terça-feira, 27 de outubro de 2009

Contratos de mineração

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz
luizazedo.df@diariosassociados.com.br

O Ministério de Minas e Energia não sabe como tratará, no novo marco regulatório da mineração, as empresas que detêm direitos sobre reservas minerais mas não as exploram. Uma hipótese em estudo é adotar o novo modelo, que será discutido hoje no ministério, e conceder prazo de 35 anos para a concessionária fazer a extração nas reservas. Recentemente houve um precedente: o governo cassou a concessão de uma mina que estava fechada. As mineradoras são contra a mudança.

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A dúvida da equipe do ministro Edison Lobão é se a nova regra poderia ser estendida às concessões antigas, que não têm prazo de exploração, como forma de forçar as mineradoras a explorar suas reservas que permanecem intocadas. Uma análise jurídica foi encomendada para avaliar essa possibilidade. O contrato da Vale com a Petrobras, para exploração de mina de potássio de Taquari-Vassouras, em Sergipe, serve de “case” para o novo modelo.

Fertilizantes

Há, por exemplo, um forte lobby do agronegócio brasileiro para que o ministério casse licenças de mineradoras donas de reservas de potássio e fosfato. Os minerais são a matéria-prima na fabricação de defensivos agrícolas, que hoje são importados e têm custos que flutuam com os humores do dólar. O agrominério, ao contrário do minério de ferro, está com preço ascendente no mercado mundial de commodities. O Brasil exporta agrominério e importa fertilizantes.

Clima//

Assunto que deve entrar na pauta legislativa é a mudança climática. Os líderes do PT, Cândido Vaccarezza (SP), e do PSDB, José Aníbal (SP), além do vice-líder do PPS, Arnaldo Jardim (SP), afinaram a viola em relação à agenda da Câmara para a questão ambiental, durante café da manhã, ontem, em São Paulo.

Miragem
Deputados familiarizados com a Comissão Mista de Orçamento enxergam nas manobras do governo para inflar a arrecadação de 2010 uma jogada para encaixar as emendas coletivas parlamentares na proposta. Mas desconfiam dos números porque não há garantia de arrecadação de boa parte do dinheiro extra, caso de R$ 6,4 bilhões em depósitos judiciais. Neste ano, as emendas somaram R$ 15 bilhões

Provocação

Há 45 dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu, numa reunião do conselho político, que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), apoiou a regulamentação da Emenda 29 quando era ministro da Saúde, ao contrário do atual ministro, José Gomes Temporão. Agora, a turma de prefeitos e deputados que bate bumbo pelos recursos extras para o SUS e quer a regulamentação da emenda na Câmara voltou a repetir a comparação.

Alianças

Apesar da virtual aliança do PDT à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a senadora cearense Patrícia Saboya pode não acompanhar a orientação partidária nas eleições. Ela avisou ao presidente licenciado do partido e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que pode se afastar da legenda para apoiar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), seu ex-marido, caso ele dispute a Presidência da República.

Rebeldes

Desde a semana passada, quando se reuniu com os presidentes e relatores das comissões especiais que apreciam os projetos do pré-sal, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, do PMDB, e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), tentam enquadrar os relatores dos projetos de partilha do pré-sal, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e da capitalização da Petrobras, João Maia (PR-RN), para evitar grandes mudanças nos projetos. Os dois agiram com autonomia maior do que o governo esperava. Um quer aumentar os royalties de 10% para 15%; o outro, permitir que os trabalhadores acionistas comprem novas ações com dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Elite/ O aumento do salário inicial da Polícia Militar do Distrito Federal aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada, que passou a ser de R$ 4 mil, exacerbou as demandas das corporações de outros estados. No Rio de Janeiro, ex-capital da República, em guerra com o tráfico de drogas nos morros, um policial militar ganha um salário inicial de R$ 900. Em São Paulo, estado considerado o mais rico, o salário é de R$ 1.580.

Candango/ O deputado Ciro Gomes (PSB), que lidera as pesquisas de opinião para a sucessão de Lula em Brasília, vai reunir a militância socialista na quinta-feira, às 19h, no Teatro Dulcina, no Plano Piloto. Candidato a presidente da República, Ciro opera uma sinuosa aproximação com o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, mas enfrenta resistência dos colegas de partido.

Teatro/ O ex-senador Saturnino Braga foi eleito presidente do Instituto Casa Grande, entidade que administra o famoso teatro de mesmo nome, na Rua Afrânio de Mello Franco, no Leblon. Templo da resistência cultural e democrática durante o regime militar, o Teatro Casa está ameaçado de privatização pela empreiteira que construiu um shopping na área, após acordo entre o governo do Rio de Janeiro e a antiga direção do teatro, devidamente sacramentado pela Assembleia Legislativa.

domingo, 25 de outubro de 2009

Compra de caças: franceses voltam ao ataque

Consórcio promete atender a todas as exigências do Brasil em negociação

Luiz Carlos Azedo
Enviado especial

Paris – Pressionada pelos lobbies norte-americano e sueco — que também querem vender seus aviões de combate de última geração ao Brasil —, o consórcio francês Rafale Internacional atendeu a todas as exigências feitas pelas autoridades brasileiras para a aquisição de 36 de seus modernos caças, tanto do ponto de vista da transferência de tecnologia como do comercial (principalmente o preço, mantido em sigilo). “Não posso revelar o teor da proposta, é uma das exigências da Força Aérea Brasileira”, disse o presidente da Rafale Internacional, Eric Trappier, vice-presidente executivo da Dassault Aviation e o único autorizado a falar sobre a negociação.

Na sede da Dassault, em St. Cloud, Trappier admitiu que o custo de desenvolvimento do caça Rafale foi de 7 bilhões de euros (cerca de R$ 18,2 bilhões), bancados pelo governo francês. O executivo recusou-se a revelar o valor total do avião. Ele afirma que o custo dependerá das adaptações que serão feitas por exigência da Força Aérea Brasileira (FAB) e do número de unidades produzidas no Brasil. Mas prometeu equivalência em relação aos custos reais do concorrente norte-americano. O caça francês custaria muito mais do que o sueco Gripen NG — o protótipo da Saab seria fabricado em parceria com o Brasil. Os franceses negam essa disparidade. No entanto, temem um dumping do Tesouro norte-americano no financiamento dos F-18 Super Hornet, da Boeing, cujo desenvolvimento consumiu US$ 40 bilhões.

Além de transferir tecnologia e implantar uma linha de montagem em parceria com a Embraer e mais 10 empresas brasileiras, a Rafale promete custo de manutenção equivalente aos Mirage 2000 da FAB. O consórcio atribui essa possibilidade à racionalidade de sua linha de produção e ao sofisticado sistema de monitoramento eletrônico desenvolvido pela Dassault para analisar o desempenho do avião, identificando eventuais falhas e defeitos. A manutenção e a operação dos Rafale exige reduzido número de ferramentas e pessoal de manutenção.

Caixa preta

O custo do caça Rafale virou uma caixa preta, que só será aberta pelo governo brasileiro quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva bater o martelo para a conclusão do programa F-X2, de reaparelhamento da FAB. Uma comissão de 60 militares da Aeronáutica examina as propostas e deve apresentar sua avaliação até o fim do mês. Até agora, a Rafale coleciona reveses na disputa com a Boeing para a venda de caças. Perdeu concorrências nos Países Baixos, na Coreia do Sul e no Marrocos. Segundo Drappier, não foi por causa dos aspectos técnicos e comerciais que a Rafale deixou de vender seus aviões: “Tínhamos o melhor desempenho operacional e o melhor preço, mas pesaram as relações militares estratégicas dos Estados Unidos com esses países”.

No caso do Brasil, o Rafale estaria em vantagem política em relação aos concorrentes. O governo brasileiro teceu uma aliança estratégica com a França. Lula assinou um acordo de cooperação com o colega francês, Nicolas Sarkozy, para a compra de helicópteros e submarinos e para a construção de um submarino nuclear. No pacote, a França quer incluir os Rafale, cuja versão naval foi testada no porta-aviões Foch, que a Marinha brasileira comprou e rebatizou com o nome de São Paulo. É mais um trunfo para os franceses, que estão deslocando os EUA do papel de principal aliado do Brasil na política mundial.

Entrega em três anos

No fim do mês, depois de sucessivos adiamentos, a Comissão Gerencial do Projeto F-X2 deverá concluir os trabalhos de avaliação das propostas enviadas pelas empresas Rafale, Boeing e Saab para a venda dos caças à Força Aérea Brasileira (FAB). O ministro da Defesa, Nelson Jobim, teme que os brigadeiros descartem o modelo francês como primeira opção de compra, deixando o presidente Lula numa saia justa para explicar o motivo da preferência por um avião francês. Como se sabe, ele anunciou a compra dos caças franceses durante a visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao Brasil.

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, que chegou a pensar em pedir demissão quando Lula anunciou a tendência pelo Rafale, nega preferências pessoais na disputa. Porém, os engenheiros da FAB querem participar não apenas da construção, mas também do desenvolvimento da concorrência FX-2. A transferência de tecnologia passou a ser palavra-chave na negociação para a compra dos aviões, uma exigência bastante enfatizada por Jobim e Lula.

Ao falar sobre o assunto, Eric Trappier, presidente da Rafale Internacional, prometeu entregar os aviões em três anos e transferir tecnologia para mais de uma dezena de companhias brasileiras parceiras da Rafale — um consórcio integrado também pelas empresas Snecma (fabricante das turbinas) e Thales (equipamentos eletrônicos, radares e sistemas de defesa). Inicialmente, seriam produzidos no Brasil as asas dos caças (Embraer), os componentes eletrônicos do radar de última geração e as peças de manutenção dos motores, além de outros componentes a serem introduzidos no avião em razão das adaptações exigidas pela FAB, como mudanças no cockpit.

Em termos geopolíticos, o acordo com a França só teria paralelo com o acordo nuclear da década de 1970 com a Alemanha. À época, o presidente Ernesto Geisel rompeu com o tratado de cooperação militar com os Estados Unidos, a fim de construir a usina nuclear de Angra dos Reis (RJ). Os franceses não gostam da comparação, pois não querem problemas com o governo de Barack Obama, e argumentam que os caças Rafale operam no Afeganistão, em apoio às forças da coalizão liderada pelos Estados Unidos.

O fato é que o pacote militar negociado com a França reduzirá a dependência tecnológica em relação aos EUA e transformará os franceses em parceiros estratégicos para o desenvolvimento de uma nova indústria de Defesa brasileira. Nesse contexto, os franceses estão dispostos a transferir tecnologia para a construção do cargueiro militar KC 390 da Embraer e serem os primeiros a adquirir o novo avião brasileiro, além de desenvolver um avião não-tripulado de observação. (LCA)

Pururuca com chuchu

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz
luizazedo.df@diariosassociados.com.br

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), é só cálculo político. Enquanto se mantiver como líder das pesquisas de opinião, vai dizer que não sabe se será candidato, que a campanha foi antecipada indevidamente por Lula e agirá nos bastidores mais candidato do que nunca. Seu raciocínio é o seguinte: quem tem de correr atrás do prejuízo é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que precisa transformar Dilma Rousseff (PT) em candidata única da coalizão governista.

