Fronteira
O governo pretende reforçar o policiamento nas fronteiras, para onde serão destacados 585 novos policiais federais.
Problema
O rompimento das relações da Venezuela com a Colômbia corrobora as críticas do tucano José Serra à política externa brasileira, mas o governo pretende fazer do limão uma limonada. Avalia que a decisão é um factoide do presidente venezuelano, Hugo Chávez, para desgastar o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que deixa o governo depois de oito anos de mandato. Lula vai trabalhar para reatar a relação entre os dois países após a posse do novo presidente eleito, Juan Manoel Santos.
Filantropia
Decreto presidencial que regulamenta a Lei nº 12.101, que trata da concessão de certificado de entidade beneficente de assistência social para isenção das contribuições para a seguridade social, transferiu a competência das certificações das entidades beneficentes do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) para os ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), da Educação e da Saúde, conforme a atividade-fim. A mãe da criança é a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes (foto). Vai dar confusão.
Tangente
Joaquim Roriz, candidato do PSC ao governo do Distrito Federal, ainda terá que esperar mais um pouco para agendar a visita de José Serra a Brasília. O tucano sai pela tangente quando é questionado sobre o apoio do PSDB ao ex-governador do Distrito Federal, cuja candidatura corre risco de naufragar por causa da lei da Ficha Limpa.
Cautela
Gato escaldado, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci (foto) aconselha a petista Dilma Rousseff a restringir ao máximo a participação em entrevistas e debates. A candidata do PT, porém, está cada vez mais confiante e disposta a partir para o confronto com a oposição.
Suplente / Candidato ao Senado pelo Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB) escalou para sua suplência o ex-presidente do Sindicado dos Policiais Federais do Distrito Federal Cláudio Avelar (PCdoB). Tenta neutralizar o candidato do DEM, Alberto Fraga, que é policial militar.
Descanso / O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, saiu de cena no meio do tiroteio eleitoral envolvendo a vice-procuradora eleitoral Sandra Cureau. Durante as férias de Gurgel, assume o posto a subprocuradora da República Débora Duprat.
Autores / O presidente da OAB, Ophir Cavalcanti, prometeu ao ministro da Cultura, Juca Ferreira, designar um dos conselheiros da Ordem para analisar a proposta do governo federal que modifica a Lei de Direitos Autorais. O anteprojeto - em consulta pública - vem causando polêmica em, alguns setores, pela tentativa de harmonizar o direito autoral com outras normas, como o Código Civil e a Lei de Defesa da Concorrência.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
O programa de Dilma
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Há muito disse me disse sobre o programa da candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, mas o que pesa mesmo na eleição, para o bem ou para o mal, é o que está sendo feito no governo Lula. E os projetos anunciados neste fim de segundo mandato. O resto é papelada.
O recado é de um integrante do estado-maior do presidente Lula, que considera pura perda de tempo aceitar uma polêmica com a oposição sobre o programa da candidata do PT registrado na Justiça Eleitoral. No caso, não vale o que está escrito. Vale o que a população pensa sobre o atual governo. É o que decidirá a eleição.
Resumo da ópera: o programa de Dilma é a continuidade do governo Lula, o que ela chama de “continuar a mudança”. Segundo os estrategistas de Dilma, isso é o que todo mundo entende, do grande empresário ao peão. O resto — controle social dos meios de comunicação, taxação das grandes fortunas e redução da jornada de trabalho de 40 horas — é especulação.
Polêmica
O presidente Lula está convencido de que há uma disputa política no Ministério Público Federal (MPF) quando o assunto é sua participação na campanha, vista como abuso de poder político e econômico a favor da eleição de Dilma Rousseff. E ainda acredita que setores do MPF ligados à oposição querem interditar sua participação no pleito porque torcem pela vitória do tucano José Serra.
Prioridade
A Prefeitura do Rio decidiu construir um cinema em Nova Brasília, uma das favelas que integram o Complexo do Alemão. Sem contar os equipamentos internos da sala e as desapropriações, a obra custará R$ 2,2 milhões
Interditada
Uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Rondônia está na mira do Ministério Público do Trabalho: a construção da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira. No último dia 14, os promotores recorreram ao Judiciário para obrigar as empresas responsáveis pelo projeto a adequar o canteiro de obras às condições básicas de saúde e de segurança. No dia seguinte, um acidente resultou na morte de um funcionário e três feridos. A Justiça determinou a suspensão da obra.
Alianças
Chamam a atenção os apoios femininos ao deputado ACM Neto (DEM) na Bahia. Ele é aliado da primeira-dama de Salvador, deputada Maria Luiza Carneiro (PSC), esposa do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), que apoia a candidatura de Geddel Vieira Lima (PMDB), candidato ao governo. ACM Neto também conta com o apoio da vereadora e travesti Leo Kret (PR), que também apoia Geddel e Dilma.
Juros
O governo está confiante de que a alta dos juros, cuja taxa Selic foi elevada para 10,75% ontem, é uma medida necessária e temporária. Com a inflação controlada e o crescimento num patamar mais razoável, será possível ao Banco Central segurar os juros no índice máximo de 11%, ou até mesmo reduzi-lo. Quando? Em setembro, antes da eleição, é claro.
Forró
“É Lula apoiando Collor, é Collor apoiando Dilma pelos mais carentes/ É Lula apoiando Dilma, é Dilma apoiando Collor para o bem da nossa gente.” Em rimo de forró, a música de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello, candidato ao governo de Alagoas, tira do sério o concorrente do PSB, Ronaldo Lessa, que só se lançou na disputa por causa de um apelo do presidente Lula.
Clubinho
Enquanto a Câmara não funciona durante o período eleitoral por conta da obstrução liderada pelo líder do PSDB, João Almeida (foto/D), da Bahia, que impede a realização de sessão sem o quorum mínimo de 51 deputados, no Senado a história é diferente. Para iniciar uma sessão, basta a presença de quatro senadores, contando com Mão Santa (foto/E), do PSC piauiense, no comando da sessão.
Mosquitos - Uma epidemia de dengue, com uma média de 300 pessoas por dia nas filas do pronto atendimento em Paulista e em Olinda, ameaça se alastrar pelo Grande Recife e causar um colapso no Hospital Miguel Arraes. Quem não contava com essa é o governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição.
Energético - O candidato tucano José Serra, famoso notívago, descobriu a maneira de se manter atento nos dias em que é obrigado a acordar muito cedo, embora continue varando madrugadas no Twitter. Discretamente, nos eventos de campanha, uma assessora lhe serve pequenas doses de Red Bull.
Arrocho - O governo está de olho nos cartões de crédito. Estuda medidas para aumentar o controle no setor e garantir os direitos dos consumidores. Avalia que as bandeiras estão encarecendo o crédito.
Logística - A Rodovia TO-118, que liga Goiás a Tocantins, a partir de Alto Paraíso (GO), está se desmanchando, ao contrário da GO-050, que vai da divisa a Palmas, em bom estado de conservação. Parece guerra fiscal.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Há muito disse me disse sobre o programa da candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, mas o que pesa mesmo na eleição, para o bem ou para o mal, é o que está sendo feito no governo Lula. E os projetos anunciados neste fim de segundo mandato. O resto é papelada.
O recado é de um integrante do estado-maior do presidente Lula, que considera pura perda de tempo aceitar uma polêmica com a oposição sobre o programa da candidata do PT registrado na Justiça Eleitoral. No caso, não vale o que está escrito. Vale o que a população pensa sobre o atual governo. É o que decidirá a eleição.
Resumo da ópera: o programa de Dilma é a continuidade do governo Lula, o que ela chama de “continuar a mudança”. Segundo os estrategistas de Dilma, isso é o que todo mundo entende, do grande empresário ao peão. O resto — controle social dos meios de comunicação, taxação das grandes fortunas e redução da jornada de trabalho de 40 horas — é especulação.
Polêmica
O presidente Lula está convencido de que há uma disputa política no Ministério Público Federal (MPF) quando o assunto é sua participação na campanha, vista como abuso de poder político e econômico a favor da eleição de Dilma Rousseff. E ainda acredita que setores do MPF ligados à oposição querem interditar sua participação no pleito porque torcem pela vitória do tucano José Serra.
Prioridade
A Prefeitura do Rio decidiu construir um cinema em Nova Brasília, uma das favelas que integram o Complexo do Alemão. Sem contar os equipamentos internos da sala e as desapropriações, a obra custará R$ 2,2 milhões
Interditada
Uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Rondônia está na mira do Ministério Público do Trabalho: a construção da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira. No último dia 14, os promotores recorreram ao Judiciário para obrigar as empresas responsáveis pelo projeto a adequar o canteiro de obras às condições básicas de saúde e de segurança. No dia seguinte, um acidente resultou na morte de um funcionário e três feridos. A Justiça determinou a suspensão da obra.
Alianças
Chamam a atenção os apoios femininos ao deputado ACM Neto (DEM) na Bahia. Ele é aliado da primeira-dama de Salvador, deputada Maria Luiza Carneiro (PSC), esposa do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), que apoia a candidatura de Geddel Vieira Lima (PMDB), candidato ao governo. ACM Neto também conta com o apoio da vereadora e travesti Leo Kret (PR), que também apoia Geddel e Dilma.
Juros
O governo está confiante de que a alta dos juros, cuja taxa Selic foi elevada para 10,75% ontem, é uma medida necessária e temporária. Com a inflação controlada e o crescimento num patamar mais razoável, será possível ao Banco Central segurar os juros no índice máximo de 11%, ou até mesmo reduzi-lo. Quando? Em setembro, antes da eleição, é claro.
Forró
“É Lula apoiando Collor, é Collor apoiando Dilma pelos mais carentes/ É Lula apoiando Dilma, é Dilma apoiando Collor para o bem da nossa gente.” Em rimo de forró, a música de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello, candidato ao governo de Alagoas, tira do sério o concorrente do PSB, Ronaldo Lessa, que só se lançou na disputa por causa de um apelo do presidente Lula.
Clubinho
Enquanto a Câmara não funciona durante o período eleitoral por conta da obstrução liderada pelo líder do PSDB, João Almeida (foto/D), da Bahia, que impede a realização de sessão sem o quorum mínimo de 51 deputados, no Senado a história é diferente. Para iniciar uma sessão, basta a presença de quatro senadores, contando com Mão Santa (foto/E), do PSC piauiense, no comando da sessão.
Mosquitos - Uma epidemia de dengue, com uma média de 300 pessoas por dia nas filas do pronto atendimento em Paulista e em Olinda, ameaça se alastrar pelo Grande Recife e causar um colapso no Hospital Miguel Arraes. Quem não contava com essa é o governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição.
Energético - O candidato tucano José Serra, famoso notívago, descobriu a maneira de se manter atento nos dias em que é obrigado a acordar muito cedo, embora continue varando madrugadas no Twitter. Discretamente, nos eventos de campanha, uma assessora lhe serve pequenas doses de Red Bull.
Arrocho - O governo está de olho nos cartões de crédito. Estuda medidas para aumentar o controle no setor e garantir os direitos dos consumidores. Avalia que as bandeiras estão encarecendo o crédito.
Logística - A Rodovia TO-118, que liga Goiás a Tocantins, a partir de Alto Paraíso (GO), está se desmanchando, ao contrário da GO-050, que vai da divisa a Palmas, em bom estado de conservação. Parece guerra fiscal.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Nós quem, cara-pálidas?
Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@diariosassociados.com.br
Deputado pouco conhecido, Índio da Costa (DEM-RJ), o vice do tucano José Serra, virou o personagem da semana no debate entre petistas e a oposição. O PT se diz chocado com suas afirmações de que a legenda flerta com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e, portanto, com o narcotráfico. Os presidentes do PSDB, Sérgio Guerra; do PPS, Roberto Freire; e até do DEM, Rodrigo Maia, não se solidarizaram com ele. A tese, porém, acabou endossada por José Serra. Por quê?
Ao fazer a ligação da legenda com as Farc, Índio insinuou que o PT é conivente com o tráfico de drogas, fonte de financiamento da guerrilha comunista que há décadas luta contra o governo da Colômbia nas selvas do país. O PT repele a acusação, uma ilação desmedida, e decidiu entrar na Justiça para interpelar o parlamentar. Ameaça processá-lo por calúnia e difamação. Está criada a polêmica.
Com isso, Índio da Costa emerge no debate sucessório como uma espécie de discípulo de Carlos Lacerda, o governador da Guanabara que não perdia uma oportunidade de confrontar a esquerda no limite da razão. Era um passional da política. O vice de Serra abriu uma discussão que foge ao politicamente correto, mas rende frutos junto a certo eleitorado carioca que ainda não foi atraído pelo tucano: o partido da ordem, capturado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que apoia Dilma. E se encaixa como uma luva no discurso tucano de que o governo Lula faz muito pouco contra o tráfico de drogas e o contrabando de armas.
Cobrança
Tucanos querem cobrar do PT uma declaração cabal de condenação às Farc. Uma ala pretende exumar a velha história de Francisco Antonio Cadenas Collazzo, o padre Medina, que já esteve preso no Brasil a pedido do governo da Colômbia. Representante credenciado das Farc, Medina é casado com uma funcionária do Ministério da Pesca e tem uma filha brasileira.
Escola
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, ainda não sabe o que fará na volta às aulas do Ciep onde o aluno Wesley Guilber Rodrigues de Andrade, 11 anos, foi morto por uma bala perdida. Será em 2 de agosto, antes de começar o horário eleitoral. O pai do garoto diz que ele estava no lugar certo, na hora certa, na companhia certa. E morreu na sala de aula, vítima da bala perdida de um PM durante tiroteio com bandidos. O episódio é emblemático. Há dezenas de escolas em situação de risco de guerra.
