Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Ao contrário da briga do “algodão”, que o Brasil sustentou anos a fio e ganhou dos Estados Unidos na Organização Mundial de Comércio (OMC), o novo contencioso com os norte-americanos, por causa do acordo com o Irã, tem forte conteúdo ideológico. Virou um dos temas das eleições presidenciais de 2010 e levou para o centro do debate político um assunto que era monopólio de diplomatas, militares e especialistas: a política externa.
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Até agora, fracassaram todas as tentativas de associar a imagem do presidente Lula à do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e sua “revolução bolivariana”. Para o mundo (nós por eles), o presidente Lula é o líder metalúrgico que virou estadista, manteve a economia do país num rumo de prosperidade e combateu com eficiência a fome e a miséria. Seus índices de aprovação nas pesquisas de opinião corroboram a imagem internacional.
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A retórica da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, contra o governo brasileiro e a divulgação da carta do presidente Barack Obama para o presidente Lula — que foi vazada para a imprensa — levaram as divergências entre o Brasil e os Estados Unidos a um novo patamar. A posição brasileira evoluiu da neutralidade no confronto Ocidente versus Oriente (que cimentou as relações de amizade do presidente Lula com o ex-presidente George Bush, este sim o senhor da guerra) para um antiamericanismo exumado da agenda tradicional da esquerda brasileira (eles por nós).
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A posição do Brasil a favor do diálogo com o Irã tem a simpatia mundial, mas internamente é outra história. Desde a proclamação da República, o americanismo, com as ideias liberais, sempre foi hegemônico na sociedade brasileira. O cidadão comum não entende o porquê de o presidente Lula comprar uma briga com Barack Obama por causa do Irã de Mahmoud Ahmadinejad, cujo nome não consegue nem pronunciar.
Protocolo//
Não convidem para a mesma mesa o chanceler Celso Amorim e seu antecessor Luiz Felipe Lampreia, que anda descendo o sarrafo na política externa brasileira. A precaução vale também para o ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos Rubens Barbosa e o ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero. Amorim se queixa de que nunca a diplomacia brasileira foi tão torpedeada por gente do próprio Itamaraty.
Na mídia
Monitoramento feito diariamente pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República mostra que o Brasil só não teve apoio ao acordo assinado com o Irã (junto à Turquia) da imprensa inglesa, da alemã e da norte-americana, embora haja um desconto em relação à Costa Oeste, onde é menor a influência do lobby israelita. Na maioria dos países de Comunidade Europeia e da Ásia, a imprensa foi simpática à atuação do presidente Lula. Já no Brasil, o pau comeu.
E agora?
O acordo fechado por 189 países signatários do Tratado de Não Proliferação (TNP), em Nova York, sexta-feira, propondo um plano detalhado rumo ao desarmamento nuclear mundial e uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio, fez cair no vazio as críticas do presidente Lula às potências nucleares. EUA, Rússia, Reino Unido, França e China se comprometem a acelerar a redução de seu arsenal nuclear até 2014. Em contrapartida, o acordo favorece novo avanço das negociações do Conselho de Segurança da ONU com o Irã, que subscreveu o documento.
Baldeação
O prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, do PTB, rompeu com a candidatura ao governo do Amazonas do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR) e decidiu apoiar a reeleição do governador Omar Aziz (PMN), apoiado pelo ex-governador Eduardo Braga (PMDB) e pela deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB), candidatos ao Senado. A chapa enfrenta a de Nascimento.
Ciúmes
A bancada paulista do PPS ainda não digeriu a candidatura do presidente da sigla, Roberto Freire, a deputado federal por São Paulo. A ciumeira aumentou depois que a cúpula da legenda decidiu que Freire será o âncora da propaganda do PPS de rádio e de tevê. Amigo do governador de São Paulo, Alberto Goldman, e do candidato tucano à Presidência, José Serra, Freire pode ser o deputado mais votado da legenda.
Privatização
O antigo Banco do Estado do Rio de Janeiro (Berj) — não confundir com o Banerj da antiga Guanabara, comprado pelo Itaú — será leiloado amanhã, às 10h, no prédio da antiga Bolsa de Valores do Rio. O lance mínimo é de R$ 513 milhões
Procura-se
Jarbas Vasconcelos (PMDB), candidato a governador de Pernambuco, ainda não conseguiu fechar sua chapa de candidatos ao Senado. O único nome garantido é o de Marco Maciel (DEM), que concorre à reeleição. Os deputados federais Raul Jungmann (PPS), Bruno Rodrigues (PSDB) e Bruno Araújo (PSDB) continuam sendo os mais cotados para a tarefa. Os três, no entanto, refugam.
Embolou/ O ex-prefeito de Teresina Sílvio Mendes (PSDB), o governador Wilson Martins (PSB) e o senador João Vicente Claudino (PTB) estão embolados na disputa pelo governo do Piauí. Heráclito Fortes (DEM) e Mão Santa (PSC), candidatos à reeleição, lideram a disputa pelo Senado.
Estrela/ Para acomodá-lo na chapa de deputado federal, depois de perder a vaga de senador, o PT resolveu dar espaço privilegiado ao ex-prefeito do Recife João Paulo nas peças publicitárias do PT que vão ao ar em Pernambuco a partir do próximo mês. Terá direito a cinco inserções, como seu sucessor na prefeitura, João da Costa. Candidato ao Senado, o ex-ministro da Saúde Humberto Costa terá 10 inserções.
Telhado/ O ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge, que participou de todas as campanhas tucanas desde a eleição de Fernando Henrique Cardoso em 1994, está fora do comando da campanha do ex-governador José Serra (PSDB). É dono de um arsenal de dossiês contra o PT.
domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 29 de maio de 2010
Brasília rumo às urnas
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Depois da crise que levou à cassação do mandato do ex-governador José Roberto Arruda (ex-DEM) e à renúncia do vice Paulo Octávio (DEM), Brasília caminha sem maiores turbulências institucionais para a eleição de seu novo governador. Ao contrário do que ocorre na disputa pela Presidência da República e nas eleições regionais, todos se fingem de mortos no debate pré-eleitoral. Os dois principais candidatos, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) e o ex-ministro do esporte Agnelo Queiroz (PT), mergulharam. Aparentemente, adotaram a política da boa vizinhança e não se atacam.
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O governador Rogério Rosso (PMDB) também não quer saber de marola. Já comunicou aos aliados que descarta a reeleição e toma medidas profiláticas para evitar que a tese de intervenção federal novamente ganhe força. A cassação da deputada distrital Eurides Brito (PMDB), proposta por unanimidade pela Comissão de Ética da Câmara Legislativa, é um recado para o Judiciário de que as medidas saneadoras da vida política do Distrito Federal estão sendo tomadas. Nada como uma cabeça na guilhotina para acalmar a fúria popular, imaginam os distritais, que de novo estão na berlinda com a revelação de como foi feito o loteamento político dos cargos do GDF.
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Rosso demitiu a diretoria do Metrô, extinguiu a Brasiliatur, escalou a vice governadora Ivelise Longhi para gerenciar as obras e instituiu a responsabilidade compartilhada de gestão dos contratos de prestação de fornecedores e prestadores de serviços. O processo de julgamento do pedido de intervenção no Distrito Federal entrou na reta final. Câmara Legislativa e governo já se manifestaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o assunto. O presidente do STF, ministro Cezar Peluso, relator do processo, pediu novo parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quanto aos critérios da intervenção. Se o julgamento não ocorrer até o recesso, em julho, é a vida que segue seu curso normal. A crise de Brasília será mesmo resolvida nas urnas.
Cabeças
Entre os 100 “cabeças” do Congresso, há 69 deputados e 31 senadores. PT, com 22 nomes, e PMDB, com 17, lideram a lista. Na elite do Congresso há seis mulheres: as deputadas Alice Portugal (PCdoB-BA), Luiza Erundina (PSB-SP), Rita Camata (PMDB-ES) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e as senadoras Ideli Salvatti (, do PT-SC, e Kátia Abreu, do DEM-TO. A lista é elaborada pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) com base nos votos de jornalistas.
Solidários
A cúpula do DEM saiu em solidariedade ao presidente da legenda, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), citado pelo “unabomber” Durval Barbosa como um dos supostos beneficiados pelo esquema de propina do governo Arruda. Assinada pelo presidente de honra da legenda, Jorge Bornhausen (SC), a nota manifesta “estranheza com a forma com que o referido sujeito busca notoriedade — e encontra —, valendo-se da condição de criminoso protegido pelo regime de delação premiada para tentar enlamear pessoas que têm o respeito de todos justamente por sua reputação ilibada”.
Farra
Já são 86 os projetos ambientais aprovados como parte dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014: 12 estão vinculados a obras nos estádios das cidades-sede, 53 são de mobilidade urbana, 14 para aeroportos e sete para portos. Os investimentos somam R$ 24 bilhões
Garotinha
Reviravolta nas eleições para o governo do Rio de Janeiro. Com a inelegibilidade do ex-governador Anthony Garotinho (PR), candidato a governador fluminense, decretada pelo escore de 4 a 3 pelo Tribunal Regional Eleitoral, e a cassação da prefeita Rosinha Matheus (PR), o casal de políticos pensa lançar a candidatura da filha, a vereadora carioca Clarissa Matheus (PR).
Cacife
Cinquenta e seis prefeitos do PT manifestaram ontem apoio à pré-candidatura do deputado federal Walter Pinheiro ao Senado na Bahia. O parlamentar disputa a vaga na chapa do governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, com o ex-governador Waldir Pires e o deputado Nelson Pelegrino. A segunda vaga é da ex-prefeita de Salvador Lídice da Matta (PSB).
Turrão
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), administra a crise da legenda em Santa Catarina. Convenceu o governador Leonel Pavan (PSDB), abatido por denúncias, a desistir da candidatura à reeleição, mas o tucano não quer saber de conversa com o DEM e se recusa a apoiar o democrata Raimundo Colombo.
Garoa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispensou o convite do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) para passar o fim de semana em Mangaratiba. Depois de uma maratona de eventos no Rio de Janeiro, Lula voa hoje para São Paulo. Optou pelo domingão com a família em São Bernardo do Campo.
Juscelino/ Atores farão as últimas apresentações da visita guiada ao Congresso Nacional neste fim de semana em quatro horários: às 10h, ao meio-dia, às 14h e às 16h. A iniciativa da Câmara dos Deputados e do Senado faz parte das comemorações aos 50 anos de Brasília.
Azebudsman/ Sobre a nota Emergência, publicada ontem, o Ministério da Saúde informa: não foi fechado nenhum pronto-socorro na gestão do ministro José Gomes Temporão. Das seis unidades da rede federal no Rio, o setor de emergência funciona nos hospitais de Bonsucesso, de Andaraí e de Cardoso Fontes. Os hospitais de Ipanema e da Lagoa não têm emergências desde 1999; e o dos Servidores nunca ofereceu o serviço. Já o hospital do Fundão é mantido pelo Ministério da Educação (MEC).
luizazedo.df@dabr.com.br
Depois da crise que levou à cassação do mandato do ex-governador José Roberto Arruda (ex-DEM) e à renúncia do vice Paulo Octávio (DEM), Brasília caminha sem maiores turbulências institucionais para a eleição de seu novo governador. Ao contrário do que ocorre na disputa pela Presidência da República e nas eleições regionais, todos se fingem de mortos no debate pré-eleitoral. Os dois principais candidatos, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) e o ex-ministro do esporte Agnelo Queiroz (PT), mergulharam. Aparentemente, adotaram a política da boa vizinhança e não se atacam.
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O governador Rogério Rosso (PMDB) também não quer saber de marola. Já comunicou aos aliados que descarta a reeleição e toma medidas profiláticas para evitar que a tese de intervenção federal novamente ganhe força. A cassação da deputada distrital Eurides Brito (PMDB), proposta por unanimidade pela Comissão de Ética da Câmara Legislativa, é um recado para o Judiciário de que as medidas saneadoras da vida política do Distrito Federal estão sendo tomadas. Nada como uma cabeça na guilhotina para acalmar a fúria popular, imaginam os distritais, que de novo estão na berlinda com a revelação de como foi feito o loteamento político dos cargos do GDF.
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Rosso demitiu a diretoria do Metrô, extinguiu a Brasiliatur, escalou a vice governadora Ivelise Longhi para gerenciar as obras e instituiu a responsabilidade compartilhada de gestão dos contratos de prestação de fornecedores e prestadores de serviços. O processo de julgamento do pedido de intervenção no Distrito Federal entrou na reta final. Câmara Legislativa e governo já se manifestaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o assunto. O presidente do STF, ministro Cezar Peluso, relator do processo, pediu novo parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quanto aos critérios da intervenção. Se o julgamento não ocorrer até o recesso, em julho, é a vida que segue seu curso normal. A crise de Brasília será mesmo resolvida nas urnas.
Cabeças
Entre os 100 “cabeças” do Congresso, há 69 deputados e 31 senadores. PT, com 22 nomes, e PMDB, com 17, lideram a lista. Na elite do Congresso há seis mulheres: as deputadas Alice Portugal (PCdoB-BA), Luiza Erundina (PSB-SP), Rita Camata (PMDB-ES) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e as senadoras Ideli Salvatti (, do PT-SC, e Kátia Abreu, do DEM-TO. A lista é elaborada pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) com base nos votos de jornalistas.
Solidários
A cúpula do DEM saiu em solidariedade ao presidente da legenda, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), citado pelo “unabomber” Durval Barbosa como um dos supostos beneficiados pelo esquema de propina do governo Arruda. Assinada pelo presidente de honra da legenda, Jorge Bornhausen (SC), a nota manifesta “estranheza com a forma com que o referido sujeito busca notoriedade — e encontra —, valendo-se da condição de criminoso protegido pelo regime de delação premiada para tentar enlamear pessoas que têm o respeito de todos justamente por sua reputação ilibada”.
Farra
Já são 86 os projetos ambientais aprovados como parte dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014: 12 estão vinculados a obras nos estádios das cidades-sede, 53 são de mobilidade urbana, 14 para aeroportos e sete para portos. Os investimentos somam R$ 24 bilhões
Garotinha
Reviravolta nas eleições para o governo do Rio de Janeiro. Com a inelegibilidade do ex-governador Anthony Garotinho (PR), candidato a governador fluminense, decretada pelo escore de 4 a 3 pelo Tribunal Regional Eleitoral, e a cassação da prefeita Rosinha Matheus (PR), o casal de políticos pensa lançar a candidatura da filha, a vereadora carioca Clarissa Matheus (PR).
Cacife
Cinquenta e seis prefeitos do PT manifestaram ontem apoio à pré-candidatura do deputado federal Walter Pinheiro ao Senado na Bahia. O parlamentar disputa a vaga na chapa do governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, com o ex-governador Waldir Pires e o deputado Nelson Pelegrino. A segunda vaga é da ex-prefeita de Salvador Lídice da Matta (PSB).
Turrão
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), administra a crise da legenda em Santa Catarina. Convenceu o governador Leonel Pavan (PSDB), abatido por denúncias, a desistir da candidatura à reeleição, mas o tucano não quer saber de conversa com o DEM e se recusa a apoiar o democrata Raimundo Colombo.
Garoa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispensou o convite do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) para passar o fim de semana em Mangaratiba. Depois de uma maratona de eventos no Rio de Janeiro, Lula voa hoje para São Paulo. Optou pelo domingão com a família em São Bernardo do Campo.
Juscelino/ Atores farão as últimas apresentações da visita guiada ao Congresso Nacional neste fim de semana em quatro horários: às 10h, ao meio-dia, às 14h e às 16h. A iniciativa da Câmara dos Deputados e do Senado faz parte das comemorações aos 50 anos de Brasília.
Azebudsman/ Sobre a nota Emergência, publicada ontem, o Ministério da Saúde informa: não foi fechado nenhum pronto-socorro na gestão do ministro José Gomes Temporão. Das seis unidades da rede federal no Rio, o setor de emergência funciona nos hospitais de Bonsucesso, de Andaraí e de Cardoso Fontes. Os hospitais de Ipanema e da Lagoa não têm emergências desde 1999; e o dos Servidores nunca ofereceu o serviço. Já o hospital do Fundão é mantido pelo Ministério da Educação (MEC).
sexta-feira, 28 de maio de 2010
O Regra Três
por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Entrevista coletiva do ex-presidente Itamar Franco (PPS), ontem, em Minas, ao lado do governador Antônio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição, e do ex-governador Aécio Neves (PSDB), que reiterou a intenção de concorrer ao Senado e descartou a vice de Serra. Aécio deixou no ar que Itamar pode ser candidato ao Senado ou mesmo ocupar a vice de Serra.
O senhor já resolveu se vai ficar com o Serra ou a Dilma, já definiu?
O meu partido, que é o PPS, já escolheu que é o governador de São Paulo, José Serra. Até contra a minha previsão, mas se adiantou e deu apoio, e eu vou cumprir a determinação partidária.
Vai cumprir mesmo a contragosto?
Há tanta determinação que a gente cumpre… O que queremos aqui, ao lado do governador, é conquistar o governo de Minas, mais importante.
A sua candidatura ao Senado? Parece que o senhor está no aguardo também.
Vai depender. Eu tenho que esperar, não posso dizer que sou candidato ao Senado se ainda não fecharam a chapa. Evidentemente que nem pré-candidato eu sou.
E com relação a ser candidato a vice de Serra, o senhor preferiria ser candidato ao Senado?
Nunca fui cogitado a ser vice de Serra.
Mas tiveram conversas...
Não podemos ficar no se....
Divisão//
O governo está muito dividido em relação ao aumento dos aposentados. A área econômica defende o veto como um chega pra lá na irresponsabilidade do Congresso em relação aos gastos públicos, com apoio da maioria dos ministros. Os líderes governistas querem, porém, que o aumento de 7,72% das aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo seja sancionado. O presidente Lula continua pensando no assunto.
Parado
O governo está rindo à toa com o movimento de obstrução que a oposição realiza na Câmara a pretexto de exigir a regulamentação da Emenda 29 da Saúde. Sob forte pressão corporativa para votar aumentos de diversas categorias, o esvaziamento da Câmara não é mau negócio para o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que chegou a defender um recesso legislativo durante a Copa.
Manobra
Representantes de policiais e líderes partidários na Câmara negociam um acordo com o governo em relação à PEC 300/08, que iguala a remuneração dos policiais militares e bombeiros dos estados àquela paga aos policiais do Distrito Federal. Os policiais concordam em não incluir na Constituição o valor do piso, ponto que era condenado pela equipe econômica. O governo, porém, teme que o valor do aumento volte ao projeto numa emenda de plenário.
Emenda
O líder da bancada do PSDB, João Almeida, da Bahia, defende o projeto original da Emenda 29 aprovado pelo Senado, que destina à Saúde 10% da receita corrente bruta do Orçamento da União. “O governo não se movimentou para garantir mais recursos à saúde. As verbas destinadas ao setor estão bem abaixo da necessidade. A matéria teve a votação iniciada na Câmara e o governo, insatisfeito, suspendeu o processo. Queremos que a regulamentação da emenda volte à pauta e o Congresso delibere sobre ela para que os resultados sejam sentidos no orçamento de 2011”, argumenta.
Emergência
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão (PMDB), fechou todas as emergências dos hospitais federais do Rio de Janeiro. Depois de encerrar as atividades dos prontos-socorros dos hospitais do Fundão, Bonsucesso, Ipanema e dos Servidores, agora acabou com o expediente do Hospital do Andaraí. Ao contrário do que muitos imaginam, o Rio de Janeiro — e não Brasília — concentra o maior número de funcionários públicos federais do país, graças, em boa medida, aos profissionais ligados ao Ministério da Saúde.
Conversas
Relator do novo Código Florestal, o deputado federal Aldo Rebelo, do PCdoB, antecipou o teor de seu relatório à senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Acredita que o diálogo com o agronegócio pode viabilizar a aprovação do novo código sem grande oposição dos ruralistas. O líder do Partido Verde, Eduardo Duarte (BA), cobra do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), que marque a data da votação do código e se queixa que os ambientalistas foram escanteados.
Verbas
Somente neste ano, a saúde poderia ter R$ 25,8 bilhões adicionais se a regulamentação da Emenda 29 estivesse em vigor. Para 2011, o valor ultrapassaria R$ 33 bilhões
40 anos/ Hoje, em Natal, o ex-presidente do Senado, Garibaldi Alves, e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), comemoram 40 anos de vida pública. Caciques do PMDB e políticos potiguares confirmaram presença.
Azebundsman/ Troquei de Eliseu ontem na nota intitulada “O jogo bruto do PMDB”. O político citado é o gaúcho Eliseu Padilha (PMDB-RS) e não o senador Eliseu Rezende (DEM), que é mineiro.
luizazedo.df@dabr.com.br
Entrevista coletiva do ex-presidente Itamar Franco (PPS), ontem, em Minas, ao lado do governador Antônio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição, e do ex-governador Aécio Neves (PSDB), que reiterou a intenção de concorrer ao Senado e descartou a vice de Serra. Aécio deixou no ar que Itamar pode ser candidato ao Senado ou mesmo ocupar a vice de Serra.
O senhor já resolveu se vai ficar com o Serra ou a Dilma, já definiu?
O meu partido, que é o PPS, já escolheu que é o governador de São Paulo, José Serra. Até contra a minha previsão, mas se adiantou e deu apoio, e eu vou cumprir a determinação partidária.
Vai cumprir mesmo a contragosto?
Há tanta determinação que a gente cumpre… O que queremos aqui, ao lado do governador, é conquistar o governo de Minas, mais importante.
A sua candidatura ao Senado? Parece que o senhor está no aguardo também.
Vai depender. Eu tenho que esperar, não posso dizer que sou candidato ao Senado se ainda não fecharam a chapa. Evidentemente que nem pré-candidato eu sou.
E com relação a ser candidato a vice de Serra, o senhor preferiria ser candidato ao Senado?
Nunca fui cogitado a ser vice de Serra.
Mas tiveram conversas...
Não podemos ficar no se....
