Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 20/12/2012 |
A solução encontrada pelos parlamentares dos estados não produtores —
voto em cédula com 3.059 vetos de uma só vez — para garantir a
apreciação do veto da presidente Dilma ao projeto dos royalties, morreu
na beira da praia. A sessão do Congresso, convocada para ontem, foi
suspensa. E a intenção de derrubar 3 mil e tantos vetos com uma
cajadada só ficou para depois do recesso.
Discretamente, o Palácio do Planalto manobrou para que não houvesse a votação. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ligou para os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e pediu o adiamento. A votação era muito arriscada para o governo, pois alguns outros vetos poderiam também ser derrubados devido ao sistema de votação a granel. A cédula para votação era um calhamaço de 464 páginas, cuja leitura integral poderia levar até três horas para cada parlamentar. Na terça-feira, a bancada ruralista da Câmara havia se reunido para articular a derrubada dos vetos da presidente Dilma Rousseff ao Código Florestal. Era grande o risco de o Palácio do Planalto sofrer uma derrota homérica, ao lado dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Começou O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu mesmo no palanque. Na posse do novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, falou por 40 minutos e disse que não vai aceitar calado as denúncias contra ele próprio e seu governo. “Só existe uma possibilidade de me derrotarem: trabalhar mais do que eu. Se ficar um vagabundo numa sala com ar condicionado falando mal de mim, vai perder”, afirmou Lula, sob aplausos. Fez discurso de candidato. Tô fora Especula-se sobre a candidatura de Lula a governador de São Paulo desde que o marqueteiro João Santana lançou o nome do ex-presidente ao Palácio dos Bandeirantes. Para mais de um aliado, porém, Lula não poupou críticas ao marqueteiro, que teria feito isso interessado em casar a campanha de São Paulo com a da reeleição da presidente Dilma Rousseff. Novo líder Ao escalar o novo líder da bancada do PSB na Câmara em 2013, Beto Albuquerque, do Rio Grande do Sul, o governador de Pernambuco e presidente do partido, Eduardo Campos, deu mais um passo para fortalecer a atuação da legenda no Congresso. O deputado gaúcho deixou o governo de Tarso Genro (PT) para assumir a missão. Agências Os deputados Ivan Valente (PSol-SP) e José Antonio Reguffe (PDT-DF) assinaram requerimento para chamar à Câmara, na Comissão de Defesa do Consumidor, os investigados na Operação Porto Seguro. Eles querem explicações sobre a ação da suposta organização nas agências reguladoras e o tamanho da influência de cada um. O requerimento pede que sejam ouvidos os irmãos Vieira, ex-diretores da ANA e da Anac, e também a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha. Multa A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi multada pela Secretaria Estadual do Ambiente (SEA) do Rio de Janeiro. Deixou de adotar medidas de controle de poluição atmosférica, de prevenção a vazamentos de material tóxico e de descontaminação de águas subterrâneas. Valor da penalidade: R$ 11,5 milhões Nova classe// O perfil de consumo dos brasileiros está mudando: telefone celular, internet rápida e TV a cabo ficavam em segundo plano; agora, estão entre os primeiros. Em anos anteriores, a alimentação aparecia em primeiro lugar nos gastos das famílias. Hoje, está em segundo. Volto já/ A folga deste fim de ano de Dilma Rousseff será mais curta. Em 2011, Dilma foi para a Bahia em 26 de dezembro e retornou a Brasília em 5 de janeiro. Agora, vai no dia 29 e volta à capital federal no dia 3. Descansará na base naval de Aratu (BA), da Marinha. Emprego/ O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), comemora o saldo de emprego de 50.754 postos de trabalho criados no estado em 2012, levando-se em conta a série ajustada, que incorpora as informações declaradas fora do prazo. Apressado/ O advogado Erick Wilson Pereira, doutor em direito constitucional pela PUC de São Paulo, criticou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por pedir a prisão imediata dos condenados do mensalão no STF: “Não se pode inverter os valores constitucionais. O princípio da presunção de inocência exige o trânsito em julgado. Portanto, a pressa de prender não combina com os ditames da democracia”. |
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Na beira da praia
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