domingo, 11 de outubro de 2009

Cid, Ciro e Eduardo

Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz

luizazedo.df@diariosassociados.com.br

Os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos, e do Ceará, Cid Gomes, andam se estranhando. Nos bastidores do PSB, travam uma batalha pelo controle político da legenda, que está sob forte pressão do governo por causa da candidatura de Ciro Gomes (PSB-CE) a presidente da República. Com a candidatura de Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao governo de Pernambuco, noticiada em primeira mão pela coluna, Campos prefere manter a aliança com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apoiar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, consolidando sua aliança com o PT no estado. Não pode se dar ao luxo de abrir uma segunda frente eleitoral contra o PT, preço da manutenção da candidatura de Ciro ao Palácio do Planalto.

Ciro transferiu o domicílio eleitoral para São Paulo a pedido de Campos. Mantém, assim, a possibilidade de refluir para a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes. Mas tem reiterado a tese de que é melhor a base governista ter dois candidatos à Presidência e afirma que pretende disputar a sucessão do presidente Lula, não o governo paulista. Sua candidatura, porém, está sendo isolada. Sobrevive graças às pesquisas de opinião e à mobilização da bancada federal, da qual faz parte como deputado mais votado do país. Se for ultrapassado por Dilma nas pesquisas, Ciro enfrentará uma crise partidária. Habilidoso, Eduardo Campos espera a hora da onça beber água e evita um confronto aberto com Cid.

Palanque único

O governador da Bahia, o petista Jaques Wagner (foto), propôs à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que o governo acabe com as firulas e feche com uma só candidatura nos estados. Seria o caminho para a ministra ser a candidata única da base governista. Ou seja, nem ela abre espaço para o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), nem ele para Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV) na Bahia.

Diretas já

O senador Renato Casagrande, do PSB-ES, apresentou proposta de emenda constitucional prevendo eleição direta para prefeito, governador e presidente da República quando houver vacância do cargo até o cumprimento do terceiro ano do mandato. No caso de impedimento no último ano de mandato, a escolha será indireta, como ocorreu em Tocantins, onde a Assembleia Legislativa elegeu governador o deputado Carlos Henrique Gaguim, em substituição a Marcelo Miranda, cassado pela Justiça Eleitoral.


Segundo

O deputado Leonardo Prudente (DEM) convidou o empresário Roberto Carlos II, filho do cantor Roberto Carlos, a apresentar na Câmara Legislativa a palestra É preciso saber viver. Dudu, como é conhecido, faz seminários para motivar deficientes a superar suas dificuldades. Cego, é publicitário e apresenta um programa de rádio. Além de escrever para revistas e jornais, viaja por todo o país dando palestras de motivação.

A reboque

Um dos fiadores do pré-compromisso com o PT para 2010, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), será o primeiro a tratar, na quarta-feira, de aliança estadual com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alves tenta levar o PMDB a apoiar a candidatura do PSB. Seu primo e senador, Garibaldi Alves Filho (foto), que irá a tiracolo e defende aliança com o DEM, tenta postergar o acordo.


Miserê

Segundo a Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mesmo considerando o Bolsa Família, metade das famílias brasileiras vivia, em 2008, com rendimento per capita inferior a R$ 415

Caixa-preta/ Sindicatos patronais das escolas particulares se mobilizam contra a proposta do deputado Brizola Neto (PDT-RJ), aprovada na Comissão de Educação, que obriga as instituições a divulgarem balanços financeiros semestrais para dar transparência aos reajustes nas mensalidades. O projeto já está no Senado.

Pautão/
Tem 44 requerimentos, 70 projetos de lei, quatro projetos de resolução e 20 propostas de emenda à Constituição (PECs) o “pautão” que o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), discutirá com os líderes partidários, na terça-feira. A lista final deve acomodar apenas o passível de votação nas próximas quatro semanas. Após 10 de novembro, a pauta será exclusiva para o marco regulatório do pré-sal.

Órfãos/
O PDT reforçou a legenda com alguns órfãos do carlismo na Bahia. Entre eles, o deputado José Carlos Araújo, Félix Mendonça Jr. — filho do deputado Félix Mendonça — e o presidente da Assembleia Legislativa, o ex-tucano Marcelo Nilo. Todos são governistas.

Alinhamento/ A Igreja Universal concentra esforços para consolidar o PRB como braço político da congregação. Dispersos em outras legendas, seis dos oito deputados ligados à igreja migraram para o partido: George Hilton (MG), ex-PP; Márcio Marinho (BA) e Ricardo Quirino (DF), ambos ex-PR; Flávio Bezerra (CE) e Antônio Bulhões (SP), que eram do PMDB; e Eduardo Lopes (RJ), ex-PSC. Ficaram de fora os deputados Vinícius de Carvalho (PTdoB-RJ) e Paulo Roberto Pereira (PTB-RS).

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