Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Certo de que a vitória de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno já é inexorável, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se movimenta para fortalecer o PT e conter o PMDB na nova coalizão de governo. Como? Jogando mais peso nas eleições regionais nas quais os dois partidos estão diretamente envolvidos. Pretende evitar que a petista - sem o seu carisma, nem a mesma facilidade de comunicação direta com o povo - acabe prisioneira de um condomínio de poder controlado pelo PMDB no Congresso.
Lula teme a formação de uma espécie de novo "Centrão" pelos aliados, o bloco de forças conservadoras e fisiológicas que atuou com grande desenvoltura na Constituinte, cujo lema era a máxima de São Francisco de Assis: "É dando que se recebe". O grupo exerceu grande influência durante o governo Sarney.
Essa preocupação está por trás da forte investida de Lula nas eleições de São Paulo, numa tentativa de levar a eleição para o governo paulista para o segundo turno e, nele, realizar a proeza de eleger o petista Aloizio Mercadante e impedir a volta do tucano Geraldo Alckmin, o franco favorito, ao Palácio dos Bandeirantes. Essa é a nova obsessão do presidente da República. Lula também pôs o pé no freio na campanha em Minas Gerais, onde Hélio Costa (PMDB) - mesmo com o PT na vice - corre o risco de perder a eleição para o governador Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição apoiado pelo ex-governador Aécio Neves (PSDB) e pelo ex-presidente Itamar Franco (PPS).
Confrontos
Em dois estados o confronto entre o presidente da República e o PMDB já é aberto: na Bahia, Lula mandou o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB) catar coquinho faz tempo; no Rio Grande do Sul, em nenhum momento dividiu o chimarrão com o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB). Respectivamente, nos dois estados, reeleger o governador Jaques Wagner (PT) no primeiro turno e garantir a vitória do ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) no segundo garantirão ao partido mais musculatura no futuro governo.
Ficha Limpa //
Jader Barbalho (PMDB-PA) e Joaquim Roriz (PSC-DF) estão na pauta de hoje para os julgamentos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dois foram enquadrados pela Lei da Ficha Limpa. Barbalho é candidato ao Senado e foi considerado "ficha suja" por ter renunciado ao mandato de senador para escapar da cassação em 2001. Roriz também se enquadra na mesma situação, mas renunciou ao mandato em julho de 2007.
Devolução
O Tribunal de Contas da União (TCU), com base emrelatório do ministro José Múcio Monteiro, condenou a ex-prefeita de Campina Grande (PB) Cozete Barbosa Loureiro Garcia de Medeiros a devolver aos cofres da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), no prazo de 15 dias, a quantia R$ 798.324,40
Barbada
Com 78,4% de aprovação, segundo pesquisa do Instituto Enquet/A Tribuna, o governador Paulo Hartung (PMDB) caminha para eleger seu sucessor no primeiro turno: Renato Casagrande (PSB), tem 61,6% de intenções de votos, contra 16,3% do tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas e 2,2% de Brice Bragato (Psol). A candidata de Lula, Dilma Rousseff (PT), com 45,4%, ultrapassou o tucano José Serra, que conta com o apoio de 31,6% dos capixabas. Foram ouvidas 1.700 pessoas e a margem de erro é de 2,4%. As pesquisas estão registradas com os números 25.945/2010, no TSE, e 13.358/2010, no TRE-ES.
Azebudsman
Eliana Camejo, assessora de imprensa da governadora tucana Yeda Crusius, candidata à reeleição no Rio Grande do Sul, critica a coluna de quinta-feira passada: "Sua avaliação foi atropelada pela dinâmica eleitoral. Fogaça, que se caracterizava por campanhas propositivas, negando-se a críticas e que até adotou o lema 'neutralidade ativa' para transitar bem com o PSDB e o PT, mudou. A partir da propaganda eleitoral desta semana, atacou o governo Yeda de olho no crescimento da candidatura da governadora, que subiu e pode repetir o que ocorreu em 2006, quando, no segundo turno, derrotou o PT de Olívio Dutra com o apoio do PMDB".
Cabresto
Na próxima sexta-feira, representantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral - que propôs a Lei da Ficha Limpa -, integrantes do Ministério Público e do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal realizarão uma ação contra a corrupção eleitoral. Os órgãos promoverão palestras para pedir ao eleitorado que valorize o voto. A campanha deve se estender a outros tribunais regionais eleitorais do país.
Colegas / Durante visita ao Brasil, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, será recebido pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ministro Ricardo Lewandowski. Os dois se conheceram na década de 1980, quando faziam doutorado na área de Relações Internacionais, em Harvard, nos Estados Unidos.
Melhores / A quinta edição do prêmio Congresso em Foco será lançada hoje oficialmente em Brasília, no restaurante Dudu Camargo. A votação será em duas etapas: inicialmente, os jornalistas que cobrem o Congresso escolhem os parlamentares que, na opinião deles, mais se destacaram no Senado e na Câmara. Após a pré-seleção dos jornalistas, será a vez dos internautas votarem pelo site congressoemfoco.com.br, dirigido pelo jornalista Sylvio Costa.
Esperto / Alguém, muito esperto, está usando indevidamente meu nome e o e-mail do Correio para enviar mensagem pedindo votos para candidatos no DF. Por força de meus compromissos profissionais como titular desta coluna, meu voto é secreto.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Ofensiva de Lula
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
O presidente Lula decidiu investir nas candidaturas regionais. Hoje à noite, sobe no palanque do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, para tentar viabilizar sua eleição no primeiro turno. O comício será na Praça Castro Alves, em Salvador, com a candidata petista Dilma Rousseff a tiracolo. Antes, participará de inaugurações ao lado de Wagner. Pretende deixar muito claro que o petista é seu candidato - está se lixando para a candidatura de Geddel Vieira Lima (PMDB), candidato a governador à sua revelia. Bom para o concorrente do DEM, Paulo Souto.
Outros três colégios eleitorais estão entre as prioridades da ofensiva de Lula: São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. Seus ataques ao candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes, Geraldo Alckmin (PSDB), para forçar o segundo turno, foram um tom acima: falou mal de São Paulo, mais ou menos a mesma coisa que esconjurar o Brasil na atual conjuntura. Quem vai pagar a conta é o candidato petista Aloizio Mercadante.
A partir do momento em que a petista Dilma Rousseff ultrapassou o candidato tucano a presidente da República, José Serra, em Minas, virou obsessão de Lula derrotar Aécio Neves (PSDB). Reeleger o governador Antonio Anastasia (PSDB) passou a ser uma questão de vida ou morte para o ex-governador mineiro. No Rio Grande do Sul, Lula entrou de cabeça na campanha de Tarso Genro (PT). Neutro na disputa presidencial, José Fogaça (PMDB) sabe que enfrentará Dilma e Lula no segundo turno e terá o apoio da governadora tucana Yeda Crusius, que estará fora da disputa.
Muitas frentes
A consolidação do favoritismo de Dilma Rousseff nas duas primeiras semanas de propaganda eleitoral na tevê - o que confirmou a capacidade de Lula de transferir votos - fez o presidente deixar de lado a velha máxima de concentrar forças contra o inimigo principal. Ao tentar acuar Geraldo Alckmin e derrotar Aécio Neves, Lula força a unidade dos tucanos. Em São Paulo e em Minas, enfrentar a ofensiva do presidente da República passou a ser uma questão de sobrevivência. No caso da Bahia e do Rio Grande do Sul, Lula resolveu interferir numa disputa entre os aliados do PMDB que apoiam Dilma e têm projetos próprios de poder. Embora a força bruta na política tenha muita eficácia, sempre deixa sequelas.
Indigestos
Dilma Rousseff não tem previsão para visitar dois estados que são motivos de dor de cabeça para a campanha: Maranhão e Alagoas. Nesses locais, o partido faz alianças com adversários históricos do PT. No Maranhão, o apoio é para Roseana Sarney (PMDB); e em Alagoas, se confirmada a impugnação de Ronaldo Lessa (PDT), a parceria será com o ex-presidente Fernando Collor (PTB).
Poderoso
Vice-presidente do PT, Rui Falcão, que havia se desgastado no episódio do suposto dossiê contra o PSDB, reassumiu com força total o comando da comunicação na campanha de Dilma Rousseff. Aliado do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, Rui defende que a candidata petista reduza o nível de exposição à mídia para evitar erros que possam provocar uma queda nas pesquisas.
Carta branca
O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR) acusa o Palácio do Planalto de limitar a fiscalização do Congresso Nacional e do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele critica o veto do presidente Lula a 603 ações do Anexo de Metas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). De acordo com o secretário adjunto de Planejamento e Procedimentos do TCU, Marcelo Eira, os vetos mostram falta de planejamento do governo e dificuldade no estabelecimento das prioridades do Orçamento de 2011.
Aparelho
Alguns servidores do Senado andam se queixando de correspondências enviadas pelo ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia pedindo votos para as eleições deste ano. Agaciel é candidato a deputado distrital no DF pelo PTC. Os funcionários desconfiam que o ex-diretor do Senado usou o banco de dados da Casa para conseguir nome e endereço dos antigos colegas.
Surpresa
O comando da campanha petista a cada dia se surpreende mais com as novas adesões de políticos após o início da corrida eleitoral. Embora não possa rejeitar apoio político, Dilma está com dificuldades para prestigiar os aliados de última hora que flertavam com a oposição.
Sentinela
O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, apresenta hoje, na Polícia Federal, o primeiro balanço da Operação Sentinela, que, além da PF, envolve as Forças Armadas, a Força Nacional de Segurança Pública, o Ibama e a Polícia Rodoviária Federal. Um balanço preliminar da PF aponta que, em cinco meses de ação nas regiões de fronteiras do país, foram apreendidas 40 toneladas de maconha e presas 1028 pessoas
Pirataria / O Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual (CNCP), órgão presidido pelo Ministério da Justiça, assina hoje um acordo de cooperação técnica com o Governo do Distrito Federal. A parceria é para promover uma série de ações conjuntas de combate à pirataria no âmbito do projeto Cidade Livre de Pirataria. O foco é a Feira do Paraguai.
Acomodação / A Secretaria do Patrimônio da União tenta uma solução para o problema dos barraqueiros de Salvador, cujos estabelecimentos foram colocados abaixo por ordem judicial e do prefeito João Henrique (PMDB). Teme-se que os prejudicados façam uma manifestação no comício de hoje à noite.
Com Leonardo Santos
O presidente Lula decidiu investir nas candidaturas regionais. Hoje à noite, sobe no palanque do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, para tentar viabilizar sua eleição no primeiro turno. O comício será na Praça Castro Alves, em Salvador, com a candidata petista Dilma Rousseff a tiracolo. Antes, participará de inaugurações ao lado de Wagner. Pretende deixar muito claro que o petista é seu candidato - está se lixando para a candidatura de Geddel Vieira Lima (PMDB), candidato a governador à sua revelia. Bom para o concorrente do DEM, Paulo Souto.
Outros três colégios eleitorais estão entre as prioridades da ofensiva de Lula: São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. Seus ataques ao candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes, Geraldo Alckmin (PSDB), para forçar o segundo turno, foram um tom acima: falou mal de São Paulo, mais ou menos a mesma coisa que esconjurar o Brasil na atual conjuntura. Quem vai pagar a conta é o candidato petista Aloizio Mercadante.
A partir do momento em que a petista Dilma Rousseff ultrapassou o candidato tucano a presidente da República, José Serra, em Minas, virou obsessão de Lula derrotar Aécio Neves (PSDB). Reeleger o governador Antonio Anastasia (PSDB) passou a ser uma questão de vida ou morte para o ex-governador mineiro. No Rio Grande do Sul, Lula entrou de cabeça na campanha de Tarso Genro (PT). Neutro na disputa presidencial, José Fogaça (PMDB) sabe que enfrentará Dilma e Lula no segundo turno e terá o apoio da governadora tucana Yeda Crusius, que estará fora da disputa.
Muitas frentes
A consolidação do favoritismo de Dilma Rousseff nas duas primeiras semanas de propaganda eleitoral na tevê - o que confirmou a capacidade de Lula de transferir votos - fez o presidente deixar de lado a velha máxima de concentrar forças contra o inimigo principal. Ao tentar acuar Geraldo Alckmin e derrotar Aécio Neves, Lula força a unidade dos tucanos. Em São Paulo e em Minas, enfrentar a ofensiva do presidente da República passou a ser uma questão de sobrevivência. No caso da Bahia e do Rio Grande do Sul, Lula resolveu interferir numa disputa entre os aliados do PMDB que apoiam Dilma e têm projetos próprios de poder. Embora a força bruta na política tenha muita eficácia, sempre deixa sequelas.
Indigestos
Dilma Rousseff não tem previsão para visitar dois estados que são motivos de dor de cabeça para a campanha: Maranhão e Alagoas. Nesses locais, o partido faz alianças com adversários históricos do PT. No Maranhão, o apoio é para Roseana Sarney (PMDB); e em Alagoas, se confirmada a impugnação de Ronaldo Lessa (PDT), a parceria será com o ex-presidente Fernando Collor (PTB).
Poderoso
Vice-presidente do PT, Rui Falcão, que havia se desgastado no episódio do suposto dossiê contra o PSDB, reassumiu com força total o comando da comunicação na campanha de Dilma Rousseff. Aliado do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, Rui defende que a candidata petista reduza o nível de exposição à mídia para evitar erros que possam provocar uma queda nas pesquisas.
Carta branca
O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR) acusa o Palácio do Planalto de limitar a fiscalização do Congresso Nacional e do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele critica o veto do presidente Lula a 603 ações do Anexo de Metas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). De acordo com o secretário adjunto de Planejamento e Procedimentos do TCU, Marcelo Eira, os vetos mostram falta de planejamento do governo e dificuldade no estabelecimento das prioridades do Orçamento de 2011.
Aparelho
Alguns servidores do Senado andam se queixando de correspondências enviadas pelo ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia pedindo votos para as eleições deste ano. Agaciel é candidato a deputado distrital no DF pelo PTC. Os funcionários desconfiam que o ex-diretor do Senado usou o banco de dados da Casa para conseguir nome e endereço dos antigos colegas.
Surpresa
O comando da campanha petista a cada dia se surpreende mais com as novas adesões de políticos após o início da corrida eleitoral. Embora não possa rejeitar apoio político, Dilma está com dificuldades para prestigiar os aliados de última hora que flertavam com a oposição.
Sentinela
O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, apresenta hoje, na Polícia Federal, o primeiro balanço da Operação Sentinela, que, além da PF, envolve as Forças Armadas, a Força Nacional de Segurança Pública, o Ibama e a Polícia Rodoviária Federal. Um balanço preliminar da PF aponta que, em cinco meses de ação nas regiões de fronteiras do país, foram apreendidas 40 toneladas de maconha e presas 1028 pessoas
Pirataria / O Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual (CNCP), órgão presidido pelo Ministério da Justiça, assina hoje um acordo de cooperação técnica com o Governo do Distrito Federal. A parceria é para promover uma série de ações conjuntas de combate à pirataria no âmbito do projeto Cidade Livre de Pirataria. O foco é a Feira do Paraguai.
Acomodação / A Secretaria do Patrimônio da União tenta uma solução para o problema dos barraqueiros de Salvador, cujos estabelecimentos foram colocados abaixo por ordem judicial e do prefeito João Henrique (PMDB). Teme-se que os prejudicados façam uma manifestação no comício de hoje à noite.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Onde estará Kassab?
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Vão de mal a pior as relações do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, com a cúpula do DEM. Serrista de carteirinha, seu distanciamento é inversamente proporcional ao do presidente da legenda, Rodrigo Maia (RJ), do candidato tucano a presidente da República, José Serra. O futuro de Kassab - cujo mandato termina em 2012 - é incerto. Sem condições de disputar o controle do DEM, não será surpresa se negociar sua ida para o PMDB, após as eleições, com o vice de Dilma, Michel Temer (PMDB-SP).
Como se sabe, Kassab disputou a Prefeitura de São Paulo com Geraldo Alckmin (PSDB) e levou a melhor. Caso seu principal aliado político, José Serra, seja mesmo derrotado, estará no sal. Sem mandato durante dois anos, corre o risco de ver a sua liderança volatilizada pelos desafetos tucanos e petistas.
É aí que surge a mais nova operação em curso nos bastidores da campanha eleitoral paulista. A cúpula do PT acena para Gilberto Kassab com um tapete vermelho no futuro governo Dilma em troca do apoio a Alozio Mercadante (PT) na disputa contra Alckmin pelo Palácio dos Bandeirantes e de um futuro acordo com Marta Suplicy (PT), hoje candidata ao Senado, para a sucessão na Prefeitura de São Paulo. É conversa para um eventual segundo turno? Não, já é conversa do último fim de semana.
Teimoso
O tempo está fechando no comando da campanha de José Serra (PSDB), cada vez mais encapsulado por Luiz González no estúdio de gravação de seu programa. Uma ala da coligação PSDB-DEM-PPS avalia que é preciso mudar o discurso de campanha e descer o sarrafo no governo Lula. Serra resiste às pressões. Prefere seguir a orientação de González, que, por sua vez, já avisou que deixa o comando da campanha se tiver que mudar de estratégia. A campanha do tucano será essencialmente propositiva, mas força o confronto com o perfil de Dilma Rousseff (PT). Nada, porém, de críticas ao presidente Lula.
Falatório
A petista Dilma Rousseff está uma arara com o falatório em torno das medidas que pretende adotar, caso ganhe a eleição, para conter os gastos públicos. Na campanha, fala-se que é boato espalhado pelos tucanos para criar problemas para a ex-ministra junto aos servidores públicos. Entretanto, 10 entre nove autoridades econômicas do governo Lula se queixam do impacto da elevação do salário mínimo nas contas da Previdência e dos aumentos "abusivos" dos salários dos servidores públicos.
Indexação
No primeiro mandato, Lula acordou com os sindicatos o reajuste do salário mínimo nacional segundo a inflação mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores. Quando as taxas de crescimento médio do PIB estão entre 3,5% e 4,5%, o aumento é absorvido pelas contas públicas sem perda de controle da inflação. Com taxas de crescimento médio acima de 5% do PIB, o impacto fiscal será maior. Entre 2003 e 2009, os gastos do governo como proporção do PIB aumentaram 2,5%. Segundo analistas, 80% desse crescimento se deve ao salário mínimo.
Difícil
Embora a democrata Rosalba Ciarlini mantenha o favoritismo nas pesquisas eleitorais para vencer a disputa pelo governo do Rio Grande do Norte, o candidato tucano José Serra perde feio para Dilma Rousseff (PT). O maior adversário do tucano no estado é o Bolsa Família, que contempla 360 mil famílias potiguares.
Não colou
Chama a atenção no Rio Grande do Norte o desempenho da ex-governadora do estado Wilma Maria de Faria (PSB) nas pesquisas eleitorais para o Senado. Depois de governar o estado por quase oito anos. a senadora aparece em terceiro lugar nas pesquisas, com 43% de intenções de votos. Em primeiro está o peemedebista Garibaldi Alves, com 60%; seguido por José Agripino Maia (DEM), com 51%.
Mudo
Falam sobre a economia pós-Lula o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci; o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel; o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo; o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, está na muda.
Bagres
ueda de braço entre os ministérios da Pesca e da Agricultura por causa da importação de 3,3 mil toneladas de pangasius do Vietnã a US$ 2 o quilo, de janeiro a junho. Peixe de água doce, no Brasil é chamado de bagre. Consequência: foram demitidos da indústria da pesca, principalmente em Santa Catarina, 3 mil trabalhadores
Curiosidade / Segundo o TSE, 88.146.980 eleitores declaram-se solteiros. O número número representa 65% do eleitorado brasileiro
Fronteira / Reunião da Operação Sentinela hoje e amanhã em Brasília. Polícia Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Ibama e Polícia Rodoviária Federal, além de representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica discutem seus resultados. Há cinco meses o governo intensificou o patrulhamento nas regiões de fronteira do Brasil, mas não aconteceu nada de extraordinário. O tráfico de drogas e de armas continua intenso.
Azebudsman / Na última sexta-feira, 20 de agosto, publicamos que o senador José Bezerra (DEM-RN) havia sido vaiado quando ocupava a tribuna do Senado e falava sobre a importância do voto. Na verdade, o parlamentar denunciava que a importação de leite em pó subsidiada pelo Mercosul na Argentina e no Uruguai estava prejudicando produtores brasileiros. As vaias interromperam a fala da senadora Níura Demarchi (PSDB-SC).
Com Leonardo Santos
Vão de mal a pior as relações do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, com a cúpula do DEM. Serrista de carteirinha, seu distanciamento é inversamente proporcional ao do presidente da legenda, Rodrigo Maia (RJ), do candidato tucano a presidente da República, José Serra. O futuro de Kassab - cujo mandato termina em 2012 - é incerto. Sem condições de disputar o controle do DEM, não será surpresa se negociar sua ida para o PMDB, após as eleições, com o vice de Dilma, Michel Temer (PMDB-SP).
Como se sabe, Kassab disputou a Prefeitura de São Paulo com Geraldo Alckmin (PSDB) e levou a melhor. Caso seu principal aliado político, José Serra, seja mesmo derrotado, estará no sal. Sem mandato durante dois anos, corre o risco de ver a sua liderança volatilizada pelos desafetos tucanos e petistas.