Divisão//
O governo está muito dividido em relação ao aumento dos aposentados. A área econômica defende o veto como um chega pra lá na irresponsabilidade do Congresso em relação aos gastos públicos, com apoio da maioria dos ministros. Os líderes governistas querem, porém, que o aumento de 7,72% das aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo seja sancionado. O presidente Lula continua pensando no assunto.
Parado
O governo está rindo à toa com o movimento de obstrução que a oposição realiza na Câmara a pretexto de exigir a regulamentação da Emenda 29 da Saúde. Sob forte pressão corporativa para votar aumentos de diversas categorias, o esvaziamento da Câmara não é mau negócio para o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que chegou a defender um recesso legislativo durante a Copa.
Manobra
Representantes de policiais e líderes partidários na Câmara negociam um acordo com o governo em relação à PEC 300/08, que iguala a remuneração dos policiais militares e bombeiros dos estados àquela paga aos policiais do Distrito Federal. Os policiais concordam em não incluir na Constituição o valor do piso, ponto que era condenado pela equipe econômica. O governo, porém, teme que o valor do aumento volte ao projeto numa emenda de plenário.
Emenda
O líder da bancada do PSDB, João Almeida, da Bahia, defende o projeto original da Emenda 29 aprovado pelo Senado, que destina à Saúde 10% da receita corrente bruta do Orçamento da União. “O governo não se movimentou para garantir mais recursos à saúde. As verbas destinadas ao setor estão bem abaixo da necessidade. A matéria teve a votação iniciada na Câmara e o governo, insatisfeito, suspendeu o processo. Queremos que a regulamentação da emenda volte à pauta e o Congresso delibere sobre ela para que os resultados sejam sentidos no orçamento de 2011”, argumenta.
Emergência
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão (PMDB), fechou todas as emergências dos hospitais federais do Rio de Janeiro. Depois de encerrar as atividades dos prontos-socorros dos hospitais do Fundão, Bonsucesso, Ipanema e dos Servidores, agora acabou com o expediente do Hospital do Andaraí. Ao contrário do que muitos imaginam, o Rio de Janeiro — e não Brasília — concentra o maior número de funcionários públicos federais do país, graças, em boa medida, aos profissionais ligados ao Ministério da Saúde.
Conversas
Relator do novo Código Florestal, o deputado federal Aldo Rebelo, do PCdoB, antecipou o teor de seu relatório à senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Acredita que o diálogo com o agronegócio pode viabilizar a aprovação do novo código sem grande oposição dos ruralistas. O líder do Partido Verde, Eduardo Duarte (BA), cobra do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), que marque a data da votação do código e se queixa que os ambientalistas foram escanteados.
Verbas
Somente neste ano, a saúde poderia ter R$ 25,8 bilhões adicionais se a regulamentação da Emenda 29 estivesse em vigor. Para 2011, o valor ultrapassaria R$ 33 bilhões
40 anos/ Hoje, em Natal, o ex-presidente do Senado, Garibaldi Alves, e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), comemoram 40 anos de vida pública. Caciques do PMDB e políticos potiguares confirmaram presença.
Azebundsman/ Troquei de Eliseu ontem na nota intitulada “O jogo bruto do PMDB”. O político citado é o gaúcho Eliseu Padilha (PMDB-RS) e não o senador Eliseu Rezende (DEM), que é mineiro.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
O jogo bruto no PMDB
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Bastou Dilma Rousseff (PT) alcançar o empate técnico com o tucano José Serra nas pesquisas de opinião para a cúpula petista elevar a cobrança de fidelidade ao principal aliado, o PMDB. A legenda exige o enquadramento das dissidências regionais e endossa reclamações de outros aliados. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), por exemplo, questiona a liberdade de movimentos dada aos ex-governadores Jarbas Vasconcelos (PMDB), candidato ao governo de Pernambuco, e Orestes Quércia (PMDB), candidato ao Senado em São Paulo, que apoiam Serra abertamente.
A consulta feita ao Tribunal Superior Eleitoral pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — de comum acordo com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e os líderes na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e no Senado, Renan Calheiros (AL) — não é um simples gesto de intimidação. Uma decisão formal da Justiça contra o registro de candidaturas notoriamente dissidentes pode servir de instrumento para qualquer vereador do PMDB virar um gigante na luta interna e neutralizar, no plano jurídico, integrantes da legenda que pontificam na oposição.
Raposa da legenda e prócer dos dissidentes, o deputado Eliseu Resende (PMDB-RS) percebeu o perigo e já afinou nas articulações a favor de Serra. Sabe que não é tradição do PMDB enquadrar seus rebeldes, mas os caciques governistas da legenda resolveram jogar bruto. A partir do momento em que a petista conquistou a condição de favorita, recrudesceu nos estados o movimento a favor de candidaturas majoritárias do PT que contrariam seus interesses eleitorais.
A candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) a governador de Minas pode ser um golpe mortal no favoritismo de Hélio Costa (PMDB); a do ex-ministro da Previdência José Pimentel (PT), uma pá de cal no sonho do deputado Eunício de Oliveira (PMDB) de ocupar uma cadeira do Senado pelo Ceará.
Nuclear
O presidente da Eletrobras Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, que lidera o programa nuclear brasileiro, participa amanhã da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI). O evento deve consolidar a linha contrária à assinatura de novo aditivo do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Pastoral
O candidato do PSol, Plínio Arruda Sampaio, avança na conquista de apoios junto aos militantes das pastorais da Igreja Católica. Para dom Ladislau Biernaski, presidente da Comissão Pastoral da Terra e bispo de São José dos Pinhais, com quem se encontrou ontem, em Curitiba, Plínio “é um velho companheiro de lutas das pastorais sociais, da luta pela reforma agrária e participante ativo das comunidades cristãs”.
Pessoal
O presidente Lula mandou a cúpula do PT enquadrar a legenda no Maranhão e retirar o apoio ao candidato a governador do PCdoB, Flávio Dino, em favor da governadora Roseana Sarney (PMDB), que pleiteia a reeleição. É um compromisso assumido com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aliado de primeira hora na campanha de 2002. Com o partido dividido a ponto de saírem cadeiradas nas reuniões, o presidente da legenda, Eduardo Dutra, só não fez uma intervenção na direção local para evitar que o deputado Domingos Dutra, do PT-MA, entre em greve de fome no Salão Verde da Câmara em protesto contra a aliança com o clã Sarney.
Crise
Agravou-se a crise entre o PT e o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), com a confirmação da candidatura do ex-ministro da Previdência José Pimentel ao Senado. Amigo de longa data do senador Tasso Jereissati (PSDB), o governador estaria disposto a apoiar apenas um candidato ao Senado: o deputado federal Eunício Oliveira (PMDB). Dessa forma, Cid facilitaria a reeleição do tucano.
Dispensa
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, não digeriu a tese de dois palanques governistas em seu estado. Fala para quem quiser ouvir que os “métodos” do PMDB baiano “são muito similares” aos utilizados pelo ex-senador Antônio Carlos Magalhães. “A identidade do senador está no DEM, e o método está com o PMDB baiano.”
Irã
O presidente Lula recebe o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, em Brasília, para discutir como os dois países se posicionarão diante da eventual aprovação de novas sanções ao regime dos aiatolás pelo Conselho de Segurança da ONU. O Irã dá sinais de que pode voltar à mesa de negociações com os Estados Unidos.
Água
Mais um tiro na água da oposição: o governo federal cumpriu com folga a meta de superavit primário do quadrimestre. O esforço fiscal somou R$ 24,698 bilhões, ultrapassando a meta em R$ 7 bilhões
Vice/ Com a reiterada recusa de o ex-governador tucano Aécio Neves aceitar a vice do candidato tucano José Serra (PSDB), a vaga virou moeda de troca entre os aliados da oposição na tribuna do Senado. O senador Jayme Campos (DEM-MT) já lançou da tribuna do Senado o nome do senador Mão Santa (PSC-PI). Campos chegou a prometer um dos seus três aviões para que Mão Santa viaje por todo o Brasil.
Rasteira/ A cúpula do PCdoB-DF comunicou ao presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Brasília, Cláudio Avelar, que não mais lhe daria a legenda do partido. Terá um só candidato, o advogado Messias de Souza. Avelar se considera traído, porque a candidatura foi combinada no ato de sua filiação.
Fico/ O governador do Paraná, Orlando Pessuti (PMDB), disse aos deputados estaduais do PMDB que não vê razão para renunciar à candidatura e apoiar o senador Osmar Dias (PDT) ao governo.
luizazedo.df@dabr.com.br
Bastou Dilma Rousseff (PT) alcançar o empate técnico com o tucano José Serra nas pesquisas de opinião para a cúpula petista elevar a cobrança de fidelidade ao principal aliado, o PMDB. A legenda exige o enquadramento das dissidências regionais e endossa reclamações de outros aliados. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), por exemplo, questiona a liberdade de movimentos dada aos ex-governadores Jarbas Vasconcelos (PMDB), candidato ao governo de Pernambuco, e Orestes Quércia (PMDB), candidato ao Senado em São Paulo, que apoiam Serra abertamente.
A consulta feita ao Tribunal Superior Eleitoral pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — de comum acordo com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e os líderes na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e no Senado, Renan Calheiros (AL) — não é um simples gesto de intimidação. Uma decisão formal da Justiça contra o registro de candidaturas notoriamente dissidentes pode servir de instrumento para qualquer vereador do PMDB virar um gigante na luta interna e neutralizar, no plano jurídico, integrantes da legenda que pontificam na oposição.
Raposa da legenda e prócer dos dissidentes, o deputado Eliseu Resende (PMDB-RS) percebeu o perigo e já afinou nas articulações a favor de Serra. Sabe que não é tradição do PMDB enquadrar seus rebeldes, mas os caciques governistas da legenda resolveram jogar bruto. A partir do momento em que a petista conquistou a condição de favorita, recrudesceu nos estados o movimento a favor de candidaturas majoritárias do PT que contrariam seus interesses eleitorais.
A candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) a governador de Minas pode ser um golpe mortal no favoritismo de Hélio Costa (PMDB); a do ex-ministro da Previdência José Pimentel (PT), uma pá de cal no sonho do deputado Eunício de Oliveira (PMDB) de ocupar uma cadeira do Senado pelo Ceará.
Nuclear
O presidente da Eletrobras Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, que lidera o programa nuclear brasileiro, participa amanhã da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI). O evento deve consolidar a linha contrária à assinatura de novo aditivo do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Pastoral
O candidato do PSol, Plínio Arruda Sampaio, avança na conquista de apoios junto aos militantes das pastorais da Igreja Católica. Para dom Ladislau Biernaski, presidente da Comissão Pastoral da Terra e bispo de São José dos Pinhais, com quem se encontrou ontem, em Curitiba, Plínio “é um velho companheiro de lutas das pastorais sociais, da luta pela reforma agrária e participante ativo das comunidades cristãs”.
Pessoal
O presidente Lula mandou a cúpula do PT enquadrar a legenda no Maranhão e retirar o apoio ao candidato a governador do PCdoB, Flávio Dino, em favor da governadora Roseana Sarney (PMDB), que pleiteia a reeleição. É um compromisso assumido com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aliado de primeira hora na campanha de 2002. Com o partido dividido a ponto de saírem cadeiradas nas reuniões, o presidente da legenda, Eduardo Dutra, só não fez uma intervenção na direção local para evitar que o deputado Domingos Dutra, do PT-MA, entre em greve de fome no Salão Verde da Câmara em protesto contra a aliança com o clã Sarney.
Crise
Agravou-se a crise entre o PT e o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), com a confirmação da candidatura do ex-ministro da Previdência José Pimentel ao Senado. Amigo de longa data do senador Tasso Jereissati (PSDB), o governador estaria disposto a apoiar apenas um candidato ao Senado: o deputado federal Eunício Oliveira (PMDB). Dessa forma, Cid facilitaria a reeleição do tucano.
Dispensa
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, não digeriu a tese de dois palanques governistas em seu estado. Fala para quem quiser ouvir que os “métodos” do PMDB baiano “são muito similares” aos utilizados pelo ex-senador Antônio Carlos Magalhães. “A identidade do senador está no DEM, e o método está com o PMDB baiano.”
Irã
O presidente Lula recebe o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, em Brasília, para discutir como os dois países se posicionarão diante da eventual aprovação de novas sanções ao regime dos aiatolás pelo Conselho de Segurança da ONU. O Irã dá sinais de que pode voltar à mesa de negociações com os Estados Unidos.
Água
Mais um tiro na água da oposição: o governo federal cumpriu com folga a meta de superavit primário do quadrimestre. O esforço fiscal somou R$ 24,698 bilhões, ultrapassando a meta em R$ 7 bilhões
Vice/ Com a reiterada recusa de o ex-governador tucano Aécio Neves aceitar a vice do candidato tucano José Serra (PSDB), a vaga virou moeda de troca entre os aliados da oposição na tribuna do Senado. O senador Jayme Campos (DEM-MT) já lançou da tribuna do Senado o nome do senador Mão Santa (PSC-PI). Campos chegou a prometer um dos seus três aviões para que Mão Santa viaje por todo o Brasil.
Rasteira/ A cúpula do PCdoB-DF comunicou ao presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Brasília, Cláudio Avelar, que não mais lhe daria a legenda do partido. Terá um só candidato, o advogado Messias de Souza. Avelar se considera traído, porque a candidatura foi combinada no ato de sua filiação.
Fico/ O governador do Paraná, Orlando Pessuti (PMDB), disse aos deputados estaduais do PMDB que não vê razão para renunciar à candidatura e apoiar o senador Osmar Dias (PDT) ao governo.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Quadrado de giz
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Dilma Rousseff (PT) voltou a falar em reforma tributária, recuperação da capacidade de intervenção do Estado na economia e necessidade de capacitação profissional para dar sustentabilidade ao crescimento. José Serra (PSDB) subiu o tom das críticas à taxa de juros e ao câmbio, ao loteamento dos cargos do governo e à reforma tributária. Marina Silva (PV) defendeu o câmbio flutuante, o combate à inflação e mais investimentos na economia de baixo carbono. Essa foi a síntese do debate de ontem entre os três principais candidatos a presidente da República e empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
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Pautados por pesquisas de opinião e por demandas dos promotores do debate, os três candidatos revelaram diferenças de opinião e de tom que ainda são imperceptíveis ou irrelevantes para o cidadão comum. Como não debateram entre si, não ficou suficientemente claro se a oposição defende a continuidade do atual modelo ou uma mudança real de rumo.
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Foi um debate sem grandes emoções, por conta não só do formato, mas principalmente devido ao contingenciamento da oposição por um tripé mortal: o crescimento da economia, os altos índices de aprovação do governo e a popularidade do presidente Lula. Dos três fatores que favorecem a vitória de Dilma, a oposição — Serra e Marina — só pode atacar dois deles: o governo e Lula.
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Como a crítica aberta ao presidente Lula é tudo o que Dilma quer, resta aos candidatos de oposição engrossar o tom contra o governo. Mesmo assim, é uma aposta de alto risco. Serra e Marina têm medo do efeito bumerangue. Moral da história: a oposição não diz a que veio.
Amarrado//
O PP fechou com a candidatura do ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) ao governo do Paraná. Pelo acordo, o deputado federal Ricardo Barros (PP), que foi vice-líder do governo na Câmara, ficou com uma das vagas ao Senado.
Bingo
Liderada pelo deputado Sílvio Costa , do PMN-PE, a bancada do bingo está na ofensiva. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), lavou as mãos, e o presidente da Casa, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, deve colocar em votação o polêmico projeto de legalização dos bingos. Estima-se em R$ 8 bilhões por ano a arrecadação a ser gerada pela jogatina, mas a Receita Federal teme que a lavagem de dinheiro seja algumas vezes maior.
Bye, bye
Os gastos de brasileiros em viagens ao exterior nos quatro primeiros meses do ano, segundo o Banco Central, somaram US$ 4,569 bilhões
Acampamento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ao Rio de Janeiro amanhã para reinaugurar o centenário Teatro Municipal do Rio de Janeiro, magnificamente restaurado, a convite do governador Sérgio Cabral, do PMDB. Aproveita a agenda oficial para esticar o fim de semana em Mangaratiba, na casa do aliado peemedebista.
Sem causa
Resposta do presidente do PDT do Distrito Federal, Ezequiel Nascimento, sobre a nota Rebelde, publicada ontem: “Reguffe nunca questionou, em nenhuma instância partidária, a decisão da direção nacional do PDT de se aliar ao PT na esfera nacional. Aqui no DF, o PDT caminha para uma coligação com o PT — nosso senador Cristovam Buarque vai disputar a reeleição na chapa liderada por Agnelo Queiroz — e não com o PMDB, que, até agora, não está em nenhuma chapa. Por último, como presidente do PDT-DF, garanto que o deputado Reguffe — um militante firme do trabalhismo — não corre risco de ficar sem legenda”.
Sem papo
O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) conta com a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não tem a mais remota possibilidade de ganhar o apoio de Cabral. O motivo é a negociação do segundo turno das eleições municipais, quando cobrou um preço muito alto para apoiar o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).
Barra
Virou mesmo um inferno a vida do candidato do PT do Rio ao Senado, Lindberg Farias. Além dos três pedidos de bloqueio de bens por causa de supostas irregularidades na administração de Nova Iguaçu e uma CPI na Câmara local, a prefeita Sheyla Gama (PDT) demitiu 900 apadrinhados do petista.
Gays/ A Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB vai encaminhar pedido aos 27 tribunais de Justiça no sentido de que seja fornecida nos cartórios escritura pública que oficializa as uniões estáveis homoafetivas.
Eleições/ Advogado constitucionalista, Erick Wilson Pereira lança hoje, no auditório da OAB-DF, o livro Direito eleitoral – interpretação e aplicação das normas constitucionais e eleitorais.
luizazedo.df@dabr.com.br
Dilma Rousseff (PT) voltou a falar em reforma tributária, recuperação da capacidade de intervenção do Estado na economia e necessidade de capacitação profissional para dar sustentabilidade ao crescimento. José Serra (PSDB) subiu o tom das críticas à taxa de juros e ao câmbio, ao loteamento dos cargos do governo e à reforma tributária. Marina Silva (PV) defendeu o câmbio flutuante, o combate à inflação e mais investimentos na economia de baixo carbono. Essa foi a síntese do debate de ontem entre os três principais candidatos a presidente da República e empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
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Pautados por pesquisas de opinião e por demandas dos promotores do debate, os três candidatos revelaram diferenças de opinião e de tom que ainda são imperceptíveis ou irrelevantes para o cidadão comum. Como não debateram entre si, não ficou suficientemente claro se a oposição defende a continuidade do atual modelo ou uma mudança real de rumo.
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Foi um debate sem grandes emoções, por conta não só do formato, mas principalmente devido ao contingenciamento da oposição por um tripé mortal: o crescimento da economia, os altos índices de aprovação do governo e a popularidade do presidente Lula. Dos três fatores que favorecem a vitória de Dilma, a oposição — Serra e Marina — só pode atacar dois deles: o governo e Lula.
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Como a crítica aberta ao presidente Lula é tudo o que Dilma quer, resta aos candidatos de oposição engrossar o tom contra o governo. Mesmo assim, é uma aposta de alto risco. Serra e Marina têm medo do efeito bumerangue. Moral da história: a oposição não diz a que veio.
Amarrado//
O PP fechou com a candidatura do ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) ao governo do Paraná. Pelo acordo, o deputado federal Ricardo Barros (PP), que foi vice-líder do governo na Câmara, ficou com uma das vagas ao Senado.
Bingo
Liderada pelo deputado Sílvio Costa , do PMN-PE, a bancada do bingo está na ofensiva. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), lavou as mãos, e o presidente da Casa, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, deve colocar em votação o polêmico projeto de legalização dos bingos. Estima-se em R$ 8 bilhões por ano a arrecadação a ser gerada pela jogatina, mas a Receita Federal teme que a lavagem de dinheiro seja algumas vezes maior.
Bye, bye
Os gastos de brasileiros em viagens ao exterior nos quatro primeiros meses do ano, segundo o Banco Central, somaram US$ 4,569 bilhões
Acampamento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ao Rio de Janeiro amanhã para reinaugurar o centenário Teatro Municipal do Rio de Janeiro, magnificamente restaurado, a convite do governador Sérgio Cabral, do PMDB. Aproveita a agenda oficial para esticar o fim de semana em Mangaratiba, na casa do aliado peemedebista.
Sem causa
Resposta do presidente do PDT do Distrito Federal, Ezequiel Nascimento, sobre a nota Rebelde, publicada ontem: “Reguffe nunca questionou, em nenhuma instância partidária, a decisão da direção nacional do PDT de se aliar ao PT na esfera nacional. Aqui no DF, o PDT caminha para uma coligação com o PT — nosso senador Cristovam Buarque vai disputar a reeleição na chapa liderada por Agnelo Queiroz — e não com o PMDB, que, até agora, não está em nenhuma chapa. Por último, como presidente do PDT-DF, garanto que o deputado Reguffe — um militante firme do trabalhismo — não corre risco de ficar sem legenda”.
Sem papo
O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) conta com a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não tem a mais remota possibilidade de ganhar o apoio de Cabral. O motivo é a negociação do segundo turno das eleições municipais, quando cobrou um preço muito alto para apoiar o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).
Barra
Virou mesmo um inferno a vida do candidato do PT do Rio ao Senado, Lindberg Farias. Além dos três pedidos de bloqueio de bens por causa de supostas irregularidades na administração de Nova Iguaçu e uma CPI na Câmara local, a prefeita Sheyla Gama (PDT) demitiu 900 apadrinhados do petista.
Gays/ A Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB vai encaminhar pedido aos 27 tribunais de Justiça no sentido de que seja fornecida nos cartórios escritura pública que oficializa as uniões estáveis homoafetivas.