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O problema é que a última pesquisa do Ibope, na qual Serra aparece novamente na faixa dos 40% de intenção de votos, queimou a bala de prata dos tucanos paulistas ao colocar na lista induzida o nome do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), como vice. A pergunta que fica é se a mesma fórmula vale para Aécio, com o ex-governador Geraldo Alckmin na vice.

Bolada//

Desde maio, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) não repassa os recursos que abastecem linhas de crédito operadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A direção do FAT cobra maior remuneração sobre os empréstimos para retomar os depósitos especiais. O BNDES estima que deixará de receber, até o fim do ano,R$ 1 bilhão

Unificação

Um grupo de deputados egressos das carreiras policiais entregará ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), uma PEC que prevê a unificação das polícias civil e militar. Simpático à proposta, de autoria do deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), delegado federal, Temer sinalizou dar tramitação ágil ao texto como resposta à recente onda de violência no Rio de Janeiro. Essa é a primeira proposta no sentido subscrita por deputados policiais federais, civis e militares.

Futurologia

Na linha de frente pelo pré-compromisso com a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência, o PMDB do Ceará figura como um problema em potencial na aliança de 2010. No estado, o partido é aliado de primeira hora do governador Cid Gomes (PSB). Se o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) não desistir da disputa presidencial, despencam as chances de o PMDB estar no palanque da candidata do PT.

Régua


O governador Paulo Hartung, do PMDB, dispensou do governo seu secretário de Educação, o tucano Ricardo Santos, num recado duro ao ex-prefeito Luiz Paulo Velozzo Lucas, candidato a governador pelo PSDB. Amigos desde os tempos de movimento estudantil, os dois estão em rota de colisão desde que Hartung escolheu como seu candidato à sucessão o vice Ricardo Ferraço (PMDB). O ex-ministro do Planejamento Guilherme Dias, também tucano, permanece na equipe do governo como homem forte das finanças capixabas.

Churrasco


A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (foto), do PSDB, domou a crise política que abalou seu governo ao derrubar o pedido de impeachment que havia na Assembleia Legislativa gaúcha. Agora, mais do que nunca, pretende concorrer à reeleição. Vai descer o sarrafo no ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), candidato ao governo, a quem responsabiliza pela suposta manipulação política das denúncias. Quem está se dando bem com o confronto é o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB).

Balança/
Dirigentes da Frente Parlamentar da Agropecuária vão procurar líderes da base governista na tentativa de equilibrar a composição da CPI do MST, na qual o governo trabalha para sufocar a oposição e consolidar maioria no colegiado. Partidos aliados como PMDB, PP, PR e PTB têm número significativo de deputados da bancada ruralista que querem garantir assento na investigação.

Andarilho/ O senador Gilvam Borges (PMDB-AP) deu um susto em seus assessores. Há alguns dias, quando visitava uma comunidade de palafitas no arquipélago do Bailique, no Amapá, o peemedebista se desgarrou do grupo e rumou mata adentro, à procura de uma aldeia da região. Por quatro horas, o senador foi procurado pelos funcionários, preocupados com o sumiço do chefe. Ao reaparecer, com picadas de mosquito, Borges explicou que tentou encontrar um povoado próximo.

Isonomia/ Policiais e bombeiros militares dos ex-territórios deflagraram campanha no Senado para pegar carona na PEC, aprovada na Câmara dos Deputados, que concedeu gratificação de risco de morte para as corporações do Distrito Federal. O relator da proposta deve ser o senador Gim Argello (PTB-DF).

domingo, 18 de outubro de 2009

A estratégia de Lula

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva corre contra o tempo. Sabe que esse é o recurso mais escasso de seu governo. Acumula forças em todas as áreas, mas não pode parar a rotação da Terra, não tem como espichar o seu mandato, nem concorrer à reeleição. Precisa traduzir seu enorme prestígio popular em transferência de votos para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), cuja candidatura foi ameaçada pelo ex-ministro Ciro Gomes (PSB), que pretende concorrer ao Palácio do Planalto pela terceira vez, e pela dissidência da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PV).

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Bem-sucedido no combate à recessão, por causa da crise mundial, no plano político, o presidente Lula perdeu um ano dos quatro que tinha para viabilizar a continuidade do seu projeto de poder. Vive o drama de ter acertado a mão em quase tudo, até na escolha do Rio para sede das Olimpíadas de 2016, mas ainda não tem a confirmação de que acertou no nome do sucessor. Desprezou a candidatura de Ciro e sequer percebeu a de Marina. Optou por Dilma, em quem aposta os oito anos de mandato, que larga em desvantagem eleitoral. Enquanto o governador de São Paulo, José Serra, e Ciro Gomes liderarem as pesquisas, a estratégia de Lula só pode ser carregar Dilma Rousseff nos ombros, até que o povo o faça. É simples assim. --> --> --> --> --

Vale

As críticas do presidente Lula à direção da Vale atiçaram parlamentares contra a empresa, principalmente nas bancadas de Minas e do Pará. A mineradora passou a sofrer ataques da tribuna da Câmara e as críticas da oposição à interferência do governo na empresa politizaram ainda mais a questão. Segundo o deputado Arnaldo Jardim (foto), do PPS-SP, as divergências entre o governo e a mineradora — cujo presidente, Roger Agnelli, está na berlinda — estão sendo infladas por motivações político-eleitorais, que “fogem à racionalidade dos interesses nacionais, do mundo das commodities e dos negócios com minérios e siderurgia”.

Pajelança

O PMDB fará uma grande reunião de seus caciques na próxima quarta-feira para mandar a seguinte mensagem ao público interno da legenda, uma aguerrida militância que vive às turras com o PT: está com a candidatura de Dilma e não abre. É que no sábado serão realizadas as convenções que elegerão os novos diretórios municipais e a cúpula da legenda quer esvaziar o discurso de prefeitos e vereadores do PMDB contrários à aliança. Alguns caciques questionam a pressa.

Pré-Sal

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (foto), relator da comissão especial que discute o projeto de criação do Fundo Social para partilha dos royalties do petróleo da camada pré-sal, busca uma solução salomônica para a divisão dos recursos destinados a Educação, Ciência e Tecnologia, Cultura e combate à pobreza. A ideia é regionalizar o fundo, estabelecendo percentuais de distribuição de acordo com os indicadores de arrecadação e pobreza de cada região. Assim, o Norte e o Nordeste serão mais contemplados do que o Sul Maravilha. Detalhe: os recursos a serem distribuídos serão os rendimentos das aplicações do fundo, e não a arrecadação propriamente dita.

Goiabeiras

A enrolada obra do Aeroporto de Goiabeiras, em Vitória, ganhou novo capítulo. O Ministério Público Federal no Espírito Santo instaurou inquérito civil para investigar deficiências no projeto que comprometeriam as condições de segurança da nova pista do terminal, a ser construída. Em 2006, o Tribunal de Contas da União (TCU) havia encontrado sobrepreço na ampliação do aeroporto no valor de R$ 37 milhões

Inquilino/ O escritório do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo terá novo endereço. Está de mudança para um edifício às margens da Marginal Pinheiros, com 10 vagas na garagem. Pelos próximos dois anos, o aluguel será de R$ 24 mil.

Menção/ A rede social da Câmara dos Deputados, conhecida como e-democracia, ganhou destaque no boletim Transparency and Government, do governo dos Estados Unidos. A publicação trata de iniciativas para estimular a participação de cidadãos no governo e no processo legislativo. O e-democracia tem duas comunidades destinadas a debater mudanças climáticas e o Estatuto da Juventude.

Trava/ A base aliada na Câmara dos Deputados terá de manter a pauta livre de medidas provisórias para a votação do marco regulatório do pré-sal, depois de 10 de novembro. Análise jurídica feita pela Mesa Diretora da Casa concluiu que as MPs trancam votações tanto nas sessões ordinárias quanto nas extraordinárias. Ou seja, a janela aberta pelo presidente Michel Temer (PMDB-SP) se manterá fechada.

Pantanal/ O PMDB de Mato Grosso do Sul ameaça apoiar a candidatura presidencial do PSDB caso o ex-governador Zeca do PT insista em se lançar contra a reeleição do governador André Puccineli (PMDB). O recado foi dado ao presidente licenciado do PMDB, deputado Michel Temer (SP), em jantar que reuniu 38 deputados peemedebistas, na quarta-feira, a maioria de estados onde há entraves para uma aliança com o PT.

Xerife/ Chefe da Interpol no Brasil, o delegado federal Jorge Barbosa Pontes foi eleito membro do comitê executivo da instituição encarregada do combate aos crimes transnacionais. O policial ganhou prestígio internacional com as operações Carrossel, que prendeu pedófilos em diversos países, Oxóssi e Nautilus, que investigaram crimes ambientais.

Verde//

Em campanha pelo desmatamento zero da Amazônia, em oposição à meta do governo de reduzir em 80% a devastação, o PV enviará a senadora Marina Silva (AC) encabeçando a delegação verde na Conferência do Clima de Copenhague, em 7 de dezembro.

sábado, 17 de outubro de 2009

Polêmica entre surdos

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Qual é a diferença programática entre os governistas Dilma Rousseff (PT) e Ciro Gomes (PSB) e os governadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves(MG)? Para o establishment nacional, por enquanto, é mais ou menos como trocar o assim pelo assado, pois o governo Lula realizou as tarefas que havia herdado do governo anterior. Deu uma guinada neokeynesiana depois da crise econômica, como os demais governos do mundo. A atual retórica nacional-desenvolvimentista do PT é semelhante àquela da reeleição de Lula, em 2006, quando carimbou na oposição a pecha de “privatizadora e entreguista”.

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A oposição apoiou a política econômica “social-liberal” do governo Lula durante todo o primeiro mandato. Constrangida, colaborou com a atual política anticíclica para evitar “o quanto pior, melhor”. Mas deixou a sensação de que o governo lhe tomou as bandeiras e não foi capaz de erguer novos estandartes, muito menos resgatar os antigos. Do ponto de vista do eleitor, qual será a diferença? O presidente Lula desafia os adversários a comparar o seu governo com o anterior, mas os tucanos fogem desse confronto. Serra afirma que não é hora de fazer campanha eleitoral e que nem sequer decidiu ser candidato. Aécio tira por menos e só que saber de discutir o “pós-Lula”.

No papo//

Será uma formalidade a reunião da ministra Dilma Rousseff com a bancada do PP na Câmara, liderada pelo deputado Mário Negromonte, da Bahia. O apoio da legenda à ministra já tem o aval do ex-prefeito paulista Paulo Maluf, com quem o PT tem uma aliança informal contra os tucanos de São Paulo.

Crítica

Quem faz a crítica ao projeto nacional-desenvolvimentista do governo Lula é a senadora Marina Silva (foto), do Acre, candidata do PV, que defende uma alternativa de desenvolvimento socioambiental. É a antítese do modelo de desenvolvimento proposto pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que resgata o antigo Plano Nacional de Desenvolvimento do governo Geisel. Além da simpatia do meio empresarial comprometido com a questão ambiental, no Brasil e no Exterior, Marina seduz os setores do movimento social organizado ligados aos ambientalistas e às comunidades eclesiais de base.