Mui amigos
Candidatos ao Senado na chapa de Dilma Rousseff (PT) começam a protagonizar disputas que ameaçam pegar fogo nos estados: Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro (PTB) em Pernambuco; Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT) no Ceará; Jorge Picciani (PMDB) e Lindberg Farias (PT) no Rio de Janeiro. Todos estão se estranhando nos eventos de campanha. Já Marta Suplicy (PT) não passa recibo da preferência de Aloizio Mercadante pelo cantor Netinho (PCdoB), candidato ao Senado.
Escaldados
O PT desistiu de armar um grande comício no Recife, sexta-feira, para a segunda participação do presidente Lula na campanha da candidata petista Dilma Rousseff . Ao lado do governador Eduardo Campos (PSB), os dois vão ao Festival de Inverno de Garanhuns. A propósito, Lula vai participar de um ou outro evento da campanha de Dilma por semana. Avalia que mais importante é o programa de tevê da candidata, que só começa em 17 de agosto.
Venha a nós
Em ano eleitoral, cai a média de apoio ao governo ao Lula, embora os pedidos de verbas e investimentos aumentem. No primeiro semestre de 2010, o apoio ficou em 45,3%, segundo levantamento da Arko Advice a partir da análise de 34 votações nominais e abertas no período. É o pior resultado da série histórica do governo Lula. Perde apenas para o primeiro semestre de 2006, ano da reeleição de Lula, quando a média de adesão aos projetos de interesse do governo chegou a 43,95%. O Planalto havia enfrentado o escândalo do mensalão.
Copa
No próximo 2 de agosto, a Diretoria Técnico-Científica da Polícia Federal vai apresentar o programa anti-terrorismo para a Copa do Mundo de 2014. Robôs anti-bombas foram comprados para serem usados já na fase de construção dos estádios.
Multa
Das seis multas que recebeu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pelo menos uma a candidata do PT, Dilma Rousseff, não tem como não pagar, pois perdeu o prazo do recurso. Valor: R$ 6 mil
Abriu/ Dirigente histórico da legenda, o ex-governador Alceu Collares, 83 anos, resolveu apoiar a candidatura de Tarso Genro (PT) ao governo gaúcho. O PDT apoia o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB). O caso vai para o Conselho de Ética,mas ficará por isso mesmo.
Farroupilha/ Tucanos pretendem formar um comitê suprapartidário no Rio Grande do Sul para driblar desgastes com a candidatura à reeleição da governadora Yeda Crusius e atrair os eleitores de José Fogaça (PMDB).
Forcinha/ O presidente Lula prometeu apoio explícito à candidatura ao Senado de Rodrigo Rollemberg no Distrito Federal. Mas até agora não se manifestou quanto ao ex-governador Cristovam Buarque (PDT).
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@diariosassociados.com.br
Deputado pouco conhecido, Índio da Costa (DEM-RJ), o vice do tucano José Serra, virou o personagem da semana no debate entre petistas e a oposição. O PT se diz chocado com suas afirmações de que a legenda flerta com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e, portanto, com o narcotráfico. Os presidentes do PSDB, Sérgio Guerra; do PPS, Roberto Freire; e até do DEM, Rodrigo Maia, não se solidarizaram com ele. A tese, porém, acabou endossada por José Serra. Por quê?
Ao fazer a ligação da legenda com as Farc, Índio insinuou que o PT é conivente com o tráfico de drogas, fonte de financiamento da guerrilha comunista que há décadas luta contra o governo da Colômbia nas selvas do país. O PT repele a acusação, uma ilação desmedida, e decidiu entrar na Justiça para interpelar o parlamentar. Ameaça processá-lo por calúnia e difamação. Está criada a polêmica.
Com isso, Índio da Costa emerge no debate sucessório como uma espécie de discípulo de Carlos Lacerda, o governador da Guanabara que não perdia uma oportunidade de confrontar a esquerda no limite da razão. Era um passional da política. O vice de Serra abriu uma discussão que foge ao politicamente correto, mas rende frutos junto a certo eleitorado carioca que ainda não foi atraído pelo tucano: o partido da ordem, capturado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que apoia Dilma. E se encaixa como uma luva no discurso tucano de que o governo Lula faz muito pouco contra o tráfico de drogas e o contrabando de armas.
Cobrança
Tucanos querem cobrar do PT uma declaração cabal de condenação às Farc. Uma ala pretende exumar a velha história de Francisco Antonio Cadenas Collazzo, o padre Medina, que já esteve preso no Brasil a pedido do governo da Colômbia. Representante credenciado das Farc, Medina é casado com uma funcionária do Ministério da Pesca e tem uma filha brasileira.
Escola
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, ainda não sabe o que fará na volta às aulas do Ciep onde o aluno Wesley Guilber Rodrigues de Andrade, 11 anos, foi morto por uma bala perdida. Será em 2 de agosto, antes de começar o horário eleitoral. O pai do garoto diz que ele estava no lugar certo, na hora certa, na companhia certa. E morreu na sala de aula, vítima da bala perdida de um PM durante tiroteio com bandidos. O episódio é emblemático. Há dezenas de escolas em situação de risco de guerra.
Mui amigos
Candidatos ao Senado na chapa de Dilma Rousseff (PT) começam a protagonizar disputas que ameaçam pegar fogo nos estados: Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro (PTB) em Pernambuco; Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT) no Ceará; Jorge Picciani (PMDB) e Lindberg Farias (PT) no Rio de Janeiro. Todos estão se estranhando nos eventos de campanha. Já Marta Suplicy (PT) não passa recibo da preferência de Aloizio Mercadante pelo cantor Netinho (PCdoB), candidato ao Senado.
Escaldados
O PT desistiu de armar um grande comício no Recife, sexta-feira, para a segunda participação do presidente Lula na campanha da candidata petista Dilma Rousseff . Ao lado do governador Eduardo Campos (PSB), os dois vão ao Festival de Inverno de Garanhuns. A propósito, Lula vai participar de um ou outro evento da campanha de Dilma por semana. Avalia que mais importante é o programa de tevê da candidata, que só começa em 17 de agosto.
Venha a nós
Em ano eleitoral, cai a média de apoio ao governo ao Lula, embora os pedidos de verbas e investimentos aumentem. No primeiro semestre de 2010, o apoio ficou em 45,3%, segundo levantamento da Arko Advice a partir da análise de 34 votações nominais e abertas no período. É o pior resultado da série histórica do governo Lula. Perde apenas para o primeiro semestre de 2006, ano da reeleição de Lula, quando a média de adesão aos projetos de interesse do governo chegou a 43,95%. O Planalto havia enfrentado o escândalo do mensalão.
Copa
No próximo 2 de agosto, a Diretoria Técnico-Científica da Polícia Federal vai apresentar o programa anti-terrorismo para a Copa do Mundo de 2014. Robôs anti-bombas foram comprados para serem usados já na fase de construção dos estádios.
Multa
Das seis multas que recebeu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pelo menos uma a candidata do PT, Dilma Rousseff, não tem como não pagar, pois perdeu o prazo do recurso. Valor: R$ 6 mil
Abriu/ Dirigente histórico da legenda, o ex-governador Alceu Collares, 83 anos, resolveu apoiar a candidatura de Tarso Genro (PT) ao governo gaúcho. O PDT apoia o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB). O caso vai para o Conselho de Ética,mas ficará por isso mesmo.
Farroupilha/ Tucanos pretendem formar um comitê suprapartidário no Rio Grande do Sul para driblar desgastes com a candidatura à reeleição da governadora Yeda Crusius e atrair os eleitores de José Fogaça (PMDB).
Forcinha/ O presidente Lula prometeu apoio explícito à candidatura ao Senado de Rodrigo Rollemberg no Distrito Federal. Mas até agora não se manifestou quanto ao ex-governador Cristovam Buarque (PDT).
terça-feira, 20 de julho de 2010
Todo cuidado é pouco
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A ordem no comando da campanha de Dilma Rousseff (PT) é não baixar a guarda, evitar desgastes desnecessários — principalmente na comunicação — e montar uma agenda otimizada, na base do baixo custo político e alto desempenho eleitoral. A inexperiência eleitoral da candidata é um ponto fraco da campanha, o que não significa que os erros partam de Dilma.
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A ex-ministra da Casa Civil não tem cancha de eleições para evitar ciladas criadas por seus aliados e pela própria campanha. Um exemplo foi o comício da Cinelândia, na sexta-feira passada, no Rio de Janeiro, que reuniu apenas mil pessoas em uma passeata pela Avenida Rio Branco que partiu da Candelária com 15 mil. Tudo deu errado. Era um dia de chuva previsto pela meteorologia. O horário tumultuou o trânsito no centro do Rio e irritou as pessoas que deixavam o trabalho.
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Uma manifestação como essa antes de a campanha pegar fogo é coisa de quem não conhece sequer o Buraco do Lume, tradicional ponto de agitação política do centro do Rio. O carioca só entra com tudo na eleição nos últimos 15 dias de campanha. Antes disso, é melhor fazer passeata na orla de Ipanema ou na de Copacabana, num domingão que “deu praia”, como dizem os cariocas.
Soberba
A programação do comício teve a aprovação dos principais caciques da campanha de Dilma no Rio. Pela ordem hierárquica, o governador Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição; o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB); e o presidente do PT fluminense, deputado Luiz Sérgio (PT). Os três tinham a elástica estimativa de que poderiam mobilizar de 50 a 100 mil pessoas. Mesmo com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são números para encerramento de campanha.
Sem defesa
O silêncio da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) no caso das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à vice-procuradora eleitoral Sandra Cureau (foto) causou mal-estar entre representantes e representados. Para integrantes do Ministério Público Federal, a entidade deveria agir em defesa da colega.
Afinada
Marina Silva (PV) se encontra hoje com investidores internacionais em Nova York, durante evento organizado pela Bovespa. Seu discurso sobre a nova economia é mais afinado com o do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, do que os do tucano José Serra e da petista Dilma Rousseff. O vice Guilherme Leal acompanha a candidata do PV. Viaja levando a nota do Ibama que o isenta de qualquer crime ambiental em sua propriedade do sul da Bahia. A denúncia, divulgada pela Ouvidoria do órgão, não tinha qualquer fundamento.
Silêncio
O governador do Ceará, Cid Gomes, frustrou toda a cúpula do PSB e a candidata petista Dilma Rousseff ontem, no seminário da legenda para discutir propostas ao programa de governo de Dilma. Não trouxe nenhuma mensagem de apoio do irmão Ciro Gomes (PSB).
Seguradora
Dois projetos impulsionaram a criação da Empresa Brasileira de Seguros (EBS): a Usina de Belo Monte e o trem-bala Rio-São Paulo. O governo quer garantir o investimento que será feito nessas duas iniciativas, que devem ultrapassar os R$ 54 bilhões
Cana dura
O delegado da Polícia Federal (PF) Ricardo Saad assumirá o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. Saad foi o responsável pela segunda fase da Operação Satiagraha e esteve à frente da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros da PF em São Paulo. Nesse período, chefiou as operações Castelo de Areia e Narciso — essa resultou na prisão da dona da Daslu, Eliana Tranchesi. O DRCI é responsável pela recuperação de dinheiro lavado no exterior.
Juros
O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidirá hoje a taxa básica de juros (Selic), que está em 10,25% ao ano. A expectativa do mercado é de que haja aumento de meio ponto percentual, apesar das reclamações do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Se a montanha se mexer, pode ser menor.
Termômetro/ Esta semana devem ser divulgadas mais 19 pesquisas de intenções de voto para governadores e presidente da República em 11 estados. Além das pesquisas nacionais — Vox Populi e Datafolha —, também serão apresentados levantamentos nas seguintes unidades da Federação: Acre, São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro.
Entrevistas/ Dilma Rousseff (PT) será entrevistada amanhã no programa 3 a 1 da TV Brasil, que vai ao ar às 22h do mesmo dia. Marina Silva (PV) será sabatinada na sexta-feira, no mesmo horário, ao vivo. José Serra agendou a entrevista para quinta-feira, mas ainda não confirmou. Seus assessores andam ressabiados com a imprensa desde a trombada com a jornalista Miriam Leitão. O apresentador do programa é o titular desta coluna.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A ordem no comando da campanha de Dilma Rousseff (PT) é não baixar a guarda, evitar desgastes desnecessários — principalmente na comunicação — e montar uma agenda otimizada, na base do baixo custo político e alto desempenho eleitoral. A inexperiência eleitoral da candidata é um ponto fraco da campanha, o que não significa que os erros partam de Dilma.
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A ex-ministra da Casa Civil não tem cancha de eleições para evitar ciladas criadas por seus aliados e pela própria campanha. Um exemplo foi o comício da Cinelândia, na sexta-feira passada, no Rio de Janeiro, que reuniu apenas mil pessoas em uma passeata pela Avenida Rio Branco que partiu da Candelária com 15 mil. Tudo deu errado. Era um dia de chuva previsto pela meteorologia. O horário tumultuou o trânsito no centro do Rio e irritou as pessoas que deixavam o trabalho.
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Uma manifestação como essa antes de a campanha pegar fogo é coisa de quem não conhece sequer o Buraco do Lume, tradicional ponto de agitação política do centro do Rio. O carioca só entra com tudo na eleição nos últimos 15 dias de campanha. Antes disso, é melhor fazer passeata na orla de Ipanema ou na de Copacabana, num domingão que “deu praia”, como dizem os cariocas.