Eleições/ Advogado constitucionalista, Erick Wilson Pereira lança hoje, no auditório da OAB-DF, o livro Direito eleitoral – interpretação e aplicação das normas constitucionais e eleitorais.
terça-feira, 25 de maio de 2010
O poste e o besouro
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Do ponto de vista da correlação de forças, ao registrar o empate técnico entre o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) e a ex-ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff (PT), as últimas pesquisas de intenção de voto (Vox Populi, Sensus e Datafolha) refletem a vida como ela é. A economia está em expansão, a aliança PT-PMDB e agregados se consolidou, a boa avaliação do governo favorece o continuísmo e a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva facilita a transferência de votos. Mesmo sem experiência eleitoral, a petista é sócia do capital político acumulado em sete anos de governo Lula e ponto final. Trocando em miúdos, o poste de saias criou asas e já voa nas alturas, para desespero da oposição.
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Se alguém tinha dúvidas sobre o lulismo, a prova de que ele existe é essa ascensão de Dilma. De cada 10 eleitores que a descobrem como candidata de Lula, seis votariam na ex-ministra. De acordo com a pesquisa Datafolha de sábado passado, metade dos seis pontos que Dilma recebeu são fruto direto do apoio de Lula.
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José Serra agora se parece com aquele besouro do Barão de Itararé, que, se dependesse dos cálculos aerodinâmicos dos técnicos, não poderia voar. O que ainda mantém José Serra como alternativa de poder? Em primeiro lugar, os serviços prestados como homem público; em segundo, a força da oposição onde é governo. Finalmente, o antipetismo cristalizado entre os eleitores, mais forte nas regiões meridionais do país, onde as forças políticas que apoiam o tucano têm mais inserção.
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No Nordeste, o antipetismo foi dissipado pelas alianças políticas de Lula com velhas oligarquias regionais, em alguns lugares contestadas pelo próprio PT, mas está provado que essas alianças têm grande serventia.
Minas
Dilma avançou muito em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral e reduto do ex-governador Aécio Neves (PSDB). De maio a junho, segundo o Vox Populi, a vantagem de Serra no estado caiu de 15% para 4%. Na simulação de segundo turno, os dois estão tecnicamente empatados. A vantagem de Serra, que era de 19%, caiu para 2%. Marina Silva (PV) também cresceu em Minas: de 7% para 10%.
Sem graça
Hoje a Confederação Nacional da Indústria (CNI) promove mais um debate entre os três principais candidatos à Presidência da República: Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva. O evento começará com a apresentação aos três pré-candidatos da Agenda para crescer mais e melhor. Após a apresentação do documento, Dilma, Serra e Marina terão 25 minutos, cada um, para suas exposições, às quais se seguirão 25 minutos de debates com os empresários e cinco minutos para as considerações finais de cada candidato. Detalhe: Dilma, Serra e Marina não estarão juntos no debate.
Rebelde
O deputado distrital José Antônio Reguffe se posicionou radicalmente contrário à aliança de seu partido, o PDT, com o PT no cenário nacional. Reguffe também criticou a cúpula da legenda pela aproximação no plano local com o PMDB. Agora, o parlamentar corre o sério risco até de não ter a legenda para ser candidato nas próximas eleições.
Salomônico
Vice de Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Michel Temer, do PMDB-SP, fechou um acordo com os dissidentes da legenda para aprovar a coligação com a petista e sua indicação para vice. Ninguém mexe nos 13 diretórios regionais, inclusive o paulista, que já estão comprometidos com a candidatura de José Serra (PSDB). As 14 seções regionais fechadas com Dilma têm ampla maioria de delegados para votar a coligação, mas um confronto desgastaria Temer.
Previdência
Lula ainda vai matutar mais um pouquinho antes de vetar o aumento de 7,72% das aposentadorias acima de um salário mínimo e o fim do fator previdenciário. A equipe econômica, ontem, jogou pesado a favor do veto, mas os políticos ligados ao governo pressionam para que Lula sancione o aumento. O cálculo é eleitoral: Lula tem gordura para queimar com o veto, Dilma nem tanto.
Contas
O aumento de 7,72% dos aposentados representa um impacto adicional de R$ 1,7 bilhão. Já o fim do fator previdenciário pode causar um estrago anual de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões
Intercâmbio
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e a Associação Brasileira de Cooperação (ABC) assinaram um protocolo de intenções com o objetivo de implementar programas, projetos e atividades de cooperação técnica em benefício de países em desenvolvimento. A prioridade é ajudar o Haiti, participando da reconstrução das cidades desse país.
Resíduos/ Com a pauta trancada por nove medidas provisórias, a Câmara vota hoje a MP nº 476/09, que concede crédito presumido às empresas que usarem artigos recicláveis como matérias-primas na fabricação dos seus produtos.
Gasolina/ O Instituto Milênio, em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas Jovens, promove, hoje, campanha pela redução da carga tributária. O Dia da Liberdade de Impostos ocorre em São Paulo, Porto Alegre, Vitória, Belo Horizonte e Brasília. Para marcar a data na capital federal, a entidade patrocina a venda de gasolina sem cobrança de impostos no posto Jarjour da 206 Norte. O litro sai por R$ 1,59.
luizazedo.df@dabr.com.br
Do ponto de vista da correlação de forças, ao registrar o empate técnico entre o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) e a ex-ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff (PT), as últimas pesquisas de intenção de voto (Vox Populi, Sensus e Datafolha) refletem a vida como ela é. A economia está em expansão, a aliança PT-PMDB e agregados se consolidou, a boa avaliação do governo favorece o continuísmo e a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva facilita a transferência de votos. Mesmo sem experiência eleitoral, a petista é sócia do capital político acumulado em sete anos de governo Lula e ponto final. Trocando em miúdos, o poste de saias criou asas e já voa nas alturas, para desespero da oposição.
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Se alguém tinha dúvidas sobre o lulismo, a prova de que ele existe é essa ascensão de Dilma. De cada 10 eleitores que a descobrem como candidata de Lula, seis votariam na ex-ministra. De acordo com a pesquisa Datafolha de sábado passado, metade dos seis pontos que Dilma recebeu são fruto direto do apoio de Lula.
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José Serra agora se parece com aquele besouro do Barão de Itararé, que, se dependesse dos cálculos aerodinâmicos dos técnicos, não poderia voar. O que ainda mantém José Serra como alternativa de poder? Em primeiro lugar, os serviços prestados como homem público; em segundo, a força da oposição onde é governo. Finalmente, o antipetismo cristalizado entre os eleitores, mais forte nas regiões meridionais do país, onde as forças políticas que apoiam o tucano têm mais inserção.
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No Nordeste, o antipetismo foi dissipado pelas alianças políticas de Lula com velhas oligarquias regionais, em alguns lugares contestadas pelo próprio PT, mas está provado que essas alianças têm grande serventia.
Minas
Dilma avançou muito em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral e reduto do ex-governador Aécio Neves (PSDB). De maio a junho, segundo o Vox Populi, a vantagem de Serra no estado caiu de 15% para 4%. Na simulação de segundo turno, os dois estão tecnicamente empatados. A vantagem de Serra, que era de 19%, caiu para 2%. Marina Silva (PV) também cresceu em Minas: de 7% para 10%.
Sem graça
Hoje a Confederação Nacional da Indústria (CNI) promove mais um debate entre os três principais candidatos à Presidência da República: Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva. O evento começará com a apresentação aos três pré-candidatos da Agenda para crescer mais e melhor. Após a apresentação do documento, Dilma, Serra e Marina terão 25 minutos, cada um, para suas exposições, às quais se seguirão 25 minutos de debates com os empresários e cinco minutos para as considerações finais de cada candidato. Detalhe: Dilma, Serra e Marina não estarão juntos no debate.
Rebelde
O deputado distrital José Antônio Reguffe se posicionou radicalmente contrário à aliança de seu partido, o PDT, com o PT no cenário nacional. Reguffe também criticou a cúpula da legenda pela aproximação no plano local com o PMDB. Agora, o parlamentar corre o sério risco até de não ter a legenda para ser candidato nas próximas eleições.
Salomônico
Vice de Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Michel Temer, do PMDB-SP, fechou um acordo com os dissidentes da legenda para aprovar a coligação com a petista e sua indicação para vice. Ninguém mexe nos 13 diretórios regionais, inclusive o paulista, que já estão comprometidos com a candidatura de José Serra (PSDB). As 14 seções regionais fechadas com Dilma têm ampla maioria de delegados para votar a coligação, mas um confronto desgastaria Temer.
Previdência
Lula ainda vai matutar mais um pouquinho antes de vetar o aumento de 7,72% das aposentadorias acima de um salário mínimo e o fim do fator previdenciário. A equipe econômica, ontem, jogou pesado a favor do veto, mas os políticos ligados ao governo pressionam para que Lula sancione o aumento. O cálculo é eleitoral: Lula tem gordura para queimar com o veto, Dilma nem tanto.
Contas
O aumento de 7,72% dos aposentados representa um impacto adicional de R$ 1,7 bilhão. Já o fim do fator previdenciário pode causar um estrago anual de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões
Intercâmbio
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e a Associação Brasileira de Cooperação (ABC) assinaram um protocolo de intenções com o objetivo de implementar programas, projetos e atividades de cooperação técnica em benefício de países em desenvolvimento. A prioridade é ajudar o Haiti, participando da reconstrução das cidades desse país.
Resíduos/ Com a pauta trancada por nove medidas provisórias, a Câmara vota hoje a MP nº 476/09, que concede crédito presumido às empresas que usarem artigos recicláveis como matérias-primas na fabricação dos seus produtos.
Gasolina/ O Instituto Milênio, em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas Jovens, promove, hoje, campanha pela redução da carga tributária. O Dia da Liberdade de Impostos ocorre em São Paulo, Porto Alegre, Vitória, Belo Horizonte e Brasília. Para marcar a data na capital federal, a entidade patrocina a venda de gasolina sem cobrança de impostos no posto Jarjour da 206 Norte. O litro sai por R$ 1,59.
domingo, 23 de maio de 2010
Erro de Napoleão
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Discípulo de Nicolau Maquiavel, Napoleão Bonaparte (1769-1821) emergiu da Revolução Francesa para ser o maior conquistador dos séculos 18 e 19. Nossa melhor edição de O príncipe é comentada por ele. Gênio militar, conquistou o Egito e dominou a Europa ocidental e central, de Portugal à Aústria. Mas foi derrotado duas vezes pela Inglaterra, uma no mar (Trafalgar) e outra em terra (Waterloo), que já havia realizado sua Revolução Industrial.
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Sua ruína, porém, foi a invasão da Rússia, cujo exército havia debandado em Austerlitz, depois de traído por alemães e austríacos. Em Borodino, como nos relata Leon Tolstoi em Guerra e paz, os russos reagiram e venceram a batalha. Mas se retiraram para os cafundós da pátria e entregaram Moscou, que foi saqueada e incendiada. Napoleão achava que havia ganhado a guerra contra Alexandre. Na verdade, havia perdido. E sua retirada pelas estepes geladas foi um dos maiores desastres militares da história.
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O que tem a ver a derrota de Napoleão com a sucessão do presidente Lula? Talvez apenas a consideração de que um indivíduo, por mais poderoso e popular, não pode tudo. Lula quer mais do que a eleição da petista Dilma Rousseff. Arma um cerco para aniquilar politicamente o ex-governador tucano Aécio Neves, cujo candidato Antônio Anastasia (PSDDB) empacou nas pesquisas. Ao forçar a coligação PMDB-PT em Minas, com Hélio Costa na cabeça e Fernando Pimentel candidato ao Senado, Lula encurrala Aécio e o empurra para a vice do tucano José Serra.
Moita//
O governador do DF, Rogério Rosso (PMDB), eleito pelo voto indireto da Câmara Legislativa, come o mingau pelas beiradas. Para não chamar Exú, nega que seja candidato à reeleição, mas se movimenta administrativa e politicamente como quem tem esse objetivo. Aliado do candidato petista Agnelo Queiroz, o deputado Tadeu Fillipelli (PMDB) já deu o alarme de que o PT não deve fazer muita marola.
Trombone
Um levantamento feito pela taquigrafia da Câmara revelou os deputados fanáticos pelo microfone. O campeão em 2010 é o petista José Genoino, de São Paulo, com 191 discursos, seguido do veterano peemedebista Mauro Benevides, do Ceará, que falou aos pares 175 vezes. Entre os 30 maiores oradores, estão os líderes dos partidos, o que pode ser explicado pela exigência do próprio cargo. Mas há casos como o do novato capitão Assumção (PSB-ES), que tomou posse no ano passado. De fevereiro a 15 de maio deste ano, proferiu 66 discursos, alcançando a 20ª posição no ranking, à frente até do líder do PT, Cândido Vaccarezza (SP).
Oratória
O PT é o partido que mais discursa na Casa. Com uma bancada de 79 deputados — menor do que a do PMDB, que conta com 90 parlamentares, que fizeram 1.190 discursos —, o partido do presidente Lula fez, no total, 1.421 discursos
Estilo
No corte por estados, a bancada paulista é a mais faladora. Representando 13,6% dos 513 deputados: fez 1.449 discursos, ou 19,8% do total. Rio de Janeiro, com 9% da bancada da Câmara, fez 738 discursos, ou 10,1% do total. Já Minas Gerais não nega a lenda. Mesmo com 10,3% de todos os deputados federais, ocupou o microfone 397 vezes, o que corresponde a 5,4% do total de discursos realizados na Casa.
Náufrago
A subida nas pesquisas da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial fez soar o alarme no ninho tucano. Para evitar o naufrágio da candidatura de José Serra (PSDB), o tucanato concentrou esforços na campanha do ex-governador e deixou à deriva o candidato ao governo de São Paulo Geraldo Alckmin (foto). Bom para o azarão Aloizio Mercadante (PT-SP), que quer ver fazer água a canoa do adversário.
Ardil
A votação dos projetos do pré-sal no Senado foi marcada para 8 de julho. Ao contrário da polêmica que despertou na Câmara, a distribuição dos royalties sequer será votada pelos senadores. É que os royalties estão no projeto que cria o novo modelo de exploração por partilha, que vai perder urgência. A parte que interessa ao governo — o modelo e partilha — será contemplada no projeto que cria o Fundo Social, cujo relator é o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), da base aliada. Se houver acordo com a oposição, a votação do pré-sal deve antecipar o chamado recesso branco por causa da Copa do Mundo.
Caças/ A parceria estratégica do Brasil com a França tem duas pernas: o projeto do submarino nuclear e a compra dos caças Rafale. A crise do Irã, com o alinhamento dos EUA e da França no Conselho de Segurança da ONU, pode provocar a amputação da segunda. Fabricantes do caça gripen NG, o mais barato, os suecos observam a fricção diplomática.
Força/ O prefeito de Osasco, Emídio de Souza, prepara uma festa de arromba para comemorar seus 51 anos. O convite, com direito a foto e palavras sobre amizade e trabalho, foi enviado a uma constelação de petistas. O prefeito tinha torcida organizada para ser o nome do partido ao governo de São Paulo, até o presidente Lula decretar que o senador Aloizio Mercadante era o cara.
Passeio/ O Brasil sediará em julho o próximo encontro do Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China), grupo de países emergentes comprometidos em reduzir a emissão de carbono na atmosfera. A reunião será no Rio de Janeiro, mas os ministros do meio ambiente dos países parceiros pediram à ministra brasileira Izabella Teixeira para levá-los à Amazônia. Querem conhecer in loco o que faz do país a maior biodiversidade do planeta.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Discípulo de Nicolau Maquiavel, Napoleão Bonaparte (1769-1821) emergiu da Revolução Francesa para ser o maior conquistador dos séculos 18 e 19. Nossa melhor edição de O príncipe é comentada por ele. Gênio militar, conquistou o Egito e dominou a Europa ocidental e central, de Portugal à Aústria. Mas foi derrotado duas vezes pela Inglaterra, uma no mar (Trafalgar) e outra em terra (Waterloo), que já havia realizado sua Revolução Industrial.
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Sua ruína, porém, foi a invasão da Rússia, cujo exército havia debandado em Austerlitz, depois de traído por alemães e austríacos. Em Borodino, como nos relata Leon Tolstoi em Guerra e paz, os russos reagiram e venceram a batalha. Mas se retiraram para os cafundós da pátria e entregaram Moscou, que foi saqueada e incendiada. Napoleão achava que havia ganhado a guerra contra Alexandre. Na verdade, havia perdido. E sua retirada pelas estepes geladas foi um dos maiores desastres militares da história.
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O que tem a ver a derrota de Napoleão com a sucessão do presidente Lula? Talvez apenas a consideração de que um indivíduo, por mais poderoso e popular, não pode tudo. Lula quer mais do que a eleição da petista Dilma Rousseff. Arma um cerco para aniquilar politicamente o ex-governador tucano Aécio Neves, cujo candidato Antônio Anastasia (PSDDB) empacou nas pesquisas. Ao forçar a coligação PMDB-PT em Minas, com Hélio Costa na cabeça e Fernando Pimentel candidato ao Senado, Lula encurrala Aécio e o empurra para a vice do tucano José Serra.
Moita//
O governador do DF, Rogério Rosso (PMDB), eleito pelo voto indireto da Câmara Legislativa, come o mingau pelas beiradas. Para não chamar Exú, nega que seja candidato à reeleição, mas se movimenta administrativa e politicamente como quem tem esse objetivo. Aliado do candidato petista Agnelo Queiroz, o deputado Tadeu Fillipelli (PMDB) já deu o alarme de que o PT não deve fazer muita marola.
Trombone
Um levantamento feito pela taquigrafia da Câmara revelou os deputados fanáticos pelo microfone. O campeão em 2010 é o petista José Genoino, de São Paulo, com 191 discursos, seguido do veterano peemedebista Mauro Benevides, do Ceará, que falou aos pares 175 vezes. Entre os 30 maiores oradores, estão os líderes dos partidos, o que pode ser explicado pela exigência do próprio cargo. Mas há casos como o do novato capitão Assumção (PSB-ES), que tomou posse no ano passado. De fevereiro a 15 de maio deste ano, proferiu 66 discursos, alcançando a 20ª posição no ranking, à frente até do líder do PT, Cândido Vaccarezza (SP).
Oratória
O PT é o partido que mais discursa na Casa. Com uma bancada de 79 deputados — menor do que a do PMDB, que conta com 90 parlamentares, que fizeram 1.190 discursos —, o partido do presidente Lula fez, no total, 1.421 discursos
Estilo
No corte por estados, a bancada paulista é a mais faladora. Representando 13,6% dos 513 deputados: fez 1.449 discursos, ou 19,8% do total. Rio de Janeiro, com 9% da bancada da Câmara, fez 738 discursos, ou 10,1% do total. Já Minas Gerais não nega a lenda. Mesmo com 10,3% de todos os deputados federais, ocupou o microfone 397 vezes, o que corresponde a 5,4% do total de discursos realizados na Casa.
Náufrago
A subida nas pesquisas da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial fez soar o alarme no ninho tucano. Para evitar o naufrágio da candidatura de José Serra (PSDB), o tucanato concentrou esforços na campanha do ex-governador e deixou à deriva o candidato ao governo de São Paulo Geraldo Alckmin (foto). Bom para o azarão Aloizio Mercadante (PT-SP), que quer ver fazer água a canoa do adversário.
Ardil
A votação dos projetos do pré-sal no Senado foi marcada para 8 de julho. Ao contrário da polêmica que despertou na Câmara, a distribuição dos royalties sequer será votada pelos senadores. É que os royalties estão no projeto que cria o novo modelo de exploração por partilha, que vai perder urgência. A parte que interessa ao governo — o modelo e partilha — será contemplada no projeto que cria o Fundo Social, cujo relator é o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), da base aliada. Se houver acordo com a oposição, a votação do pré-sal deve antecipar o chamado recesso branco por causa da Copa do Mundo.
Caças/ A parceria estratégica do Brasil com a França tem duas pernas: o projeto do submarino nuclear e a compra dos caças Rafale. A crise do Irã, com o alinhamento dos EUA e da França no Conselho de Segurança da ONU, pode provocar a amputação da segunda. Fabricantes do caça gripen NG, o mais barato, os suecos observam a fricção diplomática.
Força/ O prefeito de Osasco, Emídio de Souza, prepara uma festa de arromba para comemorar seus 51 anos. O convite, com direito a foto e palavras sobre amizade e trabalho, foi enviado a uma constelação de petistas. O prefeito tinha torcida organizada para ser o nome do partido ao governo de São Paulo, até o presidente Lula decretar que o senador Aloizio Mercadante era o cara.
Passeio/ O Brasil sediará em julho o próximo encontro do Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China), grupo de países emergentes comprometidos em reduzir a emissão de carbono na atmosfera. A reunião será no Rio de Janeiro, mas os ministros do meio ambiente dos países parceiros pediram à ministra brasileira Izabella Teixeira para levá-los à Amazônia. Querem conhecer in loco o que faz do país a maior biodiversidade do planeta.
sábado, 22 de maio de 2010
Exegese do Ficha Limpa
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
A explicação ou interpretação crítica do texto ou palavra (exegese), em matéria legal, não é uma prerrogativa do legislador, é uma atribuição da Justiça. Eis porque a polêmica sobre o projeto Ficha Limpa, aprovado pelo Senado por unanimidade dos senadores presentes — 76 dos 81 integrantes da Casa —, acabará, como já aconteceu com outras decisões polêmicas do Legislativo, nas barras dos tribunais. É da regra do jogo democrático desde Montesquieu: o Legislativo faz a Lei, o Judiciário interpreta e o Executivo coloca em prática (nem sempre).
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Isso não quer dizer que a polêmica envolvendo o autor da emenda de redação, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), e o relator do projeto, senador Demostenes Torres (DEM-GO), seja irrelevante. Para os críticos, houve mudança quanto à aplicação da nova lei aos candidatos já condenados, enquanto os dois senadores garantem que a emenda de redação não altera o mérito do projeto.
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Se prevalecer a primeira interpretação, que estabelece duas categorias de candidatos com a ficha suja, um que pode e outro que não pode disputar as eleições, o projeto voltará para a Câmara, como argumenta o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), prejudicando sua vigência já nessas eleições, como muitos desejam. Na segunda, a nova lei irá à sanção do presidente da República e entrará em vigor sem necessidade de nova votação.