É aí que surge a mais nova operação em curso nos bastidores da campanha eleitoral paulista. A cúpula do PT acena para Gilberto Kassab com um tapete vermelho no futuro governo Dilma em troca do apoio a Alozio Mercadante (PT) na disputa contra Alckmin pelo Palácio dos Bandeirantes e de um futuro acordo com Marta Suplicy (PT), hoje candidata ao Senado, para a sucessão na Prefeitura de São Paulo. É conversa para um eventual segundo turno? Não, já é conversa do último fim de semana.
Teimoso
O tempo está fechando no comando da campanha de José Serra (PSDB), cada vez mais encapsulado por Luiz González no estúdio de gravação de seu programa. Uma ala da coligação PSDB-DEM-PPS avalia que é preciso mudar o discurso de campanha e descer o sarrafo no governo Lula. Serra resiste às pressões. Prefere seguir a orientação de González, que, por sua vez, já avisou que deixa o comando da campanha se tiver que mudar de estratégia. A campanha do tucano será essencialmente propositiva, mas força o confronto com o perfil de Dilma Rousseff (PT). Nada, porém, de críticas ao presidente Lula.
Falatório
A petista Dilma Rousseff está uma arara com o falatório em torno das medidas que pretende adotar, caso ganhe a eleição, para conter os gastos públicos. Na campanha, fala-se que é boato espalhado pelos tucanos para criar problemas para a ex-ministra junto aos servidores públicos. Entretanto, 10 entre nove autoridades econômicas do governo Lula se queixam do impacto da elevação do salário mínimo nas contas da Previdência e dos aumentos "abusivos" dos salários dos servidores públicos.
Indexação
No primeiro mandato, Lula acordou com os sindicatos o reajuste do salário mínimo nacional segundo a inflação mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores. Quando as taxas de crescimento médio do PIB estão entre 3,5% e 4,5%, o aumento é absorvido pelas contas públicas sem perda de controle da inflação. Com taxas de crescimento médio acima de 5% do PIB, o impacto fiscal será maior. Entre 2003 e 2009, os gastos do governo como proporção do PIB aumentaram 2,5%. Segundo analistas, 80% desse crescimento se deve ao salário mínimo.
Difícil
Embora a democrata Rosalba Ciarlini mantenha o favoritismo nas pesquisas eleitorais para vencer a disputa pelo governo do Rio Grande do Norte, o candidato tucano José Serra perde feio para Dilma Rousseff (PT). O maior adversário do tucano no estado é o Bolsa Família, que contempla 360 mil famílias potiguares.
Não colou
Chama a atenção no Rio Grande do Norte o desempenho da ex-governadora do estado Wilma Maria de Faria (PSB) nas pesquisas eleitorais para o Senado. Depois de governar o estado por quase oito anos. a senadora aparece em terceiro lugar nas pesquisas, com 43% de intenções de votos. Em primeiro está o peemedebista Garibaldi Alves, com 60%; seguido por José Agripino Maia (DEM), com 51%.
Mudo
Falam sobre a economia pós-Lula o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci; o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel; o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo; o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, está na muda.
Bagres
ueda de braço entre os ministérios da Pesca e da Agricultura por causa da importação de 3,3 mil toneladas de pangasius do Vietnã a US$ 2 o quilo, de janeiro a junho. Peixe de água doce, no Brasil é chamado de bagre. Consequência: foram demitidos da indústria da pesca, principalmente em Santa Catarina, 3 mil trabalhadores
Curiosidade / Segundo o TSE, 88.146.980 eleitores declaram-se solteiros. O número número representa 65% do eleitorado brasileiro
Fronteira / Reunião da Operação Sentinela hoje e amanhã em Brasília. Polícia Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Ibama e Polícia Rodoviária Federal, além de representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica discutem seus resultados. Há cinco meses o governo intensificou o patrulhamento nas regiões de fronteira do Brasil, mas não aconteceu nada de extraordinário. O tráfico de drogas e de armas continua intenso.
Azebudsman / Na última sexta-feira, 20 de agosto, publicamos que o senador José Bezerra (DEM-RN) havia sido vaiado quando ocupava a tribuna do Senado e falava sobre a importância do voto. Na verdade, o parlamentar denunciava que a importação de leite em pó subsidiada pelo Mercosul na Argentina e no Uruguai estava prejudicando produtores brasileiros. As vaias interromperam a fala da senadora Níura Demarchi (PSDB-SC).
terça-feira, 24 de agosto de 2010
O tsunami
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Hoje será divulgada nova pesquisa do Instituto Sensus sobre a sucessão presidencial, contratada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). No último levantamento do instituto (entre 31/07 e 2/08), Dilma Rousseff (PT) tinha 41,6% das intenções de voto contra 31,6% de José Serra (PSDB) e 8,5% de Marina Silva (PV). Amanhã ou depois, nova pesquisa Datafolha sobre o governo Lula e a sucessão presidencial será divulgada pela TV Globo.
Na última pesquisa Datafolha (20/08), Dilma Rousseff aparecia com 47% das intenções de voto, contra 30% de José Serra e 9% de Marina Silva. A candidata do PT venceria, neste caso, já no primeiro turno, pois somaria 54% dos votos válidos. A candidata de Lula deve abrir uma vantagem de pelo menos 20 pontos em relação ao tucano. A 40 dias das eleições, esse resultado será um tsunami político-eleitoral.
Tão logo a candidatura de Dilma chegou ao conhecimento da grande massa de eleitores como a apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a petista disparou. A opção de Serra foi fugir do estigma do anti-Lula e, agora, tentar absorver o impacto dessa onda gigante. Não tem mais o que fazer. Por isso anuncia que insistirá na sua linha de campanha. É preciso esperar as águas baixarem para ver como fica a situação. Tudo dependerá do teto de crescimento de Dilma e do piso da queda de Serra.
Limites
Nas pesquisas, o voto espontâneo corresponde ao voto já consolidado. A vantagem de Dilma sobre Serra é de 31% contra 17% no Datafolha, uma diferença de 14 pontos percentuais. Marina tem 5%. Trocando em miúdos, isso significa que é precipitado descartar a possibilidade de segundo turno, embora seja menos provável. Nas simulações estimuladas para o segundo turno, Dilma tem 53% contra 39% de Serra. Esse resultado mostra que a petista pode estar quase batendo no teto; nada impede, porém, que o mesmo ocorra com o tucano.
Prioridade
A distribuição regional dos votos confirma o favoritismo de Dilma no Sudeste, no Nordeste e no Norte/Centro-Oeste. É aí que a eleição está sendo decidida no primeiro turno. Serra perdeu terreno em Minas e em São Paulo. No Sul, os dois estão tecnicamente empatados porque Dilma avança no Rio Grande do Sul. Para liquidar a fatura no primeiro turno, a agenda da petista, nas próximas semanas, dará prioridade aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul, com eventuais investidas nas demais regiões.
Bumerangue
O ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia alfineta o espírito centralizador do tucano José Serra em seu ex-blog: "Serra, como grande quadro e gestor único, gera menos segurança ao eleitor que Dilma, como coordenadora de ministros e gestora coletiva. Serra, ao estabelecer um paralelismo com Lula e tentar empurrar Dilma como subordinada do presidente, pode produzir um efeito contrário do que imagina".
Maioria
O PMDB terá a maior bancada do Senado, elegendo de 17 a 23 senadores, segundo pesquisa da Arko Advice. Atualmente, a legenda conta com 18 senadores. Caso se confirme esse resultado, o atual presidente da Casa, senador José Sarney, poderá concorrer à reeleição.
Gabinete
O presidente Lula volta a despachar, a partir de amanhã, no Palácio do Planalto. Seu gabinete não sofreu mudanças, ao contrário dos demais, que perderam os "puxadinhos". O primeiro evento após o retorno será a sanção de um projeto que cria o fundo para proteger produtores rurais contra catástrofes.
Garantia
O contrato de concessão da usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), está prestes a ser assinado. O consórcio Norte Energia já depositou na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a garantia do contrato de concessão: R$ 1,04 bilhão
Reação
Líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA) reagiu ao otimismo de petistas por conta das últimas pesquisas eleitorais. Segundo o deputado, ainda é cedo para comemorar, e esse tipo de postura só mostra a voracidade com que os aliados de Dilma aguardam o fim das eleições. Almeida conta que o salto alto durante a campanha já resultou em virada de jogo na disputa pelo governo do estado na Bahia.
Subiu
Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra uma reação do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), depois da propaganda na tevê. Apoiado pelo ex-governador tucano Aécio Neves, subiu de 21% para 27% das intenções de voto, reduzindo para 11% a diferença em relação ao senador Hélio Costa (PMDB), que lidera a disputa pelo governo mineiro com 38%.
Apropriação / O Seminário ImPACto Rio, promovido pelo Clube de Engenharia em 2008, com grande sucesso, foi abduzido pela Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj), que vai realizar o ImPACto Rio 2. Como haverá eleições para o Conselho Diretor da entidade, o fato reforçou as críticas da oposição, que acusa a atual gestão de esvaziar a secular importância do clube. O empresário Francis Bogossian acumula o comando das duas entidades.
Lacre / O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa hoje a lacrar todas as urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições deste ano. Os equipamentos contam com sistemas de segurança e criptografia para evitar fraudes durante a realização do pleito. Até 2 de setembro, o TSE pretende lacrar cerca de 500 mil urnas.
Com Leonardo Santos
Hoje será divulgada nova pesquisa do Instituto Sensus sobre a sucessão presidencial, contratada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). No último levantamento do instituto (entre 31/07 e 2/08), Dilma Rousseff (PT) tinha 41,6% das intenções de voto contra 31,6% de José Serra (PSDB) e 8,5% de Marina Silva (PV). Amanhã ou depois, nova pesquisa Datafolha sobre o governo Lula e a sucessão presidencial será divulgada pela TV Globo.
Na última pesquisa Datafolha (20/08), Dilma Rousseff aparecia com 47% das intenções de voto, contra 30% de José Serra e 9% de Marina Silva. A candidata do PT venceria, neste caso, já no primeiro turno, pois somaria 54% dos votos válidos. A candidata de Lula deve abrir uma vantagem de pelo menos 20 pontos em relação ao tucano. A 40 dias das eleições, esse resultado será um tsunami político-eleitoral.
Tão logo a candidatura de Dilma chegou ao conhecimento da grande massa de eleitores como a apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a petista disparou. A opção de Serra foi fugir do estigma do anti-Lula e, agora, tentar absorver o impacto dessa onda gigante. Não tem mais o que fazer. Por isso anuncia que insistirá na sua linha de campanha. É preciso esperar as águas baixarem para ver como fica a situação. Tudo dependerá do teto de crescimento de Dilma e do piso da queda de Serra.
Limites
Nas pesquisas, o voto espontâneo corresponde ao voto já consolidado. A vantagem de Dilma sobre Serra é de 31% contra 17% no Datafolha, uma diferença de 14 pontos percentuais. Marina tem 5%. Trocando em miúdos, isso significa que é precipitado descartar a possibilidade de segundo turno, embora seja menos provável. Nas simulações estimuladas para o segundo turno, Dilma tem 53% contra 39% de Serra. Esse resultado mostra que a petista pode estar quase batendo no teto; nada impede, porém, que o mesmo ocorra com o tucano.
Prioridade
A distribuição regional dos votos confirma o favoritismo de Dilma no Sudeste, no Nordeste e no Norte/Centro-Oeste. É aí que a eleição está sendo decidida no primeiro turno. Serra perdeu terreno em Minas e em São Paulo. No Sul, os dois estão tecnicamente empatados porque Dilma avança no Rio Grande do Sul. Para liquidar a fatura no primeiro turno, a agenda da petista, nas próximas semanas, dará prioridade aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul, com eventuais investidas nas demais regiões.
Bumerangue
O ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia alfineta o espírito centralizador do tucano José Serra em seu ex-blog: "Serra, como grande quadro e gestor único, gera menos segurança ao eleitor que Dilma, como coordenadora de ministros e gestora coletiva. Serra, ao estabelecer um paralelismo com Lula e tentar empurrar Dilma como subordinada do presidente, pode produzir um efeito contrário do que imagina".
Maioria
O PMDB terá a maior bancada do Senado, elegendo de 17 a 23 senadores, segundo pesquisa da Arko Advice. Atualmente, a legenda conta com 18 senadores. Caso se confirme esse resultado, o atual presidente da Casa, senador José Sarney, poderá concorrer à reeleição.
Gabinete
O presidente Lula volta a despachar, a partir de amanhã, no Palácio do Planalto. Seu gabinete não sofreu mudanças, ao contrário dos demais, que perderam os "puxadinhos". O primeiro evento após o retorno será a sanção de um projeto que cria o fundo para proteger produtores rurais contra catástrofes.
Garantia
O contrato de concessão da usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), está prestes a ser assinado. O consórcio Norte Energia já depositou na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a garantia do contrato de concessão: R$ 1,04 bilhão
Reação
Líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA) reagiu ao otimismo de petistas por conta das últimas pesquisas eleitorais. Segundo o deputado, ainda é cedo para comemorar, e esse tipo de postura só mostra a voracidade com que os aliados de Dilma aguardam o fim das eleições. Almeida conta que o salto alto durante a campanha já resultou em virada de jogo na disputa pelo governo do estado na Bahia.
Subiu
Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra uma reação do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), depois da propaganda na tevê. Apoiado pelo ex-governador tucano Aécio Neves, subiu de 21% para 27% das intenções de voto, reduzindo para 11% a diferença em relação ao senador Hélio Costa (PMDB), que lidera a disputa pelo governo mineiro com 38%.
Apropriação / O Seminário ImPACto Rio, promovido pelo Clube de Engenharia em 2008, com grande sucesso, foi abduzido pela Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj), que vai realizar o ImPACto Rio 2. Como haverá eleições para o Conselho Diretor da entidade, o fato reforçou as críticas da oposição, que acusa a atual gestão de esvaziar a secular importância do clube. O empresário Francis Bogossian acumula o comando das duas entidades.
Lacre / O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa hoje a lacrar todas as urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições deste ano. Os equipamentos contam com sistemas de segurança e criptografia para evitar fraudes durante a realização do pleito. Até 2 de setembro, o TSE pretende lacrar cerca de 500 mil urnas.
domingo, 22 de agosto de 2010
O ganho demográfico
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan - a quem o Brasil e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso devem a renegociação da dívida externa brasileira, a política de responsabilidade fiscal, as metas de inflação e a restruturação do nosso sistema bancário - é um dos defensores da tese de que o Brasil de Lula dá certo graças ao ganho demográfico. Segundo ele, a elevação da produtividade e da renda dos brasileiros se deve sobretudo à redução do número de dependentes em relação àqueles que têm atividade produtiva.
No curto espaço de uma geração, essa relação caiu de oito para cinco dependentes para cada 10 pessoas com atividade produtiva, graças ao declínio generalizado da fecundidade. Demograficamente, a população jovem (de até 14 anos) e a idosa (acima de 65 anos) podem ser consideradas dependentes da população em idade ativa (de 15 a 64 anos). Em 1960, por exemplo, o seu valor era de 83%, isto é, para cada 100 pessoas na idade ativa, havia 83 jovens e idosos, ou, mais especificamente, 78 jovens e cinco idosos.Entre 2010 e 2030, teremos, para cada 100 pessoas em idade ativa, apenas 50 jovens e idosos, sendo 40 jovens e 10 idosos.
"É uma mudança excepcional no perfil demográfico do país, que explica em grande parte o sucesso do governo Lula e, provavelmente, garantirá o êxito do próximo governo, seja ele qual for, desde que não seja irresponsável no controle dos gastos públicos", vaticina o deputado Emanuel Fernandes (PSDB-SP), ao justificar as dificuldades da oposição.
Faturando
Ao mesmo tempo em que o número de jovens se estabiliza, cresce o número de idosos, mas com eles aumenta também o nível de renda, seja porque os que vivem mais ganham mais, seja porque na base da Previdência estão os aposentados do setor privado que recebem até cinco salários mínimos e aposentados rurais do Funrural. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fatura o ganho demográfico como resultado da recuperação do salário mínimo - com grande impacto nas aposentadorias - e dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Seria meia verdade. A outra metade estaria na velha teoria de Malthus.
Natalidade
O clérigo e economista inglês Thomas Robert Malthus (1766-1834), que foi muito contestado por Karl Marx, nunca foi bem visto pela esquerda. Seu Ensaio sobre o princípio da população é a origem das teorias que ainda hoje defendem o controle da natalidade como ferramenta de desenvolvimento. Segundo ele, os assalariados deveriam ter consciência de que "com o número de trabalhadores crescendoacima da proporção do aumento da oferta de trabalho no mercado, o preço do trabalho tende a cair, ao mesmo tempo que o preço dos alimentos tenderá a elevar-se".
Darwinismo
Com base nesse raciocínio, Malthus era radicalmente contra qualquer tipo de filantropia ou ajuda aos deserdados. Acreditava que isso apressaria o restabelecimento do equilíbrio demográfico. Sua teoria foi aproveitada pelos darwinistas para explicar a sobrevivência das espécies, mas nada tem a ver com os social-liberais da equipe de Pedro Malan no governo de Fernando Henrique Cardoso. Foram eles que introduziram na política de estabilização da economia o conceito de "focalização" dos gastos sociais nos mais pobres. Nem por isso deixaram de ser acusados de darwinismo social. Lula adotou a tese de forma radical: focalizou nas 13,5 milhões de famílias abaixo da linha de pobreza, o que marcou o caráter social de seu governo.
A conta
O outro lado da moeda das políticas sociais do governo Lula, segundo o deputado Emanuel Fernandes é a subordinação das políticas "universalistas" ao direcionamento dos gastos públicos para os programas de transferência de renda. Mais dinheiro é injetado no consumo das famílias mais pobres e, em contrapartida, cai a qualidade do ensino fundamental e o atendimento da saúde é caótico. O governo federal fatura com os programas de transferência de renda. Estados e municípios pagam a conta dos hospitais e das escolas.
Classe média
Segundo a Fundação Getulio Vargas, a baixa classe média brasileira (C) cresceu de 42% para 52% entre 2004 e 2008. O consumo da classe D já supera em volume o da classe B (alta classe média). Para a FGV, uma família é considerada de classe média quando tem renda mensal entre R$ 1.064 e R$ 4.591. As classes A e B têm renda superior a R$ 4.591, enquanto a D ganha entre R$ 768 e R$ 1.064. A classe E (pobres), por sua vez, reúne famílias com rendimentos abaixo de R$ 768.
Indigência
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais de 18,4 milhões deixaram a situação de pobreza entre 2004 e 2008. Saíram da indigência mais de 9,5 milhões de brasileiros
Aposta
A vantagem de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas tem estimulado especulações sobre a formação de sua equipe. A mais recente é a da indicação de Luciano Coutinho, atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para o Banco Central.
Pandora / A Polícia Federal já concluiu o envio para o Ministério Público Federal (MPF) de todos os dados coletados durante as investigações da Operação Caixa de Pandora. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, adiantou que o MPF só aguardava o recebimento das informações para apresentar os primeiros resultados das investigações.
Ajuda / O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, retornou de viagem a Cuba, Haiti e El Salvador, onde assinou convênios de cooperação para a formação de policiais especializados nesses países. A assinatura faz parte de acordos bilaterais. Nos últimos dias, policiais federais em São Paulo se queixaram da falta de dinheiro para pôr gasolina em viaturas policiais.
Com Leonardo Santos
O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan - a quem o Brasil e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso devem a renegociação da dívida externa brasileira, a política de responsabilidade fiscal, as metas de inflação e a restruturação do nosso sistema bancário - é um dos defensores da tese de que o Brasil de Lula dá certo graças ao ganho demográfico. Segundo ele, a elevação da produtividade e da renda dos brasileiros se deve sobretudo à redução do número de dependentes em relação àqueles que têm atividade produtiva.
No curto espaço de uma geração, essa relação caiu de oito para cinco dependentes para cada 10 pessoas com atividade produtiva, graças ao declínio generalizado da fecundidade. Demograficamente, a população jovem (de até 14 anos) e a idosa (acima de 65 anos) podem ser consideradas dependentes da população em idade ativa (de 15 a 64 anos). Em 1960, por exemplo, o seu valor era de 83%, isto é, para cada 100 pessoas na idade ativa, havia 83 jovens e idosos, ou, mais especificamente, 78 jovens e cinco idosos.Entre 2010 e 2030, teremos, para cada 100 pessoas em idade ativa, apenas 50 jovens e idosos, sendo 40 jovens e 10 idosos.
"É uma mudança excepcional no perfil demográfico do país, que explica em grande parte o sucesso do governo Lula e, provavelmente, garantirá o êxito do próximo governo, seja ele qual for, desde que não seja irresponsável no controle dos gastos públicos", vaticina o deputado Emanuel Fernandes (PSDB-SP), ao justificar as dificuldades da oposição.
Faturando
Ao mesmo tempo em que o número de jovens se estabiliza, cresce o número de idosos, mas com eles aumenta também o nível de renda, seja porque os que vivem mais ganham mais, seja porque na base da Previdência estão os aposentados do setor privado que recebem até cinco salários mínimos e aposentados rurais do Funrural. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fatura o ganho demográfico como resultado da recuperação do salário mínimo - com grande impacto nas aposentadorias - e dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Seria meia verdade. A outra metade estaria na velha teoria de Malthus.