Sangue frio

Conversa de pé de lareira na casa do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, quinta-feira à noite. Participaram os caciques aliados Jorge Bornhausen (DEM), Orestes Quércia (PMDB) e Roberto Freire (PPS), além dos tucanos Sérgio Guerra, presidente do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira, fiel escudeiro do governador José Serra, e o vice-governador Alberto Goldman. Todos se convenceram de que Serra deve ficar na moita e não aceitar o confronto com Lula. Seria um desastre anunciado.

Estrutura

Eventuais concorrentes do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (PMDB), por uma cadeira no Senado por Goiás anteveem uma disputa milionária. Eleito deputado federal pelo PSDB, em 2002, o neopeemedebista tirou do próprio bolso em sua campanha R$ 787 mil

Comitiva

O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (foto), apesar de velho amigo de Dilma Rousseff, não pretende arrefecer a marcação sobre seus passos como candidata governista. Cobra da Casa Civil informações sobre os gastos com a caravana de Lula no São Francisco: “Ao todo, nove cozinheiros e 20 garçons obsequiaram uma farta mesa aos convidados, em três restaurantes distintos — um com capacidade para atender a 72 pessoas e outros dois capazes de abrigar 64 pessoas cada um”, destaca o novo requerimento do deputado. Aníbal questiona ainda como ocorreu a construção de um heliponto e uma sala de imprensa com 14 laptops no acampamento que ofereceu 50 vagas para pernoites dos profissionais de imprensa que cobriam a visita.

Segurança/ O governo brasileiro ampliou a cooperação com Israel na área de segurança, treinando agentes da Polícia Federal, promotores, psicólogos e assistentes sociais naquele país nas áreas de segurança urbana, integração social de jovens marginais e combate às drogas. Tem sentido, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia têm seus dias de territórios ocupados da Faixa de Gaza.

Força/ Além de coordenar as forças militares de paz da ONU no Haiti, o Brasil assumirá o treinamento da Polícia Nacional do país caribenho. A Polícia Federal enviará uma comitiva a Port-au-Prince para dar aulas de técnicas de abordagem de cidadãos. Segundo o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, será o primeiro curso internacional desse porte a reunir policiais de todas as carreiras, de delegados a papiloscopistas.

Boletos/ Com os governistas PDT e PSB à frente, deputados da Comissão de Trabalho aprovaram proposta que cria o Regime Especial de Monitoramento Financeiro de Brasileiros no Exterior. O sistema obriga autoridades do governo federal — de ministros a servidores — a prestarem contas de despesas em viagens internacionais. Os paulistas Márcio França (PSB) e Paulo Pereira da Silva (PDT) capitanearam a operação que derrotou parecer do petista Eudes Xavier (CE).

Rancho/ Por estranho que pareça, as Forças Armadas não devem apoiar a aprovação da PEC que proíbe o corte de investimentos em reaparelhamento pelos próximos 10 anos. Os comandos desconfiam que, uma vez tendo o orçamento amarrado nessa seara, o governo aplicará a tesourada em gastos de custeio, como alimentação, uniformes e gasolina.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A coalizão de Dilma

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Impressionante a facilidade com que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), reagindo à queda nas pesquisas, consolidou sua candidatura nos partidos da base governista, num esforço para isolar Ciro gomes (PSB) e Marina Silva (PV). Em menos de 10 dias, avançaram os entendimentos com a cúpula do PMDB para fechar a coligação com a legenda, cedendo-lhe a vice. E, ao contrário do que esperavam os concorrentes, a ministra atraiu para o seu bloco de apoio o PDT e o PCdoB, que gravitavam em torno de Ciro, e o PR e o PRB, que estavam equidistantes. Ficou de fora o PTB, de Roberto Jefferson, que não quer mesmo conversa com o PT e está fora do governo desde a saída do ex-ministro José Múcio Monteiro.

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Para o Palácio do Planalto, essas articulações políticas são mais importantes do que as últimas pesquisas de opinião. Revelam que Dilma tem boa interlocução com os partidos da base, ao contrário do que supunham alguns aliados, e que o velho hegemonismo petista, ainda forte nos estados, não predominou nas articulações nacionais. Com isso, o governo de coalizão partidária montado pelo presidente Lula no segundo mandato de fato ganha projeção eleitoral.

Vento

O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, de SP, avalia que o governo conseguiu estabilizar sua base parlamentar na Câmara e não terá dificuldades para aprovar o novo marco regulatório de exploração do petróleo da camada pré-sal. “A oposição perdeu a capacidade de iniciativa e não sabe o que quer”, dispara.

Depende

A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, do PT, esclarece que defende a reeleição do governador Cid Gomes (PSB) desde que haja a garantia de que o PSB vai ajudar a constituir um palanque para Dilma Rousseff (PT) no Ceará. Se o governador cearense apoiar a candidatura de Ciro Gomes a presidente da República, o PT será obrigado a ter uma candidatura própria. Luizianne, porém, pretende permanecer na prefeitura até 2012.

Euforia

O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante, acredita que o Brasil entrará em 2010 bombando: “Nós vamos crescer mais de 10% no último trimestre deste ano quando comparado ao último trimestre do ano passado, que foi exatamente o auge da crise”. Diante dessa performance, espera um crescimento de 4,5% a 5% no próximo ano. Mercadante também comemora o superávit de US$ 20 bilhões e as reservas cambiais de US$ 230 bilhões

Estatização

O PSDB resolveu marcar posição contra o regime de partilha para exploração do petróleo da camada pré-sal. O deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (foto), do ES, criticou duramente a proposta do governo de dar à Petrobras a condição de operadora exclusiva na exploração de todos os blocos do pré-sal. “O projeto é inconstitucional e inconsistente. O governo deveria discutir se o melhor para os brasileiros é a estatização total da nova camada ou o ambiente de concorrência vigente no país há 12 anos, com a Lei do Petróleo”, sustenta.

Partilha

Ainda não está definido como será fixado o percentual mínimo do excedente de petróleo do pré-sal que caberá à União. O relator da comissão especial, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deve matar a charada na próxima semana. Setores da oposição defendem um regime misto de concessão e partilha do pré-sal, mantendo os princípios da Lei do Petróleo.

Aliança/
Avançam os entendimentos entre o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), e o senador Osmar Dias (PDT), candidato ao governo do estado. Se a aliança prosperar, com o patrocínio do presidente Luiz Inácio lula da Silva, Dilma terá um palanque robusto no estado. Enquanto isso, o prefeito beto Richa (PSDB) e o senador Álvaro Dias (PSDB) não se entendem.

Escudeiro/
Entre os acompanhantes de Dilma Rousseff em seus jantares recentes com partidos da base governista, um petista foi presença constante: o novo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Os encontros serviram para apresentá-lo aos parlamentares de PMDB, PDT e PR. Semana que vem será a vez do PP.

Fica/ A licença de Marcos Lima da subchefia de Assuntos Parlamentares da Presidência causa receio entre deputados da base aliada descontentes com o arrocho no pagamento das emendas parlamentares. Tão logo se espalhou a notícia, a liderança do governo no Congresso começou a receber ligações de deputados pedindo a permanência de Lima.

Caças/ O assunto FX-2 veio à tona no telefonema, desta semana, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para parabenizar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pelo Prêmio Nobel da Paz. O F-18 Super Hornet, concorrente americano no programa de compra de caças de Aeronáutica, estava com a cotação em baixa no meio militar. A propósito, enquanto os suecos da Saab regozijavam a admissão dos franceses da Dassault de que seus Rafale têm componentes escandinavos, americanos da Boeing propagavam, durante audiência na Câmara dos Deputados, o fato de as turbinas de ambos os concorrentes serem total ou parcialmente made in USA.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O imobilismo de Serra

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Cresce na cúpula do PSDB a preocupação com o fato de o partido não ter um eixo de intervenção na cena política, como se a volta da legenda ao poder fosse ocorrer por gravidade. No DEM e no PPS, a preocupação é a mesma, haja vista a falta de convergência programática e um discurso unificado da oposição ao governo Lula. Embora com pose de futuros ministros de Estado, parlamentares tucanos também não escondem a apreensão com o imobilismo do governador de São Paulo, José Serra. Favorito nas pesquisas para a sucessão de 2010, o governador paulista se finge de morto para não despertar a ira dos petistas, como se a atual vantagem na opinião pública fosse o sinal inequívoco de que a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no papo.

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No xadrez político, Serra se movimenta com extrema cautela e não dá sinais de que busca uma grande composição política com o governador de Minas, Aécio Neves. Este, por sua vez, insiste nas prévias para escolha do candidato a presidente da República do PSDB. Rechaça a possibilidade de abrir mão da cabeça de chapa para ser vice. Prefere concorrer ao Senado se não for o candidato do PSDB. Serra também não dá segurança aos aliados do PMDB, como o senador Jarbas Vasconcelos (PE) e o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (RS), fortes concorrentes aos governos de Pernambuco e Rio Grande Sul, respectivamente. Enquanto isso, o presidente Lula catapulta a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), que pôs o pé na estrada. Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV) também já foram à luta.


Motosserra//
O PV engrossa o coro contra a meta de reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia, até 2020. Para os verdes, o governo deveria levar à Conferência do Clima, em Copenhague, a proposta de desmatamento zero. “A meta do governo, na verdade, abre brecha para que se devaste 20% da Amazônia”, critica o líder do PV na Câmara, Edson Duarte (BA).


Tudo dominado

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, nadou de braçada nas comissões especiais que discutem o novo marco regulatório do petróleo. O setor privado não conseguiu se organizar a tempo para defender seus interesses e a oposição se fragmentou nos debates. A previsão é de que os relatores das quatro comissões vão respeitar os projetos originais, inclusive os mais polêmicos: a criação de “áreas estratégicas” a serem definidas pelo Executivo no regime de partilha; a destinação de uma parte dos royalties para o Fundo Soberano; e a capitalização da Petrobras sem lançamento de debêntures. A manutenção do regime de concessões na exploração da camada pré-sal já era.


Matriarcado

Companheiro da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em seus tempos de PDT, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR) não economizou a rasgação de seda durante o jantar do PR com a pré-candidata de Lula à Presidência da República. “Lá em casa, quem manda é a minha mulher (Rosinha Matheus). E ela está com a senhora”, afagou.

Desconfiado

O comportamento da bancada tucana na Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde volta e meia garante a sustentação do governador Eduardo Campos (PSB), tem deixado o senador Jarbas Vasconcelos com a pulga atrás de orelha. O candidato do PMDB depende muito do apoio do tucano Sérgio Guerra, seu colega de Senado, para viabilizar a própria campanha.


Boné

Conhecido como o “homem das emendas”, o subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência, Marcos Lima, entregou ontem o cargo à secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Foi convencido a tirar 30 dias de férias para se recuperar de um problema de saúde, mas a tendência é sair do posto quando voltar.