Soberba
A programação do comício teve a aprovação dos principais caciques da campanha de Dilma no Rio. Pela ordem hierárquica, o governador Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição; o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB); e o presidente do PT fluminense, deputado Luiz Sérgio (PT). Os três tinham a elástica estimativa de que poderiam mobilizar de 50 a 100 mil pessoas. Mesmo com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são números para encerramento de campanha.
Sem defesa
O silêncio da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) no caso das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à vice-procuradora eleitoral Sandra Cureau (foto) causou mal-estar entre representantes e representados. Para integrantes do Ministério Público Federal, a entidade deveria agir em defesa da colega.
Afinada
Marina Silva (PV) se encontra hoje com investidores internacionais em Nova York, durante evento organizado pela Bovespa. Seu discurso sobre a nova economia é mais afinado com o do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, do que os do tucano José Serra e da petista Dilma Rousseff. O vice Guilherme Leal acompanha a candidata do PV. Viaja levando a nota do Ibama que o isenta de qualquer crime ambiental em sua propriedade do sul da Bahia. A denúncia, divulgada pela Ouvidoria do órgão, não tinha qualquer fundamento.
Silêncio
O governador do Ceará, Cid Gomes, frustrou toda a cúpula do PSB e a candidata petista Dilma Rousseff ontem, no seminário da legenda para discutir propostas ao programa de governo de Dilma. Não trouxe nenhuma mensagem de apoio do irmão Ciro Gomes (PSB).
Seguradora
Dois projetos impulsionaram a criação da Empresa Brasileira de Seguros (EBS): a Usina de Belo Monte e o trem-bala Rio-São Paulo. O governo quer garantir o investimento que será feito nessas duas iniciativas, que devem ultrapassar os R$ 54 bilhões
Cana dura
O delegado da Polícia Federal (PF) Ricardo Saad assumirá o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. Saad foi o responsável pela segunda fase da Operação Satiagraha e esteve à frente da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros da PF em São Paulo. Nesse período, chefiou as operações Castelo de Areia e Narciso — essa resultou na prisão da dona da Daslu, Eliana Tranchesi. O DRCI é responsável pela recuperação de dinheiro lavado no exterior.
Juros
O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidirá hoje a taxa básica de juros (Selic), que está em 10,25% ao ano. A expectativa do mercado é de que haja aumento de meio ponto percentual, apesar das reclamações do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Se a montanha se mexer, pode ser menor.
Termômetro/ Esta semana devem ser divulgadas mais 19 pesquisas de intenções de voto para governadores e presidente da República em 11 estados. Além das pesquisas nacionais — Vox Populi e Datafolha —, também serão apresentados levantamentos nas seguintes unidades da Federação: Acre, São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro.
Entrevistas/ Dilma Rousseff (PT) será entrevistada amanhã no programa 3 a 1 da TV Brasil, que vai ao ar às 22h do mesmo dia. Marina Silva (PV) será sabatinada na sexta-feira, no mesmo horário, ao vivo. José Serra agendou a entrevista para quinta-feira, mas ainda não confirmou. Seus assessores andam ressabiados com a imprensa desde a trombada com a jornalista Miriam Leitão. O apresentador do programa é o titular desta coluna.
domingo, 18 de julho de 2010
Mais uma conta
Luiz Carlos Azedo
Com LeonardoSantos
luizazedo.df@dabr.com.br
O governo pretende repassar para os estados e municípios uma parte da despesa com a criação da carreira dos agentes de Saúde pela Câmara dos Deputados. Hoje, são 240 mil contratados. Do dia para a noite, a função temporária virou carreira de servidor público, mediante Projeto de Emenda à Constituição (PEC) — para driblar o veto do presidente da República — aprovada em mais um trem da alegria de véspera de eleição. Foram criados mais 25 mil cargos.
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A emenda constitucional estabelece que a União complementará os recursos necessários para o pagamento dos agentes, cujo salário base foi fixado em R$ 1.020. É uma despesa de R$ 2 bilhões para a União, que já transfere R$ 714 para cada agente contratado pelas prefeituras. O problema é que o impacto da nova carreira na Previdência municipal é estimado em R$ 1,5 bilhão. Além disso, os cargos deverão ser preenchidos por concurso, sem garantia de preferência para os atuais contratados.
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Agentes de saúde são uma invenção de inspiração cubana dos médicos sanitaristas, empenhados em mobilizar as comunidade para viabilizar os programas preventivos de saúde. No começo, era trabalho voluntário, depois virou contratação temporária para combater a dengue. Hoje, virou mais uma ferramenta de campanha dos políticos.
Mulheres
Tribunais regionais da Justiça Eleitoral devem estudar medidas para equiparar o percentual entre as mulheres que disputarão as eleições deste ano com o exigido pela legislação eleitoral. De acordo com a lei, pelo menos 30% dos candidatos precisam ser do sexo feminino. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o percentual de mulheres registradas é de 21%
Gelado
O ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes ainda não se refez da retirada da candidatura à Presidência da República pela cúpula do PSB. Diz que apoia a petista Dilma Rousseff para presidenta e a reeleição do irmão Cid Gomes (PSB) ao governo do Ceará, mas está desmotivado para fazer campanha. A velha amizade com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi para o congelador.
Bronca
Candidato para garantir o palanque do tucano José Serra em Pernambuco, o ex-governador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, não esconde a irritação com os prefeitos do PSDB que desembarcaram de mala e cuia na candidatura à reeleição do governador Eduardo Campos (PSB). Sobra para o presidente do PSDB, o senador pernambucano Sérgio Guerra.
Mancada
Faltou experiência ao comando da campanha da petista Dilma Rousseff no Rio de Janeiro ao misturar comício com passeata. O resultado foi uma concentração na Cinelândia que começou com 15 mil pessoas e depois da caminhada debaixo de chuva pela Avenida Rio Branco desaguou num comício com apenas mil participantes ensopados, apesar da presença do presidente Lula e do governador Sérgio Cabral.
Troca-troca
Esta é a primeira eleição presidencial sem dança de cadeiras depois da posse dos eleitos, por conta da fidelidade partidária, regulamentada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2007. Após as últimas eleições, 46 deputados trocaram de partidos. A coligação do governo, composta por 10 siglas, soma hoje 296 deputados. Já a oposição, com seis legendas, tem 141 deputados. Os 76 restantes estão fora das coligações.
Marcação
Vice-líder do PPS, o deputado Moreira Mendes (RO) resolveu pegar no pé do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Quer saber da Mesa Diretora quanto a Casa já gastou com as andanças do vice de Dilma Rousseff só para acompanhar a candidata petista à Presidência.
Debate - A exploração de petróleo na camada pré-sal será tema de debate de hoje a terça-feira no Ministério de Minas e Energia, em Brasília. Serão discutidos o fundo social do pré-sal, a exclusividade da exploração pela Petrobras e questões fiscais. Também participam dos debates a Advocacia-Geral da União, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Universidade de Brasília (UnB).
Multimídia - Sob coordenação do jornalista Marcelo Tognozzi, a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) promoverá em Brasília, de 9 agosto a 1º de setembro, o curso intensivo “Gerenciamento de conteúdo digital”, com foco em campanhas institucionais e políticas.
Com LeonardoSantos
luizazedo.df@dabr.com.br
O governo pretende repassar para os estados e municípios uma parte da despesa com a criação da carreira dos agentes de Saúde pela Câmara dos Deputados. Hoje, são 240 mil contratados. Do dia para a noite, a função temporária virou carreira de servidor público, mediante Projeto de Emenda à Constituição (PEC) — para driblar o veto do presidente da República — aprovada em mais um trem da alegria de véspera de eleição. Foram criados mais 25 mil cargos.
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A emenda constitucional estabelece que a União complementará os recursos necessários para o pagamento dos agentes, cujo salário base foi fixado em R$ 1.020. É uma despesa de R$ 2 bilhões para a União, que já transfere R$ 714 para cada agente contratado pelas prefeituras. O problema é que o impacto da nova carreira na Previdência municipal é estimado em R$ 1,5 bilhão. Além disso, os cargos deverão ser preenchidos por concurso, sem garantia de preferência para os atuais contratados.
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Agentes de saúde são uma invenção de inspiração cubana dos médicos sanitaristas, empenhados em mobilizar as comunidade para viabilizar os programas preventivos de saúde. No começo, era trabalho voluntário, depois virou contratação temporária para combater a dengue. Hoje, virou mais uma ferramenta de campanha dos políticos.
Mulheres
Tribunais regionais da Justiça Eleitoral devem estudar medidas para equiparar o percentual entre as mulheres que disputarão as eleições deste ano com o exigido pela legislação eleitoral. De acordo com a lei, pelo menos 30% dos candidatos precisam ser do sexo feminino. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o percentual de mulheres registradas é de 21%
Gelado
O ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes ainda não se refez da retirada da candidatura à Presidência da República pela cúpula do PSB. Diz que apoia a petista Dilma Rousseff para presidenta e a reeleição do irmão Cid Gomes (PSB) ao governo do Ceará, mas está desmotivado para fazer campanha. A velha amizade com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi para o congelador.
Bronca
Candidato para garantir o palanque do tucano José Serra em Pernambuco, o ex-governador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, não esconde a irritação com os prefeitos do PSDB que desembarcaram de mala e cuia na candidatura à reeleição do governador Eduardo Campos (PSB). Sobra para o presidente do PSDB, o senador pernambucano Sérgio Guerra.
Mancada
Faltou experiência ao comando da campanha da petista Dilma Rousseff no Rio de Janeiro ao misturar comício com passeata. O resultado foi uma concentração na Cinelândia que começou com 15 mil pessoas e depois da caminhada debaixo de chuva pela Avenida Rio Branco desaguou num comício com apenas mil participantes ensopados, apesar da presença do presidente Lula e do governador Sérgio Cabral.
Troca-troca
Esta é a primeira eleição presidencial sem dança de cadeiras depois da posse dos eleitos, por conta da fidelidade partidária, regulamentada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2007. Após as últimas eleições, 46 deputados trocaram de partidos. A coligação do governo, composta por 10 siglas, soma hoje 296 deputados. Já a oposição, com seis legendas, tem 141 deputados. Os 76 restantes estão fora das coligações.
Marcação
Vice-líder do PPS, o deputado Moreira Mendes (RO) resolveu pegar no pé do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Quer saber da Mesa Diretora quanto a Casa já gastou com as andanças do vice de Dilma Rousseff só para acompanhar a candidata petista à Presidência.
Debate - A exploração de petróleo na camada pré-sal será tema de debate de hoje a terça-feira no Ministério de Minas e Energia, em Brasília. Serão discutidos o fundo social do pré-sal, a exclusividade da exploração pela Petrobras e questões fiscais. Também participam dos debates a Advocacia-Geral da União, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Universidade de Brasília (UnB).
Multimídia - Sob coordenação do jornalista Marcelo Tognozzi, a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) promoverá em Brasília, de 9 agosto a 1º de setembro, o curso intensivo “Gerenciamento de conteúdo digital”, com foco em campanhas institucionais e políticas.
sábado, 17 de julho de 2010
Eleição enrolada
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Começou a campanha eleitoral no Distrito Federal com dois dos principais candidatos majoritários ameaçados de impugnação — o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), candidato ao Palácio do Buriti, e a ex-governadora Maria Abadia (PSDB), que disputa uma vaga no Senado. O candidato do PT ao GDF, Agnelo Queiroz, mesmo assim, avalia que terá uma eleição muito dura pela frente. Acredita que Roriz acabará fora do pleito, mas somente às vésperas do dia da eleição, sem tempo sequer para que conste na cédula eletrônica o nome de seu substituto.
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Roriz é carne de pescoço. Diz que não vai desistir da candidatura e que seu direito de concorrer é constitucional. Seu maior problema, porém, não é o pedido de impugnação do PSol, com base num cheque mal explicado de R$ 2 milhões do empresário Nenê Constantino, seu amigo. É o não pagamento de uma multa aplicada pela Justiça Eleitoral por crime eleitoral. A tucana Maria Abadia está na mesma situação.
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O caso do Distrito Federal não é diferente de outros estados onde há candidatos majoritários ameaçados de impugnação, muitos deles por causa da Lei da Ficha Limpa. Em Alagoas, por exemplo, as candidaturas do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), candidato à reeleição, do senador Fernando Collor de Mello (PTB) e do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), concorrentes ao governo estadual, também estão sub judice. É uma campanha eleitoral que começou enrolada. E nada impede que chegue à reta final com cabeças rolando nos tribunais.
Propositivo
Agnelo Queiroz imagina que realmente pode ganhar a eleição por w.o., caso Roriz seja impugnado, mas isso não significa que fique sem adversário. Seus estrategistas avaliam que Roriz lançará a filha Jaqueline como candidata se for impugnado. Fala-se também em Jofran Frejat, seu vice, e em Alberto Fraga (DEM), candidato ao Senado, como possíveis substitutos.
Calote
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vai inscrever na Dívida Ativa da União as operadoras de planos de saúde que acumularam dívidas com o Sistema Único de Saúde (SUS). O calote é de R$ 40 milhões
Sintonia
Somente depois do recesso, isto é, a partir de 2 de agosto, a Justiça Eleitoral começará a julgar os 2,5 mil pedidos de impugnação de candidaturas. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, é otimista quanto à agilidade das decisões. Aposta na sincronia conceitual entre o TSE e o Supremo Tribunal Federal (STF), embora alguns ministros sinalizem o contrário.
Como antes
O presidente Lula deve essa ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No ponto de exploração do petróleo da camada pré-sal inaugurado na quinta-feira, no Espírito Santo, o insumo é produzido por uma plataforma da Petrobras construída em Cingapura. A plataforma chegou ao estado há dois meses, depois de uma recauchutagem no mesmo país. O modelo de exploração é o de concessão. Ou seja, seus royalties ficarão de fora do sistema de partilha em fase final de aprovação no Congresso. Os capixabas agradecem.