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O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), responsável pelo projeto Ficha Limpa, acredita que houve mudança de mérito, mas considera essa discussão `leite derramado`. Prefere encampar a tese do relator, de que não houve alteração de mérito. Os discursos em plenário e o peso da votação seriam mais do que suficientes para brigar na Justiça Eleitoral pela cassação dos registros dos candidatos que devem à Justiça.
Museu
Instalado no Palácio Olímpio Campos, prédio erguido em 1863, o novo museu histórico de Sergipe foi inaugurado ontem pelo governador Marcelo Déda, candidato à reeleição. Outro museu histórico funciona em São Cristóvão (SE), cidade fundada em 1590, a quarta mais antiga do Brasil.
Trabalhão
Neste sábado, comemora-se o Dia Internacional da Biodiversidade. Calcula-se que existam no mundo 13 milhões de espécies de seres vivos, entre plantas, animais e bactérias. Mas, identificados e registrados, o número não passa de 1,73 milhão
É tarde
Fogo amigo no julgamento do Estado brasileiro pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por atos da ditadura. O Caso Gomes Lund e outros, cujo processo pede apuração de desaparecimentos na Guerrilha do Araguaia, nos anos 1970, começou a ser julgado ontem, graças ao lobby da OAB-Rio, do Centro pela Justiça e Direito Internacional, do grupo Tortura Nunca Mais, do Rio, e da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos. Houve, ainda, uma mãozinha da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que apostava na revisão da Lei da Anistia. Agora, representantes dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores, da Advocacia-Geral da União e do Superior Tribunal de Justiça estão na Costa Rica e tentam evitar uma condenação.
Dúvidas
Doze homens e uma sentença (1957), clássico do cinema norte-americano, de Sidney Lumet, com Henry Fonda no papel principal, se passa numa sala fechada. No filme, um jurado atormentado por uma dúvida questiona os colegas convictos de que o réu deve ser condenado à morte. O resultado é uma reviravolta no julgamento. É mais ou menos o que Roger Cohen, um dos mais respeitados colunistas do Herald Tribune, tenta ao defender o acordo turco-brasileiro sobre o urânio enriquecido do Irã e criticar o presidente Barack Obama por ignorá-lo.
Candidatíssimo
O tucano José Serra se movimenta para resolver o problema de sua campanha em Brasília, onde ficou sem palanque depois da operação Caixa de Pandora. A opção da cúpula tucana é o lançamento da candidatura do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Maurício Corrêa, que já foi senador pelo DF e ainda está medindo o pulo. Sua candidatura dependeria do apoio do DEM e do PPS.
Tesouro
O veterano senador Paulo Duque (PMDB-RJ), que substituiu Sérgio Cabral (PMDB), deve voltar à suplência. O titular da vaga é o chefe da Casa Civil do governo fluminense, Regis Fichtner, que arruma as gavetas para assumir o comando das finanças da campanha à reeleição do governador peemedebista.
Nos cobres/ Mais de 129 toneladas de cobre foram desviados no país, sendo 24 toneladas em apenas quatro roubos de carga. Este ano, a indústria do cobre já sofreu prejuízo de R$ 2,2 milhões e cobra uma ação mais eficiente das autoridades policiais estaduais e federais.
Nós lá/ Um acordo selado em Brasília entre o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o herdeiro do trono da Bélgica, príncipe Philippe, vai levar a cultura brasileira ao país europeu durante a temporada 2011 do Europalia, megaevento que destaca a cultura, a economia e os avanços científicos do país homenageado.
Publicado hoje na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
A explicação ou interpretação crítica do texto ou palavra (exegese), em matéria legal, não é uma prerrogativa do legislador, é uma atribuição da Justiça. Eis porque a polêmica sobre o projeto Ficha Limpa, aprovado pelo Senado por unanimidade dos senadores presentes — 76 dos 81 integrantes da Casa —, acabará, como já aconteceu com outras decisões polêmicas do Legislativo, nas barras dos tribunais. É da regra do jogo democrático desde Montesquieu: o Legislativo faz a Lei, o Judiciário interpreta e o Executivo coloca em prática (nem sempre).
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Isso não quer dizer que a polêmica envolvendo o autor da emenda de redação, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), e o relator do projeto, senador Demostenes Torres (DEM-GO), seja irrelevante. Para os críticos, houve mudança quanto à aplicação da nova lei aos candidatos já condenados, enquanto os dois senadores garantem que a emenda de redação não altera o mérito do projeto.
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Se prevalecer a primeira interpretação, que estabelece duas categorias de candidatos com a ficha suja, um que pode e outro que não pode disputar as eleições, o projeto voltará para a Câmara, como argumenta o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), prejudicando sua vigência já nessas eleições, como muitos desejam. Na segunda, a nova lei irá à sanção do presidente da República e entrará em vigor sem necessidade de nova votação.
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O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), responsável pelo projeto Ficha Limpa, acredita que houve mudança de mérito, mas considera essa discussão `leite derramado`. Prefere encampar a tese do relator, de que não houve alteração de mérito. Os discursos em plenário e o peso da votação seriam mais do que suficientes para brigar na Justiça Eleitoral pela cassação dos registros dos candidatos que devem à Justiça.
Museu
Instalado no Palácio Olímpio Campos, prédio erguido em 1863, o novo museu histórico de Sergipe foi inaugurado ontem pelo governador Marcelo Déda, candidato à reeleição. Outro museu histórico funciona em São Cristóvão (SE), cidade fundada em 1590, a quarta mais antiga do Brasil.
Trabalhão
Neste sábado, comemora-se o Dia Internacional da Biodiversidade. Calcula-se que existam no mundo 13 milhões de espécies de seres vivos, entre plantas, animais e bactérias. Mas, identificados e registrados, o número não passa de 1,73 milhão
É tarde
Fogo amigo no julgamento do Estado brasileiro pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por atos da ditadura. O Caso Gomes Lund e outros, cujo processo pede apuração de desaparecimentos na Guerrilha do Araguaia, nos anos 1970, começou a ser julgado ontem, graças ao lobby da OAB-Rio, do Centro pela Justiça e Direito Internacional, do grupo Tortura Nunca Mais, do Rio, e da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos. Houve, ainda, uma mãozinha da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que apostava na revisão da Lei da Anistia. Agora, representantes dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores, da Advocacia-Geral da União e do Superior Tribunal de Justiça estão na Costa Rica e tentam evitar uma condenação.
Dúvidas
Doze homens e uma sentença (1957), clássico do cinema norte-americano, de Sidney Lumet, com Henry Fonda no papel principal, se passa numa sala fechada. No filme, um jurado atormentado por uma dúvida questiona os colegas convictos de que o réu deve ser condenado à morte. O resultado é uma reviravolta no julgamento. É mais ou menos o que Roger Cohen, um dos mais respeitados colunistas do Herald Tribune, tenta ao defender o acordo turco-brasileiro sobre o urânio enriquecido do Irã e criticar o presidente Barack Obama por ignorá-lo.
Candidatíssimo
O tucano José Serra se movimenta para resolver o problema de sua campanha em Brasília, onde ficou sem palanque depois da operação Caixa de Pandora. A opção da cúpula tucana é o lançamento da candidatura do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Maurício Corrêa, que já foi senador pelo DF e ainda está medindo o pulo. Sua candidatura dependeria do apoio do DEM e do PPS.
Tesouro
O veterano senador Paulo Duque (PMDB-RJ), que substituiu Sérgio Cabral (PMDB), deve voltar à suplência. O titular da vaga é o chefe da Casa Civil do governo fluminense, Regis Fichtner, que arruma as gavetas para assumir o comando das finanças da campanha à reeleição do governador peemedebista.
Nos cobres/ Mais de 129 toneladas de cobre foram desviados no país, sendo 24 toneladas em apenas quatro roubos de carga. Este ano, a indústria do cobre já sofreu prejuízo de R$ 2,2 milhões e cobra uma ação mais eficiente das autoridades policiais estaduais e federais.
Nós lá/ Um acordo selado em Brasília entre o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o herdeiro do trono da Bélgica, príncipe Philippe, vai levar a cultura brasileira ao país europeu durante a temporada 2011 do Europalia, megaevento que destaca a cultura, a economia e os avanços científicos do país homenageado.
Publicado hoje na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Um veto complicado
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Não há certeza de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetará o aumento dos aposentados. Os sinais emitidos por seus porta-vozes são no sentido de que nada está decidido, ainda. O índice de 7,7% para todos os aposentados foi uma bandeira da oposição encampada pela base governista. Em ano eleitoral, é um sinal de que um veto ao reajuste pode ser muito prejudicial à candidata petista Dilma Rousseff e a seus aliados.
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Pela Constituição, o presidente da República tem 15 dias para sancionar ou vetar o aumento de 7,7% para aposentadorias e pensões da Previdência Social acima do salário mínimo. No governo, a equipe econômica bate o pé contra o aumento. Se depender do ministro Guido Mantega, seria de apenas 6,14%. Essa possibilidade, porém, parece descartada. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), propõe um aumento de 7% para os que recebem entre um e três salários mínimos.
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Por que o presidente Lula confrontaria os aposentados com um veto frustrante? A única justificativa seria uma situação financeira calamitosa, mas o que não falta é gordura nos gastos do governo para cortar na carne e cobrir o rombo na Previdência. Vamos supor, porém, que o presidente resolva vetar o aumento. Haverá uma reação dos aposentados, cujos rendimentos fazem girar a roda da economia e ajudam a manter estruturadas milhões de famílias muito pobres. A pressão sobre o Congresso para colocar o veto em votação antes das eleições e derrubá-lo seria tremenda. No caso do fator previdenciário, a história é outra: um veto líquido e certo.
Multa//
Foi aprovada pelo plenário da Câmara Federal, na quinta-feira, emenda do deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) à Medida Provisória nº 472, que restringe a cobrança de multa por parte da Receita Federal aos contribuintes que apresentarem erro na Declaração do Imposto de Renda. Com a mudança, só haverá multa em caso de má-fé ou dolo comprovados.
Índios
Caiu no colo do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), o barraco criado pelo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, com índios de diversas etnias por causa da reestruturação do órgão à revelia deles. Os indígenas estão acampados desde janeiro em Brasília, mas não conseguem ser recebidos por Meira. Na quarta-feira, invadiram a Câmara e entraram em confronto com a segurança. Querem a revogação do Decreto nº 7.056, que reestrutura a Funai.
Crack
O presidente Lula anunciou ontem um plano nacional de combate ao crack. Custará R$ 410 milhões
Amigos
O presidente Lula foi tema de uma conversa entre os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Mahmoud Ahmadinejad, do Irã. O líder venezuelano aproveitou para elogiar a atuação do colega brasileiro no acordo para garantir fins pacíficos ao programa nuclear iraniano, celebrado com a ajuda da Turquia. O papo terminou com a promessa de visita de Ahmadinejad à Venezuela.
Fator
O líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja, de Santa Catarina, autor da emenda que derrubou o fator previdenciário, acredita que o veto do presidente Lula à sua proposição, se ocorrer, também será derrubado no Congresso. “Temos a obrigação de derrubar essa decisão.” Segundo a emenda aprovada, o tempo mínimo de contribuição exigido para que um indivíduo se aposente continua o mesmo: 35 anos para homens e 30 para as mulheres do setor privado e servidores públicos regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Cálculo
O que muda com o fim do fator previdenciário é o valor da aposentadoria, que resulta do cálculo das médias dos maiores salários de contribuição a partir de julho de 1994. Entram no cálculo apenas os oito maiores em cada 10 salários de contribuição. O valor da média obtida por essa conta deve ser multiplicado, então, pelo fator previdenciário — calculado com base na alíquota de contribuição, na idade do trabalhador, no tempo de contribuição e na expectativa de vida. O mecanismo serve para impedir que os trabalhadores se aposentem mais cedo.
Rede
Amante das redes sociais, o senador Cristovam Buarque (foto), do PDT-DF, preferiu dar o crédito pela votação do projeto da Ficha Limpa aos internautas, e não aos parlamentares que o aprovaram. Cristovam lembrou que o texto de iniciativa popular, que sofreu reveses na Câmara, só foi aprovado graças ao poder de persuasão dos cinco milhões de “cidanautas” que pressionaram pelo projeto em “praças virtuais”.
Paciência/ Quem sonhava marcar ou remarcar neste fim de semana uma perícia médica para receber benefícios por incapacidade da Previdência vai ter que esperar um pouco mais. A central de atendimento do órgão entrará em manutenção no início da noite de hoje, e só volta a funcionar na segunda-feira.
Renegado/ A direção nacional do PSB se reúne hoje em Brasília. Deve referendar a expulsão do deputado distrital Rogério Ulysses (DF) da legenda, por envolvimento no escândalo de Brasília.
Campanha/ O PSDB de Minas Gerais protocola hoje no Tribunal Regional Eleitoral uma medida judicial contra o PMDB e o senador Hélio Costa, candidato ao governo de Minas, por suposta campanha eleitoral extemporânea.
Guerra/ O leitor Kleyn Guerreiro questiona a coluna de ontem sobre a crise do Irã, pela referência à invasão do Iraque: “No caso de Saddam (um assassino em massa de xiitas com pó químico na fronteira do Irã), além dos antecedentes, pesou o comportamento de quem fingia possuir as tais armas. No Irã, dá-se o contrário, diz que não tem, mas se comporta como quem desenvolve às escondidas. Concordo que o 11/9 foi um pretexto para invadir o Iraque, e a invasão levou ao terrorismo que não existia naquele país, mas nada tem a ver com a situação atual do Irã”.
Publicado hoje na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Não há certeza de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetará o aumento dos aposentados. Os sinais emitidos por seus porta-vozes são no sentido de que nada está decidido, ainda. O índice de 7,7% para todos os aposentados foi uma bandeira da oposição encampada pela base governista. Em ano eleitoral, é um sinal de que um veto ao reajuste pode ser muito prejudicial à candidata petista Dilma Rousseff e a seus aliados.
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Pela Constituição, o presidente da República tem 15 dias para sancionar ou vetar o aumento de 7,7% para aposentadorias e pensões da Previdência Social acima do salário mínimo. No governo, a equipe econômica bate o pé contra o aumento. Se depender do ministro Guido Mantega, seria de apenas 6,14%. Essa possibilidade, porém, parece descartada. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), propõe um aumento de 7% para os que recebem entre um e três salários mínimos.
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Por que o presidente Lula confrontaria os aposentados com um veto frustrante? A única justificativa seria uma situação financeira calamitosa, mas o que não falta é gordura nos gastos do governo para cortar na carne e cobrir o rombo na Previdência. Vamos supor, porém, que o presidente resolva vetar o aumento. Haverá uma reação dos aposentados, cujos rendimentos fazem girar a roda da economia e ajudam a manter estruturadas milhões de famílias muito pobres. A pressão sobre o Congresso para colocar o veto em votação antes das eleições e derrubá-lo seria tremenda. No caso do fator previdenciário, a história é outra: um veto líquido e certo.
Multa//
Foi aprovada pelo plenário da Câmara Federal, na quinta-feira, emenda do deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) à Medida Provisória nº 472, que restringe a cobrança de multa por parte da Receita Federal aos contribuintes que apresentarem erro na Declaração do Imposto de Renda. Com a mudança, só haverá multa em caso de má-fé ou dolo comprovados.
Índios
Caiu no colo do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), o barraco criado pelo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, com índios de diversas etnias por causa da reestruturação do órgão à revelia deles. Os indígenas estão acampados desde janeiro em Brasília, mas não conseguem ser recebidos por Meira. Na quarta-feira, invadiram a Câmara e entraram em confronto com a segurança. Querem a revogação do Decreto nº 7.056, que reestrutura a Funai.
Crack
O presidente Lula anunciou ontem um plano nacional de combate ao crack. Custará R$ 410 milhões
Amigos
O presidente Lula foi tema de uma conversa entre os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Mahmoud Ahmadinejad, do Irã. O líder venezuelano aproveitou para elogiar a atuação do colega brasileiro no acordo para garantir fins pacíficos ao programa nuclear iraniano, celebrado com a ajuda da Turquia. O papo terminou com a promessa de visita de Ahmadinejad à Venezuela.
Fator
O líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja, de Santa Catarina, autor da emenda que derrubou o fator previdenciário, acredita que o veto do presidente Lula à sua proposição, se ocorrer, também será derrubado no Congresso. “Temos a obrigação de derrubar essa decisão.” Segundo a emenda aprovada, o tempo mínimo de contribuição exigido para que um indivíduo se aposente continua o mesmo: 35 anos para homens e 30 para as mulheres do setor privado e servidores públicos regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Cálculo
O que muda com o fim do fator previdenciário é o valor da aposentadoria, que resulta do cálculo das médias dos maiores salários de contribuição a partir de julho de 1994. Entram no cálculo apenas os oito maiores em cada 10 salários de contribuição. O valor da média obtida por essa conta deve ser multiplicado, então, pelo fator previdenciário — calculado com base na alíquota de contribuição, na idade do trabalhador, no tempo de contribuição e na expectativa de vida. O mecanismo serve para impedir que os trabalhadores se aposentem mais cedo.
Rede
Amante das redes sociais, o senador Cristovam Buarque (foto), do PDT-DF, preferiu dar o crédito pela votação do projeto da Ficha Limpa aos internautas, e não aos parlamentares que o aprovaram. Cristovam lembrou que o texto de iniciativa popular, que sofreu reveses na Câmara, só foi aprovado graças ao poder de persuasão dos cinco milhões de “cidanautas” que pressionaram pelo projeto em “praças virtuais”.
Paciência/ Quem sonhava marcar ou remarcar neste fim de semana uma perícia médica para receber benefícios por incapacidade da Previdência vai ter que esperar um pouco mais. A central de atendimento do órgão entrará em manutenção no início da noite de hoje, e só volta a funcionar na segunda-feira.
Renegado/ A direção nacional do PSB se reúne hoje em Brasília. Deve referendar a expulsão do deputado distrital Rogério Ulysses (DF) da legenda, por envolvimento no escândalo de Brasília.
Campanha/ O PSDB de Minas Gerais protocola hoje no Tribunal Regional Eleitoral uma medida judicial contra o PMDB e o senador Hélio Costa, candidato ao governo de Minas, por suposta campanha eleitoral extemporânea.
Guerra/ O leitor Kleyn Guerreiro questiona a coluna de ontem sobre a crise do Irã, pela referência à invasão do Iraque: “No caso de Saddam (um assassino em massa de xiitas com pó químico na fronteira do Irã), além dos antecedentes, pesou o comportamento de quem fingia possuir as tais armas. No Irã, dá-se o contrário, diz que não tem, mas se comporta como quem desenvolve às escondidas. Concordo que o 11/9 foi um pretexto para invadir o Iraque, e a invasão levou ao terrorismo que não existia naquele país, mas nada tem a ver com a situação atual do Irã”.
Publicado hoje na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Síndrome de Yalta
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Consta que na Conferência de Yalta, na Crimeia (Ucrânia) — na qual o presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt, o primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill e o líder da União Soviética Josef Stálin traçaram as fronteiras do pós-2ª Guerra Mundial —, a presença do papa fora vetada pelo líder comunista russo: “Quantas divisões ele tem?”, teria indagado.
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É mais ou menos o que está acontecendo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião do Conselho de Segurança da ONU, na qual os Estados Unidos conseguiram apoio da França, da Inglaterra, da China e da Rússia para definir um esboço de resolução com sanções contra o Irã, ignorando o acordo assinado pelo regime dos aiatolás com o Brasil e a Turquia.
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O Brasil e a Turquia esperneiam, tentam fazer com que o acordo seja considerado pelas cinco potências nucleares. Para o senso comum, Lula se meteu numa enrascada, foi literalmente longe demais com sua liderança global. Pode não ser bem assim. O acordo entre os três países é um sinal de mudança nas relações entre as nações emergentes e as potências nucleares.
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Nada será como antes. Vale lembrar que o Conselho de Segurança da ONU foi desmoralizado quando o ex-presidente Bush decidiu invadir o Iraque, contra a opinião de 14 dos seus 15 integrantes. O pretexto foi a suposta existência de armas químicas no Iraque, nunca comprovada. Detalhe: a Inglaterra votou contra, mas depois apoiou o ataque ianque. As consequências são conhecidas.
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Quem estará mentindo sobre o caráter do programa nuclear do Irã?
Estrela
Cristina Kirchner brilhou na cúpula Ibero-Latino-Americana de Madri. Com o presidente Lula na defensiva, aguardando os desdobramentos das negociações do chanceler Celso Amorim com o Conselho de Segurança da ONU, a presidenta argentina pediu ao Reino Unido que inicie negociações sobre as Malvinas. O boliviano Evo Morales reclamou do maltrato aos imigrantes latinos. Peru e Colômbia assinaram tratados de livre comércio com a União Europeia.
Empacou
O tucano Aécio Neves chega de férias na próxima segunda-feira com um grande problema pela frente: a campanha do governador Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição, precisa de um empurrão para sair do patamar em que se encontra, bem atrás de Hélio Costa (PMDB).
Pandora
Um monstrengo chamado MP nº 472/09 assusta os deputados. Com oito temas diferentes, o projeto, de autoria do Executivo, recebeu ainda 53 emendas no Senado. Sem saber o que fazer, os deputados ensaiam rejeitar as emendas, mantendo a orientação que tem sido adotada na Câmara de rejeitar enxertos estranhos ao tema da medida provisória.
Encrenca
O senador Heráclito Fortes, do DEM-PI, pretende convocar os ministros Jorge Armando Félix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; e Guido Mantega, da Fazenda, à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado para prestar esclarecimentos sobre uma possível violação do sigilo fiscal de oficiais generais e superiores do Exército Brasileiro, em abril deste ano.