Alegria


A Mesa Diretora do Senado votará, nos próximos dias, projeto de resolução que cria 102 novos cargos comissionados nos gabinetes de senadores e de lideranças partidárias. Pagarão salário de R$ 9.979,24. A proposta abre brecha para que os atuais chefes de gabinete, obrigatoriamente de carreira, sejam substituídos por indicações políticas.


Vale

A Vale fará investimentos de R$ 9,5 bilhões na implantação e expansão de mina e usinas de beneficiamento de minério em Minas Gerais, abrangendo os municípios de Itabira, Itabirito, Barão de Cocais, Caeté, Raposos, Rio Acima e Santa Bárbara. Serão gerados 9.930 empregos



Infidelidade/ Por ter trocado o PMN pelo PTB, o deputado Sílvio Costa (PE) perdeu a presidência da comissão especial da PEC 42/95. Por coincidência, a proposta trata justamente da perda de mandatos em casos de infidelidade partidária.

Castigo/
A deputada Nilmar Ruiz (PR-TO) foi apeada da Procuradoria Parlamentar da Mulher, cargo criado este ano pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). O cargo foi devolvido ao DEM, partido deixado pela neorrepublicana. A deputada Solange Amaral (DEM-RJ) é a nova procuradora.

Grafite/ Durante a reunião da Comissão do Meio Ambiente e Defesa do Consumidor (CMA), foi aprovado o relatório do senador Gim Argello (PTB-DF) que proíbe a venda de tintas em embalagens do tipo aerosol para menores de 18 anos, exigindo a apresentação de documento de identificação do comprador no momento da aquisição do produto, bem como identificação na nota fiscal.

Debate/ Os deputados Geraldo Magela (DF), Iriny Lopes (ES) e José Eduardo Cardoso (SP), o ex-senador José Eduardo Dutra (SE) e os dirigentes petistas Markus Sokol (SP) e Serge Goulart (SC) se encontrarão no hotel San Marco, em Brasília, para debater suas propostas. São candidatos a presidente do PT pelo voto direto.

Azebundsman/ Pirapora fica em Minas.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A foto de Pirapora

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br



O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), desembarcou ontem à noite em Brasília. Motivo: pegar uma carona hoje de manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Pirapora (MG), onde começa a Caravana do São Francisco de Dilma Rousseff (PT), a ministra candidata que precisa subir rápido nas pesquisas. Lula guarda na memória a primeira grande incursão pela região, em 1994, quando perdeu para Fernando Henrique Cardoso mas começou a conquistar o coração dos nordestinos. Uma foto sua coalhada de crianças, às margens do São Francisco, é uma de suas favoritas.

Wagner poderia esperar a comitiva na Bahia, como bom anfitrião, mas aí a foto do desembarque seria capitalizada pelo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), seu desafeto, que desafia o petista com o propósito de tomar o seu lugar no Palácio de Ondina. Foi o próprio presidente Lula quem solicitou a presença do governador baiano no voo presidencial. Há quem aposte que usará seu poder de sedução para fazer nova tentativa de reaproximar Geddel e Wagner, garantia de um único palanque governista para Dilma. Não será tarefa fácil, a não ser que Geddel jogue logo a toalha, mas esse não é do feitio do tinhoso peemedeebista. A aliança PT-PMDB na Bahia hoje não existe.

Casa nova

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), marcou a mudança do primeiro grupo de funcionários para a futura sede do governo do estado, no bairro Serra Verde, em Belo Horizonte, para 15 de janeiro. O último pilar de sustentação da futura sede do governo — o maior prédio suspenso do mundo — já foi retirado. Inicialmente, serão transferidos para a Cidade Administrativa, projetada por Oscar Niemeyer, a Governadoria, a Vice-Governadoria e as Secretarias de Estado de Planejamento e Gestão e de Governo. Cerca de 16 mil servidores serão transferidos ao longo do primeiro semestre.

No ar

No Brasil, três obras ficaram famosas por desafiarem a engenharia, o Museu de Arte de São Paulo (Masp), a ponte Octávio Frias de Oliveira, em São Paulo, e a ponte Hercílio Luz, em Florianópolis (SC). O prédio da Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais, com quatro andares, envidraçado, está suspenso pelo teto por apenas duas colunas. Tem vão central de 80 metros e duas balanças de 35 metros. Ou seja, tem o comprimento de 150 metros




Participativo/
O relator-geral do Orçamento, deputado federal Geraldo Magela (PT-DF), discute, hoje, às 9h, a previsão de gastos e investimentos do governo federal para 2010. Participarão do debate os representantes do Fórum Brasil do Orçamento (FBO), que reúne entidades de todo o país que acompanham a execução do orçamento público. Além de apresentar propostas, se discutirá a destinação de recursos para o incentivo à participação das entidades civis no controle dos gastos públicos.

Traslado/
A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou, em caráter terminativo, proposta que obriga o governo a arcar com os custos de repatriação de brasileiros falecidos no exterior quando sua família for de baixa renda. Preocupado com o impacto no orçamento da estrutura consular, o Itamaraty não gostou da iniciativa. O Ministério do Planejamento também está ressabiado com a nova despesa.

Cautela/ Apesar da vontade de ser vice na chapa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP), não deve abandonar a agenda no interior paulista. Para todos os efeitos, até as convenções partidárias de 2010, o peemedebista não quer descartar a possibilidade de disputar a reeleição a deputado federal.

Armas/ A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou uma PEC que proíbe, pelo prazo de 10 anos, o arrocho de verbas destinadas ao reaparelhamento das Forças Armadas. Pela proposta, os recursos também não poderão ser usados para engordar o superávit, durante o período.

Ciro sofre ataque especulativo do PT

Partido de Lula ameaça governadores do PSB com rompimento de alianças regionais e endurece jogo para que legendas aliadas não fechem com socialista

Luiz Carlos Azedo

Desde que ultrapassou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), nas pesquisas de opinião, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) sofre um ataque especulativo dos petistas para desistir da candidatura a presidente da República. Além de pressionar os governadores da legenda — Eduardo Campos (PE) e Cid Gomes (CE), candidatos à reeleição, e Vilma Maia (RN) — com a ameaça de romper as alianças regionais, o PT força a barra com os partidos aliados para não aderirem à candidatura do socialista.

Na única conversa da cúpula do PSB com Luiz Inácio Lula da Silva sobre a sucessão de 2010, Ciro reiterou que pretende disputar a Presidência. Lula enfatizou que prefere uma eleição plebiscitária, com uma candidatura única da base contra a oposição, mas disse que não pretende pedir a retirada da candidatura de Ciro, porque foi candidato quatro vezes e entende a posição de seu ex-ministro.

Segundo o líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), Ciro não pretende ser candidato a governador. “Ele transferiu o domicílio eleitoral para São Paulo com o objetivo de manter o diálogo com o PT.” Essa mudança, porém, manteve as esperanças do Planalto de deslocar a candidatura de Ciro para o governo paulista e levou à intensificação das pressões do PT sobre o PSB. O ex-ministro José Dirceu, uma espécie de eminência parda nos bastidores da sucessão de 2010, tentou convencer o governador Cid Gomes a patrocinar a retirada da candidatura de Ciro e ouviu um sonoro não: “Só trato das eleições a partir de março do ano que vem”, disse-lhe o irmão de Ciro.

A resposta do PT veio a galope, numa entrevista da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, à imprensa local. Ela ameaçou se lançar candidata contra a reeleição de Cid Gomes se Ciro não retirar a candidatura. O recado serve também para Eduardo Campos, que precisa do apoio do PT para enfrentar a candidatura do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). O ex-prefeito do Recife João Paulo, que integra o secretariado de Campos, é uma carta na manga do PT para forçar Campos a operar a remoção de Ciro.

Confusão
O problema é que o PT está à beira de um ataque de nervos por causa do crescimento de Ciro, sem contar com a confusão na seção paulista da legenda. A ex-prefeita Marta Suplicy (PT), por exemplo, lidera a mobilização contra a candidatura de Ciro em São Paulo, em franca oposição à tese de Lula. “Essa discussão somente serviu para alavancar a candidatura a Ciro, prejudicando Dilma, não resolve nosso problema em São Paulo”, critica o deputado Carlos Zaratinni (PT-SP), aliado de Marta Suplicy.

Enquanto Ciro não se decide, não faltam candidatos petistas sem o respaldo de Lula. O mais carismático é o senador Eduardo Suplicy. Mas também são pré-candidatos o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o prefeito de Osasco, Emídio de Souza. O ministro da Educação, Fernando Haddad, e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia, aparentemente, desistiram da candidatura. Lula, porém, avalia que nenhum deles resolve o problema eleitoral de Dilma em São Paulo. A solução é Ciro Gomes disputar o Palácio dos Bandeirantes.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

As duas hipóteses


Por Luiz Carlos Azedo

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Direto do purgatório, onde aguarda um veredito sobre suas estrepolias em vida, o Barão de Itararé (1895-1971) resolveu aplicar à sucessão do presidente Lula a sua velha teoria das duas hipóteses, segundo a qual, em qualquer situação desfavorável, sempre poderia haver uma situação pior ainda. As conjecturas psicografadas do gaúcho Apparício Fernando de Brinkerhofer Torelly (este era seu verdadeiro nome), criador do jornal humorístico A Manha, são as seguintes:

A ministra Dilma Rousseff (PT) tenta por todos os meios recuperar a posição de candidata mais competitiva do governo, frente ao favoritismo do governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Foi ultrapassada pelo ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PSB), que se tornou o principal adversário do tucano. Há duas possibilidades: a petista conseguir seu objetivo e Ciro desistir da disputa, concorrendo ao governo paulista; ou Ciro não desistir, estando em segundo ou terceiro lugar, não importa.

A fricção


Na primeira hipótese, haveria uma eleição plebiscitária, Serra versus Dilma, polarizada pelo discurso governista da “continuidade” contra “o retrocesso” à era FHC, que é tudo o que Lula quer. Porém, todo plano tem fricção, nunca acontece como foi concebido. Vamos supor, segundo o Barão, que a estratégia seja tão bem-sucedida, graças à economia bombando em 2010, que Serra desista e resolva concorrer à reeleição. O candidato da oposição seria o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), com o discurso do “avanço pós-Lula”. É tudo o que Lula não quer, pois acredita piamente que Serra é seu freguês de carteirinha.


A dúvida


Por enquanto, a segunda hipótese do Barão, entretanto, sobrevive: Ciro continuaria na disputa, com sua tese de que seria melhor ter duas candidaturas da base do que uma para garantir o segundo turno (com ele contra Serra, é claro). Qual seria a postura de Lula se Dilma não emplacasse? Vencer com Ciro ou assumir a posição de magistrado, deixando o pau quebrar entre o tucano e o ex-tucano? Correr o risco de perder novamente ou ficar bem com quem ganhar? Segundo o Barão, tais perguntas são novas hipóteses de sua curiosa e inesgotável teoria.

Não sabe//

Patrícia Pillar, que acaba de lançar um documentário sobre o falecido cantor romântico Waldick Soriano, toca a vida de artista sem expectativa em relação ao futuro, principalmente quanto a ser ou não ser primeira-dama. “A situação é muito confusa, prefiro não pensar nisso”, explica a mulher de Ciro Gomes.


