Dilma reuniu ontem os ministros da articulação
política para avaliar o impacto da abertura de investigação contra 34
parlamentares, sendo 33 deles de partidos da base aliada, e para discutir a
extensão dos danos na relação com o Congresso. Fará um apelo ao vice-presidente Michel Temer para que se integre à coordenação política e exigirá o apoio do PT às medidas provisórias que
restringem o acesso aos benefícios trabalhistas e previdenciários.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cada vez mais distante do governo, continua sendo a única liderança capaz de reagrupar a coalizão de governo em torno de Dilma Rousseff e comandar uma reação dos governistas no sentido de reencontrar o seu rumo político. A antecipação de candidatura de Lula às eleições de 2018 será a maneira de o PT se manter como alternativa de poder. Mas isso significa deixá-lo no sereno e fragilizar ainda mais a presidente Dilma.
Há uma nova correlação de forças, o governo perdeu apoio da maioria da população e a oposição está mais sintonizada com as ruas. A crise no Congresso não se resolverá no curto prazo, nem a da economia. Estamos diante de um cenário complicado, cuja superação pressupõe o respeito à Constituição. É só o começo, ainda vai rolar muita água sob a ponte.
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