Pilatos
O Programa F-X2 da Força Aérea Brasileira — para a aquisição de 36 aviões caça de última geração — subiu novamente no telhado. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, cujo relatório é favorável à compra do caça francês Rafale, já lavou as mãos. A decisão está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas dificilmente será tomada antes das eleições Na FAB, os brigadeiros acreditam que caberá ao novo presidente bater o martelo. Mas eles temem um novo adiamento da aquisição dos aviões.
Até breve
O recesso da Câmara começa na segunda-feira. Até as eleições, a Casa só deve funcionar nas primeiras semanas de agosto (dias 3, 4 e 5) e setembro (dias 1 e 2). Na última reunião de líderes, o deputado João Almeida (PSDB-BA) invocou o regimento da Câmara para exigir pelo menos 51 deputados na abertura das sessões.
Pandora - Segue a análise dos dados da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal. Os responsáveis pelo inquérito aguardam o resultado de algumas perícias para apresentar o relatório final do caso e indiciar os envolvidos no esquema de corrupção do DF. De acordo com os investigadores, o entrosamento com a Procuradoria-Geral da República no caso deve acelerar a denúncia dos acusados à Justiça assim que o inquérito for relatado.
Gold - O Itaucard deu cano nos correntistas que resgataram planos de capitalização entre 25 de junho e 1º de julho, depois de 60 meses de aplicações. Por causa de um erro de processamento, até agora ninguém conseguiu receber o dinheiro aplicado.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Começou a campanha eleitoral no Distrito Federal com dois dos principais candidatos majoritários ameaçados de impugnação — o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), candidato ao Palácio do Buriti, e a ex-governadora Maria Abadia (PSDB), que disputa uma vaga no Senado. O candidato do PT ao GDF, Agnelo Queiroz, mesmo assim, avalia que terá uma eleição muito dura pela frente. Acredita que Roriz acabará fora do pleito, mas somente às vésperas do dia da eleição, sem tempo sequer para que conste na cédula eletrônica o nome de seu substituto.
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Roriz é carne de pescoço. Diz que não vai desistir da candidatura e que seu direito de concorrer é constitucional. Seu maior problema, porém, não é o pedido de impugnação do PSol, com base num cheque mal explicado de R$ 2 milhões do empresário Nenê Constantino, seu amigo. É o não pagamento de uma multa aplicada pela Justiça Eleitoral por crime eleitoral. A tucana Maria Abadia está na mesma situação.
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O caso do Distrito Federal não é diferente de outros estados onde há candidatos majoritários ameaçados de impugnação, muitos deles por causa da Lei da Ficha Limpa. Em Alagoas, por exemplo, as candidaturas do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), candidato à reeleição, do senador Fernando Collor de Mello (PTB) e do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), concorrentes ao governo estadual, também estão sub judice. É uma campanha eleitoral que começou enrolada. E nada impede que chegue à reta final com cabeças rolando nos tribunais.
Propositivo
Agnelo Queiroz imagina que realmente pode ganhar a eleição por w.o., caso Roriz seja impugnado, mas isso não significa que fique sem adversário. Seus estrategistas avaliam que Roriz lançará a filha Jaqueline como candidata se for impugnado. Fala-se também em Jofran Frejat, seu vice, e em Alberto Fraga (DEM), candidato ao Senado, como possíveis substitutos.
Calote
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vai inscrever na Dívida Ativa da União as operadoras de planos de saúde que acumularam dívidas com o Sistema Único de Saúde (SUS). O calote é de R$ 40 milhões
Sintonia
Somente depois do recesso, isto é, a partir de 2 de agosto, a Justiça Eleitoral começará a julgar os 2,5 mil pedidos de impugnação de candidaturas. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, é otimista quanto à agilidade das decisões. Aposta na sincronia conceitual entre o TSE e o Supremo Tribunal Federal (STF), embora alguns ministros sinalizem o contrário.
Como antes
O presidente Lula deve essa ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No ponto de exploração do petróleo da camada pré-sal inaugurado na quinta-feira, no Espírito Santo, o insumo é produzido por uma plataforma da Petrobras construída em Cingapura. A plataforma chegou ao estado há dois meses, depois de uma recauchutagem no mesmo país. O modelo de exploração é o de concessão. Ou seja, seus royalties ficarão de fora do sistema de partilha em fase final de aprovação no Congresso. Os capixabas agradecem.
Pilatos
O Programa F-X2 da Força Aérea Brasileira — para a aquisição de 36 aviões caça de última geração — subiu novamente no telhado. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, cujo relatório é favorável à compra do caça francês Rafale, já lavou as mãos. A decisão está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas dificilmente será tomada antes das eleições Na FAB, os brigadeiros acreditam que caberá ao novo presidente bater o martelo. Mas eles temem um novo adiamento da aquisição dos aviões.
Até breve
O recesso da Câmara começa na segunda-feira. Até as eleições, a Casa só deve funcionar nas primeiras semanas de agosto (dias 3, 4 e 5) e setembro (dias 1 e 2). Na última reunião de líderes, o deputado João Almeida (PSDB-BA) invocou o regimento da Câmara para exigir pelo menos 51 deputados na abertura das sessões.
Pandora - Segue a análise dos dados da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal. Os responsáveis pelo inquérito aguardam o resultado de algumas perícias para apresentar o relatório final do caso e indiciar os envolvidos no esquema de corrupção do DF. De acordo com os investigadores, o entrosamento com a Procuradoria-Geral da República no caso deve acelerar a denúncia dos acusados à Justiça assim que o inquérito for relatado.
Gold - O Itaucard deu cano nos correntistas que resgataram planos de capitalização entre 25 de junho e 1º de julho, depois de 60 meses de aplicações. Por causa de um erro de processamento, até agora ninguém conseguiu receber o dinheiro aplicado.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Trilhos de fora
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Espetacular o “desbalanceamento” do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no qual o governo aporta bilhões em infraestrutura e parte considerável do dinheiro migra para fora do país na compra de máquinas e equipamentos. É exemplar o caso do trem-bala Rio-São Paulo, orçado em R$ 33 bilhões, cujo edital foi lançado nesta semana. O Brasil não fabrica trilhos faz muito tempo, importa-os da Polônia e da China. É de lá, por exemplo, que vem o aço para a construção da Ferrovia Transnordestina.
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“Estamos discutindo essa questão. A Usiminas parou de fabricar trilhos porque não havia demanda, mas agora eles estudam reativar a produção”, minimiza o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, um tanto incomodado com a situação. O Brasil exporta para os dois países o minério que depois compra de volta como produto industrializado, apesar de ter um dos maiores e mais competitivos parques siderúrgicos do mundo.
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Paulo Bernardo acredita que o projeto do trem-bala provoque um grande avanço tecnológico no país, uma vez que sua construção implicará na modernização do setor ferroviário brasileiro. O problema é que as empresas que disputam esse tipo de licitação costumam entrar na briga com fornecedores já pactuados. E nenhuma empresa brasileira tem pegada para ganhar a licitação.
Passeata
O presidente Lula sobe no palanque da candidata petista Dilma Rousseff hoje, durante comício na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. O presidente do diretório estadual do PT, deputado Luiz Sérgio, prevê a maior manifestação da campanha até agora, com direito a uma passeata pela Avenida Rio Branco, a partir da Candelária. A concentração começa às 17h.
Crack
O ex-ministro da Saúde Alceni Guerra, do DEM-PR, desistiu da reeleição. A partir do próximo ano, ele vai se dedicar apenas a combater o crack. Segundo o deputado federal, o problema de saúde pública se tornou uma epidemia. Ele quer aproveitar a experiência acumulada em visitas oficiais a seis países para implementar tratamentos mais eficazes aos viciados na droga.
Acabou
O recesso parlamentar está previsto em lei para começar na próxima segunda, mas ontem já não havia quorum para a Câmara funcionar. Estavam presentes 35 deputados
Palmada
O senador Cristovam Buarque (foto), do PDT-DF, criticou ontem os dois projetos de lei enviados ao Congresso Nacional pelo presidente Lula para proteção das crianças. “São um avanço jurídico, mas de uma maneira incompleta. Os maus-tratos a uma criança não se dão apenas fisicamente, se dão também pelo abandono. E isso não estamos conseguindo vencer”, disparou.
Blindado
Nem o FBI conseguiu quebrar os códigos de segurança do HD dos computadores do banqueiro Daniel Dantas apreendidos durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, informou à Câmara que a PF desistiu da decodificação por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Multa
A Procuradoria-Geral da República entrou com um pedido de multa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), vice de José Serra, por propaganda antecipada. Quando foi indicado para compor a chapa de oposição, o parlamentar tuitou adoidado. O PT havia acionado o TSE pela mesma razão, mas o caso foi arquivado.
Avanço
O comando da campanha de José Serra (PSDB) avalia que o açodamento do presidente Lula na campanha de Dilma Rousseff (PT) tem um motivo relevante: reverter uma vantagem de três pontos percentuais de Serra em relação à petista nas pesquisas. Segundo levantamentos internos dos tucanos, o avanço teria ocorrido em Minas, em alguns estados do Nordeste e no Sul do país.
Nassau/ A Câmara dos Deputados aprovou ontem um projeto que institui 2011 como o ano da Holanda no Brasil. A proposta é de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e de outros 31 parlamentares das bancadas do Paraná, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Comemora o centenário da chegada dos imigrantes holandeses em Carambeí (PR), nada a ver com a invasão holandesa do Nordeste comandada pelo conde João Maurício de Nassau-Siegen.
Prêmio/ Nove vencedoras do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas participarão, no próximo dia 21, de encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Organizado pelo Sebrae Nacional, pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), pela Gerdau e pela Fundação Nacional da Qualidade, o prêmio reconhece as empresas que investem em gestão e empreendedorismo. No ano passado, foram mais de 57 mil inscrições.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Espetacular o “desbalanceamento” do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no qual o governo aporta bilhões em infraestrutura e parte considerável do dinheiro migra para fora do país na compra de máquinas e equipamentos. É exemplar o caso do trem-bala Rio-São Paulo, orçado em R$ 33 bilhões, cujo edital foi lançado nesta semana. O Brasil não fabrica trilhos faz muito tempo, importa-os da Polônia e da China. É de lá, por exemplo, que vem o aço para a construção da Ferrovia Transnordestina.
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“Estamos discutindo essa questão. A Usiminas parou de fabricar trilhos porque não havia demanda, mas agora eles estudam reativar a produção”, minimiza o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, um tanto incomodado com a situação. O Brasil exporta para os dois países o minério que depois compra de volta como produto industrializado, apesar de ter um dos maiores e mais competitivos parques siderúrgicos do mundo.
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Paulo Bernardo acredita que o projeto do trem-bala provoque um grande avanço tecnológico no país, uma vez que sua construção implicará na modernização do setor ferroviário brasileiro. O problema é que as empresas que disputam esse tipo de licitação costumam entrar na briga com fornecedores já pactuados. E nenhuma empresa brasileira tem pegada para ganhar a licitação.
Passeata
O presidente Lula sobe no palanque da candidata petista Dilma Rousseff hoje, durante comício na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. O presidente do diretório estadual do PT, deputado Luiz Sérgio, prevê a maior manifestação da campanha até agora, com direito a uma passeata pela Avenida Rio Branco, a partir da Candelária. A concentração começa às 17h.
Crack
O ex-ministro da Saúde Alceni Guerra, do DEM-PR, desistiu da reeleição. A partir do próximo ano, ele vai se dedicar apenas a combater o crack. Segundo o deputado federal, o problema de saúde pública se tornou uma epidemia. Ele quer aproveitar a experiência acumulada em visitas oficiais a seis países para implementar tratamentos mais eficazes aos viciados na droga.
Acabou
O recesso parlamentar está previsto em lei para começar na próxima segunda, mas ontem já não havia quorum para a Câmara funcionar. Estavam presentes 35 deputados
Palmada
O senador Cristovam Buarque (foto), do PDT-DF, criticou ontem os dois projetos de lei enviados ao Congresso Nacional pelo presidente Lula para proteção das crianças. “São um avanço jurídico, mas de uma maneira incompleta. Os maus-tratos a uma criança não se dão apenas fisicamente, se dão também pelo abandono. E isso não estamos conseguindo vencer”, disparou.
Blindado
Nem o FBI conseguiu quebrar os códigos de segurança do HD dos computadores do banqueiro Daniel Dantas apreendidos durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, informou à Câmara que a PF desistiu da decodificação por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Multa
A Procuradoria-Geral da República entrou com um pedido de multa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), vice de José Serra, por propaganda antecipada. Quando foi indicado para compor a chapa de oposição, o parlamentar tuitou adoidado. O PT havia acionado o TSE pela mesma razão, mas o caso foi arquivado.
Avanço
O comando da campanha de José Serra (PSDB) avalia que o açodamento do presidente Lula na campanha de Dilma Rousseff (PT) tem um motivo relevante: reverter uma vantagem de três pontos percentuais de Serra em relação à petista nas pesquisas. Segundo levantamentos internos dos tucanos, o avanço teria ocorrido em Minas, em alguns estados do Nordeste e no Sul do país.
Nassau/ A Câmara dos Deputados aprovou ontem um projeto que institui 2011 como o ano da Holanda no Brasil. A proposta é de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e de outros 31 parlamentares das bancadas do Paraná, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Comemora o centenário da chegada dos imigrantes holandeses em Carambeí (PR), nada a ver com a invasão holandesa do Nordeste comandada pelo conde João Maurício de Nassau-Siegen.