Ofensiva

Depois de descolar o PDT e o PCdoB da candidatura de Ciro, Dilma Rousseff se reúne nesta semana com a bancada do PR, liderada pelo deputado Sandro Mabel, de GO, numa ofensiva ao centro que começou junto à bancada do PRB, partido do vice-presidente da República, José Alencar. A estratégia do Palácio do Planalto é asfixiar a candidatura de Ciro, deixando-o sem tempo de televisão.


Xeque


O governador do Ceará, Cid Gomes, em reunião com deputados estaduais, ameaçou não se candidatar à reeleição se o PT lançar a candidatura da prefeita de Fortaleza, Luiziane Lins, em retaliação ao seu apoio à candidatura do irmão, Ciro Gomes. O gesto foi interpretado como uma ameaça de apoio ao tucano Tasso Jereissati (foto), aliado histórico dos Gomes, que pode ser candidato ao governo do estado.


Não chega


A Receita Federal do Brasil intensificou o combate ao comércio irregular de mercadorias estrangeiras, principalmente produtos eletrônicos, encaminhadas por intermédio de encomendas domésticas pelos Correios. O valor das apreensões chega a R$ 784.857,50


Balanço/
O estado-maior do PSB se reúne hoje em Brasília. O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, os deputados Márcio França (SP) e Rodrigo Rollemberg (DF), e o senador Renato Casagrande (ES) farão um balanço da ofensiva de Dilma para isolar a candidatura de Ciro Gomes (PSB) na base aliada. Segundo Rollemberg, é preciso ter cabeça fria e não aceitar provocações dos setores petistas que querem provocar um rompimento com Ciro por interesses regionais.

Ciranda/ O Ministério da Fazenda estuda medida mais inteligente do que a cobrança de imposto de renda sobre as cadernetas de poupança com mais de R$ 50 mil para evitar a evasão das aplicações dos fundos de investimento. A ideia é aumentar a remuneração paga aos investidores, que hoje é menor do que a da caderneta por causa da queda da taxa de juros Selic. Medida antipática, a cobrança do imposto de renda sobre as cadernetas virou bandeira de oposição nas mãos do presidente do PPS, Roberto Freire.

Guru/A convite do secretário-geral do Itamaraty, embaixador Samuel Guimarães, o assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia fará uma palestra hoje no Ministério das Relações Exteriores para integrantes da alta burocracia federal. Profundo conhecedor da esquerda latino-americana, Garcia explicará a política do presidente Lula para o Continente. Destaques para a relação com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e a situação de Honduras.

Aeroportos/ Presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira prepara um novo modelo de concessão para os aeroportos. Faz segredo da lista dos que serão privatizados. “A decisão de qual aeroporto receberá o benefício e quantos não é decisão da agência e, sim, do governo federal”, garante. Deve entregar o documento ao Ministério da Defesa e à Casa Civil até dezembro.

Com Guilherme Queiroz

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

domingo, 11 de outubro de 2009

Cid, Ciro e Eduardo

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos, e do Ceará, Cid Gomes, andam se estranhando. Nos bastidores do PSB, travam uma batalha pelo controle político da legenda, que está sob forte pressão do governo por causa da candidatura de Ciro Gomes (PSB-CE) a presidente da República. Com a candidatura de Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao governo de Pernambuco, noticiada em primeira mão pela coluna, Campos prefere manter a aliança com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apoiar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, consolidando sua aliança com o PT no estado. Não pode se dar ao luxo de abrir uma segunda frente eleitoral contra o PT, preço da manutenção da candidatura de Ciro ao Palácio do Planalto.

Ciro transferiu o domicílio eleitoral para São Paulo a pedido de Campos. Mantém, assim, a possibilidade de refluir para a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes. Mas tem reiterado a tese de que é melhor a base governista ter dois candidatos à Presidência e afirma que pretende disputar a sucessão do presidente Lula, não o governo paulista. Sua candidatura, porém, está sendo isolada. Sobrevive graças às pesquisas de opinião e à mobilização da bancada federal, da qual faz parte como deputado mais votado do país. Se for ultrapassado por Dilma nas pesquisas, Ciro enfrentará uma crise partidária. Habilidoso, Eduardo Campos espera a hora da onça beber água e evita um confronto aberto com Cid.

Palanque único

O governador da Bahia, o petista Jaques Wagner (foto), propôs à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que o governo acabe com as firulas e feche com uma só candidatura nos estados. Seria o caminho para a ministra ser a candidata única da base governista. Ou seja, nem ela abre espaço para o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), nem ele para Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV) na Bahia.

Diretas já

O senador Renato Casagrande, do PSB-ES, apresentou proposta de emenda constitucional prevendo eleição direta para prefeito, governador e presidente da República quando houver vacância do cargo até o cumprimento do terceiro ano do mandato. No caso de impedimento no último ano de mandato, a escolha será indireta, como ocorreu em Tocantins, onde a Assembleia Legislativa elegeu governador o deputado Carlos Henrique Gaguim, em substituição a Marcelo Miranda, cassado pela Justiça Eleitoral.


Segundo

O deputado Leonardo Prudente (DEM) convidou o empresário Roberto Carlos II, filho do cantor Roberto Carlos, a apresentar na Câmara Legislativa a palestra É preciso saber viver. Dudu, como é conhecido, faz seminários para motivar deficientes a superar suas dificuldades. Cego, é publicitário e apresenta um programa de rádio. Além de escrever para revistas e jornais, viaja por todo o país dando palestras de motivação.

A reboque

Um dos fiadores do pré-compromisso com o PT para 2010, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), será o primeiro a tratar, na quarta-feira, de aliança estadual com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alves tenta levar o PMDB a apoiar a candidatura do PSB. Seu primo e senador, Garibaldi Alves Filho (foto), que irá a tiracolo e defende aliança com o DEM, tenta postergar o acordo.


Miserê

Segundo a Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mesmo considerando o Bolsa Família, metade das famílias brasileiras vivia, em 2008, com rendimento per capita inferior a R$ 415

Caixa-preta/ Sindicatos patronais das escolas particulares se mobilizam contra a proposta do deputado Brizola Neto (PDT-RJ), aprovada na Comissão de Educação, que obriga as instituições a divulgarem balanços financeiros semestrais para dar transparência aos reajustes nas mensalidades. O projeto já está no Senado.

Pautão/
Tem 44 requerimentos, 70 projetos de lei, quatro projetos de resolução e 20 propostas de emenda à Constituição (PECs) o “pautão” que o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), discutirá com os líderes partidários, na terça-feira. A lista final deve acomodar apenas o passível de votação nas próximas quatro semanas. Após 10 de novembro, a pauta será exclusiva para o marco regulatório do pré-sal.

Órfãos/
O PDT reforçou a legenda com alguns órfãos do carlismo na Bahia. Entre eles, o deputado José Carlos Araújo, Félix Mendonça Jr. — filho do deputado Félix Mendonça — e o presidente da Assembleia Legislativa, o ex-tucano Marcelo Nilo. Todos são governistas.

Alinhamento/ A Igreja Universal concentra esforços para consolidar o PRB como braço político da congregação. Dispersos em outras legendas, seis dos oito deputados ligados à igreja migraram para o partido: George Hilton (MG), ex-PP; Márcio Marinho (BA) e Ricardo Quirino (DF), ambos ex-PR; Flávio Bezerra (CE) e Antônio Bulhões (SP), que eram do PMDB; e Eduardo Lopes (RJ), ex-PSC. Ficaram de fora os deputados Vinícius de Carvalho (PTdoB-RJ) e Paulo Roberto Pereira (PTB-RS).

sábado, 10 de outubro de 2009

Lula e “El Gorilette”

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br


O presidente Lula usa todo o peso de seu prestígio internacional para isolar Honduras, mas o Itamaraty sabe que a volta do ex-presidente Manoel Zelaya ao poder é quase inviável. No plano interno, como foi constatado pela delegação de parlamentares que visitou o país, o presidente golpista Roberto Micheletti tem o controle da situação. “El Gorilette” conta com o apoio das demais instituições do país — Congresso, Judiciário e Forças Armadas —, que não querem a volta de Zelaya. A oposição, alicerçada nos movimentos sociais e nos partidos de esquerda, não tem como promover uma insurreição e tomar o poder a curto prazo, apesar do apoio externo. É uma questão de conjuntura e correlação de forças.

Apesar das retaliações diplomáticas e comerciais sofridas pelo governo de Honduras, como as eleições presidenciais estão previstas para novembro, o presidente de fato pode resistir no cargo até que elas ocorram. Ou seja, como a intervenção do presidente Lula se deu apenas no plano diplomático — é política, não é militar —, com o transcorrer do tempo, a equação cada vez mais passa a ser a volta de Zelaya ou a eleição de novo presidente no prazo constitucional.

Reeleição

Em tempo: Zelaya foi destituído porque quis mudar a Constituição para se candidatar à reeleição e convocou um plebiscito com esse objetivo, estimulado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Se desistisse de disputar as eleições, talvez conseguisse voltar ao cargo, mas não é esse o seu objetivo. Quer voltar ao poder para disputar as eleições. Esse é o impasse. “A única solução é a realização das eleições previstas para novembro, com Zelaya e Micheletti fora da disputa”, aposta o deputado Raul Jungmann, do PPS-PE, que chefiou a delegação de seis deputados que esteve em Honduras.

Pinel

Ontem, Dia Mundial da Saúde Mental, o Ministério da Saúde liberou uma verba para apoio a iniciativas de cultura, arte e geração de renda para pessoas com transtornos psíquicos, usuários de álcool e drogas: R$ 1,8 milhão


Disciplina

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (foto) trabalha para ser candidato a governador pelo PT em São Paulo, unificando as correntes da legenda. Porém, garantiu ao presidente Lula que não é obstáculo ao acordo com Ciro Gomes. A cautela do ministro abriu espaço para o surgimento de outros pretendentes, como o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). O ministro da Educação, Fernando Haddad, também pretendia entrar na disputa, mas foi abatido na pista pelo furto e vazamento da prova do Enem.

Andarilho

O vice-governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB), percorreu 86 municípios, nos últimos três meses, para construir sua candidatura ao Palácio da Liberdade. Nas próximas semanas, o número de cidades visitadas pelo escolhido do governador Aécio Neves chegará a 104 cidades.

Saia justa

A ministra Dilma Rousseff (PT) ficou na maior saia justa, ontem, na Bahia, por causa do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), candidato ao governo da Bahia. Convidada do governador petista Jaques Wagner, que mandou rezar uma missa para Dilma na Igreja do Bonfim, a ministra teve que dar carona para Geddel voltar à Bahia. Para não acender uma vela pra Deus e outra pro Diabo, Dilma largou Geddel no aeroporto e foi ao Palácio de Ondina, onde se reuniu por duas horas com Wagner antes de ir para a festa do presidente da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima. Quem estava lá? Geddel Vieira Lima.