Gastronomia
Come-se cada vez melhor no Distrito Federal. Com a participação de 79 restaurantes de Brasília — no Plano Piloto, em Taguatinga, em Águas Claras, no Sudoeste, na Octogonal, no Guará, no Jardim Botânico e nos Lagos Sul e Norte —, o evento gastronômico Brasil Sabor Brasília bateu o recorde nacional de vendas: faturou R$ 1,084 milhão
Saídas
Do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP): “Impossível votar qualquer emenda passando por cima da PEC 300, que trata do piso salarial dos policiais, e que tem lotado os corredores da Câmara”. Chinaglia defende que a decisão seja tomada pelo colegiado, deixando de fora a questão dos fundos e estabelecendo o valor do reajuste por lei complementar, a ser editada em 90 dias após a aprovação da PEC.
Virada
Uma reunião hoje com representantes da Marinha e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, vai traçar os rumos do Programa Brasileiro de Contingência de Derramamento de Óleo. O objetivo é preparar o país para um desastre como o recente vazamento ocorrido nos Estados Unidos.
Reforma/ O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, pretende promover um seminário sobre a reforma política após as eleições presidenciais. Acredita que a entidade pode mobilizar cientistas políticos, juristas e representantes da sociedade civil para novas iniciativas, como o projeto Ficha Limpa.
Embaixadas/ A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprecia hoje as indicações de José Antonio Marcondes de Carvalho e Luiz Antônio Fachini Gomes para os cargos de Embaixador do Brasil na Venezuela e na Tunísia, respectivamente.
Azebudsman/ O leitor Flatônio José da Silva corrige: o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) é primo em segundo grau do ex-governador Aécio Neves, e não seu tio, como publicamos dia desses. “Sobrinho de Tancredo Neves, primo em primeiro grau da mãe de Aécio, de quem vem a ser, portanto, primo em segundo grau”, explica.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Consta que na Conferência de Yalta, na Crimeia (Ucrânia) — na qual o presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt, o primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill e o líder da União Soviética Josef Stálin traçaram as fronteiras do pós-2ª Guerra Mundial —, a presença do papa fora vetada pelo líder comunista russo: “Quantas divisões ele tem?”, teria indagado.
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É mais ou menos o que está acontecendo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião do Conselho de Segurança da ONU, na qual os Estados Unidos conseguiram apoio da França, da Inglaterra, da China e da Rússia para definir um esboço de resolução com sanções contra o Irã, ignorando o acordo assinado pelo regime dos aiatolás com o Brasil e a Turquia.
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O Brasil e a Turquia esperneiam, tentam fazer com que o acordo seja considerado pelas cinco potências nucleares. Para o senso comum, Lula se meteu numa enrascada, foi literalmente longe demais com sua liderança global. Pode não ser bem assim. O acordo entre os três países é um sinal de mudança nas relações entre as nações emergentes e as potências nucleares.
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Nada será como antes. Vale lembrar que o Conselho de Segurança da ONU foi desmoralizado quando o ex-presidente Bush decidiu invadir o Iraque, contra a opinião de 14 dos seus 15 integrantes. O pretexto foi a suposta existência de armas químicas no Iraque, nunca comprovada. Detalhe: a Inglaterra votou contra, mas depois apoiou o ataque ianque. As consequências são conhecidas.
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Quem estará mentindo sobre o caráter do programa nuclear do Irã?
Estrela
Cristina Kirchner brilhou na cúpula Ibero-Latino-Americana de Madri. Com o presidente Lula na defensiva, aguardando os desdobramentos das negociações do chanceler Celso Amorim com o Conselho de Segurança da ONU, a presidenta argentina pediu ao Reino Unido que inicie negociações sobre as Malvinas. O boliviano Evo Morales reclamou do maltrato aos imigrantes latinos. Peru e Colômbia assinaram tratados de livre comércio com a União Europeia.
Empacou
O tucano Aécio Neves chega de férias na próxima segunda-feira com um grande problema pela frente: a campanha do governador Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição, precisa de um empurrão para sair do patamar em que se encontra, bem atrás de Hélio Costa (PMDB).
Pandora
Um monstrengo chamado MP nº 472/09 assusta os deputados. Com oito temas diferentes, o projeto, de autoria do Executivo, recebeu ainda 53 emendas no Senado. Sem saber o que fazer, os deputados ensaiam rejeitar as emendas, mantendo a orientação que tem sido adotada na Câmara de rejeitar enxertos estranhos ao tema da medida provisória.
Encrenca
O senador Heráclito Fortes, do DEM-PI, pretende convocar os ministros Jorge Armando Félix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; e Guido Mantega, da Fazenda, à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado para prestar esclarecimentos sobre uma possível violação do sigilo fiscal de oficiais generais e superiores do Exército Brasileiro, em abril deste ano.
Gastronomia
Come-se cada vez melhor no Distrito Federal. Com a participação de 79 restaurantes de Brasília — no Plano Piloto, em Taguatinga, em Águas Claras, no Sudoeste, na Octogonal, no Guará, no Jardim Botânico e nos Lagos Sul e Norte —, o evento gastronômico Brasil Sabor Brasília bateu o recorde nacional de vendas: faturou R$ 1,084 milhão
Saídas
Do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP): “Impossível votar qualquer emenda passando por cima da PEC 300, que trata do piso salarial dos policiais, e que tem lotado os corredores da Câmara”. Chinaglia defende que a decisão seja tomada pelo colegiado, deixando de fora a questão dos fundos e estabelecendo o valor do reajuste por lei complementar, a ser editada em 90 dias após a aprovação da PEC.
Virada
Uma reunião hoje com representantes da Marinha e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, vai traçar os rumos do Programa Brasileiro de Contingência de Derramamento de Óleo. O objetivo é preparar o país para um desastre como o recente vazamento ocorrido nos Estados Unidos.
Reforma/ O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, pretende promover um seminário sobre a reforma política após as eleições presidenciais. Acredita que a entidade pode mobilizar cientistas políticos, juristas e representantes da sociedade civil para novas iniciativas, como o projeto Ficha Limpa.
Embaixadas/ A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprecia hoje as indicações de José Antonio Marcondes de Carvalho e Luiz Antônio Fachini Gomes para os cargos de Embaixador do Brasil na Venezuela e na Tunísia, respectivamente.
Azebudsman/ O leitor Flatônio José da Silva corrige: o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) é primo em segundo grau do ex-governador Aécio Neves, e não seu tio, como publicamos dia desses. “Sobrinho de Tancredo Neves, primo em primeiro grau da mãe de Aécio, de quem vem a ser, portanto, primo em segundo grau”, explica.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
O “mais do mesmo” de Dilma
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Nesta semana a candidata petista Dilma Rousseff se reúne com investidores em Nova York (EUA). Amanhã, participa de jantar em homenagem a Henrique Meirelles na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que escolheu o presidente do Banco Central a “personalidade do ano”; na sexta, de almoço-palestra de Meirelles na Brandeis International Business School em Boston. Viaja escoltada pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e pela ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. É a senha para os investidores norte-americanos de que o “mais do mesmo” da política monetária está firme e forte no eixo de sua política econômica.
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É dispensável tratar aqui dos futuros dividendos da incursão de Dilma no mundo dos grandes negócios dos Estados Unidos para o financiamento de sua campanha. Isso é mais ou menos óbvio, já que também carrega seu porta-voz no mundo empresarial, o ex-ministro Palocci, como fiador. Mais importante do que isso é o compromisso de que a atual política monetária — metas de inflação, superavit fiscal e câmbio flutuante — será mantida.
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É música para os investidores norte-americanos, tanto os que ganham rios de dinheiro especulando na Bolsa de Valores e comprando títulos da nossa bilionária dívida pública, como para aquelas empresas que têm investimentos diretos no Brasil, gerando emprego e riqueza, e que estão interessadas na continuidade de seus negócios sem sobressaltos. Apesar da pecha de intervencionista e estatizante, Dilma vende o peixe de que nada muda no rumo da economia, enquanto o candidato tucano José Serra — ao atacar os juros e o câmbio — assusta o mercado financeiro, pois representaria o imponderável de uma mudança de política econômica.
Reforma
A única mudança significativa defendida por Dilma na política econômica é uma velha bandeira do governo Lula: a reforma tributária, com simplificação de tributos, desoneração da folha de salários e também de bens de capital. Dilma dirá aos investidores que a sua agenda econômica prevê para os primeiros meses de governo mudanças que estimulem a competitividade do Brasil. Como o tema é um fantasma para estados e municípios, propõe a criação de um fundo de compensação. No plano interno, a proposta é um ponto fraco, pois governadores e prefeitos já viram esse filme na Lei Kandir e não gostaram.
Bomba
Dilma dá respostas evasivas ao aumento de gastos no governo Lula. A dívida total do setor público no país chegará à cifra recorde de R$ 2,2 trilhões — 64,4% do PIB — em dezembro. Em 2000, a dívida era de R$ 622,2 bilhões, 52,7% do PIB. Foi turbinada por “empréstimos” que o Tesouro vem realizando com o BNDES desde o ano passado, por meio da emissão de títulos públicos.
Racha
A cúpula do PV está em rota de colisão com Fernando Gabeira, candidato da legenda a governador do Rio de Janeiro. O presidente do partido, Alfredo Sirkis, abandonou a campanha do candidato a governador fluminense em solidariedade à vereadora Aspásia Camargo, que pleiteava uma vaga ao Senado. Perdeu para o ex-deputado Marcelo Cerqueira (PPS), já que a do ex-prefeito Cesar Maia (DEM) era “imexível”.
Milagre//
É inacreditável. Hoje, pela primeira vez na história, o Senado mandará rodar a folha de pagamento unificada. Antes eram três: a do Senado propriamente dito, a da Gráfica e a do Prodasen. Agora, só falta abrir a caixa-preta e divulgar os salários dos senadores. Mas isso já será outro milagre.
Não passarão
O clima vai esquentar em São Luís (MA), na próxima sexta-feira, quando petistas prometem lavar a estrela do PT com creolina, em protesto contra o uso da camiseta do partido pela governadora Roseana Sarney (PMDB). O grupo que venceu a queda de braço interna no apoio ao candidato a governador do PCdoB, Flávio Dino, está revoltado com a ala que ainda faz lobby pela representante do clã Sarney. Do plenário da Câmara, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) vociferou ontem contra uma eventual interferência da Executiva no estado: “Nosso candidato é o Dino! Pelo amor de Deus, deixem o PT do Maranhão em paz!”.
Fera
A Receita Federal anunciou arrecadação recorde no mês passado. O montante é o maior já registrado em um mês de abril, batendo a casa dos R$ 70,9 bilhões
Livros/ De olho na leva de 4 mil prefeitos que participam, até amanhã, em Brasília, da 13ª Marcha em Defesa dos Municípios, o Ministério da Cultura (Minc) instalou um estande no local do evento para que os representantes do Executivo das cidades conheçam os programas de implantação e modernização de bibliotecas. Pesquisa recente da Fundação Getulio Vargas encomendada pelo Minc revelou que o número de municípios brasileiros ainda sem biblioteca chega a 420.
Arco-íris/ A Comissão de Direitos Humanos da Câmara foi palco ontem do 7º Seminário GLBT no Congresso Nacional. Keila Simpson, vice-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), emocionou o público ao fazer um relato do cotidiano dos travestis e os problemas que enfrentam, como o preconceito na família e na sociedade, que os empurra quase sempre à prostituição.
Babel/ Com manifestantes favoráveis a temas tão diversos como a criação da Polícia Penal, o plebiscito do estado de Carajás, o plano de carreira dos agentes sanitários de saúde, além de enfermeiros pedindo jornada de 30 horas semanais e grupos contra a homofobia, a segurança da Câmara teve ontem que barrar o acesso ao prédio principal do Congresso, dado o número recorde de pessoas e de barulho.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Nesta semana a candidata petista Dilma Rousseff se reúne com investidores em Nova York (EUA). Amanhã, participa de jantar em homenagem a Henrique Meirelles na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que escolheu o presidente do Banco Central a “personalidade do ano”; na sexta, de almoço-palestra de Meirelles na Brandeis International Business School em Boston. Viaja escoltada pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e pela ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. É a senha para os investidores norte-americanos de que o “mais do mesmo” da política monetária está firme e forte no eixo de sua política econômica.
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É dispensável tratar aqui dos futuros dividendos da incursão de Dilma no mundo dos grandes negócios dos Estados Unidos para o financiamento de sua campanha. Isso é mais ou menos óbvio, já que também carrega seu porta-voz no mundo empresarial, o ex-ministro Palocci, como fiador. Mais importante do que isso é o compromisso de que a atual política monetária — metas de inflação, superavit fiscal e câmbio flutuante — será mantida.
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É música para os investidores norte-americanos, tanto os que ganham rios de dinheiro especulando na Bolsa de Valores e comprando títulos da nossa bilionária dívida pública, como para aquelas empresas que têm investimentos diretos no Brasil, gerando emprego e riqueza, e que estão interessadas na continuidade de seus negócios sem sobressaltos. Apesar da pecha de intervencionista e estatizante, Dilma vende o peixe de que nada muda no rumo da economia, enquanto o candidato tucano José Serra — ao atacar os juros e o câmbio — assusta o mercado financeiro, pois representaria o imponderável de uma mudança de política econômica.
Reforma
A única mudança significativa defendida por Dilma na política econômica é uma velha bandeira do governo Lula: a reforma tributária, com simplificação de tributos, desoneração da folha de salários e também de bens de capital. Dilma dirá aos investidores que a sua agenda econômica prevê para os primeiros meses de governo mudanças que estimulem a competitividade do Brasil. Como o tema é um fantasma para estados e municípios, propõe a criação de um fundo de compensação. No plano interno, a proposta é um ponto fraco, pois governadores e prefeitos já viram esse filme na Lei Kandir e não gostaram.
Bomba
Dilma dá respostas evasivas ao aumento de gastos no governo Lula. A dívida total do setor público no país chegará à cifra recorde de R$ 2,2 trilhões — 64,4% do PIB — em dezembro. Em 2000, a dívida era de R$ 622,2 bilhões, 52,7% do PIB. Foi turbinada por “empréstimos” que o Tesouro vem realizando com o BNDES desde o ano passado, por meio da emissão de títulos públicos.
Racha
A cúpula do PV está em rota de colisão com Fernando Gabeira, candidato da legenda a governador do Rio de Janeiro. O presidente do partido, Alfredo Sirkis, abandonou a campanha do candidato a governador fluminense em solidariedade à vereadora Aspásia Camargo, que pleiteava uma vaga ao Senado. Perdeu para o ex-deputado Marcelo Cerqueira (PPS), já que a do ex-prefeito Cesar Maia (DEM) era “imexível”.
Milagre//
É inacreditável. Hoje, pela primeira vez na história, o Senado mandará rodar a folha de pagamento unificada. Antes eram três: a do Senado propriamente dito, a da Gráfica e a do Prodasen. Agora, só falta abrir a caixa-preta e divulgar os salários dos senadores. Mas isso já será outro milagre.
Não passarão
O clima vai esquentar em São Luís (MA), na próxima sexta-feira, quando petistas prometem lavar a estrela do PT com creolina, em protesto contra o uso da camiseta do partido pela governadora Roseana Sarney (PMDB). O grupo que venceu a queda de braço interna no apoio ao candidato a governador do PCdoB, Flávio Dino, está revoltado com a ala que ainda faz lobby pela representante do clã Sarney. Do plenário da Câmara, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) vociferou ontem contra uma eventual interferência da Executiva no estado: “Nosso candidato é o Dino! Pelo amor de Deus, deixem o PT do Maranhão em paz!”.
Fera
A Receita Federal anunciou arrecadação recorde no mês passado. O montante é o maior já registrado em um mês de abril, batendo a casa dos R$ 70,9 bilhões
Livros/ De olho na leva de 4 mil prefeitos que participam, até amanhã, em Brasília, da 13ª Marcha em Defesa dos Municípios, o Ministério da Cultura (Minc) instalou um estande no local do evento para que os representantes do Executivo das cidades conheçam os programas de implantação e modernização de bibliotecas. Pesquisa recente da Fundação Getulio Vargas encomendada pelo Minc revelou que o número de municípios brasileiros ainda sem biblioteca chega a 420.
Arco-íris/ A Comissão de Direitos Humanos da Câmara foi palco ontem do 7º Seminário GLBT no Congresso Nacional. Keila Simpson, vice-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), emocionou o público ao fazer um relato do cotidiano dos travestis e os problemas que enfrentam, como o preconceito na família e na sociedade, que os empurra quase sempre à prostituição.
Babel/ Com manifestantes favoráveis a temas tão diversos como a criação da Polícia Penal, o plebiscito do estado de Carajás, o plano de carreira dos agentes sanitários de saúde, além de enfermeiros pedindo jornada de 30 horas semanais e grupos contra a homofobia, a segurança da Câmara teve ontem que barrar o acesso ao prédio principal do Congresso, dado o número recorde de pessoas e de barulho.
terça-feira, 18 de maio de 2010
O xis de Dilma em Serra
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Pode-se argumentar que as duas pesquisas foram feitas num momento de superexposição de Dilma Rousseff (PT) na mídia eletrônica, por causa dos comerciais e do programa de tevê do PT, mas isso é conversa fiada. O fato é que a petista ultrapassou o tucano José Serra — o que já havia ameaçado fazer duas vezes, quando ainda era ministra e andava a tiracolo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma delas em abril, quando polêmica pesquisa da Sensus encomendada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo (Sintrapav) deu Serra 32,6% x 32,4% Dilma.
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De acordo com a pesquisa Vox Populi, Dilma aparece à frente de Serra com 3% dos pontos de vantagem, muito perto de um empate técnico (a margem de erro é de 2,2%, para mais ou para menos). A petista tem 37% das intenções de voto contra 34% do tucano na pesquisa estimulada. A candidata do PV, Marina Silva, aparece na terceira posição, com 7%. Para o segundo turno, Dilma e Serra estariam tecnicamente empatados, com 40% e 38%, respectivamente. Na pesquisa de intenção de voto espontâneo, a ex-ministra soma 19% das intenções de voto, enquanto o ex-governador de São Paulo, tem 15%. Em janeiro, cada pré-candidato obteve 9% dos votos espontâneos.
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Ontem, nova pesquisa da Sensus mostra um empate técnico entre Dilma (35,7%) e Serra (33,2%), com margem de erro de 2,2%. Isso significa que a eleição está definida? Não. Mas confirma que Dilma cresce quando gruda no presidente Lula nos palanques e na televisão. Seus erros e gafes cometidos depois que deixou a Casa Civil foram superestimados por cronistas e analistas políticos — entre os quais me incluo — e pela oposição.
As consequências
Há duas consequências imediatas das pesquisas. A primeira é a consolidação do apoio do PMDB a Dilma Rousseff. A legenda estava sob efeito das forças centrífugas e desagregadoras nas eleições, as alianças regionais tendo como objetivo o poder local. Originárias de São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte, serão neutralizadas. A segunda é uma nova tentativa de atrair o ex-governador Aécio Neves (PSDB) para a vice de Serra, com remota chance de sucesso. No primeiro caso, a pesquisa funciona a favor; no segundo, contra.
Seria pior
Não faltarão os críticos ao “transformismo” do ex-governador José Serra na pré-campanha, que não economizou esforços para ofuscar o caráter oposicionista de sua candidatura. O termo é muito usado por cientistas políticos para caracterizar a cooptação de forças ou lideranças políticas pelo sistema de poder. Na verdade, o que Serra fez foi tentar neutralizar a estratégia de Lula para emplacar sua candidata, aliviando críticas ao presidente da República e ao governo, ambos muito bem avaliados nas pesquisas de opinião. Caso batesse de frente com Lula, o resultado da pesquisa seria pior para a oposição. Essa discussão, porém, balizará a linha de atuação de Serra daqui para a frente.
Wally
O ex-pré-candidato a presidente da República Ciro Gomes sumiu do mapa eleitoral. As duas pesquisas liquidaram o cacife do político cearense nas negociações com Dilma — que já era pequeno depois que o PSB embarcou de mala e cuia na pré-candidatura da petista. Mas Ciro ainda pode infernizar a vida do PT, principalmente no Ceará.
Maquiagem
Segundo o cientista político Antônio Lavareda, a neurociência já provou que a aparência física dos candidatos é fundamental. Mas só quem não apelou para a cirurgia plástica foi Marina Silva, que lançou sua pré-candidatura no domingo, em Nova Iguaçu (RJ), tendo como vice o presidente da Natura, Guilherme Leal. Serra fez plástica para acabar com as olheiras, para caprichar no sorriso e operou as gengivas. Dilma fez plásticas para remoçar, passou a usar lentes de contato e faz tratamento ortodôntico.
Passaporte//
O Itamaraty encaminhou circular (nº 77.275) a todas as embaixadas autorizando a concessão de passaporte diplomático ou de serviço e a solicitação, onde cabível, de visto de permanência em favor de “companheiros homoafetivos de servidores desse posto”. A decisão concede passaporte vermelho aos parceiros gays registrados na Divisão de Pessoal para fins de concessão do benefício de assistência à saúde.
Banda
Com a pauta trancada por medidas provisórias, a Câmara vota esta semana a implantação da banda larga nas escolas públicas até 2013 e a prorrogação dos incentivos fiscais para a fabricação de microprocessadores de até R$ 11 mil, uma renúncia fiscal de R$ 1,5 bilhão
Cerco/ Quando voltar de viagem, Lula pretende cuidar de dois estados: Minas e Rio Grande do Sul. Quer amarrar logo o acordo do PMDB com o PT, tendo o peemedebista Hélio Costa como candidato a governador e o ex-prefeito petista de Belo Horizonte Fernando Pimentel na disputa do Senado. No Rio Grande do Sul, tentará reverter o apoio do prefeito José Fogaça (PMDB) ao tucano José Serra.
Pré-sal/ Os líderes do governo e da oposição se reúnem hoje para fechar o cronograma de votação da regulamentação do pré-sal. A proposta do governo é votar a partir de 25 de maio os projetos sobre a capitalização da Petrobras, além da criação da Petro-Sal e do Fundo Social. A discussão dos royalties seria adiada para depois das eleições.