Prêmio/ Nove vencedoras do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas participarão, no próximo dia 21, de encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Organizado pelo Sebrae Nacional, pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), pela Gerdau e pela Fundação Nacional da Qualidade, o prêmio reconhece as empresas que investem em gestão e empreendedorismo. No ano passado, foram mais de 57 mil inscrições.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Limite sinuoso
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Aconselhado pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva baixou um pouco a bola na campanha eleitoral. Parecia desafiar a Justiça Eleitoral com tantas transgressões, que já lhe renderam seis multas. Ontem, na presença do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, reconsiderou a questão.
Pediu desculpas por eventuais excessos e minimizou o fato de citar a candidata petista Dilma Rousseff na cerimônia de lançamento do edital para a construção do Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligará Rio e São Paulo. Argumentou que fez apenas um registro em reconhecimento ao papel da ex-ministra da Casa Civil na implantação do projeto do trem-bala.
Parece piada, como aquela história do ovo da galinha. Se sair do papel, Dilma só terá os méritos da implantação do trem-bala se for eleita presidenta da República e levar a obra adiante. É mais fácil o projeto virar peça de programa eleitoral — como aquele “furafila” inventado por Duda Mendonça na campanha que elegeu Celso Pitta prefeito de São Paulo. Mas será a comprovação de que o governo perdeu mesmo o limite de seu envolvimento com a campanha de Dilma.
Mão dupla
Petistas argumentam que as críticas ao presidente Lula por citar a petista Dilma Rousseff têm mão única. Em todos o eventos, o governador de São Paulo, Alberto Goldman, cita o “governador José Serra” a três por quatro e exalta suas obras. Está tudo no site do governo paulista.
Ferradura
A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, subiu o tom contra o candidato tucano José Serra, ontem, durante encontro com sindicalistas da UGT, em São Paulo. Depois de resumir suas ideias sobre desenvolvimento sustentável, bateu duro na proposta de criação de um Ministério da Segurança Pública, criticou o sistema de progressão continuada das escolas de São Paulo e disse que eleição para presidente da República não é uma disputa de currículos.
Sigilo
A batata do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo (foto), começou a assar com seu depoimento de ontem na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Sem citar nomes, negou o vazamento de informações fiscais do ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge por ação externa. Porém, confirmou que funcionários do fisco bisbilhotaram os dados. Parece repeteco da história do sigilo do caseiro que derrubou o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.
Baixinho
Candidato a deputado federal, o ex-jogador de futebol Romário é a estrela do PSB na campanha carioca. “Onde ele vai, para tudo. Foi assim na Estação da Central do Brasil”, comemora o deputado Alexandre Cardoso (PSB-RJ), que convenceu o craque a se candidatar com o argumento de que é preciso acompanhar a preparação da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
Razzia
Amanhã, o presidente Lula fará mais uma investida contra os tucanos em São Paulo. No Vale do Ribeira, participa da inauguração de uma ponte. Em Diadema, lança a primeira etapa da urbanização do Núcleo Naval. A mobilização de prefeitos de oposição para atos de campanha de Dilma e do candidato petista a governador, Aloizio Mercadante, não é gratuita.
Aposta
300 mil votos
Essa é a estimativa de votos — segundo o parlamentar carioca — que Romário poderia receber em outubro
Aposentados - O deputado Ivan Valente (PSol-SP) comemorou a aprovação da PEC que estabelece o fim gradual da contribuição previdenciária para servidores inativos. Batalhou muito por isso.
Youpode - Sem mostrar a cara, o candidato verde a governador do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, foi o primeiro a lançar um vídeo de campanha no YouTube. Com 3 minutos e 17 segundos, cita todos os municípios fluminenses.
Perdido - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, só chegou depois da festa ao comitê de campanha de Dilma Rousseff inaugurado na terça-feira à noite. Motivo: estava em reunião com o presidente Lula.
Azebundsman - Na coluna de ontem, pulei uma casa no calendário. É hoje, em Vitória, no Espírito Santo, o ato com o presidente Lula para simbolizar o início da produção da camada pré-sal do poço de Baleia Franca.
luizazedo.df@dabr.com.br
Aconselhado pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva baixou um pouco a bola na campanha eleitoral. Parecia desafiar a Justiça Eleitoral com tantas transgressões, que já lhe renderam seis multas. Ontem, na presença do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, reconsiderou a questão.
Pediu desculpas por eventuais excessos e minimizou o fato de citar a candidata petista Dilma Rousseff na cerimônia de lançamento do edital para a construção do Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligará Rio e São Paulo. Argumentou que fez apenas um registro em reconhecimento ao papel da ex-ministra da Casa Civil na implantação do projeto do trem-bala.
Parece piada, como aquela história do ovo da galinha. Se sair do papel, Dilma só terá os méritos da implantação do trem-bala se for eleita presidenta da República e levar a obra adiante. É mais fácil o projeto virar peça de programa eleitoral — como aquele “furafila” inventado por Duda Mendonça na campanha que elegeu Celso Pitta prefeito de São Paulo. Mas será a comprovação de que o governo perdeu mesmo o limite de seu envolvimento com a campanha de Dilma.
Mão dupla
Petistas argumentam que as críticas ao presidente Lula por citar a petista Dilma Rousseff têm mão única. Em todos o eventos, o governador de São Paulo, Alberto Goldman, cita o “governador José Serra” a três por quatro e exalta suas obras. Está tudo no site do governo paulista.
Ferradura
A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, subiu o tom contra o candidato tucano José Serra, ontem, durante encontro com sindicalistas da UGT, em São Paulo. Depois de resumir suas ideias sobre desenvolvimento sustentável, bateu duro na proposta de criação de um Ministério da Segurança Pública, criticou o sistema de progressão continuada das escolas de São Paulo e disse que eleição para presidente da República não é uma disputa de currículos.
Sigilo
A batata do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo (foto), começou a assar com seu depoimento de ontem na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Sem citar nomes, negou o vazamento de informações fiscais do ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge por ação externa. Porém, confirmou que funcionários do fisco bisbilhotaram os dados. Parece repeteco da história do sigilo do caseiro que derrubou o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.
Baixinho
Candidato a deputado federal, o ex-jogador de futebol Romário é a estrela do PSB na campanha carioca. “Onde ele vai, para tudo. Foi assim na Estação da Central do Brasil”, comemora o deputado Alexandre Cardoso (PSB-RJ), que convenceu o craque a se candidatar com o argumento de que é preciso acompanhar a preparação da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
Razzia
Amanhã, o presidente Lula fará mais uma investida contra os tucanos em São Paulo. No Vale do Ribeira, participa da inauguração de uma ponte. Em Diadema, lança a primeira etapa da urbanização do Núcleo Naval. A mobilização de prefeitos de oposição para atos de campanha de Dilma e do candidato petista a governador, Aloizio Mercadante, não é gratuita.
Aposta
300 mil votos
Essa é a estimativa de votos — segundo o parlamentar carioca — que Romário poderia receber em outubro
Aposentados - O deputado Ivan Valente (PSol-SP) comemorou a aprovação da PEC que estabelece o fim gradual da contribuição previdenciária para servidores inativos. Batalhou muito por isso.
Youpode - Sem mostrar a cara, o candidato verde a governador do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, foi o primeiro a lançar um vídeo de campanha no YouTube. Com 3 minutos e 17 segundos, cita todos os municípios fluminenses.
Perdido - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, só chegou depois da festa ao comitê de campanha de Dilma Rousseff inaugurado na terça-feira à noite. Motivo: estava em reunião com o presidente Lula.
Azebundsman - Na coluna de ontem, pulei uma casa no calendário. É hoje, em Vitória, no Espírito Santo, o ato com o presidente Lula para simbolizar o início da produção da camada pré-sal do poço de Baleia Franca.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Projetos de risco
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Com um olho no gato e o outro no peixe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende criar a polêmica Empresa Brasileira de Seguros para garantir a execução de projetos do governo considerados de alto risco pelas seguradoras privadas, que por isso cobram mais caro pelas apólices.
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Estão na lista as usinas siderúrgicas, o trem-bala Rio-São Paulo e outras grandes obras do PAC, a ampliação dos estádios e dos aeroportos para a Copa de 2014 e a infraestrutura para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, além de empreendimentos como a exploração do petróleo da camada pré-sal.
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São R$ 18 bilhões para garantir a execução dos projetos, pois o texto da medida provisória enviado ontem pelo Ministério da Fazenda à Casa Civil reorganiza os fundos já existentes — Fundo Garantidor de Infraestrutura (FGIE); fundos naval, de energia e de Parceria Público-Privada (PPPs); e o Fundo Garantidor de Comércio Exterior (FGCE) — em três reservas que cobrirão o comércio exterior de longo prazo e as exportações, mas a parte do leão irá mesmo para a infraestrutura.
Saia justa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará por uma saia justa no Paraguai. Ficou para depois das eleições a votação na Câmara do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que revisa o Tratado de Itaipu (assinado em 1973), pelo qual o Brasil desembolsaria R$ 5,5 bilhões adicionais pela utilização da energia da usina. Lula viajará no dia 30 ao Paraguai para participar, com o presidente Fernando Lugo, do lançamento de uma linha de transmissão entre a Usina de Itaipu e Assunção.
Pré-sal
Não foi coincidência. Lula desembarca amanhã no Espírito Santo como o homem que descobriu o petróleo da camada pré-sal. A Petrobras comunicou ontem à Agência Nacional de Petróleo (ANP) ter encontrado indícios de gás na Bacia do Espírito Santo. O poço foi perfurado em lâmina d’água de 701,5m até 4,6 mil metros de profundidade. A área fica ao norte do campo de Camarupim, próxima ao polo de produção de gás dos campos de Peroá e Cangoá. A empresa opera em parceria com a norte-americana El Paso, que detém 35% do negócio.
Degola
Caso a Justiça Eleitoral aceite os pedidos de impugnação já apresentados, haverá uma degola de políticos só comparável à Revolução de 1930 e ao golpe militar de 1964. Em 17 estados, estão com a cabeça a prêmio 1.342 candidatos
Queridinho
Presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu, do DEM-TO, não poupa elogios ao deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do novo Código Florestal. Segundo ela, o parlamentar rompeu com o sectarismo ideológico ao tratar da agricultura e do agronegócio.
Trombada
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, soltou os cachorros contra o Banco Central, ontem, na reunião com o presidente Lula. Disse que a economia desacelerou porque o presidente do BC, Henrique Meirelles, puxou o freio de mão com uma dose cavalar de juros. Mantega avalia que a elevação dos juros foi desnecessária porque a inflação era sazonal e já estava em baixa.
Gazeta
As duas semanas de esforço concentrado na Câmara dos Deputados durante o período eleitoral foram para o espaço. Líderes governistas e da oposição não têm acordo para pôr a Casa a funcionar. O pomo da discórdia é a votação da Emenda nº 29, que destina recursos à Saúde. Ontem, uma caravana de 150 prefeitos pressionou os líderes da Câmara para garantir a votação, mas não obteve sucesso.
Tremeu
O governador do Ceará, Cid Gomes, do PSB, que parecia ter uma reeleição tranquila, tremeu depois de pesquisas internas de sua campanha sinalizarem que a vitória no primeiro turno subiu no telhado. O contencioso com a prefeita petista de Fortaleza, Luizianne Lins, e o senador tucano Tasso Jereissati, candidato à reeleição, começa a ficar caro demais.
Calote
Na divisa entre Ceará e Pernambuco, Terra Nova e Cabrobó vivem uma crise econômica particular. As obras de transposição do Rio São Francisco e da Ferrovia Transnordestina, lançadas com pompa e circunstância pelo presidente Lula, estão devagar quase parando. As empresas contratadas dão calote no comércio local e trabalhadores estão sendo dispensados.
Banda - O deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) deve entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o fim do monopólio da Telebras no Plano Nacional da Banda Larga. O parlamentar quer que o projeto respeite as atuais regras do mercado, que garantem a concorrência entre as empresas.
Embalo - Os delegados das polícias Civil e Federal dos estados querem aproveitar o embalo da aprovação da PEC que estabeleceu um piso para os policiais de todo o país para barganhar um aumento no Congresso. Querem equiparar a carreira à magistratura. São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia sofreriam o maior impacto nas folhas de pagamento.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Com um olho no gato e o outro no peixe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende criar a polêmica Empresa Brasileira de Seguros para garantir a execução de projetos do governo considerados de alto risco pelas seguradoras privadas, que por isso cobram mais caro pelas apólices.
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Estão na lista as usinas siderúrgicas, o trem-bala Rio-São Paulo e outras grandes obras do PAC, a ampliação dos estádios e dos aeroportos para a Copa de 2014 e a infraestrutura para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, além de empreendimentos como a exploração do petróleo da camada pré-sal.
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São R$ 18 bilhões para garantir a execução dos projetos, pois o texto da medida provisória enviado ontem pelo Ministério da Fazenda à Casa Civil reorganiza os fundos já existentes — Fundo Garantidor de Infraestrutura (FGIE); fundos naval, de energia e de Parceria Público-Privada (PPPs); e o Fundo Garantidor de Comércio Exterior (FGCE) — em três reservas que cobrirão o comércio exterior de longo prazo e as exportações, mas a parte do leão irá mesmo para a infraestrutura.
Saia justa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará por uma saia justa no Paraguai. Ficou para depois das eleições a votação na Câmara do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que revisa o Tratado de Itaipu (assinado em 1973), pelo qual o Brasil desembolsaria R$ 5,5 bilhões adicionais pela utilização da energia da usina. Lula viajará no dia 30 ao Paraguai para participar, com o presidente Fernando Lugo, do lançamento de uma linha de transmissão entre a Usina de Itaipu e Assunção.