Limpeza/ O Executivo deflagrou esforço para descongestionar a pauta da Câmara dos Deputados para evitar atrasos na votação dos projetos do pré-sal, que vão à pauta daqui a cinco semanas. Ontem, o Palácio do Planalto retirou o regime de urgência constitucional de um projeto de lei que prevê a ampliação de uma reserva extrativista na Bahia. Texto idêntico fora inserido na MP 462, aprovada há duas semanas.

Pacote/ Além de pedir o mandato por infidelidade partidária, o PDT quer tirar do deputado Severiano Alves (PMDB-BA) a presidência da Comissão de Relações Exteriores e entregar o comando ao vice-presidente, Damião Feliciano (PDT-PB). Os pedetistas defendem que o colegiado foi dado ao partido na distribuição proporcional das comissões.

Cerca/ Terra da mais infiel entre as bancadas federais, a Bahia se destacou também pelo troca-troca partidário em sua Assembleia Legislativa. Dos 63 deputados estaduais, 10 mudaram de legenda. O PDT foi o mais beneficiado: abocanhou para a base do governador Jaques Wagner (PT) quatro parlamentares da oposição.

Atrasado/ De chegada inicialmente prevista para o início de setembro, o novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, ainda não desembarcou em Brasília. Seu nome precisa ser aprovado pelo Senado americano, imerso na discussão da reforma no sistema nacional de saúde proposto pelo presidente Barack Obama.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense






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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O preferido da FAB

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Até o fim de outubro, depois de sucessivos adiamentos, a Comissão Gerencial do Projeto F-X2 deverá concluir os trabalhos de avaliação das propostas enviadas pelas empresas concorrentes à venda dos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). Não será nenhuma surpresa se os brigadeiros derem o troco no anúncio precipitado de compra dos caças Rafale pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a visita do presidente da França, Nicolas Sarkozy, e descartarem o modelo francês como primeira opção de compra. Nada impedirá que o presidente Lula compre os Rafale assim mesmo, mas será uma tremenda saia justa explicar o porquê da preferência por um avião muito mais caro que os demais.

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, que chegou a pensar em pegar o bibico e ir pra casa quando Lula atropelou a comissão, não esconde de seus interlocutores que prefere o Gripen NG, da Saab, um caça sueco. Seria mais barato e possibilitaria aos oficiais engenheiros da FAB participar não só da construção, mas também do desenvolvimento do projeto. Os “caçadores” preferem pilotar o F-18 Super Hornet, da Boeing.


Candidato//

Fora da corrida pelo Palácio do Buriti, o senador Cristovam Buarque (PDT) almoçou com o petista Agnelo Queiroz na quarta-feira. A iniciativa partiu do presidente do PT-DF, Chico Vigilante, interessado em encorpar a aliança de 2010. O distrital José Antônio Reguffe (PDT) estava presente, mas defende candidatura própria.


Pacto

Formada por mais de 60 especialistas em diversas áreas, sob comando do brigadeiro Dirceu Nôro, a comissão especial da FAB tende a fazer uma avaliação rigorosamente técnica, apesar das pressões do ministro da Defesa, Nelson Jobim, para que não crie problemas para o presidente Lula. As três empresas que disputam a bilionária concorrência da FAB melhoraram suas propostas para atender às exigências de preço e transferência de tecnologia, mas o pacto de cooperação militar entre Lula e Sarkozy está fechado, principalmente por causa do submarino nuclear que a Marinha pretende construir. O fato é que a França se tornou a principal parceira estratégica do Brasil na política mundial, em detrimento dos Estados Unidos.


Suburbano

Uma das prioridades do governo federal para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 é a construção do trem-bala, ligando as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. O morador de Mesquita, aquele eterno sofredor que balança mas não cai dos trens da antiga Central do Brasil, não gostou nem um pouco da notícia. Já estava na bronca com a construção do metrô para a Barra da Tijuca, prioridade do governo estadual, enquanto há décadas os trens dos subúrbios estão abaixo da crítica.


Ofensiva

A intensificação da agenda da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, tem como objetivo desestabilizar a candidatura à Presidência da República do deputado Ciro Gomes, do PSB-CE, e forçá-lo a concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. A tese da candidatura única que a ministra defende, porém, não terá eficácia enquanto ela estiver atrás de Ciro nas pesquisas de opinião.


Empregos

O Sistema Nacional do Emprego (Sine) completou 34 anos de atuação com o saldo de 13 milhões de trabalhadores empregados desde o início do seu funcionamento, dos quais 1,06 milhão conseguiram ingressar no mercado apenas no ano passado. Este ano, apesar da crise, o órgão do Ministério do Trabalho já levou emprego a 754.593 trabalhadores


Recepção

Uma ala do PMDB de Goiás, liderada por vereadores de Goiânia, levanta resistência contra a indicação do neopeemedebista e presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para disputar o Senado. Os descontentes prometem lançar um candidato próprio para disputar a vaga nas convenções partidárias do ano que vem.



Pressa/ Para evitar atrasos, as comissões especiais que analisam o marco regulatório do pré-sal, na Câmara dos Deputados, não abrirão novo prazo para emendas depois da leitura dos relatórios. Parecer da Mesa Diretora da Casa, consultada pelo presidente da comissão que analisa a capitalização da Petrobras, deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), garante que novas emendas terão de ser analisadas em plenário.

Gravado/ O PDT incluirá vídeos nas ações para retomar na Justiça Eleitoral os mandatos dos três deputados federais — Severiano Alves (PMDB-BA), Sérgio Brito (PSC-BA) e Davi Alves Júnior (PR-MA) — que deixaram a legenda no recente troca-troca partidário. Os pedetistas deixaram gravado, na época em que foi instituída a cláusula de fidelidade, o compromisso de permanecerem na legenda até 2010.

Precaução/ O ex-ministro José Dirceu tem estimulado o PT do Ceará a lançar candidato próprio contra o governador Cid Gomes (PSB), que tentará a reeleição. Caso prospere a candidatura de Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência da República, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, precisará de um palanque petista no estado.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Vice estressa o PMDB

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

O tema de fundo da reunião dos caciques do PMDB, terça-feira, no apartamento do líder do partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), foi a indicação do vice na chapa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). De um modo geral, eles avaliam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem muita pressa em obter o apoio da legenda, mas nenhuma para definir o nome do vice de sua candidata. A maioria dos caciques apoia por inércia o nome do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (SP). A pulga atrás da orelha é o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que se filiou à sigla e pode ser uma espécie de anfíbio de Lula na montagem da chapa.

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Temer tem o apoio maciço da bancada de deputados federais — exceto dos aliados dos governadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), que ficaram de bico fechado na reunião —, mas não conta com o entusiasmo dos senadores. O presidente do Senado, José Sarney (AP), e o líder da bancada na Casa, Renan Calheiros (AL), mantêm uma disputa de influência com Temer e apoiariam de bom grado qualquer outro peemedebista da preferência do presidente Lula, como o ministro das Comunicações, Hélio Costa, que de quebra resolveria o problema da aliança em Minas Gerais.


Dissidência//
A cúpula do PMDB quer reduzir as dissidências a, no máximo, cinco estados. São dados como perdidos acordos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. Paraná e Ceará têm problemas, mas deverão fechar com Dilma Rousseff (PT).


Candidato

Não passou despercebido o gesto do senador Eduardo Suplicy (SP), na reunião da legenda em São Paulo, ao colocar o nome à disposição da sigla para disputar o governo de São Paulo. A cúpula do partido teme que Suplicy resolva exigir prévias para a escolha do candidato, lançando sua candidatura contra os demais pretendentes. Sepultaria qualquer possibilidade de acordo com Ciro Gomes (PSB).


Ministros

Os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, da Saúde, José Gomes Temporão, e da Agricultura, Reinhold Stephanes, compareceram à reunião da cúpula do PMDB. Lobão ressaltou que a legenda participa decisivamente do governo, ocupando áreas estratégicas, e que não tem o menor sentido mudar o rumo político do PMDB na sucessão de Lula.


Mudo

Principal articulador da oposição dentro do PMDB, o deputado Eliseu Padilha, do RS, entrou mudo e saiu calado da reunião dos caciques do PMDB. Padilha faz um balanço mensal da disputa existente nos diretórios do PMDB, que deve ter um desfecho em dezembro, depois das convenções municipais (outubro) e estaduais (novembro). Pelos estatutos, o mandato da atual direção não pode ser prorrogado novamente.


Socorro
O Conselho Monetário Nacional (CMN) liberou uma linha de crédito adicional para os estados em dificuldade com a queda da receita federal e consequente redução dos repasses para o Fundo de Participação dos Estados: R$ 6 bilhões


Pré-sal

Presidentes e relatores das comissões especiais do pré-sal, em reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, do PMDB-SP, definiram a ordem de votação dos quatro projetos que compõem o novo marco regulatório do petróleo da camada pré-sal: critérios de partilha, criação da Petro-Sal, capitalização da Petrobras e criação do Fundo Social. Dia 22 de outubro é o prazo para entrega dos pareceres dos relatores.



Mulheres/ Deputadas e senadoras do PT estiveram com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na noite de terça-feira e prometeram organizar uma reunião ampliada com a bancada feminina da base aliada do governo para reforçar o apoio à candidatura da ministra a presidente da República em 2010. A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) coordena o evento.

Advogados/ Todas as entidades ligadas ao Fórum Nacional – que representam as carreiras da Advocacia Pública Federal – formalizaram, por meio de documento, o apoio à candidatura de Francisco Caputo na sucessão pela presidência da OAB-DF. O Fórum Nacional reúne carreiras com reivindicações muito específicas.

Vistos/
No lançamento do voo direto Brasília-Atlanta, ontem, o vice-governador Paulo Octávio defendeu a aprovação pelo Congresso Nacional da lei que acaba com a obrigatoriedade dos vistos de entrada para os norte-americanos no Brasil.“Como outros países não cobram o visto, o Brasil acaba perdendo esses visitantes, que são os mais gastam e mais viajam pelo mundo”, argumenta.

Barraco/ Os deputados Laerte Bessa (PSC-DF) e Alberto Fraga (DEM-DF) quase saíram no tapa em almoço da bancada do Distrito Federal. Fraga apresentou um projeto que beneficia os bombeiros da PM. Bessa fez uma emenda estendendo as vantagens para mais 10 mil policiais militares, o que levará o governo federal a vetar o projeto como um todo. A turma do deixa-disso apartou a briga.

No escuro/ Após acalorado debate no plenário da Câmara, o governo conseguiu aprovar um aumento de 2% no valor da conta de luz. A nova tarifa, segundo o vice-líder do Democratas na Casa, José Carlos Aleluia (BA), está maquiada no artigo 6º da Medida Provisória (MP) nº 466/09.

Tiro pela culatra

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz


Tiro pela culatra Os petistas de São Paulo, dentre eles a ex-prefeita Marta Suplicy,
estão mesmo convencidos de que a transferência do domicílio eleitoral de Ciro Gomes (PSB) para São Paulo — diga-se de passagem, por insistência do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva — foi um erro crasso. Na prática, o lançamento de
sua candidatura a governador de São Paulo pelo Palácio do Planalto serviu para alavancar a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, em prejuízo de Dilma Rousseff (PT).
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Não faltam no PT aqueles que acreditam na infalibilidade do presidente Lula,
considerado por seus companheiros um articulador político sofisticado. Essa ala
petista ainda acredita na possibilidade de Ciro desistir da candidatura
presidencial — ou ser atropelado pela cúpula do PSB — e acabar candidato ao
Palácio dos Bandeirantes. A maioria, porém, avalia que a legenda não pode ficar
imobilizada até junho de 2010, à espera de Ciro decidir a vida. Quer lançar um
candidato puro-sangue, de preferência o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci,
que tem mais capacidade de unir as diversas alas do partido.