Marcha/ Prefeitos de todo o Brasil repetem hoje a conhecida “marcha a Brasília”, que nos últimos três anos virou um oba-oba.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Pode-se argumentar que as duas pesquisas foram feitas num momento de superexposição de Dilma Rousseff (PT) na mídia eletrônica, por causa dos comerciais e do programa de tevê do PT, mas isso é conversa fiada. O fato é que a petista ultrapassou o tucano José Serra — o que já havia ameaçado fazer duas vezes, quando ainda era ministra e andava a tiracolo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma delas em abril, quando polêmica pesquisa da Sensus encomendada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo (Sintrapav) deu Serra 32,6% x 32,4% Dilma.
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De acordo com a pesquisa Vox Populi, Dilma aparece à frente de Serra com 3% dos pontos de vantagem, muito perto de um empate técnico (a margem de erro é de 2,2%, para mais ou para menos). A petista tem 37% das intenções de voto contra 34% do tucano na pesquisa estimulada. A candidata do PV, Marina Silva, aparece na terceira posição, com 7%. Para o segundo turno, Dilma e Serra estariam tecnicamente empatados, com 40% e 38%, respectivamente. Na pesquisa de intenção de voto espontâneo, a ex-ministra soma 19% das intenções de voto, enquanto o ex-governador de São Paulo, tem 15%. Em janeiro, cada pré-candidato obteve 9% dos votos espontâneos.
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Ontem, nova pesquisa da Sensus mostra um empate técnico entre Dilma (35,7%) e Serra (33,2%), com margem de erro de 2,2%. Isso significa que a eleição está definida? Não. Mas confirma que Dilma cresce quando gruda no presidente Lula nos palanques e na televisão. Seus erros e gafes cometidos depois que deixou a Casa Civil foram superestimados por cronistas e analistas políticos — entre os quais me incluo — e pela oposição.
As consequências
Há duas consequências imediatas das pesquisas. A primeira é a consolidação do apoio do PMDB a Dilma Rousseff. A legenda estava sob efeito das forças centrífugas e desagregadoras nas eleições, as alianças regionais tendo como objetivo o poder local. Originárias de São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte, serão neutralizadas. A segunda é uma nova tentativa de atrair o ex-governador Aécio Neves (PSDB) para a vice de Serra, com remota chance de sucesso. No primeiro caso, a pesquisa funciona a favor; no segundo, contra.
Seria pior
Não faltarão os críticos ao “transformismo” do ex-governador José Serra na pré-campanha, que não economizou esforços para ofuscar o caráter oposicionista de sua candidatura. O termo é muito usado por cientistas políticos para caracterizar a cooptação de forças ou lideranças políticas pelo sistema de poder. Na verdade, o que Serra fez foi tentar neutralizar a estratégia de Lula para emplacar sua candidata, aliviando críticas ao presidente da República e ao governo, ambos muito bem avaliados nas pesquisas de opinião. Caso batesse de frente com Lula, o resultado da pesquisa seria pior para a oposição. Essa discussão, porém, balizará a linha de atuação de Serra daqui para a frente.
Wally
O ex-pré-candidato a presidente da República Ciro Gomes sumiu do mapa eleitoral. As duas pesquisas liquidaram o cacife do político cearense nas negociações com Dilma — que já era pequeno depois que o PSB embarcou de mala e cuia na pré-candidatura da petista. Mas Ciro ainda pode infernizar a vida do PT, principalmente no Ceará.
Maquiagem
Segundo o cientista político Antônio Lavareda, a neurociência já provou que a aparência física dos candidatos é fundamental. Mas só quem não apelou para a cirurgia plástica foi Marina Silva, que lançou sua pré-candidatura no domingo, em Nova Iguaçu (RJ), tendo como vice o presidente da Natura, Guilherme Leal. Serra fez plástica para acabar com as olheiras, para caprichar no sorriso e operou as gengivas. Dilma fez plásticas para remoçar, passou a usar lentes de contato e faz tratamento ortodôntico.
Passaporte//
O Itamaraty encaminhou circular (nº 77.275) a todas as embaixadas autorizando a concessão de passaporte diplomático ou de serviço e a solicitação, onde cabível, de visto de permanência em favor de “companheiros homoafetivos de servidores desse posto”. A decisão concede passaporte vermelho aos parceiros gays registrados na Divisão de Pessoal para fins de concessão do benefício de assistência à saúde.
Banda
Com a pauta trancada por medidas provisórias, a Câmara vota esta semana a implantação da banda larga nas escolas públicas até 2013 e a prorrogação dos incentivos fiscais para a fabricação de microprocessadores de até R$ 11 mil, uma renúncia fiscal de R$ 1,5 bilhão
Cerco/ Quando voltar de viagem, Lula pretende cuidar de dois estados: Minas e Rio Grande do Sul. Quer amarrar logo o acordo do PMDB com o PT, tendo o peemedebista Hélio Costa como candidato a governador e o ex-prefeito petista de Belo Horizonte Fernando Pimentel na disputa do Senado. No Rio Grande do Sul, tentará reverter o apoio do prefeito José Fogaça (PMDB) ao tucano José Serra.
Pré-sal/ Os líderes do governo e da oposição se reúnem hoje para fechar o cronograma de votação da regulamentação do pré-sal. A proposta do governo é votar a partir de 25 de maio os projetos sobre a capitalização da Petrobras, além da criação da Petro-Sal e do Fundo Social. A discussão dos royalties seria adiada para depois das eleições.
Marcha/ Prefeitos de todo o Brasil repetem hoje a conhecida “marcha a Brasília”, que nos últimos três anos virou um oba-oba.
domingo, 16 de maio de 2010
No país dos persas
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Desde o Barão do Rio Branco, a diplomacia brasileira é respeitada internacionalmente. Não importam as idiossincrasias dos presidentes, como as do general Ernesto Geisel, que rompeu o acerto militar com os Estados Unidos (só recentemente restabelecido) para assinar o acordo nuclear com a Alemanha. Hoje, com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã, vive seu momento mais audacioso após o reconhecimento da independência de Angola, em 11 de novembro de 1975.
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Entretanto, a atual política externa não é tão exótica como supõem seus críticos mais ferozes, pois remonta à diplomacia independente dos chanceleres Afonso Arinos, San Tiago Dantas e Saraiva Guerreiro, de quem o chanceler Celso Amorim e o ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Guimarães, são discípulos. Graças a essa tradição, de certa forma, Lula entrou no “grande jogo” do Oriente, até agora um monopólio das velhas potências.
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Virou um misto de candidato ao Prêmio Nobel da Paz e líder dos países emergentes. Seu propósito é arrancar do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, um acordo com a Agência Nuclear de Energia Atômica. Leia-se com Estados Unidos, Inglaterra e França. Pretende concluir com êxito uma negociação na qual a Rússia e a China já fracassaram. Se conseguir “garantias satisfatórias” do regime dos aiatolás de que o programa nuclear iraniano tem apenas fins pacíficos — o que pressupõe enriquecer urânio na Turquia ou no Brasil —, Lula terá realizado uma grande proeza diplomática. Um gol de placa, depois de uma caneta em Barack Obama, com quem cada vez mais faz contraponto na política mundial.
Xiitas
Por que o acordo com Teerã é tão importante? Porque a capital da antiga Pérsia, epicentro do mundo islâmico, desestabiliza as relações entre Ocidente e Oriente: para os Estados Unidos, no Iraque e no Afeganistão; para a Federação Russa, nas suas repúblicas islâmicas, como a Chechênia; para Israel, na Palestina; para a Índia, no Paquistão. Se o acordo fracassar, a única certeza será a de que o Irã não terá a bomba, por asfixia econômica dos Estados Unidos ou ação militar de Israel. Lula, porém, não tem nada a perder. Dirá que fez a sua parte.
Não alinhados
Se conseguir fechar o acordo com Teerã, o presidente Lula será consagrado amanhã na reunião dos países não alinhados (G-15): Argélia, Argentina, Chile, Egito, Índia, Indonésia, Jamaica, Quênia, Nigéria, Malásia, México, Peru, Senegal, Sri Lanka, Venezuela e Zimbábue. O Irã entrou para o grupo em 2006, na reunião de cúpula em Cuba.
Perdas
Os principais parceiros comerciais do Brasil no Irã são da área de alimentos. A Petrobras paralisou suas atividades no país depois da tentativa frustrada de encontrar óleo no bloco de Tusan. Era um campo seco, no qual investiu inutilmente US$ 34 milhões
Sinistro//
Mudanças no QG de Dilma Rousseff (PT). O presidente do PT, José Eduardo Dutra, assume o comando com mão de ferro para acabar com a fogueira de vaidades entre o deputado paulista Rui Falcão e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, que estão em rota de colisão. Longe do triângulo de fogo, o marqueteiro João Santana volta a dar as cartas em toda a comunicação.
Preferencial
A petista Dilma Rousseff desembarca hoje em Salvador (BA) para prestigiar o lançamento da candidatura à reeleição do governador Jaques Wagner. Chegará por volta das 10h, acompanhada de dirigentes do PT, do PP, do PSB, do PDT, do PCdoB e do PRB. A chapa de Wagner será completada pelo ex-conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios Otto Alencar (PP) na vice, a deputada federal Lídice da Mata (PSDB) e o deputado Walter Pinheiro (PT) nas vagas de candidatos ao Senado.
Pescaria
O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, chega amanhã ao Ceará. A visita de dois dias inclui uma passagem por Juazeiro do Norte, a capital da fé no Nordeste, administrada por um petista. Mais do que provocar Dilma Rousseff, que há um mês teve que cancelar sua ida à terra do Padre Cícero por conta das trapalhadas do comando da campanha, a incursão de Serra tem como alvo distensionar a relação com a família Gomes. O senador Tasso Jereissati, também do PSDB, é cotadíssimo para vice.
Aprovação/ Apesar da resistência do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB- RR), há quase um consenso no Senado para aprovar a proposta da Ficha Limpa. “O projeto está longe de ser perfeito, mas vamos votá-lo assim mesmo”, garante o senador Pedro Simon (PMDB-RS).
Declínio/ Um comparativo das eleições de 2004 e de 2008 encomendado pela Presidência do PMDB tem como alvo o senador Jarbas Vasconcelos, responsabilizado pelo enfraquecimento da legenda em Pernambuco. O número de prefeitos caiu de 44 para nove, e o de vereadores, de 251 para 107.
Abertura/ O governador tucano Antonio Anastasia, candidato à reeleição em Minas Gerais, comemora a aprovação do planejamento feito pelo governo do estado, em parceria com a prefeitura de Belo Horizonte, para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, concedida pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). Acredita que Belo Horizonte pode sediar o jogo de abertura do Mundial caso o Morumbi (SP) não fique pronto.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Desde o Barão do Rio Branco, a diplomacia brasileira é respeitada internacionalmente. Não importam as idiossincrasias dos presidentes, como as do general Ernesto Geisel, que rompeu o acerto militar com os Estados Unidos (só recentemente restabelecido) para assinar o acordo nuclear com a Alemanha. Hoje, com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã, vive seu momento mais audacioso após o reconhecimento da independência de Angola, em 11 de novembro de 1975.
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Entretanto, a atual política externa não é tão exótica como supõem seus críticos mais ferozes, pois remonta à diplomacia independente dos chanceleres Afonso Arinos, San Tiago Dantas e Saraiva Guerreiro, de quem o chanceler Celso Amorim e o ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Guimarães, são discípulos. Graças a essa tradição, de certa forma, Lula entrou no “grande jogo” do Oriente, até agora um monopólio das velhas potências.
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Virou um misto de candidato ao Prêmio Nobel da Paz e líder dos países emergentes. Seu propósito é arrancar do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, um acordo com a Agência Nuclear de Energia Atômica. Leia-se com Estados Unidos, Inglaterra e França. Pretende concluir com êxito uma negociação na qual a Rússia e a China já fracassaram. Se conseguir “garantias satisfatórias” do regime dos aiatolás de que o programa nuclear iraniano tem apenas fins pacíficos — o que pressupõe enriquecer urânio na Turquia ou no Brasil —, Lula terá realizado uma grande proeza diplomática. Um gol de placa, depois de uma caneta em Barack Obama, com quem cada vez mais faz contraponto na política mundial.
Xiitas
Por que o acordo com Teerã é tão importante? Porque a capital da antiga Pérsia, epicentro do mundo islâmico, desestabiliza as relações entre Ocidente e Oriente: para os Estados Unidos, no Iraque e no Afeganistão; para a Federação Russa, nas suas repúblicas islâmicas, como a Chechênia; para Israel, na Palestina; para a Índia, no Paquistão. Se o acordo fracassar, a única certeza será a de que o Irã não terá a bomba, por asfixia econômica dos Estados Unidos ou ação militar de Israel. Lula, porém, não tem nada a perder. Dirá que fez a sua parte.
Não alinhados
Se conseguir fechar o acordo com Teerã, o presidente Lula será consagrado amanhã na reunião dos países não alinhados (G-15): Argélia, Argentina, Chile, Egito, Índia, Indonésia, Jamaica, Quênia, Nigéria, Malásia, México, Peru, Senegal, Sri Lanka, Venezuela e Zimbábue. O Irã entrou para o grupo em 2006, na reunião de cúpula em Cuba.
Perdas
Os principais parceiros comerciais do Brasil no Irã são da área de alimentos. A Petrobras paralisou suas atividades no país depois da tentativa frustrada de encontrar óleo no bloco de Tusan. Era um campo seco, no qual investiu inutilmente US$ 34 milhões
Sinistro//
Mudanças no QG de Dilma Rousseff (PT). O presidente do PT, José Eduardo Dutra, assume o comando com mão de ferro para acabar com a fogueira de vaidades entre o deputado paulista Rui Falcão e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, que estão em rota de colisão. Longe do triângulo de fogo, o marqueteiro João Santana volta a dar as cartas em toda a comunicação.
Preferencial
A petista Dilma Rousseff desembarca hoje em Salvador (BA) para prestigiar o lançamento da candidatura à reeleição do governador Jaques Wagner. Chegará por volta das 10h, acompanhada de dirigentes do PT, do PP, do PSB, do PDT, do PCdoB e do PRB. A chapa de Wagner será completada pelo ex-conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios Otto Alencar (PP) na vice, a deputada federal Lídice da Mata (PSDB) e o deputado Walter Pinheiro (PT) nas vagas de candidatos ao Senado.
Pescaria
O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, chega amanhã ao Ceará. A visita de dois dias inclui uma passagem por Juazeiro do Norte, a capital da fé no Nordeste, administrada por um petista. Mais do que provocar Dilma Rousseff, que há um mês teve que cancelar sua ida à terra do Padre Cícero por conta das trapalhadas do comando da campanha, a incursão de Serra tem como alvo distensionar a relação com a família Gomes. O senador Tasso Jereissati, também do PSDB, é cotadíssimo para vice.
Aprovação/ Apesar da resistência do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB- RR), há quase um consenso no Senado para aprovar a proposta da Ficha Limpa. “O projeto está longe de ser perfeito, mas vamos votá-lo assim mesmo”, garante o senador Pedro Simon (PMDB-RS).
Declínio/ Um comparativo das eleições de 2004 e de 2008 encomendado pela Presidência do PMDB tem como alvo o senador Jarbas Vasconcelos, responsabilizado pelo enfraquecimento da legenda em Pernambuco. O número de prefeitos caiu de 44 para nove, e o de vereadores, de 251 para 107.
Abertura/ O governador tucano Antonio Anastasia, candidato à reeleição em Minas Gerais, comemora a aprovação do planejamento feito pelo governo do estado, em parceria com a prefeitura de Belo Horizonte, para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, concedida pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). Acredita que Belo Horizonte pode sediar o jogo de abertura do Mundial caso o Morumbi (SP) não fique pronto.
sábado, 15 de maio de 2010
Duas táticas do PT
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
O PT de Brasília faz seu congresso hoje. Confirma a candidatura de Agnelo Queiroz ao Governo do Distrito Federal, mas o faz em meio a divergências profundas quanto às alianças eleitorais. A primeira delas é em relação ao PMDB. Os petistas deram uma contribuição decisiva à eleição do governador Rogério Rosso, mesmo sem votar nele. Como? Ao anunciar, antes da votação do primeiro turno, que descarregariam os votos no peemedebista se houvesse segundo turno. A decisão precipitou o realinhamento de forças que o elegeu em primeira votação, derrotando o presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), então governador em exercício.
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A unidade do PT em torno de Agnelo pressupõe tal sorte de exigências em relação ao PMDB que dificilmente a legenda do governador fará parte da aliança. De um distanciamento regulamentar em relação ao atual governo, o PT evolui para a rota de colisão. Perderia com isso o deputado Tadeu Filippelli (PMDB), que preside a legenda no Distrito Federal e está cotado para vice de Agnelo. Por incrível que pareça, ganharia o governador Rogério Rosso, na medida em que é empurrado para a candidatura à reeleição.
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A segunda divergência é a esquerda. O deputado Geraldo Magela (PT), que disputou a vaga de candidato ao governo com Agnelo e perdeu, pleiteia, quase abertamente, a segunda vaga ao Senado. A primeira é do ex-governador Cristovam Buarque (PDT), candidato à reeleição. Quem esperneia é o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB), que não aceita ser candidato a vice e também pretende disputar o Senado.
Desatenção
Causou ruído a visita do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao município de Tupã, em São Paulo, para a assinatura de um convênio de R$ 24,6 milhões com a prefeitura do tucano Waldemir Lopes para obras do PAC, marcada para hoje. Com base eleitoral em Tupã, o deputado Vadão Gomes (PP) ficou furibundo ao ver que fora ignorado, mesmo sendo aliado. A situação foi contornada pelo líder do PP, João Pizzolatti (SC), que falou com Padilha. O convite para o evento foi mandado às pressas para Gomes, selando a paz.
Arrocho
O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) que estabelece uma meta de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo triênio fixou a meta do ano que vem em R$ 125,5 bilhões
Torcida
Não passou em branco a condenação do ex-prefeito de Caucaia (CE) e hoje deputado federal José Gerardo (PMDB-CE) pelo STF. Velho desafeto, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi quem mais comemorou a decisão do Supremo, que tornou o deputado o primeiro parlamentar a ser condenado por crime de responsabilidade.
Nocaute
Rápido nas alianças, o PT está colocando o PTB nas cordas em alguns estados, deixando candidatos avulsos sem opção para as próximas eleições. É o caso dos senadores Fernando Collor, em Alagoas, e João Vicente Claudino, no Piauí. Com o Nordeste praticamente fechado em torno da petista Dilma Rousseff, os dois correm o risco de verem suas candidaturas ao Executivo na lona por falta de aliados.
Fanático
Após um discurso que fez sucesso entre os religiosos que lotaram a sessão solene do Congresso em homenagem ao Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Brasília e o 16º Congresso Eucarístico Nacional, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) não titubeou ao ser indagado por um bispo sobre qual era a sua religião: “Sou colorado”, respondeu, convicto, o torcedor do Internacional de Porto Alegre, arrancando gargalhadas.
Missão
Quem prepara uma missão de paz no Ceará é o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra. Ele viaja ao estado na próxima semana na tentativa resolver o imbróglio causado com o fim da pré-candidatura de Ciro Gomes (PSB-CE) ao Planalto.
Toco
Com a superlotação ao Senado na chapa petista com o PMDB, o senador Marcelo Crivella, do PRB-RJ, bem que tentou se engraçar para o lado do DEM, que não quer saber de problemas e ignorou as pretensões do senador, ligado à Universal do Reino de Deus, dona da Rede Record.
Islã
Enquanto dentro do Senado o governo conseguia apoio até de antigos desafetos, como o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), para sua empreitada de paz no Irã, a poucos metros dali, estudantes tomavam a Praça dos Três Poderes em protesto contra a proximidade do presidente Lula com o dirigente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
Exegese - Está nas livrarias especializadas a obra Amicus curiae: amigo da corte ou amigo da parte? (Editora Saraiva), da advogada Damares Medina. Com prefácio do ministro Gilmar Mendes, analisa a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre um dos instrumentos mais eficientes de participação da sociedade na interpretação das regras constitucionais.
Prestígio - Romaria de mineiros, desde quarta-feira, na sede da Confederação Nacional da Indústria, por causa da eleição do empresário Robson Andrade para a Presidência da entidade. O vice-presidente José Alencar e o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, prestigiaram o novo líder da indústria nacional.
luizazedo.df@dabr.com.br
O PT de Brasília faz seu congresso hoje. Confirma a candidatura de Agnelo Queiroz ao Governo do Distrito Federal, mas o faz em meio a divergências profundas quanto às alianças eleitorais. A primeira delas é em relação ao PMDB. Os petistas deram uma contribuição decisiva à eleição do governador Rogério Rosso, mesmo sem votar nele. Como? Ao anunciar, antes da votação do primeiro turno, que descarregariam os votos no peemedebista se houvesse segundo turno. A decisão precipitou o realinhamento de forças que o elegeu em primeira votação, derrotando o presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), então governador em exercício.
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A unidade do PT em torno de Agnelo pressupõe tal sorte de exigências em relação ao PMDB que dificilmente a legenda do governador fará parte da aliança. De um distanciamento regulamentar em relação ao atual governo, o PT evolui para a rota de colisão. Perderia com isso o deputado Tadeu Filippelli (PMDB), que preside a legenda no Distrito Federal e está cotado para vice de Agnelo. Por incrível que pareça, ganharia o governador Rogério Rosso, na medida em que é empurrado para a candidatura à reeleição.
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A segunda divergência é a esquerda. O deputado Geraldo Magela (PT), que disputou a vaga de candidato ao governo com Agnelo e perdeu, pleiteia, quase abertamente, a segunda vaga ao Senado. A primeira é do ex-governador Cristovam Buarque (PDT), candidato à reeleição. Quem esperneia é o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB), que não aceita ser candidato a vice e também pretende disputar o Senado.
