terça-feira, 24 de novembro de 2009
E agora, José?
Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz
luizazedo.df@dabr.com.br
A pesquisa do Instituto Sensus divulgada ontem reforçou as críticas à estratégia do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que se finge de morto como candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano só pretende decidir se concorrerá à Presidência ou à reeleição para o Palácio dos Bandeirantes em março do próximo ano. Para esses críticos, Serra deveria marcar as prévias do PSDB para disputar a vaga de candidato tucano com o governador de Minas, Aécio Neves, e ir à luta, para evitar a continuada queda nas pesquisas. Caso outra pesquisa confirmar a tendência de queda, a estratégia estará em xeque. Serra aposta tudo na propaganda do PSDB de rádio e tevê para reverter a tendência de queda. Se falhar, será o xeque-mate.
Pela CNT/Sensus, realizada entre 16 e 20 de novembro, na principal simulação, José Serra teria 31,8%; Dilma Rousseff, 21,7%; Ciro Gomes, 17,5%; Marina Silva, 5,9%; e 23,2% não teriam candidato. Na simulação do segundo turno, José Serra teria 46,8% dos votos e Dilma Rousseff, 28,2%. Não teriam candidato 27,1% dos entrevistados. Os principais críticos da postura de Serra são Aécio Neves, que deve anunciar sua candidatura a senador em dezembro, e o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), também candidato ao Senado. Minas e Rio de Janeiro são o segundo e o terceiro maiores colégios eleitorais do país, respectivamente.
Gravidade
A pesquisa do Instituto Sensus mostra que não há transferência de votos por gravidade. Nas simulações, Marina Silva (PV), por exemplo, não herda os votos de Heloísa Helena (PSol), que vão para Dilma Rousseff (PT). José Serra seria o maior beneficiado pela desistência do desafeto Ciro Gomes (PSB), caso o ex-ministro do governo Lula decida concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Finalmente, Aécio Neves (PSDB) está cheio de razão ao se colocar como candidato pós-Lula, distanciando-se de Fernando Henrique Cardoso. O apoio do ex-presidente da República, eleitoralmente, tira mais votos do que transfere.
Secreto
Vice-líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP) cobra a divulgação da execução orçamentária de duas obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) paralisadas, uma em São Paulo e outra no Paraná. “A Infraero e a Petrobras não nos passaram os números, que também não estão disponíveis no Sistema Integrado de Administração Financeira, o Siafi”, estrila. O tucano visitou, semana passada, a Refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária (PR), e o Aeroporto de Cumbica (Guarulhos), cujas obras estão paradas.
Tráfico
O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay (foto), recebeu apoio de vários países para ocupar o cargo de diretor-executivo do Escritório Mundial da Organização das Nações Unidas contra Drogas e Crimes (UNODC), em Genebra. A escolha será feita em dezembro ou janeiro e, na disputa, terá apenas um indiano como adversário. Na América Latina, o apoio é unanime. Abramovay chegou a ser ministro da Justiça interino por duas vezes, aos 29 anos, quando Tarso Genro viajou ao exterior.
Cabrito
Apesar de frustrado com a replicagem da chapa dos Democratas para o governo do Distrito Federal em 2010, com o governador José Roberto Arruda e seu vice, Paulo Octávio, candidatos à reeleição, o deputado federal Tadeu Filippelli (foto), que hoje comanda o PMDB candango, foi bom cabrito: continua elogiando o governador e o vice e anuncia que vai disputar uma das vagas ao Senado na chapa da coalizão.
Cumbica
A ampliação e a revitalização das pistas e pátios e a recuperação do sistema de drenagem de Cumbica não decolam porque o TCU detectou, em março, superfaturamento, sobrepreço e pagamento por serviços que não constam em contrato. O investimento total é de R$ 282 milhões
Parafuso
A propósito da lastimável situação de importantes aeroportos do país, a começar por Brasília, o presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Murilo Barboza, participa de audiência pública na Comissão de Infraestrutura e Transportes da Câmara, hoje.
Moita/ Foi discreta a passagem do presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, ontem, pelo Congresso. O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), criticou o presidente Lula pela visita e chegou a falar com o presidente da Casa, Michel Temer, para que não o recebesse, “por ser um tirano que nega o Holocausto”. O líder iraniano não foi recebido em plenário no Senado, como é de praxe.
Procura-se/ O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) tenta localizar o ex-agente do DOI-Codi Marival Chaves, para convocá-lo a prestar depoimento na Comissão de Direitos Humanos do Senado sobre o paradeiro dos oposicionistas desaparecidos durante o regime militar. A convocação foi motivada por seu depoimento ao documentário Perdão, mister Fiel, de Jorge Oliveira.
Marolinha/ A recuperação da atividade econômica nos últimos meses começa a se refletir na arrecadação de IPI e Imposto de Renda, segundo o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Os dois impostos compõem o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Investimento/ O governador da Bahia, Jaques Wagner, comemora a ampliação do prazo de isenção fiscal concedido às montadoras de automóveis de 1999 até 2015, depois de um ano tentando convencer o presidente Lula a adotar a medida. O presidente da Ford América Latina, Marck Fields, anunciou que pretende investir R$2 bilhões na duplicação da fábrica da empresa na Bahia.
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