Natalidade
O clérigo e economista inglês Thomas Robert Malthus (1766-1834), que foi muito contestado por Karl Marx, nunca foi bem visto pela esquerda. Seu Ensaio sobre o princípio da população é a origem das teorias que ainda hoje defendem o controle da natalidade como ferramenta de desenvolvimento. Segundo ele, os assalariados deveriam ter consciência de que "com o número de trabalhadores crescendoacima da proporção do aumento da oferta de trabalho no mercado, o preço do trabalho tende a cair, ao mesmo tempo que o preço dos alimentos tenderá a elevar-se".
Darwinismo
Com base nesse raciocínio, Malthus era radicalmente contra qualquer tipo de filantropia ou ajuda aos deserdados. Acreditava que isso apressaria o restabelecimento do equilíbrio demográfico. Sua teoria foi aproveitada pelos darwinistas para explicar a sobrevivência das espécies, mas nada tem a ver com os social-liberais da equipe de Pedro Malan no governo de Fernando Henrique Cardoso. Foram eles que introduziram na política de estabilização da economia o conceito de "focalização" dos gastos sociais nos mais pobres. Nem por isso deixaram de ser acusados de darwinismo social. Lula adotou a tese de forma radical: focalizou nas 13,5 milhões de famílias abaixo da linha de pobreza, o que marcou o caráter social de seu governo.
A conta
O outro lado da moeda das políticas sociais do governo Lula, segundo o deputado Emanuel Fernandes é a subordinação das políticas "universalistas" ao direcionamento dos gastos públicos para os programas de transferência de renda. Mais dinheiro é injetado no consumo das famílias mais pobres e, em contrapartida, cai a qualidade do ensino fundamental e o atendimento da saúde é caótico. O governo federal fatura com os programas de transferência de renda. Estados e municípios pagam a conta dos hospitais e das escolas.
Classe média
Segundo a Fundação Getulio Vargas, a baixa classe média brasileira (C) cresceu de 42% para 52% entre 2004 e 2008. O consumo da classe D já supera em volume o da classe B (alta classe média). Para a FGV, uma família é considerada de classe média quando tem renda mensal entre R$ 1.064 e R$ 4.591. As classes A e B têm renda superior a R$ 4.591, enquanto a D ganha entre R$ 768 e R$ 1.064. A classe E (pobres), por sua vez, reúne famílias com rendimentos abaixo de R$ 768.
Indigência
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais de 18,4 milhões deixaram a situação de pobreza entre 2004 e 2008. Saíram da indigência mais de 9,5 milhões de brasileiros
Aposta
A vantagem de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas tem estimulado especulações sobre a formação de sua equipe. A mais recente é a da indicação de Luciano Coutinho, atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para o Banco Central.
Pandora / A Polícia Federal já concluiu o envio para o Ministério Público Federal (MPF) de todos os dados coletados durante as investigações da Operação Caixa de Pandora. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, adiantou que o MPF só aguardava o recebimento das informações para apresentar os primeiros resultados das investigações.
Ajuda / O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, retornou de viagem a Cuba, Haiti e El Salvador, onde assinou convênios de cooperação para a formação de policiais especializados nesses países. A assinatura faz parte de acordos bilaterais. Nos últimos dias, policiais federais em São Paulo se queixaram da falta de dinheiro para pôr gasolina em viaturas policiais.
sábado, 21 de agosto de 2010
O projeto Dilma
Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Embora não tenha sido ainda explicitado claramente - o que deve ser feito no programa eleitoral sobre infraestrutura -, o projeto de governo da petista Dilma Rousseff tem um eixo básico: energia, energia e energia. A segunda prioridade é a educação pública. A terceira, a reforma da Constituição. O resto é o feijão com arroz do governo Lula.
Ex-ministra de Minas e Energia - posição que a levou à condição de gerente do segundo mandato do presidente Lula e sua escolhida para sucedê-lo -, Dilma acredita que o Brasil somente alcançará o desenvolvimento sustentado com a construção de 16 hidrelétricas na Amazônia, seis usinas nucleares e a exploração da energia eólica no Nordeste. Segundo ela, enquanto não sobrar energia os problemas de infraestrutura não serão resolvidos.
Com energia abundante, a logística de transporte poderá passar por uma revolução, com a conclusão das ferrovias Norte-Sul e a Transnordestiona; das hidrovias do Tietê-Paraná e do Tocantins, com todas as eclusas previstas; da transposição do Rio São Francisco; das saídas rodoviárias para o Pacífico, em parceria com os países vizinhos; e da navegação de cabotagem. Com isso, a produção de grãos e de minério, principalmente, poderá ser escoada para o exterior, bem como a circulação das demais mercadorias, com margem de lucro maior, pelo país e pela América Latina.
Geisel
As ideias de Dilma Rousseff não são muito distantes do capitalismo de Estado defendido pelo ex-presidente Ernesto Geisel, cujo sonho de Brasil potência fracassou na crise do petróleo da década de 1970. O 2º Plano Nacional de Desenvolvimento, sob a égide do regime militar, porém, foi o último grande esforço de planejamento de longo prazo realizado no país. Seu maior êxito foi o investimento da Petrobras na exploração de petróleo em alto mar, cujo fruto é a recente descoberta de óleo leve na camada pré-sal.
Petrobras
A propósito da Petrobras, seu plano de capitalização para exploração do pré-sal virou um angu de caroço. O governo não se entende quanto ao valor das jazidas, apesar de a capitalização da estatal ter sido mantida para setembro. Surgiu entre os petistas, alimentada pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, uma teoria conspiratória contra a Petrobras, que seria a causa da queda das ações da empresa.
Fora
Na verdade, o mercado reage ao fato de a Petrobras querer fazer o maior programa decapitalização do mundo com a transferência das reservas de barris de petróleo do governo para a empresa, enquanto os acionistas minoritários terão que entrar com dinheiro vivo para manter a participação acionária. O megainvestidor George Soros caiu fora e vendeu suas ações, liderando a baixa nas bolsas. O plano é capitalizar a empresa com uma operação de R$ 150 bilhões
Vale
Um tema inconcluso deve ser retomado por Dilma Rousseff, se ela ganhar as eleições: o novo marco regulatório dos minérios. A produção para exportação com pouco valor agregado é um dos focos da mudança. O outro é a produção de fertilizantes. Nos dois setores, a joia da coroa é a Vale, administrada pelo Bradesco, mas com grande participação acionária dos fundos de pensão e do BNDES. Os petistas têm um nome na ponta da língua para presidir a empresa no lugar de Roger Agnelli: o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, que hoje é o homem do mercado no comando da campanha de Dilma.
Bastião
O presidente Lula comandará a panfletagem de Dilma Rousseff na porta da Mercedes Benz ao alvorecer de segunda-feira. Será a estreia da presidenciável no corpo a corpo com os peões do ABC, repetindo imagens que são utilizadas nas campanhas petistas na tevê desde quando Lula disputou e perdeu a eleição para o Palácio dos Bandeirantes, em 1982.
Otimista
Presidente do PPS, Roberto Freire não quer saber de discussão sobre os rumos da campanha do tucano José Serra (PSDB), muito criticada pelos aliados. Candidato a deputado federal em São Paulo, Freire argumenta que é hora de pedir voto para o candidato a presidente da República do PSDB e de combater o derrotismo de quem acha que já perdeu a eleição para Dilma. "Eleição não se ganha de véspera, só no dia da votação."
Promovido / O delegado federal Ricardo Saadi é o novo diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. Para quem não sabe, substituiu seu colega Protógenes Queiroz na condução da Operação Satiagraha. Protógenes foi afastado depois de ter usado agentes da Abin na investigação.
Tertúlia / Essa é para quem quer dar um tempo na campanha eleitoral: debate literário hoje, às 16h, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi de Brasília (Lago Norte), sobre Shakespeare e o Amor , com base nas obras Muito barulho por nada, Como gostais e Noite de reis, com os cientistas políticos Caetano Pereira de Araújo e André Eduardo Fernandes, mediado por Cleide de Oliveira Lemos.
Azebudsman / O deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO) é candidato à reeleição, e não ao Senado, como publiquei na coluna intitulada Há vagas, de quinta-feira passada.
Com Leonardo Santos
Embora não tenha sido ainda explicitado claramente - o que deve ser feito no programa eleitoral sobre infraestrutura -, o projeto de governo da petista Dilma Rousseff tem um eixo básico: energia, energia e energia. A segunda prioridade é a educação pública. A terceira, a reforma da Constituição. O resto é o feijão com arroz do governo Lula.
Ex-ministra de Minas e Energia - posição que a levou à condição de gerente do segundo mandato do presidente Lula e sua escolhida para sucedê-lo -, Dilma acredita que o Brasil somente alcançará o desenvolvimento sustentado com a construção de 16 hidrelétricas na Amazônia, seis usinas nucleares e a exploração da energia eólica no Nordeste. Segundo ela, enquanto não sobrar energia os problemas de infraestrutura não serão resolvidos.
Com energia abundante, a logística de transporte poderá passar por uma revolução, com a conclusão das ferrovias Norte-Sul e a Transnordestiona; das hidrovias do Tietê-Paraná e do Tocantins, com todas as eclusas previstas; da transposição do Rio São Francisco; das saídas rodoviárias para o Pacífico, em parceria com os países vizinhos; e da navegação de cabotagem. Com isso, a produção de grãos e de minério, principalmente, poderá ser escoada para o exterior, bem como a circulação das demais mercadorias, com margem de lucro maior, pelo país e pela América Latina.
Geisel
As ideias de Dilma Rousseff não são muito distantes do capitalismo de Estado defendido pelo ex-presidente Ernesto Geisel, cujo sonho de Brasil potência fracassou na crise do petróleo da década de 1970. O 2º Plano Nacional de Desenvolvimento, sob a égide do regime militar, porém, foi o último grande esforço de planejamento de longo prazo realizado no país. Seu maior êxito foi o investimento da Petrobras na exploração de petróleo em alto mar, cujo fruto é a recente descoberta de óleo leve na camada pré-sal.
Petrobras
A propósito da Petrobras, seu plano de capitalização para exploração do pré-sal virou um angu de caroço. O governo não se entende quanto ao valor das jazidas, apesar de a capitalização da estatal ter sido mantida para setembro. Surgiu entre os petistas, alimentada pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, uma teoria conspiratória contra a Petrobras, que seria a causa da queda das ações da empresa.
Fora
Na verdade, o mercado reage ao fato de a Petrobras querer fazer o maior programa decapitalização do mundo com a transferência das reservas de barris de petróleo do governo para a empresa, enquanto os acionistas minoritários terão que entrar com dinheiro vivo para manter a participação acionária. O megainvestidor George Soros caiu fora e vendeu suas ações, liderando a baixa nas bolsas. O plano é capitalizar a empresa com uma operação de R$ 150 bilhões
Vale
Um tema inconcluso deve ser retomado por Dilma Rousseff, se ela ganhar as eleições: o novo marco regulatório dos minérios. A produção para exportação com pouco valor agregado é um dos focos da mudança. O outro é a produção de fertilizantes. Nos dois setores, a joia da coroa é a Vale, administrada pelo Bradesco, mas com grande participação acionária dos fundos de pensão e do BNDES. Os petistas têm um nome na ponta da língua para presidir a empresa no lugar de Roger Agnelli: o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, que hoje é o homem do mercado no comando da campanha de Dilma.
Bastião
O presidente Lula comandará a panfletagem de Dilma Rousseff na porta da Mercedes Benz ao alvorecer de segunda-feira. Será a estreia da presidenciável no corpo a corpo com os peões do ABC, repetindo imagens que são utilizadas nas campanhas petistas na tevê desde quando Lula disputou e perdeu a eleição para o Palácio dos Bandeirantes, em 1982.
Otimista
Presidente do PPS, Roberto Freire não quer saber de discussão sobre os rumos da campanha do tucano José Serra (PSDB), muito criticada pelos aliados. Candidato a deputado federal em São Paulo, Freire argumenta que é hora de pedir voto para o candidato a presidente da República do PSDB e de combater o derrotismo de quem acha que já perdeu a eleição para Dilma. "Eleição não se ganha de véspera, só no dia da votação."
Promovido / O delegado federal Ricardo Saadi é o novo diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. Para quem não sabe, substituiu seu colega Protógenes Queiroz na condução da Operação Satiagraha. Protógenes foi afastado depois de ter usado agentes da Abin na investigação.
Tertúlia / Essa é para quem quer dar um tempo na campanha eleitoral: debate literário hoje, às 16h, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi de Brasília (Lago Norte), sobre Shakespeare e o Amor , com base nas obras Muito barulho por nada, Como gostais e Noite de reis, com os cientistas políticos Caetano Pereira de Araújo e André Eduardo Fernandes, mediado por Cleide de Oliveira Lemos.
Azebudsman / O deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO) é candidato à reeleição, e não ao Senado, como publiquei na coluna intitulada Há vagas, de quinta-feira passada.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Lula indica
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
"O comando da campanha de Dilma Rousseff é a troika Luiz, Inácio e Silva", brinca um petista. Tudo o que acontece de importante está sendo decidido pelo presidente Lula nas reuniões de domingo à noite no Palácio do Alvorada, nas quais comparecem a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, o marqueteiro João Santana e alguns convidados, com mais frequência o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. Os encontros de coordenação de terça-feira são operacionais, sob comando de Dilma. Lula acompanha diariamente as eleições nos estados, define as prioridades da agenda e do discurso.
Calejado nas escaramuças eleitorais, dita a forma pela qual sua participação pode fortalecer Dilma e fragilizar os adversários, principalmente o tucano José Serra e seus aliados nos estados. Além de eleger Dilma, que catapultou à condição de favorita, Lula pretende interferir na escolha de governadores e senadores aliados diretamente.
Na Bahia, por exemplo, não quer saber de dois palanques, pedirá voto para a reeleição do governador Jaques Wagner, apesar do apoio à Dilma do candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima. No Rio de Janeiro, Lula jogou ao mar o candidato preferencial do governador peemedebista Sérgio Cabral ao Senado, Jorge Picciani (PMDB), e gravou depoimentos para o senador Marcelo Crivella (PRB), que está fora da coligação PMDB-PT.
Gravidade
O grande ausente nas campanhas dos candidatos a governador e a senador da oposição nos estados foi o candidato a presidente da República da coligação PSDB-DEM-PPS, José Serra. Os aliados justificaram como tática de campanha a não inclusão de gravações e até de imagens do tucano nos respectivos programas. O fato é que começou uma espécie de "cristianização" midiática. O fenômeno já havia sido observado na propaganda tradicional da maioria dos candidatos proporcionais, sem a foto e o nome de Serra.
Recursos
Terminou ontem o prazo para o julgamento de recursos contra impugnações de candidaturas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Deve ser estendido, já que a Corte recebeu apenas 265 recursos, quando eram esperados pelo menos 2 mil.
Empate
Para julgar o mérito dos recursos dos fichas sujas, o Supremo Tribunal Federal (STF) terá que analisar a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que já foi referendada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nos bastidores, comenta-se que o placar será apertadíssimo: quatro a quatro. Os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Marco Aurélio Mello e Celso Mello supostamente seriam a favor dos registros. O presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, Cármem Lúcia, Ayres Britto e Joaquim Barbosa votariam pela impugnação.
O voto
O presidente do Supremo, Cezar Peluso, só vota nas sessões plenárias em caso de desempate. Sobre a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, a grande incógnita é o voto da ministra Ellen Gracie, que ainda não se manifestou liminarmente sobre o assunto. A propósito, a ex-presidenta do STF tem revelado aos amigos que está cansada do tribunal e pode antecipar a própria saída. Às voltas com milhares de processos, queixa-se de falta de tempo para curtir a própria vida.
Hollywood
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que chegou a ser anunciado como vice de Serra na disputa ao Planalto, provocou a candidata petista Dilma Rousseff ontem. Ele disse que um candidato à Presidência tem que se apresentar ao vivo, "sem Steven Spielberg por trás", fazendo alusãoàs superproduções dos programas de Dilma na televisão. Os tucanos tentam minimizar o impacto dos primeiros programas da candidata do PT, considerados melhores do que os do tucano Serra.
Do além
O programa eleitoral do DEM na Bahia causou polêmica. Uma voz em off , como se fosse alma do outro mundo, afirma que o candidato a governador da legenda, Paulo Souto, é guardião do carlismo na Bahia. O ex-governador passou o seu programa eleitoral lembrando as realizações de seu padrinho político, o falecido senador Antonio Carlos Magalhães. Souto não citou o candidato à Presidência José Serra (PSDB) nem mostrou imagens do tucano em seu programa.
Encalhou
O Tribunal de Contas da União (TCU) sustou o início das obras do Porto de Vitória, previsto para o próximo mês. Constatou superfaturamento no valor de R$ 26,3 milhões na licitação realizada no início deste ano pela Secretaria dos Portos, cujo valor total era de quase R$ 100 milhões. O TCU já havia determinado, por medida cautelar, a suspensão do pregão eletrônicorealizado pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), por indícios de irregularidades no edital de gerenciamento de obras.
Naufrágio
A Marinha Mercante brasileira, ao contrário dos demais setores da economia, está indo a pique. Com apenas 144 navios, ocupa o 33º lugar no ranking internacional. Em 1970, a frota mercante brasileira transportou 52% do comércio exterior do país, índice que despencou para menos de 3% no ano passado. Assim, em 2009, foram consumidos no pagamento de fretes em navios estrangeiros US$ 14 bilhões
Ataques / A tribuna do Senado virou palco de ataques ao governo Luiz Inácio Lula da Silva ontem. Senadores da oposição aproveitaram a Casa vazia para fazer diversas críticas às políticas de governo de Lula. Os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR), Níura Demarchi (PSDB-SC) e José Bezerra (DEM-RN) contestaram os resultados apresentados por Dilma na campanha. A sessão foi finalizada após vaias de visitantes ao senador José Bezerra, que falava da importância do voto livre.
Atentado / Termina amanhã o encontro de presidentes dos tribunais regionais eleitorais. A grande expectativa é pela presença do presidente do TRE de Sergipe, desembargador Luiz Mendonça. Mesmo depois do atentado sofrido na última quarta-feira, ele deve participar do encontro em Brasília.
Com Leonardo Santos
"O comando da campanha de Dilma Rousseff é a troika Luiz, Inácio e Silva", brinca um petista. Tudo o que acontece de importante está sendo decidido pelo presidente Lula nas reuniões de domingo à noite no Palácio do Alvorada, nas quais comparecem a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, o marqueteiro João Santana e alguns convidados, com mais frequência o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. Os encontros de coordenação de terça-feira são operacionais, sob comando de Dilma. Lula acompanha diariamente as eleições nos estados, define as prioridades da agenda e do discurso.
Calejado nas escaramuças eleitorais, dita a forma pela qual sua participação pode fortalecer Dilma e fragilizar os adversários, principalmente o tucano José Serra e seus aliados nos estados. Além de eleger Dilma, que catapultou à condição de favorita, Lula pretende interferir na escolha de governadores e senadores aliados diretamente.
Na Bahia, por exemplo, não quer saber de dois palanques, pedirá voto para a reeleição do governador Jaques Wagner, apesar do apoio à Dilma do candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima. No Rio de Janeiro, Lula jogou ao mar o candidato preferencial do governador peemedebista Sérgio Cabral ao Senado, Jorge Picciani (PMDB), e gravou depoimentos para o senador Marcelo Crivella (PRB), que está fora da coligação PMDB-PT.
Gravidade
O grande ausente nas campanhas dos candidatos a governador e a senador da oposição nos estados foi o candidato a presidente da República da coligação PSDB-DEM-PPS, José Serra. Os aliados justificaram como tática de campanha a não inclusão de gravações e até de imagens do tucano nos respectivos programas. O fato é que começou uma espécie de "cristianização" midiática. O fenômeno já havia sido observado na propaganda tradicional da maioria dos candidatos proporcionais, sem a foto e o nome de Serra.
Recursos
Terminou ontem o prazo para o julgamento de recursos contra impugnações de candidaturas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Deve ser estendido, já que a Corte recebeu apenas 265 recursos, quando eram esperados pelo menos 2 mil.
Empate
Para julgar o mérito dos recursos dos fichas sujas, o Supremo Tribunal Federal (STF) terá que analisar a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que já foi referendada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nos bastidores, comenta-se que o placar será apertadíssimo: quatro a quatro. Os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Marco Aurélio Mello e Celso Mello supostamente seriam a favor dos registros. O presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, Cármem Lúcia, Ayres Britto e Joaquim Barbosa votariam pela impugnação.
O voto
O presidente do Supremo, Cezar Peluso, só vota nas sessões plenárias em caso de desempate. Sobre a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, a grande incógnita é o voto da ministra Ellen Gracie, que ainda não se manifestou liminarmente sobre o assunto. A propósito, a ex-presidenta do STF tem revelado aos amigos que está cansada do tribunal e pode antecipar a própria saída. Às voltas com milhares de processos, queixa-se de falta de tempo para curtir a própria vida.
Hollywood
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que chegou a ser anunciado como vice de Serra na disputa ao Planalto, provocou a candidata petista Dilma Rousseff ontem. Ele disse que um candidato à Presidência tem que se apresentar ao vivo, "sem Steven Spielberg por trás", fazendo alusãoàs superproduções dos programas de Dilma na televisão. Os tucanos tentam minimizar o impacto dos primeiros programas da candidata do PT, considerados melhores do que os do tucano Serra.
Do além
O programa eleitoral do DEM na Bahia causou polêmica. Uma voz em off , como se fosse alma do outro mundo, afirma que o candidato a governador da legenda, Paulo Souto, é guardião do carlismo na Bahia. O ex-governador passou o seu programa eleitoral lembrando as realizações de seu padrinho político, o falecido senador Antonio Carlos Magalhães. Souto não citou o candidato à Presidência José Serra (PSDB) nem mostrou imagens do tucano em seu programa.
Encalhou
O Tribunal de Contas da União (TCU) sustou o início das obras do Porto de Vitória, previsto para o próximo mês. Constatou superfaturamento no valor de R$ 26,3 milhões na licitação realizada no início deste ano pela Secretaria dos Portos, cujo valor total era de quase R$ 100 milhões. O TCU já havia determinado, por medida cautelar, a suspensão do pregão eletrônicorealizado pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), por indícios de irregularidades no edital de gerenciamento de obras.
Naufrágio
A Marinha Mercante brasileira, ao contrário dos demais setores da economia, está indo a pique. Com apenas 144 navios, ocupa o 33º lugar no ranking internacional. Em 1970, a frota mercante brasileira transportou 52% do comércio exterior do país, índice que despencou para menos de 3% no ano passado. Assim, em 2009, foram consumidos no pagamento de fretes em navios estrangeiros US$ 14 bilhões
Ataques / A tribuna do Senado virou palco de ataques ao governo Luiz Inácio Lula da Silva ontem. Senadores da oposição aproveitaram a Casa vazia para fazer diversas críticas às políticas de governo de Lula. Os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR), Níura Demarchi (PSDB-SC) e José Bezerra (DEM-RN) contestaram os resultados apresentados por Dilma na campanha. A sessão foi finalizada após vaias de visitantes ao senador José Bezerra, que falava da importância do voto livre.
Atentado / Termina amanhã o encontro de presidentes dos tribunais regionais eleitorais. A grande expectativa é pela presença do presidente do TRE de Sergipe, desembargador Luiz Mendonça. Mesmo depois do atentado sofrido na última quarta-feira, ele deve participar do encontro em Brasília.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Há vagas
Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@diariosassociados.com.br
Será significativa a mudança de composição da Câmara. É grande o número de parlamentares que não voltarão à Casa na próxima legislatura por disputarem outros cargos ou porque resolveram cuidar da vida pessoal. Nada garante que serão substituídos à altura, seja pela experiência política que acumulavam, seja pelo fato de que as eleições cada vez mais favorecem os candidatos com maior poder econômico ou que ingressam na política já famosos por outras atividades, com o craque de futebol Romário e a funkeira Tati Quebra-Barraco.
O atual presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), é o vice da petista Dilma Rousseff; o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), do tucano José Serra. Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES), Flávio Dino (PCdoB-MA), Angela Amin (PP-SC), Celso Russomano (PTB-SP), Fernando Gabeira (PV-RJ), Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e José Fernando Aparecido (PV-MG) são candidatos a governador.
Rita Camata (PSDB-ES), Carlos Abicalil (PT-MT), Alberto Fraga (DEM-DF), Ricardo Barros (PP-PR), Eduardo Gomes (PSDB-TO),Eunício Oliveira (PMDB-CE), José Pimentel (PT-CE), Ciro Nogueira (PP-PI), Armando Monteiro (PTB-PE), Raul Jungmann (PPS-PE), José Carlos Aleluia (DEM-BA), Lídice da Mata (PSB-BA), Walter Pinheiro (PT-BA) e Paulo Rocha (PT-PA) são candidatos ao Senado.
Abandonam a disputa eleitoral Antônio Palocci (PT-SP), José Eduardo Cardozo (PT-SP), Raquel Teixeira (PSDB-GO), Alceni Guerra (DEM-PR), Fernando Coruja (PPS-SC) e Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), dentre outros. Todos fazem parte da elite da Câmara.
Padrinho
A regulamentação da Medida Provisória n° 494, de 2 de julho de 2010, que adotou novos critérios para a transferência de recursos do Ministério da Integração Nacional para os municípios, provocou uma crise na Defesa Civil. O ministro João Santana, sem consulta aos governadores e aos coordenadores da Defesa Civil nos estados, flexibilizou os critérios e os repasses de recursos para os municípios e favoreceu as cidades baianas para dar uma força ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, candidato a governador do PMDB na Bahia.
Bagunça
A suspensão da sessão de ontem na Câmara dos Deputados já era mais do que prevista depois do fracasso da última terça-feira. A invasão de policiais e agentes penitenciários caiu no colo do presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), como justificativa para interromper o trabalho. Segundo Temer, a segurança dos parlamentares estava comprometida depois da baderna. Temer era foi um dos mais empenhados na votação da PEC, mas o governo era contra.
Fim de festa
Sem clima para votarqualquer matéria na Câmara, o líder do PSDB, João Almeida (BA), avalia que a agenda legislativa do governo para este ano já está encerrada. Os deputados só retornarão ao Congresso depois das eleições. Ainda assim, não deverão votar nada de relevante. Preferem negociar com o governo que vai entrar, e não com o que sai.
Terror
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ficaram chocados com a notícia do atentado contra o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, desembargador Luiz Antônio de Araújo Mendonça. O presidente do STF, ministro Cezar Peluso, cobrou mais rigor dos órgãos competentes para garantir a segurança de autoridades públicas envolvidas no processo eleitoral.
Resposta
No dia seguinte ao programa eleitoral do tucano José Serra, focado na sua gestão como ministro da Saúde, o atual ocupante da pasta, José Gomes Temporão, anunciou a habilitação de mais 28 Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), "ampliando o atendimento de urgência e emergência em todo o país". Das 430 anunciadas atéagora, 77 já funcionam, 36 estão sendo equipadas e outras 88 se encontram em construção. O restante está em fase de licitação ou de elaboração de projetos.
Tráfico
O Ministério da Justiça começa a monitorar, a partir de hoje, a saída de mulheres entre 18 e 25 anos do Brasil para Espanha, Portugal e Suíça. A ação visa combater o tráfico internacional de mulheres de baixa renda por redes de prostituição. Por ano, são vítimas dessas redes 60 mil brasileiras
Boneco
Está em criação nos laboratórios eleitorais tucanos um protótipo de boneco do presidenciável José Serra. Ele pode ser usado nas animações do Serrinha em programas eleitorais de televisão e internet. A ideia é ter um boneco nos moldes do feito em 2008 com Gilberto Kassab (DEM). Ainda não se sabe se a animação irá ao ar. O que se sabe é que a primeira versão do Serrinha foi descartada porque o boneco ficou muito parecido com Tancredo Neves. A segunda versão também não passou pelo crivo da equipe comandada pelo marqueteiro Luiz González.
Pipoca / Na noite da última terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atrasou o retorno de Petrolina (PE), onde cumpria agenda, só para assistir pela primeira vez ao programa eleitoral de Dilma Rousseff (PT). Lula foi até a casa do secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra, e viu o programa ao lado do governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição em Pernambuco.
Pandora / O Ministério Público Federal não pretende esperar o fim do período eleitoral para apresentar resultados da investigação Caixa de Pandora. Segundo autoridades que acompanham de perto as investigações, as subprocuradoras responsáveis pelo inquérito aguardam mais informações e perícias da Polícia Federal para concluí-los.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@diariosassociados.com.br
Será significativa a mudança de composição da Câmara. É grande o número de parlamentares que não voltarão à Casa na próxima legislatura por disputarem outros cargos ou porque resolveram cuidar da vida pessoal. Nada garante que serão substituídos à altura, seja pela experiência política que acumulavam, seja pelo fato de que as eleições cada vez mais favorecem os candidatos com maior poder econômico ou que ingressam na política já famosos por outras atividades, com o craque de futebol Romário e a funkeira Tati Quebra-Barraco.
O atual presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), é o vice da petista Dilma Rousseff; o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), do tucano José Serra. Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES), Flávio Dino (PCdoB-MA), Angela Amin (PP-SC), Celso Russomano (PTB-SP), Fernando Gabeira (PV-RJ), Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e José Fernando Aparecido (PV-MG) são candidatos a governador.
Rita Camata (PSDB-ES), Carlos Abicalil (PT-MT), Alberto Fraga (DEM-DF), Ricardo Barros (PP-PR), Eduardo Gomes (PSDB-TO),Eunício Oliveira (PMDB-CE), José Pimentel (PT-CE), Ciro Nogueira (PP-PI), Armando Monteiro (PTB-PE), Raul Jungmann (PPS-PE), José Carlos Aleluia (DEM-BA), Lídice da Mata (PSB-BA), Walter Pinheiro (PT-BA) e Paulo Rocha (PT-PA) são candidatos ao Senado.
Abandonam a disputa eleitoral Antônio Palocci (PT-SP), José Eduardo Cardozo (PT-SP), Raquel Teixeira (PSDB-GO), Alceni Guerra (DEM-PR), Fernando Coruja (PPS-SC) e Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), dentre outros. Todos fazem parte da elite da Câmara.
Padrinho
A regulamentação da Medida Provisória n° 494, de 2 de julho de 2010, que adotou novos critérios para a transferência de recursos do Ministério da Integração Nacional para os municípios, provocou uma crise na Defesa Civil. O ministro João Santana, sem consulta aos governadores e aos coordenadores da Defesa Civil nos estados, flexibilizou os critérios e os repasses de recursos para os municípios e favoreceu as cidades baianas para dar uma força ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, candidato a governador do PMDB na Bahia.
Bagunça
A suspensão da sessão de ontem na Câmara dos Deputados já era mais do que prevista depois do fracasso da última terça-feira. A invasão de policiais e agentes penitenciários caiu no colo do presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), como justificativa para interromper o trabalho. Segundo Temer, a segurança dos parlamentares estava comprometida depois da baderna. Temer era foi um dos mais empenhados na votação da PEC, mas o governo era contra.
Fim de festa
Sem clima para votarqualquer matéria na Câmara, o líder do PSDB, João Almeida (BA), avalia que a agenda legislativa do governo para este ano já está encerrada. Os deputados só retornarão ao Congresso depois das eleições. Ainda assim, não deverão votar nada de relevante. Preferem negociar com o governo que vai entrar, e não com o que sai.
Terror
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ficaram chocados com a notícia do atentado contra o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, desembargador Luiz Antônio de Araújo Mendonça. O presidente do STF, ministro Cezar Peluso, cobrou mais rigor dos órgãos competentes para garantir a segurança de autoridades públicas envolvidas no processo eleitoral.
Resposta
No dia seguinte ao programa eleitoral do tucano José Serra, focado na sua gestão como ministro da Saúde, o atual ocupante da pasta, José Gomes Temporão, anunciou a habilitação de mais 28 Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), "ampliando o atendimento de urgência e emergência em todo o país". Das 430 anunciadas atéagora, 77 já funcionam, 36 estão sendo equipadas e outras 88 se encontram em construção. O restante está em fase de licitação ou de elaboração de projetos.
Tráfico
O Ministério da Justiça começa a monitorar, a partir de hoje, a saída de mulheres entre 18 e 25 anos do Brasil para Espanha, Portugal e Suíça. A ação visa combater o tráfico internacional de mulheres de baixa renda por redes de prostituição. Por ano, são vítimas dessas redes 60 mil brasileiras
Boneco
Está em criação nos laboratórios eleitorais tucanos um protótipo de boneco do presidenciável José Serra. Ele pode ser usado nas animações do Serrinha em programas eleitorais de televisão e internet. A ideia é ter um boneco nos moldes do feito em 2008 com Gilberto Kassab (DEM). Ainda não se sabe se a animação irá ao ar. O que se sabe é que a primeira versão do Serrinha foi descartada porque o boneco ficou muito parecido com Tancredo Neves. A segunda versão também não passou pelo crivo da equipe comandada pelo marqueteiro Luiz González.
Pipoca / Na noite da última terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atrasou o retorno de Petrolina (PE), onde cumpria agenda, só para assistir pela primeira vez ao programa eleitoral de Dilma Rousseff (PT). Lula foi até a casa do secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra, e viu o programa ao lado do governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição em Pernambuco.
Pandora / O Ministério Público Federal não pretende esperar o fim do período eleitoral para apresentar resultados da investigação Caixa de Pandora. Segundo autoridades que acompanham de perto as investigações, as subprocuradoras responsáveis pelo inquérito aguardam mais informações e perícias da Polícia Federal para concluí-los.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Obstrução chapa branca
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Discretamente, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), comandou ontem a obstrução dos trabalhos em plenário, desmobilizando a bancada governista para evitar a aprovação da MP nº 487/10, que prevê o aumento em mais R$ 80 bilhões do limite de empréstimo concedido pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Durante a crise financeira internacional, o governo já havia ampliado o limite para R$ 100 bilhões.
Segundo o parlamentar, "o governo está preparado para o caso de as medidas provisórias que estão na pauta não serem votadas neste esforço concentrado". Por trás da manobra, mais uma tentativa de evitar a aprovação de várias emendas feitas pela deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), relatora da medida provisória, com o objetivo de favorecer grandes empresas do setor de infraestrutura. Os benefícios envolvem a construção de usinas nucleares, a instalação de termelétricas, a produção de biodiesel e a construção das ferrovias Norte-Sul e Transnordestina.
A saia justa do líder governista é provocada pelo fato de que a bancada do PMDB, sob comando do deputado Eduardo Cunha (RJ), é a mais empenhada na aprovação dos benefícios fiscais, e o governo quer evitar um confronto com a legenda, à qual pertence o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), vice da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Vacilou
Ontem, na reunião de líderes, por muito pouco o líder do PSDB, deputado João Almeida (BA), não fechou um acordo com a bancada do PMDB para realizar a votação das medidas provisórias, sustando a obstrução. O DEM e o PPS, porém, para alívio do governo, não aceitaram o acordo e mantiveram o boicote à votação.
Calendas
No fim da tarde, Vaccarezza minimizou o impasse e anunciou que o governo não terá problemas se a medida provisória não for votada, pois os dispositivos realmente importantes podem ser transformados em novas medidas provisórias ou encaminhados à Câmara como projetos de lei após as eleições.
Esporte
Além da MP nº 487, estão na pauta da Câmara a MP n° 488/10, que autoriza a União a criar a Empresa Brasileira de Legado Esportivo S.A. - a "Brasil 2016" - e a MP n° 489/10, que autoriza a União a integrar a Autoridade Pública Olímpica (APO), entidade que irá coordenar as ações governamentais relativas aos Jogos Olímpicos de 2016, na cidade do Rio de Janeiro. Outra matéria a ser votada é a Proposta de Emenda à Constituição nº 300. A PEC estabelece o piso nacional para policiais e bombeiros militares e já foi votada em primeiro turno.
Aguardem
Líder da famosa passeata dos 100 Mil, em 1968, no Rio de Janeiro, o petista Vladimir Palmeira resolveu voltar à Câmara como uma espécie de "maluco beleza". Aparece na capa de seu jornal de campanha de cartola e bengala de mágico ridicularizando a atuação dos atuais ocupantes da Casa. Na propaganda, fotos históricas de sua atuação como líder estudantil e deputado federal nas ruas do Centro do Rio de Janeiro.
Salto alto
O PT voltou atrás e decidiu enviar o deputado José Eduardo Cardozo (SP) para o Foro de São Paulo, que começa amanhã em Buenos Aires. Secretário-geral do PT, o parlamentar faz parte do seleto grupo que se reúne com o presidente Lula e a candidata petista Dilma Rousseff, no Palácio do Alvorada, nas noites de domingo, para discutir os rumos da campanha eleitoral. Os petistas não queriam alimentar a suposta ligação do PT com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), mas a situação mudou no país vizinho e o assunto não tirou votos de Dilma.
Making of
O publicitário baiano Duda Mendonça, responsável pela campanha de Lula em 2002, lançou ontem o videoblog Making of para reposicionar a própria imagem. O site mostra em vídeos como ele compõe jingles e slogans, como são feitas as pesquisas qualitativas e dá dicas sobre estratégias de marketing eleitoral. Além disso, mostrará bastidores de suas campanhas atuais, como a de Marta Suplicy (PT-SP) ao Senado e a da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que tenta se reeleger.
Ausentes
Presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) quer que os 200 deputados que faltaram à sessão de ontem na Câmara apresentem justificativa pela ausência. Caso contrário, cada um deles terá um desconto de R$ 3 mil no salário. Com isso, a Casa pode economizar até R$ 600 mil
Confiantes
Políticos do PSol andam comemorando o desempenho do candidato do partido à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, que já é percebido nasruas. O deputado Ivan Valente (SP) conta que a legenda ganhou mais respeito por onde o candidato anda, principalmente em São Paulo, e deve aumentar a bancada na Câmara. O PSol tem três deputados.
Confederados / Tucanos do Nordeste andam criticando a maneira como Serra conduz a campanha eleitoral. Avaliam que a estratégia está voltada para as regiões Sul e Sudeste, principalmente São Paulo.
Azebudsman / Flatônio José da Silva corrige a coluna de domingo: "Devem (e não deve, como escrevi) chover recursos no Tribunal Superior Eleitoral (#)". Motivo: o verbo só é impessoal quando indica fenômeno da natureza, na 3ª pessoa do singular: chove, choveu, chovia, chovera, choverá, choveria, chova, chovesse, chover. Em sentido figurado, o verbo concorda com o sujeito: Choviam cartas de protestos.
Com Leonardo Santos
Discretamente, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), comandou ontem a obstrução dos trabalhos em plenário, desmobilizando a bancada governista para evitar a aprovação da MP nº 487/10, que prevê o aumento em mais R$ 80 bilhões do limite de empréstimo concedido pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Durante a crise financeira internacional, o governo já havia ampliado o limite para R$ 100 bilhões.
Segundo o parlamentar, "o governo está preparado para o caso de as medidas provisórias que estão na pauta não serem votadas neste esforço concentrado". Por trás da manobra, mais uma tentativa de evitar a aprovação de várias emendas feitas pela deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), relatora da medida provisória, com o objetivo de favorecer grandes empresas do setor de infraestrutura. Os benefícios envolvem a construção de usinas nucleares, a instalação de termelétricas, a produção de biodiesel e a construção das ferrovias Norte-Sul e Transnordestina.
A saia justa do líder governista é provocada pelo fato de que a bancada do PMDB, sob comando do deputado Eduardo Cunha (RJ), é a mais empenhada na aprovação dos benefícios fiscais, e o governo quer evitar um confronto com a legenda, à qual pertence o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), vice da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Vacilou
Ontem, na reunião de líderes, por muito pouco o líder do PSDB, deputado João Almeida (BA), não fechou um acordo com a bancada do PMDB para realizar a votação das medidas provisórias, sustando a obstrução. O DEM e o PPS, porém, para alívio do governo, não aceitaram o acordo e mantiveram o boicote à votação.
Calendas
No fim da tarde, Vaccarezza minimizou o impasse e anunciou que o governo não terá problemas se a medida provisória não for votada, pois os dispositivos realmente importantes podem ser transformados em novas medidas provisórias ou encaminhados à Câmara como projetos de lei após as eleições.
Esporte
Além da MP nº 487, estão na pauta da Câmara a MP n° 488/10, que autoriza a União a criar a Empresa Brasileira de Legado Esportivo S.A. - a "Brasil 2016" - e a MP n° 489/10, que autoriza a União a integrar a Autoridade Pública Olímpica (APO), entidade que irá coordenar as ações governamentais relativas aos Jogos Olímpicos de 2016, na cidade do Rio de Janeiro. Outra matéria a ser votada é a Proposta de Emenda à Constituição nº 300. A PEC estabelece o piso nacional para policiais e bombeiros militares e já foi votada em primeiro turno.
Aguardem
Líder da famosa passeata dos 100 Mil, em 1968, no Rio de Janeiro, o petista Vladimir Palmeira resolveu voltar à Câmara como uma espécie de "maluco beleza". Aparece na capa de seu jornal de campanha de cartola e bengala de mágico ridicularizando a atuação dos atuais ocupantes da Casa. Na propaganda, fotos históricas de sua atuação como líder estudantil e deputado federal nas ruas do Centro do Rio de Janeiro.
Salto alto
O PT voltou atrás e decidiu enviar o deputado José Eduardo Cardozo (SP) para o Foro de São Paulo, que começa amanhã em Buenos Aires. Secretário-geral do PT, o parlamentar faz parte do seleto grupo que se reúne com o presidente Lula e a candidata petista Dilma Rousseff, no Palácio do Alvorada, nas noites de domingo, para discutir os rumos da campanha eleitoral. Os petistas não queriam alimentar a suposta ligação do PT com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), mas a situação mudou no país vizinho e o assunto não tirou votos de Dilma.
Making of
O publicitário baiano Duda Mendonça, responsável pela campanha de Lula em 2002, lançou ontem o videoblog Making of para reposicionar a própria imagem. O site mostra em vídeos como ele compõe jingles e slogans, como são feitas as pesquisas qualitativas e dá dicas sobre estratégias de marketing eleitoral. Além disso, mostrará bastidores de suas campanhas atuais, como a de Marta Suplicy (PT-SP) ao Senado e a da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que tenta se reeleger.