Desatenção
Causou ruído a visita do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao município de Tupã, em São Paulo, para a assinatura de um convênio de R$ 24,6 milhões com a prefeitura do tucano Waldemir Lopes para obras do PAC, marcada para hoje. Com base eleitoral em Tupã, o deputado Vadão Gomes (PP) ficou furibundo ao ver que fora ignorado, mesmo sendo aliado. A situação foi contornada pelo líder do PP, João Pizzolatti (SC), que falou com Padilha. O convite para o evento foi mandado às pressas para Gomes, selando a paz.
Arrocho
O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) que estabelece uma meta de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo triênio fixou a meta do ano que vem em R$ 125,5 bilhões
Torcida
Não passou em branco a condenação do ex-prefeito de Caucaia (CE) e hoje deputado federal José Gerardo (PMDB-CE) pelo STF. Velho desafeto, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi quem mais comemorou a decisão do Supremo, que tornou o deputado o primeiro parlamentar a ser condenado por crime de responsabilidade.
Nocaute
Rápido nas alianças, o PT está colocando o PTB nas cordas em alguns estados, deixando candidatos avulsos sem opção para as próximas eleições. É o caso dos senadores Fernando Collor, em Alagoas, e João Vicente Claudino, no Piauí. Com o Nordeste praticamente fechado em torno da petista Dilma Rousseff, os dois correm o risco de verem suas candidaturas ao Executivo na lona por falta de aliados.
Fanático
Após um discurso que fez sucesso entre os religiosos que lotaram a sessão solene do Congresso em homenagem ao Jubileu de Ouro da Arquidiocese de Brasília e o 16º Congresso Eucarístico Nacional, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) não titubeou ao ser indagado por um bispo sobre qual era a sua religião: “Sou colorado”, respondeu, convicto, o torcedor do Internacional de Porto Alegre, arrancando gargalhadas.
Missão
Quem prepara uma missão de paz no Ceará é o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra. Ele viaja ao estado na próxima semana na tentativa resolver o imbróglio causado com o fim da pré-candidatura de Ciro Gomes (PSB-CE) ao Planalto.
Toco
Com a superlotação ao Senado na chapa petista com o PMDB, o senador Marcelo Crivella, do PRB-RJ, bem que tentou se engraçar para o lado do DEM, que não quer saber de problemas e ignorou as pretensões do senador, ligado à Universal do Reino de Deus, dona da Rede Record.
Islã
Enquanto dentro do Senado o governo conseguia apoio até de antigos desafetos, como o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), para sua empreitada de paz no Irã, a poucos metros dali, estudantes tomavam a Praça dos Três Poderes em protesto contra a proximidade do presidente Lula com o dirigente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
Exegese - Está nas livrarias especializadas a obra Amicus curiae: amigo da corte ou amigo da parte? (Editora Saraiva), da advogada Damares Medina. Com prefácio do ministro Gilmar Mendes, analisa a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre um dos instrumentos mais eficientes de participação da sociedade na interpretação das regras constitucionais.
Prestígio - Romaria de mineiros, desde quarta-feira, na sede da Confederação Nacional da Indústria, por causa da eleição do empresário Robson Andrade para a Presidência da entidade. O vice-presidente José Alencar e o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, prestigiaram o novo líder da indústria nacional.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Mestres e doutores
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Deu mais rebu a nota publicada ontem, nesta coluna, sobre a mobilização dos servidores do Judiciário por isonomia salarial com o pessoal do Legislativo. Resumia a reação de integrantes da categoria que criticaram a coluna por causa do termo barnabé* e reivindicam equiparação dos seus vencimentos à burocracia do Legislativo, cujos analistas ganhariam mais do que o dobro do salário inicial dos colegas do Judiciário, R$ 6 mil e R$ 13 mil, respectivamente.
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O professor Leon Victor de Queiroz, também leitor da coluna, se indignou. “Já que eles levantaram a questão de que o cargo que eles querem paga ‘pouco’, R$ 6 mil iniciais, vamos pensar na educação. Sem falar no ensino básico, cujo salário é de fome, vamos falar no professor de universidade federal”, sugere Queiroz, depois de considerar um salário inicial de R$ 13 mil muito elevado em relação às demais categorias.
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Segundo o leitor, um professor assistente com mestrado recebe R$ 2,7 mil. Se aceitar a dedicação exclusiva, passa a R$ 4,4 mil. O professor adjunto, com doutorado, recebe R$ 6,7 mil com dedicação exclusiva. “Acho graça quando um concurseiro vem dizer que passou a vida toda estudando, que se sacrificou, que perdeu momentos da vida para passar num concurso público. Agora, eu pergunto: quanto tempo leva para se formar um doutor, quanto se gasta e o quanto se perde? Para o professor ser associado, é preciso fazer um pós-doutorado. Imagine cinco anos de graduação, dois anos de mestrado, quatro anos de doutorado e mais dois anos de pós-doutorado para ganhar R$ 9,7 mil brutos.”
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Em tempo: acho que Queiroz pegou pesado ao generalizar em relação à turma que estuda para concurso público.
*Considerado pejorativo, o termo significa funcionário público de baixo escalão.
Eixo//
A petista Dilma Rousseff almoçou ontem, em sua casa, no Lago Sul, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O cardápio foi a situação da economia e uma sintonia mais fina com Mantega, que andava se queixando da excessiva aproximação entre a candidata do PT e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Jihad
O PPS convocou uma reunião do diretório nacional para o próximo dia 21 com o propósito de fechar questão contra o apoio a candidatos a governador da base de Dilma Rousseff (PT) em todo o território nacional. Com isso, a participação da legenda na coligação em torno do candidato do PT, Agnelo Queiroz, em Brasília, foi para o espaço. Nas eleições de 1986, o antigo PCB adotou posição semelhante em relação ao PMDB e só elegeu três deputados. Um deles foi Augusto Carvalho (DF), que hoje apoia Agnelo.
Pressão
A pedido de José Serra (PSDB), o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), enquadrou a legenda no Espírito Santo e exige apoio ao candidato tucano ao governo, Luiz Paulo Vellozo Lucas, ex-prefeito de Vitória. A decisão pôs uma saia justa no ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim Theodorico Ferraço (DEM). Candidato a deputado federal, é pai do vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), que disputa uma vaga no Senado na chapa do senador Renato Casagrande (PSB).
Reciclagem
O Brasil pretende economizar cerca de R$ 8 bilhões por ano com reciclagem. Esse é um dos números que a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (foto), apresentará hoje, em reunião com representantes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Caixa Econômica Federal e do Ipea. A reunião vai debater a política nacional de reciclagem e como o serviço ambiental urbano será remunerado no país.
Lavoisier
No Brasil, 12% do lixo sofre algum processo de reciclagem. A proposta é aumentar esse número para 36%, beneficiando o contingente de catadores de produtos recicláveis, que chega hoje a 1 milhão de pessoas
Ampulheta
Em reunião na tarde de ontem, o presidente do PCdoB do Distrito Federal, Augusto Madeira, o senador Cristovam Buarque, do PDT, e o deputado Rodrigo Rollemberg, do PSB, pressionaram o presidente do PT do DF, Roberto Policarpo, pela ampliação da coligação de apoio a Agnelo Queiroz (PT), pré-candidato ao Buriti. Policarpo disse que ele e Agnelo são a favor da entrada do PMDB na chapa, mas que a decisão será tomada por voto amanhã, no congresso do PT, assim como a segunda vaga ao Senado, disputada por Rollemberg.
Teimoso/ O deputado Geraldo Magela (PT) voltou a carga para ocupar a segunda vaga ao Senado na chapa de Agnelo. Argumenta que a legenda tem a preferência do eleitor entre os demais partidos, que o PT já elegeu dois senadores no Distrito Federal e que é preciso consolidar a unidade da militância.
Fechou/ O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), reafirmou o apoio da sigla à candidatura de Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás. Jovair ainda não decidiu se disputa uma das vagas ao Senado.
Treino/ O Sindicato das Agências de Propaganda do Distrito Federal inicia hoje um curso sobre “Ética, eleições e propaganda eleitoral para candidatos, assessores e jornalistas”. Segundo o presidente do Sinapro-DF, Fernando Brettas, a OAB-DF e o Uniceub participam da iniciativa, cujo foco é melhorar a qualidade da política em Brasília.
Prêmio/ O Ministério da Saúde decidiu pedir ajuda aos pesquisadores para melhorar o atendimento público aos usuários do SUS. Foram destinados R$ 55 mil ao concurso para premiar trabalhos científicos sobre tecnologias em saúde.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Deu mais rebu a nota publicada ontem, nesta coluna, sobre a mobilização dos servidores do Judiciário por isonomia salarial com o pessoal do Legislativo. Resumia a reação de integrantes da categoria que criticaram a coluna por causa do termo barnabé* e reivindicam equiparação dos seus vencimentos à burocracia do Legislativo, cujos analistas ganhariam mais do que o dobro do salário inicial dos colegas do Judiciário, R$ 6 mil e R$ 13 mil, respectivamente.
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O professor Leon Victor de Queiroz, também leitor da coluna, se indignou. “Já que eles levantaram a questão de que o cargo que eles querem paga ‘pouco’, R$ 6 mil iniciais, vamos pensar na educação. Sem falar no ensino básico, cujo salário é de fome, vamos falar no professor de universidade federal”, sugere Queiroz, depois de considerar um salário inicial de R$ 13 mil muito elevado em relação às demais categorias.
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Segundo o leitor, um professor assistente com mestrado recebe R$ 2,7 mil. Se aceitar a dedicação exclusiva, passa a R$ 4,4 mil. O professor adjunto, com doutorado, recebe R$ 6,7 mil com dedicação exclusiva. “Acho graça quando um concurseiro vem dizer que passou a vida toda estudando, que se sacrificou, que perdeu momentos da vida para passar num concurso público. Agora, eu pergunto: quanto tempo leva para se formar um doutor, quanto se gasta e o quanto se perde? Para o professor ser associado, é preciso fazer um pós-doutorado. Imagine cinco anos de graduação, dois anos de mestrado, quatro anos de doutorado e mais dois anos de pós-doutorado para ganhar R$ 9,7 mil brutos.”
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Em tempo: acho que Queiroz pegou pesado ao generalizar em relação à turma que estuda para concurso público.
*Considerado pejorativo, o termo significa funcionário público de baixo escalão.
Eixo//
A petista Dilma Rousseff almoçou ontem, em sua casa, no Lago Sul, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O cardápio foi a situação da economia e uma sintonia mais fina com Mantega, que andava se queixando da excessiva aproximação entre a candidata do PT e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Jihad
O PPS convocou uma reunião do diretório nacional para o próximo dia 21 com o propósito de fechar questão contra o apoio a candidatos a governador da base de Dilma Rousseff (PT) em todo o território nacional. Com isso, a participação da legenda na coligação em torno do candidato do PT, Agnelo Queiroz, em Brasília, foi para o espaço. Nas eleições de 1986, o antigo PCB adotou posição semelhante em relação ao PMDB e só elegeu três deputados. Um deles foi Augusto Carvalho (DF), que hoje apoia Agnelo.
Pressão
A pedido de José Serra (PSDB), o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), enquadrou a legenda no Espírito Santo e exige apoio ao candidato tucano ao governo, Luiz Paulo Vellozo Lucas, ex-prefeito de Vitória. A decisão pôs uma saia justa no ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim Theodorico Ferraço (DEM). Candidato a deputado federal, é pai do vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), que disputa uma vaga no Senado na chapa do senador Renato Casagrande (PSB).
Reciclagem
O Brasil pretende economizar cerca de R$ 8 bilhões por ano com reciclagem. Esse é um dos números que a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (foto), apresentará hoje, em reunião com representantes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Caixa Econômica Federal e do Ipea. A reunião vai debater a política nacional de reciclagem e como o serviço ambiental urbano será remunerado no país.
Lavoisier
No Brasil, 12% do lixo sofre algum processo de reciclagem. A proposta é aumentar esse número para 36%, beneficiando o contingente de catadores de produtos recicláveis, que chega hoje a 1 milhão de pessoas
Ampulheta
Em reunião na tarde de ontem, o presidente do PCdoB do Distrito Federal, Augusto Madeira, o senador Cristovam Buarque, do PDT, e o deputado Rodrigo Rollemberg, do PSB, pressionaram o presidente do PT do DF, Roberto Policarpo, pela ampliação da coligação de apoio a Agnelo Queiroz (PT), pré-candidato ao Buriti. Policarpo disse que ele e Agnelo são a favor da entrada do PMDB na chapa, mas que a decisão será tomada por voto amanhã, no congresso do PT, assim como a segunda vaga ao Senado, disputada por Rollemberg.
Teimoso/ O deputado Geraldo Magela (PT) voltou a carga para ocupar a segunda vaga ao Senado na chapa de Agnelo. Argumenta que a legenda tem a preferência do eleitor entre os demais partidos, que o PT já elegeu dois senadores no Distrito Federal e que é preciso consolidar a unidade da militância.
Fechou/ O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), reafirmou o apoio da sigla à candidatura de Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás. Jovair ainda não decidiu se disputa uma das vagas ao Senado.
Treino/ O Sindicato das Agências de Propaganda do Distrito Federal inicia hoje um curso sobre “Ética, eleições e propaganda eleitoral para candidatos, assessores e jornalistas”. Segundo o presidente do Sinapro-DF, Fernando Brettas, a OAB-DF e o Uniceub participam da iniciativa, cujo foco é melhorar a qualidade da política em Brasília.
Prêmio/ O Ministério da Saúde decidiu pedir ajuda aos pesquisadores para melhorar o atendimento público aos usuários do SUS. Foram destinados R$ 55 mil ao concurso para premiar trabalhos científicos sobre tecnologias em saúde.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Eu sou você amanhã
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Hoje é dia de Lula e Dilma no programa nacional de tevê do PT. Será uma amostra grátis do que virá pela frente, depois da Copa do Mundo, quando começar a campanha da coalizão governista na telinha. Será a primeira tentativa de transferir a popularidade do presidente Lula para a candidata petista depois de sua saída da Casa Civil. A fórmula é do marqueteiro João Santana, que aposta numa solução milagrosa: em 10 minutos, Lula fará um perfil político e administrativo de Dilma, dirá que é nela que confia, e em mais ninguém, para garantir a continuidade de sua política. Uma espécie de Dilma será Lula amanhã. Será?
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A biografia da ministra não comporta maquiagens. Os retoques de assessores mais realistas do que o rei já lhe causaram dores de cabeça demais. A pecha de mentirosa ronda a campanha de Dilma. Por isso, o xis do problema é exatamente esse: ser convincente na tevê, não passar a ideia de que a candidata é uma peça publicitária, apenas.
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O programa petista vem na hora decisiva. A campanha de Dilma ainda não encontrou o eixo político e está sendo pautada por José Serra. É o caso da polêmica sobre a taxa de juros, o câmbio e o papel do Banco Central. O tucano levantou, sem querer, a discussão sobre um assunto que virou tabu em matéria de política econômica. Dilma comprou a briga, mas Serra parece que gostou. Fala sobre o bolso do cidadão. Ou melhor, para o seu coração. Seria melhor para Dilma deixar o assunto cair no vazio. Votos do mercado financeiro não ganham eleição.
Manobra
O Palácio do Planalto tenta um acordo no Senado em relação ao aumento de 7,71% dos aposentados, cuja derrubada em plenário é impossível. A proposta é trocar o veto do presidente Lula ao aumento pela manutenção do fator previdenciário derrubado pela Câmara. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tenta convencer o senador Paulo Paim (PT-RS) a articular o acordo.
Isonomia
Os leitores Ricardo Wagner Caetano Soares e Eustáquio Alves Lins, ainda sobre a nota “Barnabés” publicada na terça-feira, defendem o novo Plano de Cargos e Salários do Judiciário como reparação de uma injustiça. “Um analista judiciário, por exemplo, que auxilia o juiz na elaboração de despachos, decisões e sentenças, recebe inicialmente R$ 6 mil, enquanto outros integrantes do Legislativo (analista legislativo) e do Executivo (fiscais, delegados etc.) percebem inicialmente R$ 13 mil”, explica Eustáquio.
Fritura
Enquanto os candidatos ao Senado na coligação do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), candidato ao governo fluminense, serão Cesar Maia, do DEM, e Marcelo Cerqueira, do PPS, na chapa de Sérgio Cabral (PMDB), ressurge o fantasma do senador Marcelo Crivella (PRB), preferido do presidente Lula. Já se fala em remover a candidatura ao Senado do ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias (PT), bombardeado por denúncias contra sua gestão na prefeitura.
Nambu
O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Luiz Fernando Corrêa, perde apoio de antigo aliado. O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink, chamou o diretor de traidor, em ato público da categoria. É a velha rixa entre delegados e agentes da PF que reivindicam ocupar funções de direção, como os primeiros. Corrêa dava a entender que apoiava as pretensões, mas não comprou a briga. O caldo entornou quando a direção da Fenapef soube, em reunião no Ministério do Planejamento, que a proposta apresentada para o aumento salarial beneficiaria sobretudo os delegados.
Maraca
O Maracanã será fechado a partir de julho para as reformas com vistas à Copa do Mundo de 2014. O governador Sérgio Cabral, do PMDB, desistiu de fazer as obras com o dinheiro da iniciativa privada e pretende bancar a revitalização do velho estádio inaugurado para a Copa de 1950. Custo: R$ 670 milhões
Palanque
O tucano José Serra desembarca hoje no Recife (PE) para um encontro com o ex-governador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, e com os caciques da coligação PSDB-DEM-PPS. Deve oficializar o seu palanque no estado, numa tentativa de neutralizar a força da coalizão governista liderada por Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição ao governo de Pernambuco. A chapa do peemedebista será completada pelo senador Marco Maciel (DEM), candidato à reeleição, e provavelmente pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS), também para o Senado. O senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB e coordenador da campanha de Serra, é candidato a uma vaga na Câmara.
Consenso/ Antes voz dissonante na aprovação do projeto da Ficha Limpa, o PT estava satisfeito com o resultado da votação que referendou a proposta. “É uma resposta à sociedade e um passo a mais na luta por maior transparência na política”, afirmou o deputado Pedro Wilson (PT-GO).
Desafio/ O delegado federal Wilson Salles Damázio deixou a direção do Departamento Penitenciário Federal. Será o novo secretário de Segurança Pública de Pernambuco. Ele chegou a ser o número dois da PF e foi o primeiro dirigente do sistema prisional da União.
Verdinhas/ “É muito fácil elogiar a exorbitante carga tributária do Brasil com dólar no bolso”, disse o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, surpreso com a defesa feita pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, da carga tributária imposta ao contribuinte brasileiro.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Hoje é dia de Lula e Dilma no programa nacional de tevê do PT. Será uma amostra grátis do que virá pela frente, depois da Copa do Mundo, quando começar a campanha da coalizão governista na telinha. Será a primeira tentativa de transferir a popularidade do presidente Lula para a candidata petista depois de sua saída da Casa Civil. A fórmula é do marqueteiro João Santana, que aposta numa solução milagrosa: em 10 minutos, Lula fará um perfil político e administrativo de Dilma, dirá que é nela que confia, e em mais ninguém, para garantir a continuidade de sua política. Uma espécie de Dilma será Lula amanhã. Será?
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A biografia da ministra não comporta maquiagens. Os retoques de assessores mais realistas do que o rei já lhe causaram dores de cabeça demais. A pecha de mentirosa ronda a campanha de Dilma. Por isso, o xis do problema é exatamente esse: ser convincente na tevê, não passar a ideia de que a candidata é uma peça publicitária, apenas.
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O programa petista vem na hora decisiva. A campanha de Dilma ainda não encontrou o eixo político e está sendo pautada por José Serra. É o caso da polêmica sobre a taxa de juros, o câmbio e o papel do Banco Central. O tucano levantou, sem querer, a discussão sobre um assunto que virou tabu em matéria de política econômica. Dilma comprou a briga, mas Serra parece que gostou. Fala sobre o bolso do cidadão. Ou melhor, para o seu coração. Seria melhor para Dilma deixar o assunto cair no vazio. Votos do mercado financeiro não ganham eleição.
Manobra
O Palácio do Planalto tenta um acordo no Senado em relação ao aumento de 7,71% dos aposentados, cuja derrubada em plenário é impossível. A proposta é trocar o veto do presidente Lula ao aumento pela manutenção do fator previdenciário derrubado pela Câmara. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tenta convencer o senador Paulo Paim (PT-RS) a articular o acordo.
Isonomia
Os leitores Ricardo Wagner Caetano Soares e Eustáquio Alves Lins, ainda sobre a nota “Barnabés” publicada na terça-feira, defendem o novo Plano de Cargos e Salários do Judiciário como reparação de uma injustiça. “Um analista judiciário, por exemplo, que auxilia o juiz na elaboração de despachos, decisões e sentenças, recebe inicialmente R$ 6 mil, enquanto outros integrantes do Legislativo (analista legislativo) e do Executivo (fiscais, delegados etc.) percebem inicialmente R$ 13 mil”, explica Eustáquio.
Fritura
Enquanto os candidatos ao Senado na coligação do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), candidato ao governo fluminense, serão Cesar Maia, do DEM, e Marcelo Cerqueira, do PPS, na chapa de Sérgio Cabral (PMDB), ressurge o fantasma do senador Marcelo Crivella (PRB), preferido do presidente Lula. Já se fala em remover a candidatura ao Senado do ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias (PT), bombardeado por denúncias contra sua gestão na prefeitura.
Nambu
O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Luiz Fernando Corrêa, perde apoio de antigo aliado. O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink, chamou o diretor de traidor, em ato público da categoria. É a velha rixa entre delegados e agentes da PF que reivindicam ocupar funções de direção, como os primeiros. Corrêa dava a entender que apoiava as pretensões, mas não comprou a briga. O caldo entornou quando a direção da Fenapef soube, em reunião no Ministério do Planejamento, que a proposta apresentada para o aumento salarial beneficiaria sobretudo os delegados.
