sexta-feira, 6 de março de 2015

Formação de quadrilha

O Supremo Tribunal Federal deve autorizar a investigação de cerca de 45 deputados e senadores sobre os quais a Procuradoria-Geral da República apontou indícios de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Essa é a grande expectativa de hoje em relação ao escândalo da Petrobras. O caso é relatado pelo ministro Teori Zavascki.

Há inquéritos com ao menos quatro nomes envolvidos – esse número indica uma organização criminosa e, em caso de condenação, levaria a penas mais duras. Nos 28 pedidos de inquérito, Janot arrolou os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Fernando Collor (PTB-AL), Gleisi Hoffman (PT-PR), Lindberg Farias (PT-RJ) e Romero Jucá (PMDB-RR), entre outros.

Tanto o presidente do Senado, Renan Calheiros, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusam o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "excessos".  Janot excluiu a presidente Dilma Rousseff do pedido de inquérito, apesar de também citada no depoimento da delação premiada do doleiro Albero Yousseff. Outro nome excluído foi do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), seu adversário na eleição passada.

Janot manteve, porém, o nome de Cunha, citado em depoimento de um policial que transportava dinheiro de propina a serviço do doleiro.  No mesmo depoimento, é citado o senador Antônio Anastasia (PSDB), ex-governador de Minas, cujo nome também teria sido mantido.

Começou uma guerra de desgaste do procurador geral, que levou seis meses para apresentar os pedidos de inquérito. Mas não denunciou ninguém, nem revelou os nomes, embora eles tenham vazado. Janot foi obrigado a escrever uma carta aos procuradores da República, seus subordinados, pedindo solidariedade. Renan acusou-o de estar em campanha para a reeleição. 

Os políticos suspeitam que Janot tenha negociado o pedido de inquérito com o Palácio do Planalto, em encontros com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que desmente o ocorrido. Como há 54 parlamentares envolvidos na Operação Lava Jato, a expectativa é grande quanto às acusações que pesam contra eles, assim como aos critérios para os pedidos inclusão de uns e exclusão do inquérito. 

Também haveria ministros, ex-ministros, governadores e ex-governadores envolvidos no escândalo da Lava Jato, mas seus nomes não foram revelados.Talvez alguns estejam na relação dos sete políticos que serão excluídos dos inquéritos.

Um comentário:

Carlos Augusto Carvalho disse...

Ói, tira o máximo que puder/ De todo modo que possa,/ Tira já, tira depois,/Em todo lugar que possa/ Devagar ou bem depressa/ Todas as vezes que possa/ De tudo e de quem puder/ O tempo todo que possa/ Pois é o Estado quem mostra:/ Não existem coisas nossas/ Só existe Cosa Nostra