Ausentes
Presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) quer que os 200 deputados que faltaram à sessão de ontem na Câmara apresentem justificativa pela ausência. Caso contrário, cada um deles terá um desconto de R$ 3 mil no salário. Com isso, a Casa pode economizar até R$ 600 mil
Confiantes
Políticos do PSol andam comemorando o desempenho do candidato do partido à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, que já é percebido nasruas. O deputado Ivan Valente (SP) conta que a legenda ganhou mais respeito por onde o candidato anda, principalmente em São Paulo, e deve aumentar a bancada na Câmara. O PSol tem três deputados.
Confederados / Tucanos do Nordeste andam criticando a maneira como Serra conduz a campanha eleitoral. Avaliam que a estratégia está voltada para as regiões Sul e Sudeste, principalmente São Paulo.
Azebudsman / Flatônio José da Silva corrige a coluna de domingo: "Devem (e não deve, como escrevi) chover recursos no Tribunal Superior Eleitoral (#)". Motivo: o verbo só é impessoal quando indica fenômeno da natureza, na 3ª pessoa do singular: chove, choveu, chovia, chovera, choverá, choveria, chova, chovesse, chover. Em sentido figurado, o verbo concorda com o sujeito: Choviam cartas de protestos.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Horário eleitoral
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Começa hoje a propaganda eleitoral de tevê e rádio. Segundo as pesquisas, os 15 primeiros dias de campanha são de grande audiência, equiparável, inclusive, à do Jornal Nacional, da TV Globo. Só perdem para as duas semanas que antecedem o dia da eleição, 3 de outubro.
Esse começo de propaganda eleitoral gratuita na tevê e no rádio é o momento no qual cada candidato diz ao que veio. Dilma Rousseff (PT) não será uma novidade, se apresentará como a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e das forças que apoiam o atual governo. Ou melhor, ela será apresentada pelo presidente Lula. Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (Psol), com pouquíssimo tempo de televisão, serão o que já mostraram nas entrevistas e nos debates. Os demais candidatos, menos conhecidos, idem.
A novidade do horário eleitoral será o Zé, codinome eleitoral que o marqueteiro Luiz González convenceu o candidato José Serra (PSDB) a adotar na tevê e no rádio para aparecer como um político mais popular, de fácil acesso e convivência e,assim, ser melhor aceito por aquele eleitor que "é Lula e não abre" e deseja a continuidade dos programas de seu governo. Se colar, a estratégia do tucano tem alguma chance de dar certo. E se não colar? Serra vira Mané.
Solteiro
O candidato do PSDB ao governo do Piauí, o ex-prefeito Sílvio Mendes, não usa foto do tucano José Serra na propaganda nem prepara palanque para o presidenciável. Já Dilma vai subir em dois palanques: o de João Vicente Claudino (PTB) e o de Wilson Martins (PSB).
De carona
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pegou carona na iniciativa do Supremo Tribunal Federal (STF) de enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei propondo mudanças nos reajustes dos magistrados de todo o país e enviou um pedido de aumento para a Câmara. O projeto prevê um reajuste de 14,79% a partir de 1º de janeiro de 2011 para procuradores e sub-procuradores. O teto salarial do procurador-geral da República é equiparado ao dos ministro do Supremo: R$ 30.675,48.
A conta
O projeto de novo teto salarial do Ministério Público também dispensa o Congresso de aprovar os reajustes futuros dos procuradores da República a partir de 2012. O impacto orçamentário da proposta é de R$ 173 milhões.
Ecossocialista
O candidato do Psol à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio (foto), resolveu se intitular ecossocialista para espicaçar a campanha de Marina Silva (PV). Cristão-marxista convicto, o veterano político paulista diz que passa as madrugadas "tuitando" com a garotada que aderiu à sua candidatura. E faz mais sucesso com os jovens do que com a turma da terceira idade, da qual faz parte e, de certa forma, aos 80 anos, é um exemplo de vitalidade e participação política.
Encontro
Eike Batista quer um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o que fazer com o gás que encontrou no Maranhão. Antes de anunciar a descoberta de uma meia Bolívia de gás no estado, o empresário ligou para Lula para contar a novidade. O encontro com o presidente pode ocorrer amanhã ou quinta-feira.
Sabia
O presidente Lula foi informado dos detalhes da compra da Tam pela chilena Lan. Na sexta-feira, o presidente da empresa, Líbano Barroso, voou para Porto Velho para, ainda no aeroporto, conversar com Lula sobre o assunto.No mercado, a anunciada fusão das duas empresas está sendo vista com suspeita de que houve venda mesmo.
Esforço
Para evitar que mais uma semana de esforço concentrado passe em vão, o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), priorizou a votação de três medidas provisórias e o segundo turno da PEC nº 300, proposta estabelece um novo piso para todos os policiais do Brasil. Já a MP nº 487 capitaliza o BNDES para facilitar os empréstimos a municípios; a MP nº 488 cria a Empresa do Legado Esportivo; e a MP nº 489 cria a Autoridade Pública Olímpica.
Liberados
Caso a pauta da Câmara seja mesmo desobstruída, os deputados ficarão livres para fazer campanha e voltarão ao Congresso apenas depois das eleições. Caso contrário, o governo fará nova tentativa de esforço concentrado, em 31 de agosto, 1º e 2 de setembro. Se mesmo assim não houver votação, a MP nº 487 perderá validade.
Plataformas / O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, admitiu que a empresa realmente tem problemas de manutenção nas plataformas de exploração de petróleo, mas frisou que nenhum deles compromete a segurança dos trabalhadores. Os petroleiros discordam e entraram em operação padrão. Gabrielli mandou antecipar o cronograma de manutenção dos equipamentos em alto-mar.
Lulismo / Será hoje o lançamento do livro Lulismo: da era dos movimentos sociais à ascensão da nova classe média brasileira, do sociólogo Rudá Ricci (Editora Contraponto e Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília, no Carpe Diem (104 Sul), a partir das 19h.
Com Leonardo Santos
Começa hoje a propaganda eleitoral de tevê e rádio. Segundo as pesquisas, os 15 primeiros dias de campanha são de grande audiência, equiparável, inclusive, à do Jornal Nacional, da TV Globo. Só perdem para as duas semanas que antecedem o dia da eleição, 3 de outubro.
Esse começo de propaganda eleitoral gratuita na tevê e no rádio é o momento no qual cada candidato diz ao que veio. Dilma Rousseff (PT) não será uma novidade, se apresentará como a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e das forças que apoiam o atual governo. Ou melhor, ela será apresentada pelo presidente Lula. Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (Psol), com pouquíssimo tempo de televisão, serão o que já mostraram nas entrevistas e nos debates. Os demais candidatos, menos conhecidos, idem.
A novidade do horário eleitoral será o Zé, codinome eleitoral que o marqueteiro Luiz González convenceu o candidato José Serra (PSDB) a adotar na tevê e no rádio para aparecer como um político mais popular, de fácil acesso e convivência e,assim, ser melhor aceito por aquele eleitor que "é Lula e não abre" e deseja a continuidade dos programas de seu governo. Se colar, a estratégia do tucano tem alguma chance de dar certo. E se não colar? Serra vira Mané.
Solteiro
O candidato do PSDB ao governo do Piauí, o ex-prefeito Sílvio Mendes, não usa foto do tucano José Serra na propaganda nem prepara palanque para o presidenciável. Já Dilma vai subir em dois palanques: o de João Vicente Claudino (PTB) e o de Wilson Martins (PSB).
De carona
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pegou carona na iniciativa do Supremo Tribunal Federal (STF) de enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei propondo mudanças nos reajustes dos magistrados de todo o país e enviou um pedido de aumento para a Câmara. O projeto prevê um reajuste de 14,79% a partir de 1º de janeiro de 2011 para procuradores e sub-procuradores. O teto salarial do procurador-geral da República é equiparado ao dos ministro do Supremo: R$ 30.675,48.
A conta
O projeto de novo teto salarial do Ministério Público também dispensa o Congresso de aprovar os reajustes futuros dos procuradores da República a partir de 2012. O impacto orçamentário da proposta é de R$ 173 milhões.
Ecossocialista
O candidato do Psol à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio (foto), resolveu se intitular ecossocialista para espicaçar a campanha de Marina Silva (PV). Cristão-marxista convicto, o veterano político paulista diz que passa as madrugadas "tuitando" com a garotada que aderiu à sua candidatura. E faz mais sucesso com os jovens do que com a turma da terceira idade, da qual faz parte e, de certa forma, aos 80 anos, é um exemplo de vitalidade e participação política.
Encontro
Eike Batista quer um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o que fazer com o gás que encontrou no Maranhão. Antes de anunciar a descoberta de uma meia Bolívia de gás no estado, o empresário ligou para Lula para contar a novidade. O encontro com o presidente pode ocorrer amanhã ou quinta-feira.
Sabia
O presidente Lula foi informado dos detalhes da compra da Tam pela chilena Lan. Na sexta-feira, o presidente da empresa, Líbano Barroso, voou para Porto Velho para, ainda no aeroporto, conversar com Lula sobre o assunto.No mercado, a anunciada fusão das duas empresas está sendo vista com suspeita de que houve venda mesmo.
Esforço
Para evitar que mais uma semana de esforço concentrado passe em vão, o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), priorizou a votação de três medidas provisórias e o segundo turno da PEC nº 300, proposta estabelece um novo piso para todos os policiais do Brasil. Já a MP nº 487 capitaliza o BNDES para facilitar os empréstimos a municípios; a MP nº 488 cria a Empresa do Legado Esportivo; e a MP nº 489 cria a Autoridade Pública Olímpica.
Liberados
Caso a pauta da Câmara seja mesmo desobstruída, os deputados ficarão livres para fazer campanha e voltarão ao Congresso apenas depois das eleições. Caso contrário, o governo fará nova tentativa de esforço concentrado, em 31 de agosto, 1º e 2 de setembro. Se mesmo assim não houver votação, a MP nº 487 perderá validade.
Plataformas / O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, admitiu que a empresa realmente tem problemas de manutenção nas plataformas de exploração de petróleo, mas frisou que nenhum deles compromete a segurança dos trabalhadores. Os petroleiros discordam e entraram em operação padrão. Gabrielli mandou antecipar o cronograma de manutenção dos equipamentos em alto-mar.
Lulismo / Será hoje o lançamento do livro Lulismo: da era dos movimentos sociais à ascensão da nova classe média brasileira, do sociólogo Rudá Ricci (Editora Contraponto e Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília, no Carpe Diem (104 Sul), a partir das 19h.
domingo, 15 de agosto de 2010
O jacaré e o tucano
Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@diariosassociados.com.br
A campanha eleitoral na tevê começa na terça-feira. Dilma Rousseff (PT) voa em céu de brigadeiro e José Serra (PSDB) navega num mar proceloso. A situação de seus aliados nos estados não é nada boa, com exceção do tucano Geraldo Alckmin, em São Paulo. Além disso, a pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira assombrou a campanha de Serra: o gráfico das pesquisas do instituto mostra um jacaré de boca aberta prestes a engolir o tucano.
Dilma (41%) tem oito pontos percentuais de vantagem em relação a Serra (33%). Marina Silva (PV), porém, manteve seus 10 pontos percentuais, empurrando a disputa para o segundo turno, cuja simulação aponta vitória de Dilma por 49% a 41%. Esses resultados não seriam nada demais, mas Serra tem uma trajetória descendente. Despencou de 40% para 33% na mostra induzida; o voto espontâneo empacou nos 16%; e a rejeição passou de 26% para 28%.
Serra não amarra os votos do eleitor, nem barra a ascensão de Dilma. Essa constatação é de tirar o rumo. Há algo de errado na campanha de Serra oua correlação de forças é mais desfavorável do que a oposição imagina. Pior: pode ser as duas coisas.
Licença
Decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Celso de Mello (foto) desfalcará ainda mais a Alta Corte até o fim do mês: se submeteu a uma cirurgia nos olhos. Até lá, o STF ficará com apenas oito ministros no plenário, quorum mínimo para julgamento de matéria constitucional, porque Eros Grau se aposentou e Joaquim Barbosa ainda está de licença para tratar de problemas na coluna. Entre os temas em pauta está a validade da Lei da Ficha Limpa nestas eleições.
Finalmente
Em férias, o assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia (PT) passa o fim de semana debruçado sobre o programa de governo da petista Dilma Rousseff, que está sendo finalizado. Coordenado por Alessandro Teixeira, o texto será escoimado de tudo o que possa caracterizá-lo como um projeto político antidemocrático. Os pontos mais sensíveis envolvem as relações com a Igreja, as Forças Armadas e os meios de comunicação.
Cenários
Largada da campanha pela televisão nos principais estados. Candidatos à reeleição, Sérgio Cabral (PMDB), no Rio de Janeiro, e Eduardo Campos (PSB), em Pernambuco, têm possibilidades de vencer no primeiro turno. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, também. Hélio Costa (PMDB), em Minas; Beto Richa (PSDB), no Paraná; Tarso Genro (PT), no Rio Grande do Sul; e Joaquim Roriz, no Distrito Federal, largam na frente, mas a eleição está mais indefinida.
Murici
Candidato à reeleição, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, está com o pescoço na forca. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve agendar o julgamento do pedido de cassação de seu mandato por abuso de poder econômico e propaganda irregular na campanha de 2006. A propósito, Déda perdeu o controle sobre a campanha do Senado no estado. Agora, Albano Franco (PSDB), Antônio Carlos Valadares (PSB), Eduardo Amorim (PSC) e Antônio Leite (PV) disputam o voto do eleitor na base do cada um cuida de si. Quem comemora é o candidato a governador pelo DEM, João Alves.
Processos
Deve chover recursos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por causa do horário eleitoral de rádio e televisão que começa na terça-feira. Serão apenas dois dias para julgar boa parte dos quase 1,5 mil registros de candidaturas indeferidos pela Justiça Eleitoral nos estados. Desse total, os políticos já recorreram em 765 casos, mas apenas 67 recursos chegaram ao TSE.
Segurança
Levantamentos do governo apontam um aumento de R$ 1 bilhão nos gastos federais com segurança pública federal. A polícias Federal, Rodoviária e Penitenciária, além do Pronasci e do Fundo Nacional de Segurança Pública, gastarão R$ 7 bilhões neste ano. A PF triplicou a folha de pagamento nos últimos 10 anos. Em 2000, o gasto era de R$ 764 milhões; em 2010, saltou para R$ 2,3 bilhões
Expurgo
De uma canetada só, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, assinou a demissão de 10 servidores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal por infrações administrativas e criminais. Quatro policiais rodoviários foram demitidos por terem achacado uma motorista na pista. A cidadã filmou tudo.
Vazamento / Líderes do PSDB na Câmara e da Minoria, respectivamente, João Almeida (BA) e Gustavo Fruet (PR) entraram com representação no Ministério Público para que se investigue o vazamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Informações como CPF, número da carteira de identidade, nome dos pais e o endereço de cerca de 12 milhões de candidatos, misteriosamente, foram expostas internet.
Quinto / Dois ex-presidentes da seccional da OAB do Distrito Federal, Esdras Dantas de Souza e Estefânia Viveiros, sonham em deixar a advocacia e se tornarem ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eles estão inscritos para concorrer às vagas na Corte pelo Quinto Constitucional da Advocacia.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@diariosassociados.com.br
A campanha eleitoral na tevê começa na terça-feira. Dilma Rousseff (PT) voa em céu de brigadeiro e José Serra (PSDB) navega num mar proceloso. A situação de seus aliados nos estados não é nada boa, com exceção do tucano Geraldo Alckmin, em São Paulo. Além disso, a pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira assombrou a campanha de Serra: o gráfico das pesquisas do instituto mostra um jacaré de boca aberta prestes a engolir o tucano.
Dilma (41%) tem oito pontos percentuais de vantagem em relação a Serra (33%). Marina Silva (PV), porém, manteve seus 10 pontos percentuais, empurrando a disputa para o segundo turno, cuja simulação aponta vitória de Dilma por 49% a 41%. Esses resultados não seriam nada demais, mas Serra tem uma trajetória descendente. Despencou de 40% para 33% na mostra induzida; o voto espontâneo empacou nos 16%; e a rejeição passou de 26% para 28%.
Serra não amarra os votos do eleitor, nem barra a ascensão de Dilma. Essa constatação é de tirar o rumo. Há algo de errado na campanha de Serra oua correlação de forças é mais desfavorável do que a oposição imagina. Pior: pode ser as duas coisas.
Licença
Decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Celso de Mello (foto) desfalcará ainda mais a Alta Corte até o fim do mês: se submeteu a uma cirurgia nos olhos. Até lá, o STF ficará com apenas oito ministros no plenário, quorum mínimo para julgamento de matéria constitucional, porque Eros Grau se aposentou e Joaquim Barbosa ainda está de licença para tratar de problemas na coluna. Entre os temas em pauta está a validade da Lei da Ficha Limpa nestas eleições.
Finalmente
Em férias, o assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia (PT) passa o fim de semana debruçado sobre o programa de governo da petista Dilma Rousseff, que está sendo finalizado. Coordenado por Alessandro Teixeira, o texto será escoimado de tudo o que possa caracterizá-lo como um projeto político antidemocrático. Os pontos mais sensíveis envolvem as relações com a Igreja, as Forças Armadas e os meios de comunicação.
Cenários
Largada da campanha pela televisão nos principais estados. Candidatos à reeleição, Sérgio Cabral (PMDB), no Rio de Janeiro, e Eduardo Campos (PSB), em Pernambuco, têm possibilidades de vencer no primeiro turno. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, também. Hélio Costa (PMDB), em Minas; Beto Richa (PSDB), no Paraná; Tarso Genro (PT), no Rio Grande do Sul; e Joaquim Roriz, no Distrito Federal, largam na frente, mas a eleição está mais indefinida.
Murici
Candidato à reeleição, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, está com o pescoço na forca. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve agendar o julgamento do pedido de cassação de seu mandato por abuso de poder econômico e propaganda irregular na campanha de 2006. A propósito, Déda perdeu o controle sobre a campanha do Senado no estado. Agora, Albano Franco (PSDB), Antônio Carlos Valadares (PSB), Eduardo Amorim (PSC) e Antônio Leite (PV) disputam o voto do eleitor na base do cada um cuida de si. Quem comemora é o candidato a governador pelo DEM, João Alves.
Processos
Deve chover recursos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por causa do horário eleitoral de rádio e televisão que começa na terça-feira. Serão apenas dois dias para julgar boa parte dos quase 1,5 mil registros de candidaturas indeferidos pela Justiça Eleitoral nos estados. Desse total, os políticos já recorreram em 765 casos, mas apenas 67 recursos chegaram ao TSE.
Segurança
Levantamentos do governo apontam um aumento de R$ 1 bilhão nos gastos federais com segurança pública federal. A polícias Federal, Rodoviária e Penitenciária, além do Pronasci e do Fundo Nacional de Segurança Pública, gastarão R$ 7 bilhões neste ano. A PF triplicou a folha de pagamento nos últimos 10 anos. Em 2000, o gasto era de R$ 764 milhões; em 2010, saltou para R$ 2,3 bilhões
Expurgo
De uma canetada só, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, assinou a demissão de 10 servidores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal por infrações administrativas e criminais. Quatro policiais rodoviários foram demitidos por terem achacado uma motorista na pista. A cidadã filmou tudo.
Vazamento / Líderes do PSDB na Câmara e da Minoria, respectivamente, João Almeida (BA) e Gustavo Fruet (PR) entraram com representação no Ministério Público para que se investigue o vazamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Informações como CPF, número da carteira de identidade, nome dos pais e o endereço de cerca de 12 milhões de candidatos, misteriosamente, foram expostas internet.
Quinto / Dois ex-presidentes da seccional da OAB do Distrito Federal, Esdras Dantas de Souza e Estefânia Viveiros, sonham em deixar a advocacia e se tornarem ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eles estão inscritos para concorrer às vagas na Corte pelo Quinto Constitucional da Advocacia.
sábado, 14 de agosto de 2010
Perigo em alto-mar
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Não convidem para a mesma mesa o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima. A mesma precaução deve ser tomada em relação ao diretor de Exploração da empresa, Guilherme Estrella, e a diretora da ANP Magda Chambriand, responsável pela fiscalização da exploração e produção de petróleo.
Os quatro protagonizam a crise de confiança entre os dois órgãos causada pela interdição da Plataforma P-33 na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, por falta de condições de segurança. A ANP considera "obsoletas" as análises de riscos da plataforma. A Petrobras argumenta que foram atualizadas em 2007 e estaria válida até 2012, "seguindo as melhores práticas internacionais".
O problema é que a Petrobras não dá conta da manutenção completa de suas 150 plataformas, muito menos a ANP tem condições de fiscalizá-las. A maior parte dos equipamentos utilizados nas plataformas é importada e falta gente qualificada para fazer a manutenção nos prazos exigidos. Tanto é assim que plataformas com muitos anos de serviço às vezes precisam ser recauchutadas no exterior.
Soberba
Desde a CPI da Petrobras, que deu com os burros n'água, Gabrielli se acha acima do bem e do mal. Despacha diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não dá a menor bola para os diretores da ANP, nem para o Ministério de Minas e Energia. A casa só caiu por causa das denúncias do Sindipetro-RJ à Delegacia Regional do Trabalho de Macaé, que chegou a interditar a plataforma por falta de segurança, mas teve a medida sustada por uma liminar da Justiça em favor da empresa. O sindicato, então, recorreu à ANP e à Marinha.
Acidentes
Segundo o Sindipetro-RJ, a P-33 apresenta problemas em indicadores de pressão, pisos escorregadios, diversas tubulações com reparos provisórios e vasos de pressão sem válvulas de segurança. Além disso, sofreu dois acidentes recentemente: um vazamento de gás em maio e a explosão de uma válvula em julho, que a Petrobras manteve em sigilo. A estatal alega que opera com 50 trabalhadores a menos, e por isso alterou o cronograma de manutenção dos últimos dois meses.
Jogo duro
O líder do DEM na Câmara, o deputado catarinense Paulo Bornhausen, ameaça frustrar o esforço concentrado convocado pelo governo para a próxima semana. Avisa que o único acordo é pela votação do segundo turno da PEC nº 300, que estabelece um piso salarial para os policiais de todo o país, o que o governo é contra. Enquanto a regulamentação da Emenda nº 29 - que destina recursos para a saúde - não for colocada em pauta, a oposição promete barrar todas as pretensões do governo.
Jaleco
O candidato do PT ao Governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que é médico, foi escalado pela cúpula do PT para falar sobre a política de saúde no programa de tevê de Dilma Rousseff. Ele gravou seu depoimento ontem.
Voando
Segundo dados do Ministério do Planejamento, este ano foram criados 21.357 novos cargos para o Poder Executivo. A Aeronáutica lidera a lista, com a abertura de 13.745 vagas
Mui amigo
Saia justa no candidato do PSDB à Presidência da República durante o debate entre os concorrentes ao governo de São Paulo. Na plateia, José Serra quase morreu de espanto ao ver o tucano Geraldo Alckmin afirmar que, em 1995, quando o governador Mário Covas (PSDB) assumiu o Executivo paulista, o estado estava quebrado. Os ex-governadores Orestes Quércia (PMDB), que também acompanhava o debate, e Luiz Antônio Fleury Filho (PTB) foram os responsáveis pela crise. Ambos saíram no meio do debate.
Entubado / O ex-deputado José Janene (PP-PR) está internado na UTI do InCor, em São Paulo. Suspeito de ser o verdadeiro dono dos 360 mil euros encontrados pela Polícia Federal escondidos na cueca do empresário Enivaldo Quadrado, no Aeroporto de Cumbica, em dezembro de 2008, está na fila dos transplantes por causa de uma insuficiência cardíaca congestiva grave (grau IV).
Persistente / O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, desembargador Rui Ramos Ribeiro, ameaçou usar a força policial se a decisão de afastar o deputado José Geraldo Riva (PP) da Assembleia Legislativa não for cumprida. O parlamentar foi cassado por compra de votos e captação ilícita de recursos, mas continua no comando da Casa.
Com Leonardo Santos
Não convidem para a mesma mesa o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima. A mesma precaução deve ser tomada em relação ao diretor de Exploração da empresa, Guilherme Estrella, e a diretora da ANP Magda Chambriand, responsável pela fiscalização da exploração e produção de petróleo.
Os quatro protagonizam a crise de confiança entre os dois órgãos causada pela interdição da Plataforma P-33 na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, por falta de condições de segurança. A ANP considera "obsoletas" as análises de riscos da plataforma. A Petrobras argumenta que foram atualizadas em 2007 e estaria válida até 2012, "seguindo as melhores práticas internacionais".
O problema é que a Petrobras não dá conta da manutenção completa de suas 150 plataformas, muito menos a ANP tem condições de fiscalizá-las. A maior parte dos equipamentos utilizados nas plataformas é importada e falta gente qualificada para fazer a manutenção nos prazos exigidos. Tanto é assim que plataformas com muitos anos de serviço às vezes precisam ser recauchutadas no exterior.
Soberba
Desde a CPI da Petrobras, que deu com os burros n'água, Gabrielli se acha acima do bem e do mal. Despacha diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não dá a menor bola para os diretores da ANP, nem para o Ministério de Minas e Energia. A casa só caiu por causa das denúncias do Sindipetro-RJ à Delegacia Regional do Trabalho de Macaé, que chegou a interditar a plataforma por falta de segurança, mas teve a medida sustada por uma liminar da Justiça em favor da empresa. O sindicato, então, recorreu à ANP e à Marinha.
Acidentes
Segundo o Sindipetro-RJ, a P-33 apresenta problemas em indicadores de pressão, pisos escorregadios, diversas tubulações com reparos provisórios e vasos de pressão sem válvulas de segurança. Além disso, sofreu dois acidentes recentemente: um vazamento de gás em maio e a explosão de uma válvula em julho, que a Petrobras manteve em sigilo. A estatal alega que opera com 50 trabalhadores a menos, e por isso alterou o cronograma de manutenção dos últimos dois meses.
Jogo duro
O líder do DEM na Câmara, o deputado catarinense Paulo Bornhausen, ameaça frustrar o esforço concentrado convocado pelo governo para a próxima semana. Avisa que o único acordo é pela votação do segundo turno da PEC nº 300, que estabelece um piso salarial para os policiais de todo o país, o que o governo é contra. Enquanto a regulamentação da Emenda nº 29 - que destina recursos para a saúde - não for colocada em pauta, a oposição promete barrar todas as pretensões do governo.
Jaleco
O candidato do PT ao Governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que é médico, foi escalado pela cúpula do PT para falar sobre a política de saúde no programa de tevê de Dilma Rousseff. Ele gravou seu depoimento ontem.
Voando
Segundo dados do Ministério do Planejamento, este ano foram criados 21.357 novos cargos para o Poder Executivo. A Aeronáutica lidera a lista, com a abertura de 13.745 vagas
Mui amigo
Saia justa no candidato do PSDB à Presidência da República durante o debate entre os concorrentes ao governo de São Paulo. Na plateia, José Serra quase morreu de espanto ao ver o tucano Geraldo Alckmin afirmar que, em 1995, quando o governador Mário Covas (PSDB) assumiu o Executivo paulista, o estado estava quebrado. Os ex-governadores Orestes Quércia (PMDB), que também acompanhava o debate, e Luiz Antônio Fleury Filho (PTB) foram os responsáveis pela crise. Ambos saíram no meio do debate.
Entubado / O ex-deputado José Janene (PP-PR) está internado na UTI do InCor, em São Paulo. Suspeito de ser o verdadeiro dono dos 360 mil euros encontrados pela Polícia Federal escondidos na cueca do empresário Enivaldo Quadrado, no Aeroporto de Cumbica, em dezembro de 2008, está na fila dos transplantes por causa de uma insuficiência cardíaca congestiva grave (grau IV).
Persistente / O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, desembargador Rui Ramos Ribeiro, ameaçou usar a força policial se a decisão de afastar o deputado José Geraldo Riva (PP) da Assembleia Legislativa não for cumprida. O parlamentar foi cassado por compra de votos e captação ilícita de recursos, mas continua no comando da Casa.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Trombada federal
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Está nas mãos do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, o desfecho dos processos de impugnação com base na Lei da Ficha Limpa envolvendo alguns pesos pesados da política brasileira, como os ex-governadores Joaquim Roriz (PSC), candidato ao governo do Distrito Federal; e Ronaldo Lessa (PDT), que disputa o governo de Alagoas.
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Advogados calejados em questões eleitorais dão de barato que o Ministério Público Federal, leia-se a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), coeso em torno de seu presidente, ministro Ricardo Lewandowski, manterão a interpretação de que a lei tem caráter retroativo e, portanto, os candidatos com a ficha suja ficarão mesmo fora da disputa.
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Ocorre que a mesma interpretação sofre contestações de ministros do Supremo que defendem que a Constituição brasileira não permite que as leis tenham caráter retroativo para prejudicar quem quer que seja.
Essa tese mantém as esperanças dos políticos que estão com o pescoço na forca, com o Roriz e Lesssa, entre outros. O voto de Peluso deve balizar a decisão do Supremo.
Renúncia
Principal aliado do presidenciável tucano, José Serra, no Distrito Federal, o ex-governador Joaquim Roriz (foto) disputa o Palácio do Buriti pela quarta vez, e é o favorito na disputa, graças ao apoio de eleitores das cidades do DF beneficiados com seu programa de doação de terrenos e moradias. Foi impugnado porque renunciou ao mandato de senador em 2007, logo após tomar posse, para evitar uma possível cassação de seu mandato pelos próprios colegas do Senado devido à partilha mal explicada de um cheque de R$ 2 milhões que recebeu do empresário Nenê Constantino, de quem é amigo. Seu principal adversário na corrida pelo Executivo distrital é o petista Agnelo Queiroz.
Abuso
Candidato por insistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador Ronaldo Lessa disputa o governo de Alagoas contra o tucano Teotônio Vilela Filho, atual governador, e o ex-presidente da República Fernando Collor (PTB). Lessa foi considerado inelegível por abuso de poder econômico. Em 2004, quando era governador, ele convocou uma reunião com servidores estaduais pedindo que votassem no candidato que apoiava para a Prefeitura de Maceió, Alberto Sextafeira (PSB). O Tribunal Regional Eleitoral alagoano o tornou inelegível por três anos. Ele recorreu ao TSE e ao STF, mas as cortes mantiveram a decisão.
Degola
Segundo levantamento do site Congresso em Foco, 19 candidatos foram excluídos da disputa porque renunciaram à candidatura ou foram alijados pelos partidos após terem o pedido de impugnação feito pelo Ministério Público (MP). Outros 169 correm o risco de serem barrados pelos tribunais regionais, de um total de 482 pedidos de impugnação feitos pelo MP. Esses números, porém, podem chegar a 3 mil candidatos impugnados em todo o país.
Lua
Nunca se sabe o que o presidente Lula fará em matéria de nomeações, a começar pelo preenchimento de vagas nos tribunais. Na antessala de seu gabinete, a aposta é de que o sucessor do ministro Eros Grau no Supremo Tribunal Federal (STF) ficará mesmo para depois das eleições, mas às vezes esse pessoal erra nos prognósticos. Lula já indicou oito ministros do STF.
Arrecadação
O governo federal avalia que pode arrecadar em 2011 mais de um R$ 1 trilhão. Segundo dados da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que costumam ser subestimados, o valor que será arrecadado no ano que vem deve ser algo em torno de R$ 936 bilhões
Cara do cara/ Amanhã o dia é de reta final para a gravação do programa eleitoral da candidata petista Dilma Rousseff, que será apresentada pelo presidente Lula. Na campanha, comenta-se que vai ser na base do “nós contra eles”. O dia será de gravação e de finalização dos materiais que vão ao ar a partir da próxima terça-feira. Dilma terá 10min38s por programa. Às terças, quintas e sábados, os presidenciáveis aparecerão duas vezes durante a grade de programação.
Bom rapaz/ O tucano José Serra fará um programa de apresentação com foco no reposicionamento de sua imagem como político, na linha do menino de origem humilde que subiu na vida por ser estudioso e se tornou político para lutar contra as injustiças e pela democracia. Em cada um dos dois programas que irão ao ar às terças, às quintas e aos sábados, terá 7min18s.
Sobrevivência/ Os programas de Marina Silva (PV), com 1min24s, e Plínio Arruda (PSol), com 1min1s, vão redimensionar o papel de ambos nas eleições. A esperança da oposição é de que eles consigam se manter de alguma forma na disputa, levando a eleição para o segundo turno.
Rapidinho/ Os candidatos José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), José Maria de Almeida (PSTU), Ivan Pinheiro (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) terão, cada um, 55 segundos.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Está nas mãos do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, o desfecho dos processos de impugnação com base na Lei da Ficha Limpa envolvendo alguns pesos pesados da política brasileira, como os ex-governadores Joaquim Roriz (PSC), candidato ao governo do Distrito Federal; e Ronaldo Lessa (PDT), que disputa o governo de Alagoas.
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Advogados calejados em questões eleitorais dão de barato que o Ministério Público Federal, leia-se a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), coeso em torno de seu presidente, ministro Ricardo Lewandowski, manterão a interpretação de que a lei tem caráter retroativo e, portanto, os candidatos com a ficha suja ficarão mesmo fora da disputa.
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Ocorre que a mesma interpretação sofre contestações de ministros do Supremo que defendem que a Constituição brasileira não permite que as leis tenham caráter retroativo para prejudicar quem quer que seja.
Essa tese mantém as esperanças dos políticos que estão com o pescoço na forca, com o Roriz e Lesssa, entre outros. O voto de Peluso deve balizar a decisão do Supremo.
Renúncia
Principal aliado do presidenciável tucano, José Serra, no Distrito Federal, o ex-governador Joaquim Roriz (foto) disputa o Palácio do Buriti pela quarta vez, e é o favorito na disputa, graças ao apoio de eleitores das cidades do DF beneficiados com seu programa de doação de terrenos e moradias. Foi impugnado porque renunciou ao mandato de senador em 2007, logo após tomar posse, para evitar uma possível cassação de seu mandato pelos próprios colegas do Senado devido à partilha mal explicada de um cheque de R$ 2 milhões que recebeu do empresário Nenê Constantino, de quem é amigo. Seu principal adversário na corrida pelo Executivo distrital é o petista Agnelo Queiroz.
Abuso
Candidato por insistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador Ronaldo Lessa disputa o governo de Alagoas contra o tucano Teotônio Vilela Filho, atual governador, e o ex-presidente da República Fernando Collor (PTB). Lessa foi considerado inelegível por abuso de poder econômico. Em 2004, quando era governador, ele convocou uma reunião com servidores estaduais pedindo que votassem no candidato que apoiava para a Prefeitura de Maceió, Alberto Sextafeira (PSB). O Tribunal Regional Eleitoral alagoano o tornou inelegível por três anos. Ele recorreu ao TSE e ao STF, mas as cortes mantiveram a decisão.
Degola
Segundo levantamento do site Congresso em Foco, 19 candidatos foram excluídos da disputa porque renunciaram à candidatura ou foram alijados pelos partidos após terem o pedido de impugnação feito pelo Ministério Público (MP). Outros 169 correm o risco de serem barrados pelos tribunais regionais, de um total de 482 pedidos de impugnação feitos pelo MP. Esses números, porém, podem chegar a 3 mil candidatos impugnados em todo o país.
Lua
Nunca se sabe o que o presidente Lula fará em matéria de nomeações, a começar pelo preenchimento de vagas nos tribunais. Na antessala de seu gabinete, a aposta é de que o sucessor do ministro Eros Grau no Supremo Tribunal Federal (STF) ficará mesmo para depois das eleições, mas às vezes esse pessoal erra nos prognósticos. Lula já indicou oito ministros do STF.
Arrecadação
O governo federal avalia que pode arrecadar em 2011 mais de um R$ 1 trilhão. Segundo dados da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que costumam ser subestimados, o valor que será arrecadado no ano que vem deve ser algo em torno de R$ 936 bilhões
Cara do cara/ Amanhã o dia é de reta final para a gravação do programa eleitoral da candidata petista Dilma Rousseff, que será apresentada pelo presidente Lula. Na campanha, comenta-se que vai ser na base do “nós contra eles”. O dia será de gravação e de finalização dos materiais que vão ao ar a partir da próxima terça-feira. Dilma terá 10min38s por programa. Às terças, quintas e sábados, os presidenciáveis aparecerão duas vezes durante a grade de programação.
Bom rapaz/ O tucano José Serra fará um programa de apresentação com foco no reposicionamento de sua imagem como político, na linha do menino de origem humilde que subiu na vida por ser estudioso e se tornou político para lutar contra as injustiças e pela democracia. Em cada um dos dois programas que irão ao ar às terças, às quintas e aos sábados, terá 7min18s.
Sobrevivência/ Os programas de Marina Silva (PV), com 1min24s, e Plínio Arruda (PSol), com 1min1s, vão redimensionar o papel de ambos nas eleições. A esperança da oposição é de que eles consigam se manter de alguma forma na disputa, levando a eleição para o segundo turno.
Rapidinho/ Os candidatos José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), José Maria de Almeida (PSTU), Ivan Pinheiro (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) terão, cada um, 55 segundos.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Minuano eleitoral
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O crescimento de Dilma Rousseff nas próximas pesquisas de opinião, se confirmado, ocorrerá por conta do desempenho da presidenciável do PT no Rio Grande do Sul. A candidatura da governadora tucana Yeda Crusius à reeleição pode ter sido um grande equívoco estratégico da cúpula do PSDB, apesar de um direito legítimo da mandatária gaúcha.
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Yeda empurrou o candidato do PMDB, o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça, para cima do muro, e as principais lideranças peeemedebistas do estado, como o senador Pedro Simon e o ex-governador Germano Rigotto, que é candidato ao Senado, para a campanha de Dilma. A petista já contava com o apoio do candidato de seu partido, Tarso Genro, que lidera a disputa pelo governo gaúcho.
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Resultado: o Ibope registra 42% de intenções de votos para Dilma contra 40% de Serra no Rio Grande do Sul. No começo do mês passado, o tucano tinha 46% contra 37% da petista. A situação se agrava porque, em Santa Catarina, Dilma passou de 30% para 34%, enquanto Serra oscilou de 46% para 45%. No Paraná, o tucano ainda lidera com 46%, mas Dilma chegou a 35%. Serra precisa recuperar a vantagem no Sul, que sempre foi um reduto da oposição, para neutralizar a situação das regiões Norte e Nordeste.
Torneira
O governo finalmente liberou recursos para ações emergenciais na área de saúde nos estados de Alagoas e Pernambuco, destinando R$ 75,9 milhões para a recuperação dos hospitais e das casas de saúde danificados pelas enchentes. A grana saiu depois de muitas reclamações e de o assunto virar mote para as campanhas de Jarbas Vasconcelos (PMDB), candidato ao governo de Pernambuco, e do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), que concorre à reeleição em Alagoas. Os dois apoiam o tucano José Serra.
Pagou
A propósito da nota Perigo, publicada ontem, o deputado Sarney Filho (PV-MA) esclarece que é a favor da Lei da Ficha Limpa e que não se considera atingido por ela, conforme decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) que autorizou o registro de sua candidatura. “Em nenhum momento meu nome foi impugnado por conduta que comprometa meu passado político. A impugnação feita àquela época foi ter o meu site, na eleição de 2006, acessado duas vezes por um link de uma prefeitura do interior do Maranhão. Em acórdão de 2006, o TRE-MA condenou-me a pagar uma multa mínima de R$ 5,5 mil, considerando propaganda irregular. Paguei a multa e o caso foi encerrado.”
Rejeitado
Líder da reconstrução do PCB, o ex-líder bancário Ivan Pinheiro (foto) explica que virou candidato à Presidência da República por falta de opção. “Tentamos fechar uma aliança com o candidato do PSol, Plínio de Arruda Sampaio, e o PSTU, mas passei uma semana em São Paulo negociando um acordo que não saiu. Uma ala da legenda vetou o PCB na vice, apesar das demais serem a favor.”
Vanguarda
Candidato do PSTU à Presidência da República, José Maria de Almeida promete muito barulho na campanha com os movimentos sociais organizados. “Está difícil fazer campanha contra o presidente Lula, mas há uma parcela mais esclarecida que presta atenção no que estamos falando. O governo do PT prometeu uma mudança que só está acontecendo na propaganda oficial.”
Mais
Pela primeira vez desde o início da série histórica, em 2001, o investimento público vai superar os gastos com custeio. Segundo os dados do Ministério da Fazenda, a relação entre os dois indicadores, a chamada “produtividade do custeio governamental”, será de 108,6%. O investimento público em 2010 deve superar R$ 130 bilhões
Dobradinha
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), agarrou com as duas mãos a candidatura de Armando Monteiro (PTB) ao Senado, com o propósito de derrotar o senador Marco Maciel (DEM), ex-vice de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e candidato à reeleição. Está dizendo aos aliados que fará com o veterano político pernambucano a mesma coisa que fez seu avô, Miguel Arraes, com outro cacique do antigo pefelê, o deputado Roberto Magalhães.
Pesquisa
As empresas que realizam pesquisas eleitorais já receberam uma bolada para apurar as intenções de votos pelo país. Um levantamento feito por esta coluna sobre todas as pesquisas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desde 6 de julho, mostra que já custaram mais de R$ 7,4 milhões.
Julgamentos/ O Supremo Tribunal Federal (STF) pode concluir ainda hoje o julgamento sobre a incidência da CSLL e da CPMF sobre as receitas decorrentes de exportações. Talvez também decida se o Ministério Público tem legitimidade para impugnar acordos firmados entre os estados e empresas beneficiárias por vantagens fiscais.
Lugo/ O presidente Lula, que gosta do colega paraguaio Fernando Lugo, fez questão de ligar para o cardiologista Roberto Kalil para se informar do tratamento do presidente do Paraguai aqui no Brasil. O médico particular de Lula também tratou do vice-presidente José Alencar e da candidata petista Dilma Rousseff. O presidente do Paraguai tem um câncer no sistema linfático.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O crescimento de Dilma Rousseff nas próximas pesquisas de opinião, se confirmado, ocorrerá por conta do desempenho da presidenciável do PT no Rio Grande do Sul. A candidatura da governadora tucana Yeda Crusius à reeleição pode ter sido um grande equívoco estratégico da cúpula do PSDB, apesar de um direito legítimo da mandatária gaúcha.
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Yeda empurrou o candidato do PMDB, o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça, para cima do muro, e as principais lideranças peeemedebistas do estado, como o senador Pedro Simon e o ex-governador Germano Rigotto, que é candidato ao Senado, para a campanha de Dilma. A petista já contava com o apoio do candidato de seu partido, Tarso Genro, que lidera a disputa pelo governo gaúcho.
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Resultado: o Ibope registra 42% de intenções de votos para Dilma contra 40% de Serra no Rio Grande do Sul. No começo do mês passado, o tucano tinha 46% contra 37% da petista. A situação se agrava porque, em Santa Catarina, Dilma passou de 30% para 34%, enquanto Serra oscilou de 46% para 45%. No Paraná, o tucano ainda lidera com 46%, mas Dilma chegou a 35%. Serra precisa recuperar a vantagem no Sul, que sempre foi um reduto da oposição, para neutralizar a situação das regiões Norte e Nordeste.
Torneira
O governo finalmente liberou recursos para ações emergenciais na área de saúde nos estados de Alagoas e Pernambuco, destinando R$ 75,9 milhões para a recuperação dos hospitais e das casas de saúde danificados pelas enchentes. A grana saiu depois de muitas reclamações e de o assunto virar mote para as campanhas de Jarbas Vasconcelos (PMDB), candidato ao governo de Pernambuco, e do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), que concorre à reeleição em Alagoas. Os dois apoiam o tucano José Serra.
Pagou
A propósito da nota Perigo, publicada ontem, o deputado Sarney Filho (PV-MA) esclarece que é a favor da Lei da Ficha Limpa e que não se considera atingido por ela, conforme decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) que autorizou o registro de sua candidatura. “Em nenhum momento meu nome foi impugnado por conduta que comprometa meu passado político. A impugnação feita àquela época foi ter o meu site, na eleição de 2006, acessado duas vezes por um link de uma prefeitura do interior do Maranhão. Em acórdão de 2006, o TRE-MA condenou-me a pagar uma multa mínima de R$ 5,5 mil, considerando propaganda irregular. Paguei a multa e o caso foi encerrado.”
Rejeitado
Líder da reconstrução do PCB, o ex-líder bancário Ivan Pinheiro (foto) explica que virou candidato à Presidência da República por falta de opção. “Tentamos fechar uma aliança com o candidato do PSol, Plínio de Arruda Sampaio, e o PSTU, mas passei uma semana em São Paulo negociando um acordo que não saiu. Uma ala da legenda vetou o PCB na vice, apesar das demais serem a favor.”
Vanguarda
Candidato do PSTU à Presidência da República, José Maria de Almeida promete muito barulho na campanha com os movimentos sociais organizados. “Está difícil fazer campanha contra o presidente Lula, mas há uma parcela mais esclarecida que presta atenção no que estamos falando. O governo do PT prometeu uma mudança que só está acontecendo na propaganda oficial.”
Mais
Pela primeira vez desde o início da série histórica, em 2001, o investimento público vai superar os gastos com custeio. Segundo os dados do Ministério da Fazenda, a relação entre os dois indicadores, a chamada “produtividade do custeio governamental”, será de 108,6%. O investimento público em 2010 deve superar R$ 130 bilhões
Dobradinha
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), agarrou com as duas mãos a candidatura de Armando Monteiro (PTB) ao Senado, com o propósito de derrotar o senador Marco Maciel (DEM), ex-vice de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e candidato à reeleição. Está dizendo aos aliados que fará com o veterano político pernambucano a mesma coisa que fez seu avô, Miguel Arraes, com outro cacique do antigo pefelê, o deputado Roberto Magalhães.
Pesquisa
As empresas que realizam pesquisas eleitorais já receberam uma bolada para apurar as intenções de votos pelo país. Um levantamento feito por esta coluna sobre todas as pesquisas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desde 6 de julho, mostra que já custaram mais de R$ 7,4 milhões.
Julgamentos/ O Supremo Tribunal Federal (STF) pode concluir ainda hoje o julgamento sobre a incidência da CSLL e da CPMF sobre as receitas decorrentes de exportações. Talvez também decida se o Ministério Público tem legitimidade para impugnar acordos firmados entre os estados e empresas beneficiárias por vantagens fiscais.
Lugo/ O presidente Lula, que gosta do colega paraguaio Fernando Lugo, fez questão de ligar para o cardiologista Roberto Kalil para se informar do tratamento do presidente do Paraguai aqui no Brasil. O médico particular de Lula também tratou do vice-presidente José Alencar e da candidata petista Dilma Rousseff. O presidente do Paraguai tem um câncer no sistema linfático.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
O “já ganhou”
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Alimentado pelas pesquisas de intenção de voto favoráveis a Dilma Rousseff, graças à transferência de prestígio do presidente Lula, pelos níveis de aprovação do governo e pela situação da economia, o discurso da inevitabilidade da vitória está na ponta da língua dos petistas. E o da infalibilidade do presidente Lula na condução da campanha também. E assim será, para desespero da oposição, até o dia da eleição.
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A esperança da oposição é que o eleitor não pode ser puxado pelo nariz. Mas é puro iluminismo tucano acreditar que somente Serra sabe tudo o que é melhor para o Brasil. Serve para a definição dos programas de tevê, da agenda e da forma de lidar com os aliados nos estados, mas não para desobstruir gargalos da campanha. Que o digam Jarbas Vasconcelos, candidato do PMDB ao governo de Pernambuco; Fernando Gabeira, candidato do PV no Rio de Janeiro; e Paulo Souto, candidato do DEM na Bahia — todos com um rosário de queixas em relação ao tucanão.
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O “já ganhou” petista se diverte. As críticas da oposição ao hegemonismo do PT, às alianças com os velhos oligarcas, à partidarização de órgãos e serviços públicos e à cooptação das agências da sociedade civil pelo governo são irrelevantes. A política brasileira é assim mesmo, tripudiam. Afinal, o governo sempre esteve a serviço dos adversários do PT, até ser capturado pelo voto por Lula. É o troco, justificam os petistas.
Recursos//
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pretende intensificar o trabalho. Até o próximo dia 19, os ministros têm que julgar todos os recursos contra as decisões de impugnação dos tribunais eleitorais dos estados. São 3 mil em todo o país, alguns de grande repercussão eleitoral.
Torcidas
Mauro Paulino, diretor do Datafolha, resolveu responder aos críticos dos resultados do instituto — o último registrou um empate técnico entre os candidatos José Serra e Dilma Rousseff. Argumenta que a reação é igual à que aconteceu quando o tamanho das torcidas do Corinthians e do Flamengo foi avaliado pelo Datafolha. Na próxima sexta-feira, será divulgado mais um levantamento do instituto. A aposta dos concorrentes é de que haverá a confirmação da petista à frente do tucano.
A missão
O candidato do PRTB à Presidência, Levy Fidelix, é aquele que propõe a construção do “aerotrem” ligando o Rio a São Paulo, entre outros projetos arrojados. Dono de um pequeno partido, já traçou sua estratégia para a tevê. Elogiará o governo Lula o tempo todo. E descerá o sarrafo no tucano José Serra.
Necessidade
O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) desceu dos tamancos e procura os aliados petistas. Quer o apoio da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, e do candidato ao Senado, José Pimentel, ex-ministro da Previdência, ao governador Cid Gomes (PSB). A preocupação de Ciro com a reeleição do irmão aumenta por causa do crescimento da candidatura do ex-governador Lúcio Alcântara (PR), que também compõe a base de Dilma Rousseff.
Ponto
Rui Costa Pimenta, candidato do PCO ao Palácio do Planalto, reeditará na tevê o velho bordão de sua campanha anterior: “Quem bate cartão não vota em patrão”. O fundador e presidente do pequeno Partido da Causa Operária acusa o governo Lula de não deixar um legado histórico de conquistas para os trabalhadores, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
Prateleira
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa não pretende mesmo ceder às pressões de alguns de seus colegas para que se afaste definitivamente do tribunal em razão de suas prolongadas licenças para tratamento de saúde. Amanhã, pretende reaparecer de toga em plenário para dar sequência ao processo do mensalão. Barbosa é relator de 11.726 processos
Para todos/ Dilma Rousseff evitará gravar programas com políticos de estados com dois palanques. Nessas unidades da Federação, a candidata deve gravar mensagens dedicadas a cada um, mas sem aparecer no vídeo com eles. Nem a Bahia deve ser exceção.
Bastidores/ Vice na chapa de Dilma, Michel Temer (PMDB) atua nos bastidores para fortalecer o apoio à presidenciável nos estados onde candidatos do PMDB apoiam José Serra. A agenda de Temer está tão independente de Dilma que o peemedebista foi a Minas para um encontro com empresários e voltou para Brasília antes da realização do comício de Hélio Costa (PMDB) com a presença do presidente Lula. O estado não é problema.
Perigo/ A Procuradoria Regional Eleitoral no Maranhão encaminhou um recurso contra o registro de candidatura de José Sarney Filho (PV), o Zequinha Sarney. Ele havia sido atingido pela Lei da Ficha Limpa, mas foi beneficiado pelo Tribunal Regional Eleitoral do estado e conseguiu se candidatar para disputar o cargo de deputado federal.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Alimentado pelas pesquisas de intenção de voto favoráveis a Dilma Rousseff, graças à transferência de prestígio do presidente Lula, pelos níveis de aprovação do governo e pela situação da economia, o discurso da inevitabilidade da vitória está na ponta da língua dos petistas. E o da infalibilidade do presidente Lula na condução da campanha também. E assim será, para desespero da oposição, até o dia da eleição.
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A esperança da oposição é que o eleitor não pode ser puxado pelo nariz. Mas é puro iluminismo tucano acreditar que somente Serra sabe tudo o que é melhor para o Brasil. Serve para a definição dos programas de tevê, da agenda e da forma de lidar com os aliados nos estados, mas não para desobstruir gargalos da campanha. Que o digam Jarbas Vasconcelos, candidato do PMDB ao governo de Pernambuco; Fernando Gabeira, candidato do PV no Rio de Janeiro; e Paulo Souto, candidato do DEM na Bahia — todos com um rosário de queixas em relação ao tucanão.
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O “já ganhou” petista se diverte. As críticas da oposição ao hegemonismo do PT, às alianças com os velhos oligarcas, à partidarização de órgãos e serviços públicos e à cooptação das agências da sociedade civil pelo governo são irrelevantes. A política brasileira é assim mesmo, tripudiam. Afinal, o governo sempre esteve a serviço dos adversários do PT, até ser capturado pelo voto por Lula. É o troco, justificam os petistas.
Recursos//
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pretende intensificar o trabalho. Até o próximo dia 19, os ministros têm que julgar todos os recursos contra as decisões de impugnação dos tribunais eleitorais dos estados. São 3 mil em todo o país, alguns de grande repercussão eleitoral.
Torcidas
Mauro Paulino, diretor do Datafolha, resolveu responder aos críticos dos resultados do instituto — o último registrou um empate técnico entre os candidatos José Serra e Dilma Rousseff. Argumenta que a reação é igual à que aconteceu quando o tamanho das torcidas do Corinthians e do Flamengo foi avaliado pelo Datafolha. Na próxima sexta-feira, será divulgado mais um levantamento do instituto. A aposta dos concorrentes é de que haverá a confirmação da petista à frente do tucano.
A missão
O candidato do PRTB à Presidência, Levy Fidelix, é aquele que propõe a construção do “aerotrem” ligando o Rio a São Paulo, entre outros projetos arrojados. Dono de um pequeno partido, já traçou sua estratégia para a tevê. Elogiará o governo Lula o tempo todo. E descerá o sarrafo no tucano José Serra.
Necessidade
O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) desceu dos tamancos e procura os aliados petistas. Quer o apoio da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, e do candidato ao Senado, José Pimentel, ex-ministro da Previdência, ao governador Cid Gomes (PSB). A preocupação de Ciro com a reeleição do irmão aumenta por causa do crescimento da candidatura do ex-governador Lúcio Alcântara (PR), que também compõe a base de Dilma Rousseff.
Ponto
Rui Costa Pimenta, candidato do PCO ao Palácio do Planalto, reeditará na tevê o velho bordão de sua campanha anterior: “Quem bate cartão não vota em patrão”. O fundador e presidente do pequeno Partido da Causa Operária acusa o governo Lula de não deixar um legado histórico de conquistas para os trabalhadores, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
Prateleira
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa não pretende mesmo ceder às pressões de alguns de seus colegas para que se afaste definitivamente do tribunal em razão de suas prolongadas licenças para tratamento de saúde. Amanhã, pretende reaparecer de toga em plenário para dar sequência ao processo do mensalão. Barbosa é relator de 11.726 processos
Para todos/ Dilma Rousseff evitará gravar programas com políticos de estados com dois palanques. Nessas unidades da Federação, a candidata deve gravar mensagens dedicadas a cada um, mas sem aparecer no vídeo com eles. Nem a Bahia deve ser exceção.
Bastidores/ Vice na chapa de Dilma, Michel Temer (PMDB) atua nos bastidores para fortalecer o apoio à presidenciável nos estados onde candidatos do PMDB apoiam José Serra. A agenda de Temer está tão independente de Dilma que o peemedebista foi a Minas para um encontro com empresários e voltou para Brasília antes da realização do comício de Hélio Costa (PMDB) com a presença do presidente Lula. O estado não é problema.
Perigo/ A Procuradoria Regional Eleitoral no Maranhão encaminhou um recurso contra o registro de candidatura de José Sarney Filho (PV), o Zequinha Sarney. Ele havia sido atingido pela Lei da Ficha Limpa, mas foi beneficiado pelo Tribunal Regional Eleitoral do estado e conseguiu se candidatar para disputar o cargo de deputado federal.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
O patinho feio
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Se tem um assunto que tira do sério o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, é a situação da campanha em Brasília. Antes do escândalo que abateu o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido), o Distrito Federal era o colégio eleitoral onde o tucano teria menos problemas para armar o seu palanque. A Operação Caixa de Pandora, porém, implodiu a gestão do ex-democrata.
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Entretanto, a cúpula tucana acreditou na possibilidade de recuperar o terreno perdido fechando uma aliança com o ex-governador Joaquim Roriz, que havia renunciado ao mandato de senador para escapar de uma cassação pelos colegas de Senado e migrara do PMDB para o pequeno PSC. Bancada pelo vice-presidente tucano, Eduardo Jorge, e pela ex-governadora Maria Abadia, candidata ao Senado, a aliança vai de vento em popa no plano eleitoral. Mas foi parar no olho do furacão da Lei da Ficha Limpa.
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Roriz teve o registro impugnado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e deverá acontecer o mesmo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo assim, o veterano político goiano, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o Governo do Distrito Federal, promete se manter na disputa. Avisa que não joga a toalha e recorrerá até ao Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo com risco de ganhar e não levar. Serra finge que o problema não é com ele. Mas até agora não foi a nenhum evento de campanha de Roriz, um patinho feio no ninho tucano.
Centro-Oeste
Apesar de ser tratado como um aliado incômodo, Roriz garante para José Serra uma projeção de votos que pode lhe dar a vitória na região Centro-Oeste. Em Mato Grosso, Wilson Santos (PSDB) disputa a liderança nas pesquisas com Sinval Barbosa (PMDB). No Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), pró-Serra, pode vencer no primeiro turno. Em Goiás, Marconi Perillo (PSDB) está à frente de Iris Rezende (PMDB) e, em Tocantins, Siqueira Campos (PSDB) e Carlos Gaguim (PMDB) estão empatados. Mesmo assim, a última pesquisa Ibope deu 40% para Dilma Rousseff (PT) e 33% para Serra na região.
Sintonia
É muita coincidência. O presidente Lula, com todo o seu aparato, vai a Divinópolis, cidade do interior de Minas, inaugurar o novo câmpus da Universidade Federal de São João Del-Rei, que leva o nome de sua mãe: Dona Lindu. À noite, será a estrela do ato de campanha de Dilma Rousseff (PT) em Belo Horizonte.
Esquece
Presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ) desembarcou de vez da campanha de José Serra depois de mais um bate-boca com o tucano por telefone, devido a declarações à imprensa. O pai, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia, companheiro de exílio de Serra, e o vice Índio da Costa tentam pôr panos quentes. Acostumado a não levar desaforo para casa, Rodrigo, que é deputado federal, resolveu cuidar da própria campanha de reeleição.
Multa
A vice-procuradora Eleitoral Sandra Cureau (foto) já recebeu toda a documentação referente ao discurso do presidente Lula no lançamento do edital do trem-bala no último 13 de julho. Ela ainda não decidiu se abre uma representação contra Lula, que teria feito elogios à candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff. Quando solicitou as informações do discurso, Lula reagiu e chamou Cureau de uma “procuradora qualquer”.
Novo teto
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reivindicam um reajuste de 14,79% nos salários a partir de janeiro de 2011. Caso seja aprovado no Congresso, o teto salarial do poder público brasileiro saltará de R$ 26,7 mil para R$ 30,6 mil
Camisa
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, resolveu vestir literalmente a camisa da candidata de seu partido à Presidência da República, Dilma Rousseff: bordou o nome da petista em todas as roupas que usa. Wagner disputa o palanque da candidata do presidente Lula com o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB), ex-ministro da Integração Nacional, que é candidato a governador e também apoia Dilma.
Mais um
O candidato do PSDC a presidente da República, José Maria Eymael, resolveu incorporar ao seu programa de governo a criação do Ministério da Família. Veterano democrata cristão, recebeu a sugestão do arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer. Eymael disputa a Presidência pela terceira vez.
Sacerdócio/ O monsenhor Gaspar Sadoc da Natividade, 94 anos, um dos religiosos mais conhecidos da Bahia, será homenageado amanhã pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Receberá a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, em reconhecimento aos 68 anos de dedicação ao sacerdócio.
Desistiu/ O candidato tucano na disputa ao Planalto, José Serra, também desistiu de recorrer em pelo menos uma multa aplicada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por propaganda antecipada em inserções regionais no Rio Grande do Sul. O valor da multa é de R$ 10 mil.
Encontro/ Na próxima sexta-feira, a candidata petista Dilma Rousseff deve se reunir em Porto Alegre com prefeitos do Rio Grande do Sul. O encontro não terá dedos de Tarso Genro na organização porque os coordenadores da campanha não querem restringir o encontro ao PT. O objetivo da visita será fazer uma reunião suprapartidária para reforçar o apoio a Dilma na região.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Se tem um assunto que tira do sério o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, é a situação da campanha em Brasília. Antes do escândalo que abateu o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido), o Distrito Federal era o colégio eleitoral onde o tucano teria menos problemas para armar o seu palanque. A Operação Caixa de Pandora, porém, implodiu a gestão do ex-democrata.
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Entretanto, a cúpula tucana acreditou na possibilidade de recuperar o terreno perdido fechando uma aliança com o ex-governador Joaquim Roriz, que havia renunciado ao mandato de senador para escapar de uma cassação pelos colegas de Senado e migrara do PMDB para o pequeno PSC. Bancada pelo vice-presidente tucano, Eduardo Jorge, e pela ex-governadora Maria Abadia, candidata ao Senado, a aliança vai de vento em popa no plano eleitoral. Mas foi parar no olho do furacão da Lei da Ficha Limpa.
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Roriz teve o registro impugnado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e deverá acontecer o mesmo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo assim, o veterano político goiano, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o Governo do Distrito Federal, promete se manter na disputa. Avisa que não joga a toalha e recorrerá até ao Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo com risco de ganhar e não levar. Serra finge que o problema não é com ele. Mas até agora não foi a nenhum evento de campanha de Roriz, um patinho feio no ninho tucano.
Centro-Oeste
Apesar de ser tratado como um aliado incômodo, Roriz garante para José Serra uma projeção de votos que pode lhe dar a vitória na região Centro-Oeste. Em Mato Grosso, Wilson Santos (PSDB) disputa a liderança nas pesquisas com Sinval Barbosa (PMDB). No Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), pró-Serra, pode vencer no primeiro turno. Em Goiás, Marconi Perillo (PSDB) está à frente de Iris Rezende (PMDB) e, em Tocantins, Siqueira Campos (PSDB) e Carlos Gaguim (PMDB) estão empatados. Mesmo assim, a última pesquisa Ibope deu 40% para Dilma Rousseff (PT) e 33% para Serra na região.
Sintonia
É muita coincidência. O presidente Lula, com todo o seu aparato, vai a Divinópolis, cidade do interior de Minas, inaugurar o novo câmpus da Universidade Federal de São João Del-Rei, que leva o nome de sua mãe: Dona Lindu. À noite, será a estrela do ato de campanha de Dilma Rousseff (PT) em Belo Horizonte.
Esquece
Presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ) desembarcou de vez da campanha de José Serra depois de mais um bate-boca com o tucano por telefone, devido a declarações à imprensa. O pai, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia, companheiro de exílio de Serra, e o vice Índio da Costa tentam pôr panos quentes. Acostumado a não levar desaforo para casa, Rodrigo, que é deputado federal, resolveu cuidar da própria campanha de reeleição.
Multa
A vice-procuradora Eleitoral Sandra Cureau (foto) já recebeu toda a documentação referente ao discurso do presidente Lula no lançamento do edital do trem-bala no último 13 de julho. Ela ainda não decidiu se abre uma representação contra Lula, que teria feito elogios à candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff. Quando solicitou as informações do discurso, Lula reagiu e chamou Cureau de uma “procuradora qualquer”.
Novo teto
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reivindicam um reajuste de 14,79% nos salários a partir de janeiro de 2011. Caso seja aprovado no Congresso, o teto salarial do poder público brasileiro saltará de R$ 26,7 mil para R$ 30,6 mil
Camisa
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, resolveu vestir literalmente a camisa da candidata de seu partido à Presidência da República, Dilma Rousseff: bordou o nome da petista em todas as roupas que usa. Wagner disputa o palanque da candidata do presidente Lula com o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB), ex-ministro da Integração Nacional, que é candidato a governador e também apoia Dilma.
Mais um
O candidato do PSDC a presidente da República, José Maria Eymael, resolveu incorporar ao seu programa de governo a criação do Ministério da Família. Veterano democrata cristão, recebeu a sugestão do arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer. Eymael disputa a Presidência pela terceira vez.
Sacerdócio/ O monsenhor Gaspar Sadoc da Natividade, 94 anos, um dos religiosos mais conhecidos da Bahia, será homenageado amanhã pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Receberá a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, em reconhecimento aos 68 anos de dedicação ao sacerdócio.
Desistiu/ O candidato tucano na disputa ao Planalto, José Serra, também desistiu de recorrer em pelo menos uma multa aplicada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por propaganda antecipada em inserções regionais no Rio Grande do Sul. O valor da multa é de R$ 10 mil.
Encontro/ Na próxima sexta-feira, a candidata petista Dilma Rousseff deve se reunir em Porto Alegre com prefeitos do Rio Grande do Sul. O encontro não terá dedos de Tarso Genro na organização porque os coordenadores da campanha não querem restringir o encontro ao PT. O objetivo da visita será fazer uma reunião suprapartidária para reforçar o apoio a Dilma na região.
domingo, 8 de agosto de 2010
Caroço no angu
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Há uma queda de braço entre o governo e a bancada do PMDB na Câmara, protagonizada pelo líder Cândido Vaccarezza (PT-SP) e o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP). O centro da disputa é a votação da Medida Provisória nº 487/2010, que autoriza a concessão de subvenção econômica ao BNDES em operações de financiamento destinadas à aquisição e à produção de bens de capital e à inovação tecnológica. Relatada pela deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), a MP, porém, segundo a equipe econômica, virou uma grande farra fiscal.
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O artigo 1º da MP altera o artigo 1º da Lei nº 12.096/09, aumentando de “até R$ 44 bilhões”, para “até R$ 124 bilhões” a subvenção econômica da União ao BNDES, na modalidade de equalização de taxas de juros, para operações de financiamento destinadas à aquisição e à produção de bens de capital e à inovação tecnológica, acrescentando aquelas operações destinadas à produção de bens de consumo para exportação e ampliando a subvenção às operações contratadas até 31 de dezembro de 2010.
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Por trás da linguagem cifrada de seus dispositivos estão grandes negócios envolvendo a construção de usinas nucleares, os interesses de fornecedores das ferrovias Transnordestina e Norte-Sul, a reciclagem de resíduos sólidos para a indústria, a instalação de termelétricas, facilidades para financiamentos subsidiados do BNDES aos estados, municípios e empresas e, ainda, a venda de ações de companhias nas quais o Estado é o acionista minoritário.
Manobra
Para evitar a votação da MP n° 487/2010, o governo contou apenas com a obstrução dos trabalhos pela oposição, que empurra com a barriga três medidas provisórias: a que aumenta a subvenção econômica do governo para o BNDES e outras duas, referentes aos Jogos Olímpicos do Rio em 2016 e à Copa do Mundo de 2014. A oposição barganha a aprovação da Emenda n° 29, que amplia recursos destinados à saúde.
Berlinda
Temer antecipou o próximo esforço concentrado da primeira semana de setembro para os dias 17 e 18 deste mês. Vaccarezza está na maior saia justa, pois Temer é o vice de Dilma e o PMDB, o principal aliado do PT. O petista não pode se confrontar publicamente com a bancada do PMDB, que segue a orientação do deputado Eduardo Cunha (RJ) em matéria econômica.
Centralismo
Crescem as queixas entre os caciques tucanos com relação ao estilo monocrático de condução da campanha de José Serra (PSDB). Aécio Neves (MG), Tasso Jereissati (CE) e Arthur Virgílio (AM), pesos pesados da legenda, começam a reclamar do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, de PE, e do próprio presidenciável.
Plano B
O projeto de construção do Estaleiro de Biguaçu, na Grande Florianópolis, contestado pelo Ibama, subiu no telhado. O Grupo EBX estuda a construção de um grande estaleiro no canal Campos-Açu, em São João da Barra, litoral norte do Rio de Janeiro, em parceria com a Hyundai. Valor do investimento: R$ 1,7 bilhão
Impugnação
O senador Alfredo Nascimento, do PR, candidato ao governo do Amazonas, pedirá à Justiça Eleitoral a cassação do registro da candidatura do governador Omar Aziz (PMN), que concorre à reeleição pela coligação Avança Amazonas. Quatro funcionários do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) foram presos com motores de popa, casas de farinha, sementes e uma lista de supostos eleitores que seriam beneficiados com as doações.
Campanha
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) volta à mídia com a campanha Eleições Limpas, com o objetivo de conscientizar a sociedade brasileira sobre a importância do voto, além do papel de cada eleitor na fiscalização de um pleito limpo e transparente. O slogan é “Não vendo meu voto”. Será lançada na terça-feira, em Brasília.
Revoada/ O ex-governador do Pará Almir Gabriel bateu asas do PSDB, partido que ajudou a fundar. Deixou a legenda para se engajar nas campanhas dos candidatos do PMDB ao governo, deputado Domingos Juvenil, e ao Senado, Jader Barbalho. Desde dezembro passado, Gabriel ameaça deixar a legenda.
Reação/ O ex-governador do Acre Jorge Viana (PT) promete dormir menos para reverter a vantagem do tucano José Serra no estado, onde seu irmão, o senador Tião Viana (PT), é candidato a governador. A petista Dilma Rousseff é a terceira colocada nas pesquisas, atrás de Marina Silva (PV). O presidente Lula puxou as orelhas dos irmãos Viana.
Fronteiras/ O Exército quer mais tempo para entrar em ação como polícia de fronteira, conforme lei aprovada pelo Senado. As Forças Armadas poderão reforçar o combate a crimes como o tráfico de drogas, o desmatamento e o comércio de animais silvestres. Precisa de mais adestramento e equipamentos adequados.
Extratos/ O Tribunal Superior Eleitoral cruzará os dados das prestações de contas parciais dos candidatos com os extratos enviados pelos bancos para aumentar o controle sobre os caixas de campanha. Se houver divergência, rejeitará as contas.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Há uma queda de braço entre o governo e a bancada do PMDB na Câmara, protagonizada pelo líder Cândido Vaccarezza (PT-SP) e o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP). O centro da disputa é a votação da Medida Provisória nº 487/2010, que autoriza a concessão de subvenção econômica ao BNDES em operações de financiamento destinadas à aquisição e à produção de bens de capital e à inovação tecnológica. Relatada pela deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), a MP, porém, segundo a equipe econômica, virou uma grande farra fiscal.
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O artigo 1º da MP altera o artigo 1º da Lei nº 12.096/09, aumentando de “até R$ 44 bilhões”, para “até R$ 124 bilhões” a subvenção econômica da União ao BNDES, na modalidade de equalização de taxas de juros, para operações de financiamento destinadas à aquisição e à produção de bens de capital e à inovação tecnológica, acrescentando aquelas operações destinadas à produção de bens de consumo para exportação e ampliando a subvenção às operações contratadas até 31 de dezembro de 2010.
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Por trás da linguagem cifrada de seus dispositivos estão grandes negócios envolvendo a construção de usinas nucleares, os interesses de fornecedores das ferrovias Transnordestina e Norte-Sul, a reciclagem de resíduos sólidos para a indústria, a instalação de termelétricas, facilidades para financiamentos subsidiados do BNDES aos estados, municípios e empresas e, ainda, a venda de ações de companhias nas quais o Estado é o acionista minoritário.
Manobra
Para evitar a votação da MP n° 487/2010, o governo contou apenas com a obstrução dos trabalhos pela oposição, que empurra com a barriga três medidas provisórias: a que aumenta a subvenção econômica do governo para o BNDES e outras duas, referentes aos Jogos Olímpicos do Rio em 2016 e à Copa do Mundo de 2014. A oposição barganha a aprovação da Emenda n° 29, que amplia recursos destinados à saúde.
Berlinda
Temer antecipou o próximo esforço concentrado da primeira semana de setembro para os dias 17 e 18 deste mês. Vaccarezza está na maior saia justa, pois Temer é o vice de Dilma e o PMDB, o principal aliado do PT. O petista não pode se confrontar publicamente com a bancada do PMDB, que segue a orientação do deputado Eduardo Cunha (RJ) em matéria econômica.
Centralismo
Crescem as queixas entre os caciques tucanos com relação ao estilo monocrático de condução da campanha de José Serra (PSDB). Aécio Neves (MG), Tasso Jereissati (CE) e Arthur Virgílio (AM), pesos pesados da legenda, começam a reclamar do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, de PE, e do próprio presidenciável.
Plano B
O projeto de construção do Estaleiro de Biguaçu, na Grande Florianópolis, contestado pelo Ibama, subiu no telhado. O Grupo EBX estuda a construção de um grande estaleiro no canal Campos-Açu, em São João da Barra, litoral norte do Rio de Janeiro, em parceria com a Hyundai. Valor do investimento: R$ 1,7 bilhão
Impugnação
O senador Alfredo Nascimento, do PR, candidato ao governo do Amazonas, pedirá à Justiça Eleitoral a cassação do registro da candidatura do governador Omar Aziz (PMN), que concorre à reeleição pela coligação Avança Amazonas. Quatro funcionários do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) foram presos com motores de popa, casas de farinha, sementes e uma lista de supostos eleitores que seriam beneficiados com as doações.
Campanha
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) volta à mídia com a campanha Eleições Limpas, com o objetivo de conscientizar a sociedade brasileira sobre a importância do voto, além do papel de cada eleitor na fiscalização de um pleito limpo e transparente. O slogan é “Não vendo meu voto”. Será lançada na terça-feira, em Brasília.
Revoada/ O ex-governador do Pará Almir Gabriel bateu asas do PSDB, partido que ajudou a fundar. Deixou a legenda para se engajar nas campanhas dos candidatos do PMDB ao governo, deputado Domingos Juvenil, e ao Senado, Jader Barbalho. Desde dezembro passado, Gabriel ameaça deixar a legenda.
Reação/ O ex-governador do Acre Jorge Viana (PT) promete dormir menos para reverter a vantagem do tucano José Serra no estado, onde seu irmão, o senador Tião Viana (PT), é candidato a governador. A petista Dilma Rousseff é a terceira colocada nas pesquisas, atrás de Marina Silva (PV). O presidente Lula puxou as orelhas dos irmãos Viana.
Fronteiras/ O Exército quer mais tempo para entrar em ação como polícia de fronteira, conforme lei aprovada pelo Senado. As Forças Armadas poderão reforçar o combate a crimes como o tráfico de drogas, o desmatamento e o comércio de animais silvestres. Precisa de mais adestramento e equipamentos adequados.
Extratos/ O Tribunal Superior Eleitoral cruzará os dados das prestações de contas parciais dos candidatos com os extratos enviados pelos bancos para aumentar o controle sobre os caixas de campanha. Se houver divergência, rejeitará as contas.
sábado, 7 de agosto de 2010
Ao vencedor, as batatas
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
É falsa a conclusão de que não houve um vencedor no debate da TV Bandeirantes, na noite de quinta-feira passada, quando a audiência chegou à média de três pontos no Ibope. O veterano político democrata-cristão Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSol à Presidência da República, faturou as duas horas de debate.
Plínio foi brevíssimo nas perguntas e comentários. Seco, foi o mais provocativo e bem-humorado. E surpreendeu pelo esquerdismo quase juvenil, embora, aos 80 anos, seja o mais velho dos candidatos a presidente da República. Evitou o “politicamente correto” e insistiu em temas polêmicos que envolvem as relações entre trabalho e capital (jornada de 40 horas) e de propriedade privada (reforma agrária).
No mais, José Serra (PSDB) não demoliu Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) se comportou como boa evangélica. Plínio foi quem salvou o debate da monotonia. Por isso mesmo, bombou no Twitter junto à garotada. E por que, então, leva as batatas? Ora, Plínio pertence a um pequeno partido e quase não tem tempo de televisão. É o anticandidato desta eleição.
Já ganhou
Os petistas saíram exultantes do debate entre os presidenciáveis. Na avaliação do presidente do PT, José Eduardo Dutra, Dilma provou que é capaz de enfrentar Serra e isso garante um equilíbrio de forças na tevê que somente favorece a petista, já que ela lidera as pesquisas de intenção de voto e tem o apoio do presidente Lula. Os momentos em que gaguejou, fugiu da pergunta ou mostrou um ar autoritário, para o petista, não têm a menor importância e podem ser corrigidos nos próximos debates.
Confiança
O marqueteiro de José Serra, Luiz González, se deu por satisfeito com o desempenho do candidato do PSDB. No tracking (pesquisa em tempo real feita por telefone) da campanha, o tucano teria se saído melhor porque partiu para a ofensiva contra a petista Dilma Rousseff em alguns momentos, como no caso do corte de verbas do Ministério da Educação para as Associações de Pais e Amigos de Excepcionais (Apaes). O tucano foi mais confiante, falou de sua gestão nos governos de São Paulo e de Fernando Henrique Cardoso.
Chance para o azar
O próximo debate na tevê aberta confirmado até agora está marcado para 12 de setembro, na Rede TV! Serra, Dilma, Marina e Plínio Sampaio garantiram presença. A MTV tenta marcar um debate para 24 de agosto, mas Dilma ainda reluta. Na campanha, a orientação ainda é evitar entrevistas e debates sempre que possível.
No solo
Depois do caos nos voos, os passageiros da Gol correm o risco de um pandemônio ainda maior: a greve dos pilotos marcada para 13 de agosto ganha cada vez mais força. A empresa cresceu em meio à crise da aviação civil, tratando aeronautas como rodoviários, mas o pessoal de bordo agora resolveu exigir mais respeito aos direitos trabalhistas.
Babel
O Google vai digitalizar o maior número de livros do mundo. O nome da biblioteca virtual será Google Books. Um levantamento feito pela gigante da internet inventariou cerca de 129 milhões de títulos
Socorro
Foi criado um grupo de trabalho para “aliviar” a tarefa do ministro da Integração Nacional, João Santana, na liberação de recursos para as áreas afetadas pelas enchentes. O Palácio do Planalto resolveu dar um basta nas lamúrias dos prefeitos baianos que sofreram com catástrofes no início do ano e que até agora não receberam recursos. Por trás do atraso está a disputa entre o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que ainda controla a pasta, e o governador Jaques Wagner (PT). Ambos concorrem ao Palácio de Ondina.
Reforço
O vice de Dilma Rousseff, Michel Temer (PMDB), trabalha para, nas próximas semanas, reforçar o apoio à petista em três estados onde o PMDB tem candidato próprio ou está na chapa concorrente. Em Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB) tem larga vantagem sobre Zeca do PT nas pesquisas. No Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) está na frente de José Fogaça (PMDB). Em Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (PMDB) é vice de Raimundo Colombo (DEM), e está na disputa com Ideli Salvatti (PT) pela segunda posição, enquanto Angela Amin (PP) lidera as pesquisas.
Corda
A estratégia do ex-governador Joaquim Roriz — que está com o pescoço na forca na Justiça Eleitoral — é mesmo esticar a corda. Não pode desistir da candidatura em favor de sua filha Jaqueline Roriz sem explodir a coligação com o PSDB e o DEM, a não ser que seja uma decisão às vésperas do pleito. Por isso, Roriz pretende recorrer em todas as instâncias e manter seu nome na lista de candidatos ao Governo do Distrito Federal.
Pegou/ Presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante avalia que a Lei da Ficha Limpa será aplicada em todo o território nacional. “Veio, pegou, é constitucional e, para o bem da sociedade brasileira, já está sendo aplicada às próximas eleições.” Segundo ele, decisões de Tribunais Regionais Eleitorais que estão liberando candidatos chamados fichas sujas “serão corrigidas” pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Apoio/ Está prevista para a semana que vem uma viagem do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, para Haiti e El Salvador. Na ocasião, serão firmados acordos de treinamento de policiais especializados para os dois países. O Brasil chefia uma missão de paz no Haiti, que ainda tenta se reconstruir após terremoto que devastou o país no início do ano.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
É falsa a conclusão de que não houve um vencedor no debate da TV Bandeirantes, na noite de quinta-feira passada, quando a audiência chegou à média de três pontos no Ibope. O veterano político democrata-cristão Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSol à Presidência da República, faturou as duas horas de debate.
Plínio foi brevíssimo nas perguntas e comentários. Seco, foi o mais provocativo e bem-humorado. E surpreendeu pelo esquerdismo quase juvenil, embora, aos 80 anos, seja o mais velho dos candidatos a presidente da República. Evitou o “politicamente correto” e insistiu em temas polêmicos que envolvem as relações entre trabalho e capital (jornada de 40 horas) e de propriedade privada (reforma agrária).
No mais, José Serra (PSDB) não demoliu Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) se comportou como boa evangélica. Plínio foi quem salvou o debate da monotonia. Por isso mesmo, bombou no Twitter junto à garotada. E por que, então, leva as batatas? Ora, Plínio pertence a um pequeno partido e quase não tem tempo de televisão. É o anticandidato desta eleição.
Já ganhou
Os petistas saíram exultantes do debate entre os presidenciáveis. Na avaliação do presidente do PT, José Eduardo Dutra, Dilma provou que é capaz de enfrentar Serra e isso garante um equilíbrio de forças na tevê que somente favorece a petista, já que ela lidera as pesquisas de intenção de voto e tem o apoio do presidente Lula. Os momentos em que gaguejou, fugiu da pergunta ou mostrou um ar autoritário, para o petista, não têm a menor importância e podem ser corrigidos nos próximos debates.
Confiança
O marqueteiro de José Serra, Luiz González, se deu por satisfeito com o desempenho do candidato do PSDB. No tracking (pesquisa em tempo real feita por telefone) da campanha, o tucano teria se saído melhor porque partiu para a ofensiva contra a petista Dilma Rousseff em alguns momentos, como no caso do corte de verbas do Ministério da Educação para as Associações de Pais e Amigos de Excepcionais (Apaes). O tucano foi mais confiante, falou de sua gestão nos governos de São Paulo e de Fernando Henrique Cardoso.
Chance para o azar
O próximo debate na tevê aberta confirmado até agora está marcado para 12 de setembro, na Rede TV! Serra, Dilma, Marina e Plínio Sampaio garantiram presença. A MTV tenta marcar um debate para 24 de agosto, mas Dilma ainda reluta. Na campanha, a orientação ainda é evitar entrevistas e debates sempre que possível.
No solo
Depois do caos nos voos, os passageiros da Gol correm o risco de um pandemônio ainda maior: a greve dos pilotos marcada para 13 de agosto ganha cada vez mais força. A empresa cresceu em meio à crise da aviação civil, tratando aeronautas como rodoviários, mas o pessoal de bordo agora resolveu exigir mais respeito aos direitos trabalhistas.
Babel
O Google vai digitalizar o maior número de livros do mundo. O nome da biblioteca virtual será Google Books. Um levantamento feito pela gigante da internet inventariou cerca de 129 milhões de títulos
Socorro
Foi criado um grupo de trabalho para “aliviar” a tarefa do ministro da Integração Nacional, João Santana, na liberação de recursos para as áreas afetadas pelas enchentes. O Palácio do Planalto resolveu dar um basta nas lamúrias dos prefeitos baianos que sofreram com catástrofes no início do ano e que até agora não receberam recursos. Por trás do atraso está a disputa entre o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que ainda controla a pasta, e o governador Jaques Wagner (PT). Ambos concorrem ao Palácio de Ondina.
Reforço
O vice de Dilma Rousseff, Michel Temer (PMDB), trabalha para, nas próximas semanas, reforçar o apoio à petista em três estados onde o PMDB tem candidato próprio ou está na chapa concorrente. Em Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB) tem larga vantagem sobre Zeca do PT nas pesquisas. No Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) está na frente de José Fogaça (PMDB). Em Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (PMDB) é vice de Raimundo Colombo (DEM), e está na disputa com Ideli Salvatti (PT) pela segunda posição, enquanto Angela Amin (PP) lidera as pesquisas.
Corda
A estratégia do ex-governador Joaquim Roriz — que está com o pescoço na forca na Justiça Eleitoral — é mesmo esticar a corda. Não pode desistir da candidatura em favor de sua filha Jaqueline Roriz sem explodir a coligação com o PSDB e o DEM, a não ser que seja uma decisão às vésperas do pleito. Por isso, Roriz pretende recorrer em todas as instâncias e manter seu nome na lista de candidatos ao Governo do Distrito Federal.
Pegou/ Presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante avalia que a Lei da Ficha Limpa será aplicada em todo o território nacional. “Veio, pegou, é constitucional e, para o bem da sociedade brasileira, já está sendo aplicada às próximas eleições.” Segundo ele, decisões de Tribunais Regionais Eleitorais que estão liberando candidatos chamados fichas sujas “serão corrigidas” pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Apoio/ Está prevista para a semana que vem uma viagem do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, para Haiti e El Salvador. Na ocasião, serão firmados acordos de treinamento de policiais especializados para os dois países. O Brasil chefia uma missão de paz no Haiti, que ainda tenta se reconstruir após terremoto que devastou o país no início do ano.
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