Maraca
O Maracanã será fechado a partir de julho para as reformas com vistas à Copa do Mundo de 2014. O governador Sérgio Cabral, do PMDB, desistiu de fazer as obras com o dinheiro da iniciativa privada e pretende bancar a revitalização do velho estádio inaugurado para a Copa de 1950. Custo: R$ 670 milhões
Palanque
O tucano José Serra desembarca hoje no Recife (PE) para um encontro com o ex-governador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, e com os caciques da coligação PSDB-DEM-PPS. Deve oficializar o seu palanque no estado, numa tentativa de neutralizar a força da coalizão governista liderada por Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição ao governo de Pernambuco. A chapa do peemedebista será completada pelo senador Marco Maciel (DEM), candidato à reeleição, e provavelmente pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS), também para o Senado. O senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB e coordenador da campanha de Serra, é candidato a uma vaga na Câmara.
Consenso/ Antes voz dissonante na aprovação do projeto da Ficha Limpa, o PT estava satisfeito com o resultado da votação que referendou a proposta. “É uma resposta à sociedade e um passo a mais na luta por maior transparência na política”, afirmou o deputado Pedro Wilson (PT-GO).
Desafio/ O delegado federal Wilson Salles Damázio deixou a direção do Departamento Penitenciário Federal. Será o novo secretário de Segurança Pública de Pernambuco. Ele chegou a ser o número dois da PF e foi o primeiro dirigente do sistema prisional da União.
Verdinhas/ “É muito fácil elogiar a exorbitante carga tributária do Brasil com dólar no bolso”, disse o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, surpreso com a defesa feita pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, da carga tributária imposta ao contribuinte brasileiro.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
A fritura de Romeu
por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
com Norma Moura
O vazamento do inquérito que investiga a máfia chinesa em São Paulo, supostamente liderada pelo empresário Li Kwok Kwen, está dando dor de cabeça ao diretor-geral da Polícia Federal, o delegado Luiz Fernando Corrêa. O vazamento colocou na frigideira o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, que proclama inocência. E está sendo visto no Ministério da Justiça e no Planalto como uma manobra dos adversários de seu pai, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) — candidato à reeleição que já comandou a corporação. Os rivais seriam da própria PF e estariam ligados à oposição.
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Como o inquérito não foi conclusivo sobre o envolvimento de Tuma Júnior com o empresário, a ponto de o Ministério Público não oferecer denúncia contra o secretário, o ministro Luiz Paulo Barreto está certo de que o vazamento partiu da própria corporação e indicaria a existência de uma espécie de “quinta coluna” dentro da PF. A escuta telefônica de um alto funcionário do Ministério da Justiça ligou o alarme de que ninguém no governo estaria livre dos grampos telefônicos sob responsabilidade da instituição.
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A relação entre Corrêa e o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que já não era lá grandes coisas, também foi pro vinagre. Os dois já não se bicavam desde a época em que o delegado era o titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública e, Barreto, o secretário-executivo do Ministério da Justiça. No Palácio do Planalto, todos preferem que Tuma Júnior se licencie ou peça demissão do cargo, mas o delegado paulista resolveu sangrar em praça pública e pretende entrar em férias. Ontem, foi ao programa do Datena, da TV Bandeirantes. O apresentador saiu em defesa do amigo.
Toalha//
O senador Osmar Dias, do PDT-PR, desistiu da candidatura ao governo do Paraná depois de idas e vindas das negociações com o PT. Fechou acordo com o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) e o irmão, senador Álvaro Dias (PSDB), que concorre à reeleição.
Sem pressa
As bancadas do DEM na Câmara e no Senado patrocinaram, ontem, um jantar com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, no restaurante Piantella, em Brasília. No cardápio, os rumos da campanha do tucano José Serra, que tem em Kassab um dos seus principais interlocutores. Os caciques da legenda fecharam um pacto para só tratar da vice na chapa da oposição após convenção do PSDB em Minas, que oficializará a candidatura do ex-governador de Minas Aécio Neves ao Senado. “Não temos pressa”, explica o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), que ainda acredita na possibilidade de o tucano Aécio ser o vice.
Perigo
A indecisão do PT sobre a expansão da coligação que irá apoiar o petista Agnelo Queiroz ao Buriti preocupa os aliados. PDT, PSB e PCdoB defendem a reprodução no DF da aliança que apoiará Dilma Rousseff à Presidência, mas uma ala dentro do PT, liderada pelo deputado Geraldo Magela (DF), torce o nariz para a entrada na base do PMDB, que há bem pouco tempo abrigava o arquirrival Joaquim Roriz, hoje no PSC. O problema é que o PMDB conta com um atrativo tempo de TV e pode lançar o governador Rogério Rosso à reeleição.
Cobrança
O PSB vai subir o tom contra o PMDB na aliança governista. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que comanda a legenda, não esconde a insatisfação com o partido de Michel Temer (PMDB), indicado para vice de Dilma Rousseff. Reclama do isolamento de Beto Albuquerque no Rio Grande do Sul e de Paulo Skaf em São Paulo. Nos dois estados, o PMDB marcha para apoiar o tucano José Serra.
Problemas
Além de Minas, onde o acordo PMDB-PT não sai, outros estados estratégicos dão dores de cabeça ao presidente Lula nas articulações da candidatura de Dilma Rousseff (PT). No Rio Grande do Sul, o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça, e em Mato Grosso do Sul, o governador André Puccinelli, candidato à reeleição, caminham para a aliança com o tucano José Serra. No Pará, o PMDB está dividido entre concorrer com candidato próprio — no caso, Jader Barbalho —, se coligar ao PSDB ou voltar à aliança com o PT.
Silêncio
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, fez uma visita cercada de mistério ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e lideranças partidárias. Questionado, Temer negou que o motivo da visita tenha sido o reajuste aos 109 mil servidores do Judiciário.
Grandezas
Valor próximo ao que o governo queria gastar com o reajuste de 6,14% para beneficiar 8,3 milhões de aposentados e pensionistas do INSS, no novo plano de cargos e salários do Judiciário estão em jogo R$ 6,4 bilhões
Ato final/ Depois de muita cena, o PCdoB do DF oficializa hoje, no Hotel Mercure, o apoio à candidatura de Agnelo Queiroz (PT) ao GDF. O anúncio será feito em ato retirando a
pré-candidatura ao Buriti do advogado
Messias de Souza.
Queda de braço/ Servidores das carreiras ligadas ao Meio Ambiente estão de braços cruzados há um mês. Sabem que as licenças para a continuidade do PAC passam por suas mãos, e por isso entregaram 730 cargos e funções comissionadas para pressionar o governo. O STF julga hoje a legalidade da greve.
Azebudsman/ O leitor Marlon Dourado puxou as minhas orelhas por causa do termo “barnabés” utilizado em nota publicada ontem sobre a visita do presidente do STF ao Congresso. O termo designa funcionários públicos de baixa hierarquia, mas é considerado
pejorativo. “Para obter uma vaga no Poder Judiciário, o barnabé enfrenta uma gigantesca concorrência, abre mão da família, amigos, tempo, saúde e precisa estudar, no mínimo, 10 horas por dia para ter alguma chance de aprovação”, protesta Marlon Dourado.
luizazedo.df@dabr.com.br
com Norma Moura
O vazamento do inquérito que investiga a máfia chinesa em São Paulo, supostamente liderada pelo empresário Li Kwok Kwen, está dando dor de cabeça ao diretor-geral da Polícia Federal, o delegado Luiz Fernando Corrêa. O vazamento colocou na frigideira o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, que proclama inocência. E está sendo visto no Ministério da Justiça e no Planalto como uma manobra dos adversários de seu pai, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) — candidato à reeleição que já comandou a corporação. Os rivais seriam da própria PF e estariam ligados à oposição.
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Como o inquérito não foi conclusivo sobre o envolvimento de Tuma Júnior com o empresário, a ponto de o Ministério Público não oferecer denúncia contra o secretário, o ministro Luiz Paulo Barreto está certo de que o vazamento partiu da própria corporação e indicaria a existência de uma espécie de “quinta coluna” dentro da PF. A escuta telefônica de um alto funcionário do Ministério da Justiça ligou o alarme de que ninguém no governo estaria livre dos grampos telefônicos sob responsabilidade da instituição.
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A relação entre Corrêa e o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que já não era lá grandes coisas, também foi pro vinagre. Os dois já não se bicavam desde a época em que o delegado era o titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública e, Barreto, o secretário-executivo do Ministério da Justiça. No Palácio do Planalto, todos preferem que Tuma Júnior se licencie ou peça demissão do cargo, mas o delegado paulista resolveu sangrar em praça pública e pretende entrar em férias. Ontem, foi ao programa do Datena, da TV Bandeirantes. O apresentador saiu em defesa do amigo.
Toalha//
O senador Osmar Dias, do PDT-PR, desistiu da candidatura ao governo do Paraná depois de idas e vindas das negociações com o PT. Fechou acordo com o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) e o irmão, senador Álvaro Dias (PSDB), que concorre à reeleição.
Sem pressa
As bancadas do DEM na Câmara e no Senado patrocinaram, ontem, um jantar com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, no restaurante Piantella, em Brasília. No cardápio, os rumos da campanha do tucano José Serra, que tem em Kassab um dos seus principais interlocutores. Os caciques da legenda fecharam um pacto para só tratar da vice na chapa da oposição após convenção do PSDB em Minas, que oficializará a candidatura do ex-governador de Minas Aécio Neves ao Senado. “Não temos pressa”, explica o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), que ainda acredita na possibilidade de o tucano Aécio ser o vice.
Perigo
A indecisão do PT sobre a expansão da coligação que irá apoiar o petista Agnelo Queiroz ao Buriti preocupa os aliados. PDT, PSB e PCdoB defendem a reprodução no DF da aliança que apoiará Dilma Rousseff à Presidência, mas uma ala dentro do PT, liderada pelo deputado Geraldo Magela (DF), torce o nariz para a entrada na base do PMDB, que há bem pouco tempo abrigava o arquirrival Joaquim Roriz, hoje no PSC. O problema é que o PMDB conta com um atrativo tempo de TV e pode lançar o governador Rogério Rosso à reeleição.
Cobrança
O PSB vai subir o tom contra o PMDB na aliança governista. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que comanda a legenda, não esconde a insatisfação com o partido de Michel Temer (PMDB), indicado para vice de Dilma Rousseff. Reclama do isolamento de Beto Albuquerque no Rio Grande do Sul e de Paulo Skaf em São Paulo. Nos dois estados, o PMDB marcha para apoiar o tucano José Serra.
Problemas
Além de Minas, onde o acordo PMDB-PT não sai, outros estados estratégicos dão dores de cabeça ao presidente Lula nas articulações da candidatura de Dilma Rousseff (PT). No Rio Grande do Sul, o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça, e em Mato Grosso do Sul, o governador André Puccinelli, candidato à reeleição, caminham para a aliança com o tucano José Serra. No Pará, o PMDB está dividido entre concorrer com candidato próprio — no caso, Jader Barbalho —, se coligar ao PSDB ou voltar à aliança com o PT.
Silêncio
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, fez uma visita cercada de mistério ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e lideranças partidárias. Questionado, Temer negou que o motivo da visita tenha sido o reajuste aos 109 mil servidores do Judiciário.
Grandezas
Valor próximo ao que o governo queria gastar com o reajuste de 6,14% para beneficiar 8,3 milhões de aposentados e pensionistas do INSS, no novo plano de cargos e salários do Judiciário estão em jogo R$ 6,4 bilhões
Ato final/ Depois de muita cena, o PCdoB do DF oficializa hoje, no Hotel Mercure, o apoio à candidatura de Agnelo Queiroz (PT) ao GDF. O anúncio será feito em ato retirando a
pré-candidatura ao Buriti do advogado
Messias de Souza.
Queda de braço/ Servidores das carreiras ligadas ao Meio Ambiente estão de braços cruzados há um mês. Sabem que as licenças para a continuidade do PAC passam por suas mãos, e por isso entregaram 730 cargos e funções comissionadas para pressionar o governo. O STF julga hoje a legalidade da greve.
Azebudsman/ O leitor Marlon Dourado puxou as minhas orelhas por causa do termo “barnabés” utilizado em nota publicada ontem sobre a visita do presidente do STF ao Congresso. O termo designa funcionários públicos de baixa hierarquia, mas é considerado
pejorativo. “Para obter uma vaga no Poder Judiciário, o barnabé enfrenta uma gigantesca concorrência, abre mão da família, amigos, tempo, saúde e precisa estudar, no mínimo, 10 horas por dia para ter alguma chance de aprovação”, protesta Marlon Dourado.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Para as calendas
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O governo tenta um acordo com a oposição ainda hoje para votar os projetos do pré-sal no Senado. O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), tenta convencer os líderes do DEM, José Agripino (RN), e do PSDB, Arthur Virgílio (AM), a aceitarem a votação dos projetos de capitalização da Petrobras, de criação do Fundo Social e do regime de partilha e deixar para depois do pleito o de distribuição dos royalties. Não há acordo. Os dois oposicionistas vão chutar o pau da barraca — não querem votar o pré-sal a toque de caixa.
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A oposição só admite votar os projetos se for retirado o pedido de urgência. Mesmo assim, só depois da votação do aumento de 7,71% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo — que o governo não tem a menor chance de derrubar no Senado — e do fim do fator previdenciário, outra decisão polêmica que provavelmente será ratificada pelo Senado. A oposição também quer antecipar a votação do projeto da Ficha Limpa para que a nova legislação vigore ainda nesta eleição.
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Voltando ao começo da conversa: por que está cada vez mais difícil aprovar os projetos de exploração do petróleo da camada pré-sal antes das eleições, como quer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva? Porque o lobby contra o novo regime de partilha é mais robusto do que se imaginava. E atua com desenvoltura no Senado. O governo tenta desobstruir o terreno ao retirar da pauta a distribuição dos royalties, cuja discussão é um pandemônio entre os aliados do próprio governo. A tática de empurrar o assunto para as calendas, porém, também serve para quem é contra o novo regime de partilha e pretende ganhar tempo para salvar o atual sistema de concessão, como é o caso, por exemplo, do senador Francisco Dornelles (PP-RJ).
Escolha
Evento sem incidentes da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT): o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição, reuniu 86 dos 92 prefeitos fluminenses, ontem, numa churrascaria de São João de Meriti. A campanha vai melhor onde a petista apoia a reeleição do aliado.
Barrado
O ex-prefeito de Nova Iguaçu (RJ) Lindberg Farias (PT) está mesmo no inferno astral. Ontem, teve que encarar a Avenida Brasil para chegar a São João de Meriti, enquanto seu companheiro de chapa, Jorge Picciani (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa, voava no helicóptero de Cabral em companhia de Dilma Rousseff. Os dois não se bicam.
A volta
O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB) se lançou candidato ao governo de Alagoas, ontem, e convidou para vice o deputado federal Joaquim Beltrão (PMDB). Deixou o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), candidato à reeleição, na maior saia justa. O cacique peemedebista, a pedido do presidente Lula, apoia a candidatura de Ronaldo Lessa (PSB). Lula chamou Collor, Renan e Lessa para uma conversa hoje à noite.
Disparou
Candidato ao governo do Espírito Santo, o senador Renato Casagrande, do PSB, disparou nas pesquisas de opinião depois da retirada da candidatura do vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), que agora lidera a disputa ao Senado. Têm, respectivamente, 55% e 56% das intenções de voto, segundo pesquisa do Instituto Futura. O tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas está em segundo lugar na disputa pelo Palácio Anchieta, com 18,4%. Na luta pela segunda vaga ao Senado, o senador Magno Malta (PR) tem 50,2%.
Descolado
O Espírito Santo é mais um estado onde a disputa local descolou da nacional. José Serra (PSDB) lidera a disputa pela Presidência com 44,8%, contra 24,9% de Dilma Rousseff (PT) e 10% de Marina Silva (PV). O governador Paulo Hartung (PMDB), que catapultou Casagrande ao remover Ferraço, tem 76,3% de aprovação pessoal (bom e ótimo), mais do que o presidente Lula: 73,4% (bom e ótimo). A propósito, Serra cancelou a visita que faria ontem ao estado.
Barnabés
Os líderes da Câmara discutem hoje o projeto do Supremo Tribunal Federal (STF) que reestrutura as carreiras do Poder Judiciário e aumenta a remuneração inicial dos servidores. Os presidentes do STF, ministro Cezar Peluso, e do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Ricardo Lewandowski, estão atuando no sentido de conquistar o aumento, ao qual se opõem os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo. Enquanto a alta magistratura negocia uma saída no Congresso, os barnabés preparam uma greve para amanhã.
A folha
O impacto do novo regime de cargos e salários na folha de pagamento da Justiça Federal, por ano, é estimado em R$ 7,7 bilhões
Pauta/ A pauta da Câmara está trancada por sete medidas provisórias. A primeira a ser votada prorroga até 2014 os incentivos fiscais concedidos à fabricação de microcomputadores que custem até R$ 11 mil. A renúncia fiscal prevista é de R$ 1,5 bilhão em 2010.
Aurélio/ Por iniciativa do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a Câmara comemora hoje o centenário de nascimento do escritor e filólogo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, às 10h. A viúva Marina Baird Ferreira e o filho Aurélio Baird Buarque Ferreira estarão presentes à sessão solene.
Investimentos/ O governo vai cancelar R$ 14,6 bilhões em investimentos das estatais. O dinheiro foi engolido por despesas de custeio e com pessoal.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O governo tenta um acordo com a oposição ainda hoje para votar os projetos do pré-sal no Senado. O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), tenta convencer os líderes do DEM, José Agripino (RN), e do PSDB, Arthur Virgílio (AM), a aceitarem a votação dos projetos de capitalização da Petrobras, de criação do Fundo Social e do regime de partilha e deixar para depois do pleito o de distribuição dos royalties. Não há acordo. Os dois oposicionistas vão chutar o pau da barraca — não querem votar o pré-sal a toque de caixa.
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A oposição só admite votar os projetos se for retirado o pedido de urgência. Mesmo assim, só depois da votação do aumento de 7,71% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo — que o governo não tem a menor chance de derrubar no Senado — e do fim do fator previdenciário, outra decisão polêmica que provavelmente será ratificada pelo Senado. A oposição também quer antecipar a votação do projeto da Ficha Limpa para que a nova legislação vigore ainda nesta eleição.
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Voltando ao começo da conversa: por que está cada vez mais difícil aprovar os projetos de exploração do petróleo da camada pré-sal antes das eleições, como quer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva? Porque o lobby contra o novo regime de partilha é mais robusto do que se imaginava. E atua com desenvoltura no Senado. O governo tenta desobstruir o terreno ao retirar da pauta a distribuição dos royalties, cuja discussão é um pandemônio entre os aliados do próprio governo. A tática de empurrar o assunto para as calendas, porém, também serve para quem é contra o novo regime de partilha e pretende ganhar tempo para salvar o atual sistema de concessão, como é o caso, por exemplo, do senador Francisco Dornelles (PP-RJ).
Escolha
Evento sem incidentes da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT): o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição, reuniu 86 dos 92 prefeitos fluminenses, ontem, numa churrascaria de São João de Meriti. A campanha vai melhor onde a petista apoia a reeleição do aliado.
Barrado
O ex-prefeito de Nova Iguaçu (RJ) Lindberg Farias (PT) está mesmo no inferno astral. Ontem, teve que encarar a Avenida Brasil para chegar a São João de Meriti, enquanto seu companheiro de chapa, Jorge Picciani (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa, voava no helicóptero de Cabral em companhia de Dilma Rousseff. Os dois não se bicam.
A volta
O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB) se lançou candidato ao governo de Alagoas, ontem, e convidou para vice o deputado federal Joaquim Beltrão (PMDB). Deixou o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), candidato à reeleição, na maior saia justa. O cacique peemedebista, a pedido do presidente Lula, apoia a candidatura de Ronaldo Lessa (PSB). Lula chamou Collor, Renan e Lessa para uma conversa hoje à noite.
Disparou
Candidato ao governo do Espírito Santo, o senador Renato Casagrande, do PSB, disparou nas pesquisas de opinião depois da retirada da candidatura do vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), que agora lidera a disputa ao Senado. Têm, respectivamente, 55% e 56% das intenções de voto, segundo pesquisa do Instituto Futura. O tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas está em segundo lugar na disputa pelo Palácio Anchieta, com 18,4%. Na luta pela segunda vaga ao Senado, o senador Magno Malta (PR) tem 50,2%.
Descolado
O Espírito Santo é mais um estado onde a disputa local descolou da nacional. José Serra (PSDB) lidera a disputa pela Presidência com 44,8%, contra 24,9% de Dilma Rousseff (PT) e 10% de Marina Silva (PV). O governador Paulo Hartung (PMDB), que catapultou Casagrande ao remover Ferraço, tem 76,3% de aprovação pessoal (bom e ótimo), mais do que o presidente Lula: 73,4% (bom e ótimo). A propósito, Serra cancelou a visita que faria ontem ao estado.
Barnabés
Os líderes da Câmara discutem hoje o projeto do Supremo Tribunal Federal (STF) que reestrutura as carreiras do Poder Judiciário e aumenta a remuneração inicial dos servidores. Os presidentes do STF, ministro Cezar Peluso, e do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Ricardo Lewandowski, estão atuando no sentido de conquistar o aumento, ao qual se opõem os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo. Enquanto a alta magistratura negocia uma saída no Congresso, os barnabés preparam uma greve para amanhã.
A folha
O impacto do novo regime de cargos e salários na folha de pagamento da Justiça Federal, por ano, é estimado em R$ 7,7 bilhões
Pauta/ A pauta da Câmara está trancada por sete medidas provisórias. A primeira a ser votada prorroga até 2014 os incentivos fiscais concedidos à fabricação de microcomputadores que custem até R$ 11 mil. A renúncia fiscal prevista é de R$ 1,5 bilhão em 2010.
Aurélio/ Por iniciativa do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a Câmara comemora hoje o centenário de nascimento do escritor e filólogo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, às 10h. A viúva Marina Baird Ferreira e o filho Aurélio Baird Buarque Ferreira estarão presentes à sessão solene.
Investimentos/ O governo vai cancelar R$ 14,6 bilhões em investimentos das estatais. O dinheiro foi engolido por despesas de custeio e com pessoal.
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