GRIPE


O presidente da República em exercício José Alencar liberou crédito suplementar
para o combate à gripe suína (aquisição de vacinas, medicamentos,equipamentos para
hospitalização e material de diagnóstico,além do aumento no número de leitos de UTI
e capacitação de profissionais de saúde)no valor de R$ 2,1BILHÕES

Pressão//

Os líderes de partidos na Câmara dos Deputados querem
definir a pauta de votação até o fim do ano. O acerto precoce, a 80 dias do
recesso parlamentar, tem como objetivo neutralizar os lobbies de setores da
sociedade, que se intensificaram depois que a Casa pôs as votações em marcha.

Aposentados


O presidente da Câmara dos Deputados,Michel Temer (PMDB-SP), remeteu para a
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) as propostas que tratam do fim do fator
previdenciário e da equiparação do reajuste das aposentadorias ao índice do salário mínimo. Os projetos estavam em negociação na Comissão de Finanças e Tributação (CFT), mas o prazo de votação expirou. Na prática, a contragosto do
governo, o teor dos projetos selados há um mês será renegociado no plenário.

Fitinha

Recuperada de um câncer no sistema linfático, a ministra-chefe da Casa Civil,
Dilma Rousseff, vai a Salvador, na sexta-feira,agradecer a Nosso Senhor do Bonfim a
notícia de que não há vestígios da doença em seu corpo. Aproveita a agenda montada pelo governador Jaques Wagner (PT) para autorizar a duplicação da BR-316.

Prata da casa

O novo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (foto), foi
apresentado ontem à bancada do PT no Congresso. Os companheiros se queixavam
de serem preteridos pela articulação política desde a saída de José Dirceu da Casa
Civil. Padilha é petista de carteirinha desde os tempos da UNE.



Recompensa/
Convencido a
não trocar o DEM pelo PSB,
partido no qual deu um bolo,
semana passada, o senador
Adelmir Santana (DF) está
cotado para assumir a Secretaria
de Desenvolvimento Econômico,
no lugar do vice-governador
Paulo Octávio.

Garotada/ O procurador-geral
da República, Roberto Gurgel,
assinou portaria para a
contratação de aprendizes pelo
Ministério Público Federal. O
menor deve estar inscrito no
Cadastro Nacional de
Aprendizagem, ter entre 14 e 18
anos, frequentar no mínimo o 9º
ano do ensino regular e estar
matriculado em programa de
aprendizagem com duração
mínima de 12 meses.

Chega mais/ No esforço de
aproximação aos partidos da
base aliada, a ministra-chefe da
Casa Civil, Dilma Rousseff,
receberá a bancada do PR no
Congresso Nacional para jantar,
na próxima terça-feira. Os
republicanos têm uma queda
pela candidatura presidencial do
governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), com quem
jantaram meses atrás no Palácio
da Liberdade.

Motoqueiros/ Harleyros da
Argentina, Chile e de todo o
Brasil já rumam para Belo
Horizonte, para uma
homenagem ao legendário
Capitão Senra, 76 anos,
presidente dos Águias de Aço.
Ex-batedor do Exército, Senra
comandou a escolta do
presidente Juscelino Kubitschek.
A concentração será sábado,na Praça do Papa.

Publicada quarta-feira, dia 7, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Orçamento olímpico

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

O governo pretende rever o Orçamento de 2010 — assim como a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2010-2011 — para incluir os gastos com as obras das Olimpíadas de 2016, que precisam ser iniciadas o mais rápido possível. O relator da Comissão Mista de Orçamento, deputado Geraldo Magela (PT-DF), que já está em dificuldades por causa das emendas individuais dos parlamentares, terá que administrar o novo quebra-cabeças do remanejamento de verbas. Cada deputado terá direito a R$ 10 milhões, mas querem mais R$ 4 milhões.

***

Para capitalizar a conquista dos maiores eventos no calendário esportivo mundial, o governo lançará o PAC do Esporte, no primeiro trimestre de 2010. O programa será uma compilação de investimentos na formação de atletas e de obras do PAC relacionadas à infraestrutura da Copa do Mundo de 2014, dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Mundiais Militares de 2011, os dois últimos sediados no Rio de Janeiro. É claro, a garota propaganda de tudo isso será a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Extra

Para viabilizar as Olimpíadas, o Senado aprovou a toque de caixa e o presidente em exercício José Alencar sancionou, em 1º de outubro, o Ato Olímpico, uma legislação específica com os encargos do governo federal exigidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Foi publicado numa edição extra do Diário Oficial, momentos antes da reunião do COI. Com a lei, o Brasil terá a obrigação de combater a pirataria e adotar a legislação antidoping.

Vila

Antes da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, o primeiro teste do Brasil como sede de megaeventos esportivos serão os V Jogos Mundiais Militares, em 2011, no Rio de Janeiro. A olimpíada militar tem gastos de R$ 580 milhões previstos no Orçamento de 2010, a maior parte para a construção de uma vila olímpica que não deve ser aproveitada em 2016. Custará R$ 300 milhões


Expediente


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) baixou resolução obrigando servidores do Judiciário a cumprir jornada de trabalho de 40 horas semanais. Para o diretor da OAB Nacional, Ophir Cavalcante Junior, a medida é salutar. “Precisamos acabar com a cultura reinante no Judiciário.”


Eletrobrás


A Comissão de Minas e Energia da Câmara realiza seminário, hoje, sobre renovação de concessões do setor elétrico, que em sua maioria vencerão em 2015. Participam dos debates o ministro de Minas Energia, Edison Lobão (foto), e do presidente da Aneel, Nelson Hubner. O governo quer transformar a Eletrobrás numa potência energética na América Latina.

Cartórios

A Associação dos Notários e Registradores do Brasil estima que mais de mil cartórios de pequenos municípios brasileiros poderão fechar se a PEC dos Cartórios (nº 471/05) não for aprovada, privando pequenas cidades de serviços básicos, como reconhecimento de firma ou um simples registro de nascimento. O assunto será discutido amanhã em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. O lobby dos cartórios é fortíssimo. Quer evitar que a função de tabelião passe a ser ocupada apenas por concurso.


Pirajá


Virou borrasca a eleição da nova comodoria do Iate Clube de Brasília, hoje, das 11h às 21h, na qual duas chapas se digladiam, uma da situação (Orgulho de ser Iate), encabeçada por Gilson Machado da Luz, e outra de oposição (União e Transparência), liderada por Mário Sérgio da Costa Ramos. Para resumir a ópera, a turma da náutica quer assumir o comando do clube, depois de 16 anos de hegemonia dos tenistas. O comodoro Édson Carvalho de Mendonça deixa o cargo desgastado por causa do último leilão de títulos patrimoniais do Iate (custam R$ 42mil), que foi anulado pelo Conselho Deliberativo por supostas irregularidades na venda de 12 títulos excluídos do edital.


Direto/
A Delta Air Lines anunciará amanhã o voo Brasília-Atlanta (EUA), sem conexão. O vice-presidente para América Latina e Caribe da empresa, Christophe Didier, e o vice-governador Paulo Octávio fecharam o acordo para viabilizar a nova rota.

Satélite/ Apeado da presidência do PSC do Distrito Federal para a acomodação de aliados do ex-governador Joaquim Roriz, Egmar Tavares assinou a ficha de filiação ao PTdoB. Apesar da destituição, Tavares mantém-se num partido da órbita de Roriz.

Desnorteados/ Nem os partidos conseguiram acompanhar o troca-troca promovido pelos deputados federais. A assessoria do PSDB, por exemplo, procurou ontem o PPS para confirmar se o deputado Geraldo Thadeu (SP) realmente havia deixado a legenda para se filiar aos tucanos.

Estrogonofe/ O ministro da Educação, Fernando Haddad, atordoado com o cancelamento do Enem, não conseguia distinguir leite condensado de creme de leite, domingo, quando foi às compras num mercadinho do Lago Sul. Foi preciso a ajuda de um funcionário para salvar o filé mignon da receita de pudim.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

domingo, 4 de outubro de 2009

Dilma, cadê você?

por Luiz Carlos Azedoluizazedo.df@diariosassociados.com.br

com Guilherme Queiroz

A discussão sobre o novo marco regulatório do pré-sal na Câmara está à matroca, sem um articulador político do governo, apesar do grande número de emendas ao projeto original. Mãe do regime de partilha, mudança estratégica no sistema de exploração de petróleo adotado pelo país, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), mergulhou depois da trombada com o governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB), de cujo apoio depende eleitoralmente. As discussões sobre o Fundo Social, a Petro-Sal e a capitalização da Petrobras também estão à deriva.


***


O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), tentou pôr ordem na Casa e se reuniu com os presidentes das comissões, mas a discussão das propostas já ganhou asas próprias em razão da intensa atuação dos lobbies empresariais. Mas o maior problema é que a Fazenda, o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras não falam exatamente a mesma língua.


Centrífugas

As dúvidas sobre as propostas do governo aumentaram, em vez de serem esclarecidas nas audiências públicas das comissões especiais. Preocupado, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, faz corpo a corpo com relatores e presidentes das comissões especiais que examinam os projetos do novo marco regulatório do petróleo da camada pré-sal.


Na pressão

Os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Miro Teixeira (PDT-RJ) pressionam o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte, para resguardar o dispositivo constitucional que garante participação especial dos estados e municípios produtores nos royalties de petróleo da camada pré-sal. Relator da comissão especial, Alves pretende manter o texto enviado pelo governo e empurrar com a barriga a polêmica da partilha dos royalties, que ficará para lei complementar.


Julgamentos


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pretende que todas as ações distribuídas até 2005 sejam julgadas este ano. Para cumprir a meta, já foram julgados 1,459 milhão de processos. Nos últimos três meses, o Processômetro criado pelo CNJ mostra 668.673 ações julgadas

Celebridades//

O PDT paulista recebeu as fichas de filiação do ex-goleiro corintiano e roqueiro Ronaldo e do cantor Giovanni, da dupla sertaneja Gian & Giovanni. Ex-astro do futebol e ex-vereador comunista de São Paulo, Ademir da Guia se filiou ao PPS.

Puxadores

As movimentações na bancada do PMDB na Câmara dos Deputados podem prejudicar o desempenho da legenda nas eleições proporcionais. Grandes puxadores de votos do partido não vão disputar a reeleição, em 2010. No Rio de Janeiro, o campeão de votos, Geraldo Pudim (272 mil), foi para o PR. No Distrito Federal, Tadeu Filippelli (129 mil) deve concorrer ao Senado. Na Bahia, Geddel Vieira Lima (287 mil), único peemedebista eleito no estado, é candidato a governador. No Pará, Jader Barbalho (311 mil) será candidato majoritário. No Rio Grande do Sul, Eliseu Padilha (140 mil) é candidato ao Senado.