Pré-sal
Não foi coincidência. Lula desembarca amanhã no Espírito Santo como o homem que descobriu o petróleo da camada pré-sal. A Petrobras comunicou ontem à Agência Nacional de Petróleo (ANP) ter encontrado indícios de gás na Bacia do Espírito Santo. O poço foi perfurado em lâmina d’água de 701,5m até 4,6 mil metros de profundidade. A área fica ao norte do campo de Camarupim, próxima ao polo de produção de gás dos campos de Peroá e Cangoá. A empresa opera em parceria com a norte-americana El Paso, que detém 35% do negócio.
Degola
Caso a Justiça Eleitoral aceite os pedidos de impugnação já apresentados, haverá uma degola de políticos só comparável à Revolução de 1930 e ao golpe militar de 1964. Em 17 estados, estão com a cabeça a prêmio 1.342 candidatos
Queridinho
Presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu, do DEM-TO, não poupa elogios ao deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do novo Código Florestal. Segundo ela, o parlamentar rompeu com o sectarismo ideológico ao tratar da agricultura e do agronegócio.
Trombada
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, soltou os cachorros contra o Banco Central, ontem, na reunião com o presidente Lula. Disse que a economia desacelerou porque o presidente do BC, Henrique Meirelles, puxou o freio de mão com uma dose cavalar de juros. Mantega avalia que a elevação dos juros foi desnecessária porque a inflação era sazonal e já estava em baixa.
Gazeta
As duas semanas de esforço concentrado na Câmara dos Deputados durante o período eleitoral foram para o espaço. Líderes governistas e da oposição não têm acordo para pôr a Casa a funcionar. O pomo da discórdia é a votação da Emenda nº 29, que destina recursos à Saúde. Ontem, uma caravana de 150 prefeitos pressionou os líderes da Câmara para garantir a votação, mas não obteve sucesso.
Tremeu
O governador do Ceará, Cid Gomes, do PSB, que parecia ter uma reeleição tranquila, tremeu depois de pesquisas internas de sua campanha sinalizarem que a vitória no primeiro turno subiu no telhado. O contencioso com a prefeita petista de Fortaleza, Luizianne Lins, e o senador tucano Tasso Jereissati, candidato à reeleição, começa a ficar caro demais.
Calote
Na divisa entre Ceará e Pernambuco, Terra Nova e Cabrobó vivem uma crise econômica particular. As obras de transposição do Rio São Francisco e da Ferrovia Transnordestina, lançadas com pompa e circunstância pelo presidente Lula, estão devagar quase parando. As empresas contratadas dão calote no comércio local e trabalhadores estão sendo dispensados.
Banda - O deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) deve entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o fim do monopólio da Telebras no Plano Nacional da Banda Larga. O parlamentar quer que o projeto respeite as atuais regras do mercado, que garantem a concorrência entre as empresas.
Embalo - Os delegados das polícias Civil e Federal dos estados querem aproveitar o embalo da aprovação da PEC que estabeleceu um piso para os policiais de todo o país para barganhar um aumento no Congresso. Querem equiparar a carreira à magistratura. São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia sofreriam o maior impacto nas folhas de pagamento.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Erro médico
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Saiu do prelo um livro que ainda vai dar o que falar, principalmente entre os médicos: O paciente — o caso Tancredo Neves, de Luís Mir, uma brochura de 384 páginas (Editora Cultura). Certamente será tachado de engenharia de obra feita, mas é mais do que isso: uma investigação sobre um erro médico. No Brasil, como em outros lugares, tratar de erros médicos é monopólio da corporação que se veste de branco, mesmo aqueles casos que chegam primeiro à delegacia de polícia e só depois aos conselhos de medicina.
Eleito por voto indireto, depois de uma impressionante campanha popular, Tancredo Neves não chegou a tomar posse. Atormentado por dores no abdômen — que ocultou enquanto pôde —, foi internado no Hospital de Base de Brasília e operado. Foi a primeira de uma série de cirurgias malsucedidas, a partir de um diagnóstico equivocado. “Tancredo Neves poderia ter tomado posse na Presidência da República em 15 de março de 1985”, disse o cirurgião Henrique Walter Pinotti, recentemente falecido, que participou de três das quatro operações do presidente.
Pesquisador, especialista em atendimento médico ao trauma e professor visitante da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Mir refez em seu livro todo o percurso da internação e morte de Tancredo Neves. Entrevistou os médicos que participaram do caso, reexaminou os prontuários e exames. Na obra, narra os bastidores das cirurgias que Tancredo sofreu. “Há um consenso médico sobre esse caso: o paciente matou o presidente da República e o presidente da República matou o paciente”, conclui.
O caso
“Se tivessem esfriado a bacteremia (processo infeccioso), estabilizado o quadro, ele poderia ter tomado posse. Seria operado depois, argumenta Mir. O diagnóstico de ‘apendicite supurada’ foi equivocado. O que encontraram? Um tumor. Era primário, não tinha abscesso, não contaminava a parede abdominal, não tinha metástase. O que determinou a morte de Tancredo? Enterorragia (hemorragia maciça) decorrente de erro técnico na sutura da primeira cirurgia. Não era divertículo, era um leiomiossarcoma. Para retirá-lo, foi feita ressecção em cunha — um erro técnico grave. Ele sangrou desde o primeiro momento e isso determinou as complicações que o levaram à morte.”
Balanço
Presidente da Fundação Palmares, Zulu Araújo explica que as 250 horas de atividades culturais promovidas pelo Brasil na África da Sul durante a Copa, ao custo de R$ 4 milhões, reuniram cinco grupos musicais brasileiros, um grupo de cultura popular e artes cênicas, quatro artistas plásticos, três cineastas, um palestrante, equipes técnica e de produção, num total de 100 pessoas. Público estimado: 40 mil pessoas nos shows, 400 espectadores nas palestras, 12 mil participantes nas performances de rua, 900 espectadores da mostra de cinema e 220 alunos nos workshops.
Maraca
A reforma do Maracanã, para atender às exigências da Fifa, terá um custo total de R$ 720 milhões.
Com lupa
Para evitar escândalos de corrupção durante a próxima Copa do Mundo, que acontece no Brasil, em 2014, o Ministério Público Federal vai monitorar todas as licitações de infraestrutura do evento. Um grupo de trabalho foi criado para acompanhar o passo a passo dos investimentos, dos editais à contratação. Procuradores de todas as cidades-sede integram o grupo.
No barro
Responsável pelo comando da equipe de comunicação da campanha da ministra Dilma Rousseff (PT), o vice-presidente da legenda e também deputado federal, Rui Falcão, agora fica mais tempo em São Paulo do que em Brasília. Corre atrás da própria reeleição.
Na área
Está no Brasil Zeinal Bava, presidente da Portugal Telecom, que enfrenta a oposição dos governos brasileiro e português para vender a Vivo, aqui no país, à espanhola Telefónica. Participa do 4º Encontro Empresarial Brasil-União Europeia, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela sua congênere, o Business Europe.
Bala
O governo lança hoje o edital de concorrência para a construção do trem-bala Rio–São Paulo. O valor da obra está estimado em R$ 33,1 bilhões. Vence a empresa que ofertar a menor tarifa-teto para o trecho entre as duas cidades. O preço máximo estabelecido pelo Tribunal de Contas da União na classe econômica é de R$ 190,80.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Saiu do prelo um livro que ainda vai dar o que falar, principalmente entre os médicos: O paciente — o caso Tancredo Neves, de Luís Mir, uma brochura de 384 páginas (Editora Cultura). Certamente será tachado de engenharia de obra feita, mas é mais do que isso: uma investigação sobre um erro médico. No Brasil, como em outros lugares, tratar de erros médicos é monopólio da corporação que se veste de branco, mesmo aqueles casos que chegam primeiro à delegacia de polícia e só depois aos conselhos de medicina.
Eleito por voto indireto, depois de uma impressionante campanha popular, Tancredo Neves não chegou a tomar posse. Atormentado por dores no abdômen — que ocultou enquanto pôde —, foi internado no Hospital de Base de Brasília e operado. Foi a primeira de uma série de cirurgias malsucedidas, a partir de um diagnóstico equivocado. “Tancredo Neves poderia ter tomado posse na Presidência da República em 15 de março de 1985”, disse o cirurgião Henrique Walter Pinotti, recentemente falecido, que participou de três das quatro operações do presidente.
Pesquisador, especialista em atendimento médico ao trauma e professor visitante da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Mir refez em seu livro todo o percurso da internação e morte de Tancredo Neves. Entrevistou os médicos que participaram do caso, reexaminou os prontuários e exames. Na obra, narra os bastidores das cirurgias que Tancredo sofreu. “Há um consenso médico sobre esse caso: o paciente matou o presidente da República e o presidente da República matou o paciente”, conclui.
O caso
“Se tivessem esfriado a bacteremia (processo infeccioso), estabilizado o quadro, ele poderia ter tomado posse. Seria operado depois, argumenta Mir. O diagnóstico de ‘apendicite supurada’ foi equivocado. O que encontraram? Um tumor. Era primário, não tinha abscesso, não contaminava a parede abdominal, não tinha metástase. O que determinou a morte de Tancredo? Enterorragia (hemorragia maciça) decorrente de erro técnico na sutura da primeira cirurgia. Não era divertículo, era um leiomiossarcoma. Para retirá-lo, foi feita ressecção em cunha — um erro técnico grave. Ele sangrou desde o primeiro momento e isso determinou as complicações que o levaram à morte.”
Balanço
Presidente da Fundação Palmares, Zulu Araújo explica que as 250 horas de atividades culturais promovidas pelo Brasil na África da Sul durante a Copa, ao custo de R$ 4 milhões, reuniram cinco grupos musicais brasileiros, um grupo de cultura popular e artes cênicas, quatro artistas plásticos, três cineastas, um palestrante, equipes técnica e de produção, num total de 100 pessoas. Público estimado: 40 mil pessoas nos shows, 400 espectadores nas palestras, 12 mil participantes nas performances de rua, 900 espectadores da mostra de cinema e 220 alunos nos workshops.
Maraca
A reforma do Maracanã, para atender às exigências da Fifa, terá um custo total de R$ 720 milhões.
Com lupa
Para evitar escândalos de corrupção durante a próxima Copa do Mundo, que acontece no Brasil, em 2014, o Ministério Público Federal vai monitorar todas as licitações de infraestrutura do evento. Um grupo de trabalho foi criado para acompanhar o passo a passo dos investimentos, dos editais à contratação. Procuradores de todas as cidades-sede integram o grupo.
No barro
Responsável pelo comando da equipe de comunicação da campanha da ministra Dilma Rousseff (PT), o vice-presidente da legenda e também deputado federal, Rui Falcão, agora fica mais tempo em São Paulo do que em Brasília. Corre atrás da própria reeleição.
Na área
Está no Brasil Zeinal Bava, presidente da Portugal Telecom, que enfrenta a oposição dos governos brasileiro e português para vender a Vivo, aqui no país, à espanhola Telefónica. Participa do 4º Encontro Empresarial Brasil-União Europeia, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela sua congênere, o Business Europe.
Bala
O governo lança hoje o edital de concorrência para a construção do trem-bala Rio–São Paulo. O valor da obra está estimado em R$ 33,1 bilhões. Vence a empresa que ofertar a menor tarifa-teto para o trecho entre as duas cidades. O preço máximo estabelecido pelo Tribunal de Contas da União na classe econômica é de R$ 190,80.
domingo, 11 de julho de 2010
Mosqueteiros a perigo
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Três mosqueteiros da oposição no Senado, desafetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estão em sério risco eleitoral em seus estados: Arthur Virgílio (PSDB-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Heráclito Fortes (DEM-PI). Como Aramis, Athos e Porthos, em O Visconde de Bragelonne, de Alexandre Dumas, correm o risco de morrer em meio à batalha.
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Arthur Virgílio está isolado no Amazonas, numa disputa na qual não conseguiu uma coligação robusta e lançou como candidato a governador o vereador Hissa Abrahão (PPS). Enfrenta o ex-governador Eduardo Braga (PMDB) e a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB) como principais concorrentes. No Ceará, Tasso rompeu com o clã dos Gomes por causa da candidatura do deputado petista José Pimentel na chapa do governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição. Enfrenta ainda Eunício Oliveira, candidato a senador do PMDB.
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No Piauí, Heráclito Fortes foi surpreendido pela candidatura do deputado Ciro Nogueira (PP), que também entrou na disputa. Já enfrentava a concorrência do ex-governador petista Wellington Dias e de seu companheiro de chapa, Mão Santa (PSC). Além disso, concorre graças a uma liminar para escapar da Lei da Ficha Limpa.
Escapa
Dos caciques da oposição na linha de tiro do presidente Lula, o líder do DEM, o senador José Agripino Maia, é o que está em melhor situação eleitoral. No Rio Grande do Norte, enfrenta o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) e a ex-governadora Vilma de Faria (PSB), mas leva a vantagem por ser o único candidato ao Senado na chapa de Rosalba Ciarlini (DEM), que lidera a disputa pelo governo do estado.
Bancada
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer eleger 16 senadores do PT e garantir, com isso, a Presidência do Senado para a legenda num eventual governo da petista Dilma Rousseff. Caso o eleito seja o tucano José Serra, avalia que poderá infernizar a vida do seu sucessor. Aposta na eleição de Paulo Paim (RS), Cláudio Vignatti (SC), Gleisi Hoffmann (PR), Marta Suplicy (SP), Fernando Pimentel (MG), Lindberg Faria (RJ), Carlos Abicalil (MT), Delcídio Amaral (MS), Walter Pinheiro (BA), Wellington Dias (PI), José Pimentel (CE), Humberto Costa (PE), Paulo Rocha (PA), Jorge Viana (AC), Ângela Portela (RR) e Fátima Cleide (RO). Hoje o PT tem oito senadores, enquanto o PMDB tem 18. O PSDB tem 14 e o DEM, 13 parlamentares.
Pé no barro
Candidato natural à Presidência da Câmara, o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza, durante a campanha, passará apenas 48 horas por semana em Brasília. Por causa da ascensão meteórica no primeiro mandato, no qual se tornou um dos principais articuladores governistas, abandonou as bases eleitorais e agora corre atrás do prejuízo. Vaccarezza foi o artífice do acordo do PT com o PMDB que garantiu a eleição de Arlindo Chinaglia (PT), em 2007, e do atual presidente da Casa, Michel Temer (PMDB).
Termômetro
Nesta semana serão divulgadas 12 pesquisas de intenção de votos. Foram realizadas pelos institutos Ibope — para presidente e vice —, Cooperfil, Ecope, Class, DataAz, Promotion, Mapa, Serpis, Nassau e IPC — para governadores e senadores no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, em Goiás, em Tocantins, no Piauí e em Pernambuco.
Correio
As exportações por via postal já aumentaram 30% neste ano. Os principais destinos foram os Estados Unidos, seguidos pela Argentina e pelo México. O valor exportado foi de US$ 23,7 milhões
Freio de mão
Com a saída do ex-governador Anthony Garotinho (PR) da disputa pelo Palácio Guanabara, o governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) puxou o freio de mão na campanha eleitoral, cuja equipe de comunicação chegou a contar com 230 pessoas. Hoje, faz campanha na famosa feira de Duque de Caxias, reduto de nordestinos e do prefeito tucano José Zito.
Imexível
Dilma Rousseff não poupa elogios ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ela, em meio à crise mundial, no rastro da crise imobiliária norte-americana, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à equipe econômica uma proposta anticíclica, Mantega remanejou o Orçamento e voltou com R$ 26 bilhões para o programa Minha Casa, Minha Vida. O projeto é a menina dos olhos da plataforma eleitoral da petista.
Pesos pesados/ O presidente Lula e o presidente da Comissão Europeia, o português Durão Barroso, encerram juntos, na quarta-feira, no Itamaraty, o 4º Encontro Empresarial Brasil- União Europeia, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela sua congênere, o Business Europe.
Dossiê/ O depoimento do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, deve ocorrer na próxima quarta-feira, na Comissão de Constituição e Justiça. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) cobra explicações sobre o vazamento do sigilo fiscal do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge.
Astral/ A jornalista Kátia Maranhão, ex-Casseta e Planeta, lança amanhã, às 19h, na Fnac (ParkShopping de Brasília), o blog Notícias que fazem bem.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Três mosqueteiros da oposição no Senado, desafetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estão em sério risco eleitoral em seus estados: Arthur Virgílio (PSDB-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Heráclito Fortes (DEM-PI). Como Aramis, Athos e Porthos, em O Visconde de Bragelonne, de Alexandre Dumas, correm o risco de morrer em meio à batalha.
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Arthur Virgílio está isolado no Amazonas, numa disputa na qual não conseguiu uma coligação robusta e lançou como candidato a governador o vereador Hissa Abrahão (PPS). Enfrenta o ex-governador Eduardo Braga (PMDB) e a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB) como principais concorrentes. No Ceará, Tasso rompeu com o clã dos Gomes por causa da candidatura do deputado petista José Pimentel na chapa do governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição. Enfrenta ainda Eunício Oliveira, candidato a senador do PMDB.
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No Piauí, Heráclito Fortes foi surpreendido pela candidatura do deputado Ciro Nogueira (PP), que também entrou na disputa. Já enfrentava a concorrência do ex-governador petista Wellington Dias e de seu companheiro de chapa, Mão Santa (PSC). Além disso, concorre graças a uma liminar para escapar da Lei da Ficha Limpa.
Escapa
Dos caciques da oposição na linha de tiro do presidente Lula, o líder do DEM, o senador José Agripino Maia, é o que está em melhor situação eleitoral. No Rio Grande do Norte, enfrenta o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) e a ex-governadora Vilma de Faria (PSB), mas leva a vantagem por ser o único candidato ao Senado na chapa de Rosalba Ciarlini (DEM), que lidera a disputa pelo governo do estado.
Bancada
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer eleger 16 senadores do PT e garantir, com isso, a Presidência do Senado para a legenda num eventual governo da petista Dilma Rousseff. Caso o eleito seja o tucano José Serra, avalia que poderá infernizar a vida do seu sucessor. Aposta na eleição de Paulo Paim (RS), Cláudio Vignatti (SC), Gleisi Hoffmann (PR), Marta Suplicy (SP), Fernando Pimentel (MG), Lindberg Faria (RJ), Carlos Abicalil (MT), Delcídio Amaral (MS), Walter Pinheiro (BA), Wellington Dias (PI), José Pimentel (CE), Humberto Costa (PE), Paulo Rocha (PA), Jorge Viana (AC), Ângela Portela (RR) e Fátima Cleide (RO). Hoje o PT tem oito senadores, enquanto o PMDB tem 18. O PSDB tem 14 e o DEM, 13 parlamentares.
Pé no barro
Candidato natural à Presidência da Câmara, o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza, durante a campanha, passará apenas 48 horas por semana em Brasília. Por causa da ascensão meteórica no primeiro mandato, no qual se tornou um dos principais articuladores governistas, abandonou as bases eleitorais e agora corre atrás do prejuízo. Vaccarezza foi o artífice do acordo do PT com o PMDB que garantiu a eleição de Arlindo Chinaglia (PT), em 2007, e do atual presidente da Casa, Michel Temer (PMDB).
Termômetro
Nesta semana serão divulgadas 12 pesquisas de intenção de votos. Foram realizadas pelos institutos Ibope — para presidente e vice —, Cooperfil, Ecope, Class, DataAz, Promotion, Mapa, Serpis, Nassau e IPC — para governadores e senadores no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, em Goiás, em Tocantins, no Piauí e em Pernambuco.
Correio
As exportações por via postal já aumentaram 30% neste ano. Os principais destinos foram os Estados Unidos, seguidos pela Argentina e pelo México. O valor exportado foi de US$ 23,7 milhões
Freio de mão
Com a saída do ex-governador Anthony Garotinho (PR) da disputa pelo Palácio Guanabara, o governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) puxou o freio de mão na campanha eleitoral, cuja equipe de comunicação chegou a contar com 230 pessoas. Hoje, faz campanha na famosa feira de Duque de Caxias, reduto de nordestinos e do prefeito tucano José Zito.
Imexível
Dilma Rousseff não poupa elogios ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ela, em meio à crise mundial, no rastro da crise imobiliária norte-americana, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à equipe econômica uma proposta anticíclica, Mantega remanejou o Orçamento e voltou com R$ 26 bilhões para o programa Minha Casa, Minha Vida. O projeto é a menina dos olhos da plataforma eleitoral da petista.
Pesos pesados/ O presidente Lula e o presidente da Comissão Europeia, o português Durão Barroso, encerram juntos, na quarta-feira, no Itamaraty, o 4º Encontro Empresarial Brasil- União Europeia, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela sua congênere, o Business Europe.
Dossiê/ O depoimento do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, deve ocorrer na próxima quarta-feira, na Comissão de Constituição e Justiça. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) cobra explicações sobre o vazamento do sigilo fiscal do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge.
Astral/ A jornalista Kátia Maranhão, ex-Casseta e Planeta, lança amanhã, às 19h, na Fnac (ParkShopping de Brasília), o blog Notícias que fazem bem.
sábado, 10 de julho de 2010
Pacto corporativo
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e os principais sindicatos do funcionalismo ligados às carreiras do Executivo firmaram um pacto de bom comportamento na campanha eleitoral para não prejudicar a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. A reunião foi ontem, no ministério, e tem por objetivo evitar uma onda de greves que possa paralisar as atividades do governo Lula em pleno processo eleitoral.
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Bernardo empurra com a barriga a apresentação de um projeto de lei contemplando 27 setores do Executivo com aumentos salariais muito acima da inflação, de maneira a corrigir defasagens entre as carreiras do Executivo e as semelhantes no Legislativo e no Judiciário.
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O governo havia se comprometido com os sindicalistas a encaminhar a proposta ao Congresso antes do período eleitoral, mas perdeu o controle das votações na Câmara e no Senado e recuou, temendo um novo “trem da alegria”. Bernardo prometeu que o projeto será encaminhado durante a “janela legislativa” do período pós-eleitoral, na qual o Executivo costuma usar o rolo compressor para aprovar tudo que deseja antes que os novos deputados tomem posse.
Dúvidas
Alguns sindicalistas acham arriscado esperar as eleições para reivindicar a aprovação dos planos de carreira e respectivos aumentos. Desconfiam de que o ministro Paulo Bernardo possa não integrar a equipe de transição do novo governo. Alguns, inclusive, temem a vitória do tucano José Serra. Entre as 27 carreiras que ficaram sem aumento estão as dos funcionários administrativos da Advocacia-Geral da União (AGU) e dos servidores dos seguintes órgãos: Incra, FNDE, Inep, Ibama, Instituto Chico Mendes, Ministério do Trabalho e Embratur. São aproximadamente 600 mil servidores.
Batucada
Dos R$ 15,5 milhões que o governo gastou na África do Sul para divulgar a Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil, despontam as despesas com a Casa Brasil e com shows, além de passagens e hospedagem na sede do atual Mundial. O grupo baiano Olodum, o Samba Negô e a bateria da escola de samba carioca Portela cobraram R$ 4 milhões.
Central
A equipe de campanha de Dilma Rousseff corre contra o relógio para nada dar errado na inauguração do comitê central da campanha, terça-feira, no Edifício Vitória, no Setor Bancário Sul de Brasília. A petista deixará definitivamente o bunker mal-assombrado do Lago Sul. Na festa, serão lançados um vídeo institucional preparado pelo marqueteiro João Santana e o Blog da Dilma, concebido por seu “guru virtual” Marcelo Branco.
Encarnado
A logomarca da Copa de 2014 leva as cores verde e amarela da bandeira nacional, mas chama a atenção a numeração 2014 desenhada em vermelho. A cor foi escolhida com base em outra logo, a Marca Brasil, que já havia sido desenvolvida a pedido da Embratur para divulgar a imagem do Brasil no exterior.
Cacau
Apesar da presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), em férias na África do Sul, o risco de a abertura da Copa do Mundo não acontecer na capital paulista é real. O governador da Bahia, Jaques Wagner, patrocinado pelo presidente Lula, entrou firme na disputa para levar a abertura do Mundial de 2014 para Salvador. Promete ampliar a capacidade do Estádio da Fonte Nova de 50 mil para 70 mil lugares, cujo custo estimado é de R$ 1,5 bilhão
Duro na queda
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, continua acompanhando com lupa a política do Distrito Federal, mesmo colecionando duas derrotas para os políticos da capital federal. A primeira foi em 2003, quando ainda era subprocurador e foi derrotado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao pedir a cassação do então governador Joaquim Roriz. A segunda, este ano, com a recusa do Supremo Tribunal Federal (STF) ao pedido de intervenção por causa do escândalo Caixa de Pandora. Agora, trabalha pela aprovação do pedido de impugnação da candidatura de Roriz.
Preferido - A ex-governadora fluminense Benedita da Silva (PT), que perdeu a vaga de candidata ao Senado para o ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Faria (PT) e disputa uma cadeira na Câmara dos Deputados, é a estrela das panfletagens do candidato do PMDB ao Senado, Jorge Picciani.
Racha - O presidente do diretório municipal do PPS em Salvador, Virgílio Pacheco, protocolou ação no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia para anular a convenção regional da legenda. Partidário do presidenciável tucano, José Serra, não quer ver o partido coligado com o candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima.
Elite - Numa disputa dificílima, o ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro (PTB-PE), candidato ao Senado na chapa do governador Eduardo Campos (PSB), que tenta a reeleição, acredita que terá o segundo voto da elite pernambucana, tradicional eleitora do senador Marco Maciel (DEM).
Publicado hoje no Correio Braziliense e no Diário de Pernambuco
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e os principais sindicatos do funcionalismo ligados às carreiras do Executivo firmaram um pacto de bom comportamento na campanha eleitoral para não prejudicar a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. A reunião foi ontem, no ministério, e tem por objetivo evitar uma onda de greves que possa paralisar as atividades do governo Lula em pleno processo eleitoral.
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Bernardo empurra com a barriga a apresentação de um projeto de lei contemplando 27 setores do Executivo com aumentos salariais muito acima da inflação, de maneira a corrigir defasagens entre as carreiras do Executivo e as semelhantes no Legislativo e no Judiciário.
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O governo havia se comprometido com os sindicalistas a encaminhar a proposta ao Congresso antes do período eleitoral, mas perdeu o controle das votações na Câmara e no Senado e recuou, temendo um novo “trem da alegria”. Bernardo prometeu que o projeto será encaminhado durante a “janela legislativa” do período pós-eleitoral, na qual o Executivo costuma usar o rolo compressor para aprovar tudo que deseja antes que os novos deputados tomem posse.
Dúvidas
Alguns sindicalistas acham arriscado esperar as eleições para reivindicar a aprovação dos planos de carreira e respectivos aumentos. Desconfiam de que o ministro Paulo Bernardo possa não integrar a equipe de transição do novo governo. Alguns, inclusive, temem a vitória do tucano José Serra. Entre as 27 carreiras que ficaram sem aumento estão as dos funcionários administrativos da Advocacia-Geral da União (AGU) e dos servidores dos seguintes órgãos: Incra, FNDE, Inep, Ibama, Instituto Chico Mendes, Ministério do Trabalho e Embratur. São aproximadamente 600 mil servidores.
Batucada
Dos R$ 15,5 milhões que o governo gastou na África do Sul para divulgar a Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil, despontam as despesas com a Casa Brasil e com shows, além de passagens e hospedagem na sede do atual Mundial. O grupo baiano Olodum, o Samba Negô e a bateria da escola de samba carioca Portela cobraram R$ 4 milhões.
Central
A equipe de campanha de Dilma Rousseff corre contra o relógio para nada dar errado na inauguração do comitê central da campanha, terça-feira, no Edifício Vitória, no Setor Bancário Sul de Brasília. A petista deixará definitivamente o bunker mal-assombrado do Lago Sul. Na festa, serão lançados um vídeo institucional preparado pelo marqueteiro João Santana e o Blog da Dilma, concebido por seu “guru virtual” Marcelo Branco.
Encarnado
A logomarca da Copa de 2014 leva as cores verde e amarela da bandeira nacional, mas chama a atenção a numeração 2014 desenhada em vermelho. A cor foi escolhida com base em outra logo, a Marca Brasil, que já havia sido desenvolvida a pedido da Embratur para divulgar a imagem do Brasil no exterior.
Cacau
Apesar da presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), em férias na África do Sul, o risco de a abertura da Copa do Mundo não acontecer na capital paulista é real. O governador da Bahia, Jaques Wagner, patrocinado pelo presidente Lula, entrou firme na disputa para levar a abertura do Mundial de 2014 para Salvador. Promete ampliar a capacidade do Estádio da Fonte Nova de 50 mil para 70 mil lugares, cujo custo estimado é de R$ 1,5 bilhão
Duro na queda
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, continua acompanhando com lupa a política do Distrito Federal, mesmo colecionando duas derrotas para os políticos da capital federal. A primeira foi em 2003, quando ainda era subprocurador e foi derrotado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao pedir a cassação do então governador Joaquim Roriz. A segunda, este ano, com a recusa do Supremo Tribunal Federal (STF) ao pedido de intervenção por causa do escândalo Caixa de Pandora. Agora, trabalha pela aprovação do pedido de impugnação da candidatura de Roriz.
Preferido - A ex-governadora fluminense Benedita da Silva (PT), que perdeu a vaga de candidata ao Senado para o ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Faria (PT) e disputa uma cadeira na Câmara dos Deputados, é a estrela das panfletagens do candidato do PMDB ao Senado, Jorge Picciani.
Racha - O presidente do diretório municipal do PPS em Salvador, Virgílio Pacheco, protocolou ação no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia para anular a convenção regional da legenda. Partidário do presidenciável tucano, José Serra, não quer ver o partido coligado com o candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima.
Elite - Numa disputa dificílima, o ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro (PTB-PE), candidato ao Senado na chapa do governador Eduardo Campos (PSB), que tenta a reeleição, acredita que terá o segundo voto da elite pernambucana, tradicional eleitora do senador Marco Maciel (DEM).
Publicado hoje no Correio Braziliense e no Diário de Pernambuco
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Lula, o regresso
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva antecipou a volta ao país depois de um périplo por ditaduras africanas com o propósito de ampliar relações comerciais e amarrar alguns votos a mais para o Brasil nos fóruns internacionais. Indagado por seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, se havia perdido a vontade de assistir à final da Copa do Mundo, foi categórico: “Nem eu e nem você”. Lula agora só pensa na campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República.
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Lula tem compromissos com o presidente Zuma, da África do Sul, e Ricardo Teixeira, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Preza mais o primeiro do que o segundo, a quem gostaria de ver destronado do cargo de todo-poderoso do futebol brasileiro. Ainda não digeriu a derrota do Brasil para a Holanda. Mas isso, agora, são jabulanis para o escanteio.
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O problema do presidente Lula é voltar logo para o centro do debate sucessório no Brasil, ocupado na sua ausência pelos ataques de José Serra (PSDB) a Dilma, que aceita o jogo da oposição e responde ao fogo. É tudo o que Lula não quer. Até começar o horário de rádio e de televisão, em 17 de agosto, Dilma precisa da companhia do presidente da República para conter os ataques de José Serra.
Quebra-queixo
O assédio de jornalistas à petista Dilma Rousseff está tirando o sono do marqueteiro João Santana. Ontem, em Bauru (SP), até perguntas sobre o goleiro Bruno, do Flamengo, suspeito de assassinar barbaramente uma ex-amante, foram feitas à candidata do PT. Entrevistas tumultuadas costumam ser um perigo para candidatos à Presidência da República porque fogem dos roteiros previamente elaborados pelos marqueteiros para a campanha eleitoral.
Volátil
O fluxo cambial negativo de junho é o pior desde dezembro de 2008. Segundo o Banco Central, o Brasil perdeu US$ 4,279 bilhões em junho e, em apenas dois dias de negócios em julho, mais US$ 735 milhões
Durango
O deputado Raul Jungmann, candidato do PPS ao Senado em Pernambuco, foi obrigado a divulgar uma longa carta para explicar o minguado patrimônio de R$ 17.897,89 que declarou à Justiça Eleitoral. “É tudo o que possuo, tendo sido secretário de Estado, presidente do Ibama, do Incra, secretário executivo do Ministério do Planejamento, ministro do Desenvolvimento Agrário, presidente do Conselho de Administração do BNDES, vice-presidente do conselho do Banco do Brasil e deputado federal por dois mandatos.” E dispara em muitas direções: “Político algum pode enriquecer com base nos subsídios que ganha, ainda que o que receba seja muito acima da média do povo brasileiro. E, se enriqueceu que se explique”.
Princesas
O assédio das “princesas” ao apresentador e cantor Netinho (PCdoB-SP), candidato ao Senado, rouba a cena nas atividades de rua da campanha do senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo de São Paulo, que aposta no artista para abrir caminho nas periferias da região metropolitana. O petista aproveita para pressionar a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) a se submeter à sua estratégia de campanha e bater de frente com o tucano Geraldo Alckmin, que lidera a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
Bocão
A bancada do PMDB na Câmara voltou para os estados nesta semana rindo à toa. Garantiu, antes do recesso, R$ 146,2 milhões em emendas empenhadas, o equivalente a 32% do previsto no Orçamento. Muito mais do que a bancada petista, a segunda em liberação de emendas, com R$ 98,6 milhões garantidos — cerca de 25% do previsto. Outro aliado governista, o PR, também comemorou: ficou com R$ 37,8 milhões. A oposição estrila: o DEM empenhou apenas R$ 35,2 milhões; o PSDB, R$ 23,2 milhões. O líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), classificou a situação de inaceitável e injusta.
Odara
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) protocolou no Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a inclusão do “direito à busca da felicidade” na Constituição. O projeto é de iniciativa do Movimento Mais Feliz e se inspira no reino do Butão, que criou um Índice Nacional de Felicidade Bruta, que considera bem-estar, cultura, educação, ecologia, padrão de vida e qualidade de governo. Paraíso budista a mais de 5 mil metros de altitude, nos Himalaias, o Reino do Dragão tem 1,5 milhão de habitantes, com expectativa de vida de 65 anos e 53% de analfabetos.
Magoados
Dois magoados de peso estão fora de campanha eleitoral do tucano José Serra. O ex-presidente Itamar Franco (PPS), em Minas, e o senador Álvaro Dias (PSDB), no Paraná. Ambos foram cotados para vice de Serra. A turma do deixa-disso entrou em campo assustada com o fantasma da cristianização.
Bombando - O ex-presidente do Fundo de Pensão dos Funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef), Guilherme Lacerda (PT), é o bicho-papão do Espírito Santo nas eleições para a Câmara dos Deputados. Apoiado pelo ex-governador Vitor Buaiz, de cuja equipe participou, está assombrando os atuais integrantes da bancada capixaba com a desenvoltura com que invade seus redutos eleitorais.
Central Park - Todo-poderoso da campanha de Marina Silva, João Paulo Capobianco cancelou toda a agenda da candidata do PV entre 19 e 24 de julho para que ela participe de um evento ambientalista em Nova York. Quer manter distância do vice Guilherme Leal, dono da Natura, notificado pelo Ibama por causa de benfeitorias numa propriedade no sul da Bahia.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva antecipou a volta ao país depois de um périplo por ditaduras africanas com o propósito de ampliar relações comerciais e amarrar alguns votos a mais para o Brasil nos fóruns internacionais. Indagado por seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, se havia perdido a vontade de assistir à final da Copa do Mundo, foi categórico: “Nem eu e nem você”. Lula agora só pensa na campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República.
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Lula tem compromissos com o presidente Zuma, da África do Sul, e Ricardo Teixeira, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Preza mais o primeiro do que o segundo, a quem gostaria de ver destronado do cargo de todo-poderoso do futebol brasileiro. Ainda não digeriu a derrota do Brasil para a Holanda. Mas isso, agora, são jabulanis para o escanteio.
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O problema do presidente Lula é voltar logo para o centro do debate sucessório no Brasil, ocupado na sua ausência pelos ataques de José Serra (PSDB) a Dilma, que aceita o jogo da oposição e responde ao fogo. É tudo o que Lula não quer. Até começar o horário de rádio e de televisão, em 17 de agosto, Dilma precisa da companhia do presidente da República para conter os ataques de José Serra.
Quebra-queixo
O assédio de jornalistas à petista Dilma Rousseff está tirando o sono do marqueteiro João Santana. Ontem, em Bauru (SP), até perguntas sobre o goleiro Bruno, do Flamengo, suspeito de assassinar barbaramente uma ex-amante, foram feitas à candidata do PT. Entrevistas tumultuadas costumam ser um perigo para candidatos à Presidência da República porque fogem dos roteiros previamente elaborados pelos marqueteiros para a campanha eleitoral.
Volátil
O fluxo cambial negativo de junho é o pior desde dezembro de 2008. Segundo o Banco Central, o Brasil perdeu US$ 4,279 bilhões em junho e, em apenas dois dias de negócios em julho, mais US$ 735 milhões
Durango
O deputado Raul Jungmann, candidato do PPS ao Senado em Pernambuco, foi obrigado a divulgar uma longa carta para explicar o minguado patrimônio de R$ 17.897,89 que declarou à Justiça Eleitoral. “É tudo o que possuo, tendo sido secretário de Estado, presidente do Ibama, do Incra, secretário executivo do Ministério do Planejamento, ministro do Desenvolvimento Agrário, presidente do Conselho de Administração do BNDES, vice-presidente do conselho do Banco do Brasil e deputado federal por dois mandatos.” E dispara em muitas direções: “Político algum pode enriquecer com base nos subsídios que ganha, ainda que o que receba seja muito acima da média do povo brasileiro. E, se enriqueceu que se explique”.
Princesas
O assédio das “princesas” ao apresentador e cantor Netinho (PCdoB-SP), candidato ao Senado, rouba a cena nas atividades de rua da campanha do senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo de São Paulo, que aposta no artista para abrir caminho nas periferias da região metropolitana. O petista aproveita para pressionar a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) a se submeter à sua estratégia de campanha e bater de frente com o tucano Geraldo Alckmin, que lidera a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
Bocão
A bancada do PMDB na Câmara voltou para os estados nesta semana rindo à toa. Garantiu, antes do recesso, R$ 146,2 milhões em emendas empenhadas, o equivalente a 32% do previsto no Orçamento. Muito mais do que a bancada petista, a segunda em liberação de emendas, com R$ 98,6 milhões garantidos — cerca de 25% do previsto. Outro aliado governista, o PR, também comemorou: ficou com R$ 37,8 milhões. A oposição estrila: o DEM empenhou apenas R$ 35,2 milhões; o PSDB, R$ 23,2 milhões. O líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), classificou a situação de inaceitável e injusta.
Odara
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) protocolou no Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a inclusão do “direito à busca da felicidade” na Constituição. O projeto é de iniciativa do Movimento Mais Feliz e se inspira no reino do Butão, que criou um Índice Nacional de Felicidade Bruta, que considera bem-estar, cultura, educação, ecologia, padrão de vida e qualidade de governo. Paraíso budista a mais de 5 mil metros de altitude, nos Himalaias, o Reino do Dragão tem 1,5 milhão de habitantes, com expectativa de vida de 65 anos e 53% de analfabetos.
Magoados
Dois magoados de peso estão fora de campanha eleitoral do tucano José Serra. O ex-presidente Itamar Franco (PPS), em Minas, e o senador Álvaro Dias (PSDB), no Paraná. Ambos foram cotados para vice de Serra. A turma do deixa-disso entrou em campo assustada com o fantasma da cristianização.
Bombando - O ex-presidente do Fundo de Pensão dos Funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef), Guilherme Lacerda (PT), é o bicho-papão do Espírito Santo nas eleições para a Câmara dos Deputados. Apoiado pelo ex-governador Vitor Buaiz, de cuja equipe participou, está assombrando os atuais integrantes da bancada capixaba com a desenvoltura com que invade seus redutos eleitorais.
Central Park - Todo-poderoso da campanha de Marina Silva, João Paulo Capobianco cancelou toda a agenda da candidata do PV entre 19 e 24 de julho para que ela participe de um evento ambientalista em Nova York. Quer manter distância do vice Guilherme Leal, dono da Natura, notificado pelo Ibama por causa de benfeitorias numa propriedade no sul da Bahia.
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