Vertical

Depois de intervir na Bahia para garantir a aliança com o governador Jaques Wagner (PT) em 2010, a direção nacional do PDT — leia-se o ministro do Trabalho, Carlos Lupi — alterou o comando de outros três diretório estaduais alinhados a adversários. Mudanças foram feitas na Paraíba, em Mato Grosso do Sul e no Amazonas. “Nossa meta é eleger 50 deputados federais”, justifica o líder do partido na Câmara, Dagoberto Nogueira (MS).



Boletos/ A Câmara dos Deputados estuda regulamentar a emissão de passagens aéreas para convidados das audiências públicas e sessões solenes realizadas na Casa. Até o escândalo dos bilhetes aéreos, as viagens eram custeadas pelas cotas dos parlamentares. Agora, não há regra que respalde a emissão de passagens para especialistas e personalidades chamados para os eventos.

Troca-troca/ A bancada mais desfigurada com as mudanças de partido foi a da Bahia. De seus 39 parlamentares, seis mudaram de legenda, efeito colateral da polarização entre o governador Jaques Wager (PT) e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB). Em seguida, vem a bancada do Rio de Janeiro, com quatro mudanças entre os 46 deputados, fruto da disputa entre o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o ex-governador Anthony Garotinho (PR).

Terrinha/
O ministro José Simpliciano já está arrumando as malas e vai deixar o Tribunal Superior do Trabalho (TST) no início de dezembro próximo. Ele retorna a Aracaju, onde nasceu, e vai reabrir o seu escritório de advocacia. Com a sua saída, a Região Nordeste ficará representada apenas por quatro ministros no TST. A vaga de Simpliciano é do Quinto Constitucional da OAB.

Indomável/
A governadora do Rio Grande Sul, Yeda Crusius (PSDB), às voltas com uma CPI que investiga o escândalo do Detran gaúcho, participa do programa Roda Viva, amanhã, às 22h, na TV Cultura. Preocupados com o desempenho da legenda nas eleições gaúchas do próximo ano, tucanos de alta plumagem querem que a governadora baixe a bola até a crise política ser domada. Yeda não está nem aí.

Hoje, na coluba Brasília/DF do Correio Braziliense

sábado, 3 de outubro de 2009

Rio-2016, gol de placa


Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

A escolha do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas de 2016, ontem, em Copenhague, comemorada com muito choro por toda a delegação brasileira, a começar pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi mesmo um gol de placa. E empatou o contencioso do Palácio do Planalto com a antiga Guanabara por causa do pré-sal. O governador Sérgio Cabral (PMDB)e o prefeito Eduardo Paes (PMDB), que já haviam baixado a bola nas críticas ao governo, estão sinceramente gratos à atuação decisiva de Lula na apresentação da candidatura vitoriosa do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos.

***
O discurso de Lula, aliás, foi um tremendo contraponto ao do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que entrou na disputa no último minuto do segundo tempo e fez uma apresentação burocrática. Obama se mandou do evento muito antes da votação, talvez prevendo a derrota de Chicago. A soberba do presidente dos Estados Unidos realçou o empenho da comitiva brasileira antes e durante o evento.

Dívida


Sérgio Cabral não arredará pé da posição em relação ao pré-sal, mas agora a sua aliança com Lula está mais firme do que nunca. A escolha do Rio aumentou a dependência do governo estadual e da prefeitura carioca ao Palácio do Planalto, principalmente por causa dos investimentos em transportes de massa (metrô) e segurança pública (ocupação dos morros), considerados os pontos mais críticos do projeto e que somente serão possíveis com recursos da União.


Segurança

Ao falar sobre as condições do Rio de Janeiro para receber as Olimpíadas, o governador Sérgio Cabral, além de prometer investimentos maciços na rede hoteleira, que precisa aumentar sua capacidade de 28 mil para 40 mil leitos, anunciou que pretende implantar um novo modelo de policiamento comunitário nas áreas carentes da cidade. Investirá em segurança pública mais de US$ 3 bilhões


Valeu


O vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), vibrava, ontem, com a vitória do Rio de Janeiro na disputa pela sede das Olimpíadas de 2016. “Teve gostinho de revanche. Perdemos a disputa com Atlanta para sediar as Olimpíadas de 1996, mas o Comitê Olímpico Brasileiro acumulou experiência com a nossa tentativa de trazer os Jogos Olímpicos para Brasília. A Cidade Maravilhosa merece”, explica.

Na rede

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes assinou acordo de cooperação com o Google Inc. para disponibilizar vídeos das sessões do STF e do Conselho Nacional de Justiça nas páginas do YouTube na internet. Será a primeira Suprema Corte no mundo a ter uma página oficial no portal.


Passa bem


Governador do estado de Sergipe, Marcelo Déda (foto) foi operado ontem, às pressas, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após exames de rotina que detectaram um nódulo pancreático, retirado com sucesso pelos médicos Marcel Cerqueira César Machado e Roberto Kalil Filho.



Salve Jorge/ O governador baiano Jaques Wagner (PT) quer preservar os objetos e documentos que fazem parte do acervo da Fundação Casa de Jorge Amado. Batizado de Salve Jorge, o projeto receberá R$ 180 mil do Banco do Nordeste (BNB) para digitalizar e disponibilizar na internet documentos e originais do autor de Gabriela, cravo e canela e Tenda dos milagres.

Jornada/ Em clima de paz e amor pré-campanha, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, jantará com a bancada do PDT no Congresso Nacional, na terça-feira. Marcado na casa do deputado sindicalista Paulo Pereira da Silva (SP), o cardápio incluirá um pedido de apoio à aprovação da proposta que reduz a jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais.

Baixa/ O PTB perdeu o comando da Superintendência de Seguros Privados, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda. O titular, Armando Virgílio, se filiou ao PMN de Goiás, partido da base lulista no plano federal, mas fechado com o senador oposicionista Marconi Perillo (PSDB) no plano estadual. Sem cargos no primeiro escalão, o PTB mantém agora apenas a Casa da Moeda sob sua alçada.

Capital/
O PSDB goiano arregimentou sua cota de empresários de peso para fazer frente à filiação do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao PMDB. A turma de neotucanos inclui José Batista Júnior, dono do Friboi, maior frigorífico do mundo; Carlos Alberto de Oliveira Andrade, do grupo Caoa; José Garrote, da Só Frango; e Alberto Borges, da Caramuru Alimentos.

Casquinha/ O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (DEM), ontem, no Twitter, beliscava para a oposição uma parte dos louros da conquista dos Jogos Olímpicos de 2016. “O trabalho realizado pelo (ex-prefeito) César Maia possibilitou e muito ao Rio tornar-se sede das Olimpíadas de 2016”, garante.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Coreio Braziliense

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Itamar, a esfinge mineira

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz
luizazedo.df@diariosassociados.com.br

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), aproveitou a entrega da Ordem do Ipiranga, na terça-feira, para um jantar com aliados do PMDB e do PPS no Palácio dos Bandeirantes, no qual buscou se aproximar do ex-presidente Itamar Franco (PPS), peça-chave no xadrez político mineiro de 2010. Participaram do encontro o senador Pedro Simon (PMDB-RS), o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), o ex-ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal Maurício Correa e o presidente do PPS, Roberto Freire, todos amigos do ex-presidente da República.

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Nos rapapés, Serra lembrou que Itamar teve a coragem de fazer o Plano Real e foi único presidente a eleger o sucessor, desde Arthur Bernardes. Conhecido por seu estilo “mercurial”, Itamar sempre teve uma relação tensa com os tucanos paulistas. Agora, seu destino político é uma incógnita, pois pode se candidatar ao Senado, disputar o governo de Minas ou ser o vice na chapa de Serra, indicado por Aécio Neves (PSDB).


Cotação//

Expoente da corrente desenvolvimentista do governo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, é o preferido do setor produtivo para o lugar de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central. Especialista em política industrial, seu desempenho prático como executivo do banco surpreendeu o mundo empresarial.


Esquerda, volver

O senador Adelmir Santana (DF) deixa o DEM e se filia ao PSB, hoje, às 10 horas, na sede da legenda, para se candidatar à reeleição ao Senado. A operação foi comandada pelo líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF), que pisa em ovos para não romper com o governador José Roberto Arruda(DEM).


Retranca

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu procurou o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), para tentar convencê-lo de que a melhor opção para Ciro Gomes seria se candidatar ao governo de São Paulo. Cauteloso, Cid escutou o petista em silêncio e encerrou a conversa sem tratar do assunto. Diz que só falará de eleições no ano que vem. Dirceu move mundos e fundos para remover a candidatura de Ciro a presidente da República.


Araguaia


Os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, viajam amanhã para o Araguaia, onde acompanharão as escavações em buscas de ossadas de guerrilheiros e militares mortos em confronto na década de 1972. Os dois seguirão para as localidades de Butuma e Bacaba, onde o Exército recebeu informações da existência de restos mortais. A dúvida é se a operação será mais uma pirotecnia ou realmente ajudará a elucidar o sumiço dos corpos dos guerrilheiros mortos.


Zen

O secretário de Articulação Regional e ex-prefeito do Recife, João Paulo (foto), não pretende mover uma palha em relação a 2010 sem determinação da cúpula do PT, ou melhor, do presidente Lula. Em nível nacional, está com a ministra Dilma Rouseff (PT). No plano estadual, sua prioridade é a reeleição do governador Eduardo Campos (PSB). João Paulo não acredita que Ciro Gomes (PSB) mantenha a candidatura.


Minoritários

A polêmica sobre a participação dos sócios minoritários na capitalização da Petrobras continua. Os investidores estrangeiros representam 38,9% do capital, contra 39,8% de ações do governo federal. Mas quem corre o risco de ficar a ver navios, literalmente, são os investidores brasileiros (21% do capital), principalmente pessoas físicas que compraram ações com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço: 248.218 trabalhadores

Mercosul/ O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), pedirá vista do parecer do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul, hoje, na Comissão de Relações Exteriores. O governo tenta ganhar tempo até que o debate sobre Honduras esfrie.

Solidário/ O deputado Marcelo Melo (PMDB-GO) apresentou ontem à liderança do PMDB na Câmara dos Deputados sua renúncia ao cargo de vice-líder da bancada. Aliado do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, que se filiou ontem ao PSC, Melo bateu de frente com colegas de partido por conta de Roriz.

Escanteio/ Artilheiro do pequeno Botafogo-DF e vereador de Goiânia, o atacante Túlio (PMDB) tentou discursar, ontem, na festa de filiação do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao PMDB. Foi frustrado pelo prefeito de Aparecida de Goiânia, o ex-senador Maguito Vilela, que não quis saber do falatório.

Gongo/ O PDT negocia com o senador Jefferson Praia (AM) a entrega do comando estadual do partido ao deputado federal Sabino Castelo Branco (PTB-AM). Em contrapartida, Castelo Branco promete encorpar a legenda com a filiação de dois deputados estaduais e vereadores de seu grupo político.

Hoje, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense