Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) circulou pelo Senado ontem como aquele Zezé da marchinha de carnaval. Entrou mudo e saiu calado sobre a sua indicação para vice do candidato tucano à Presidência da República, José Serra, mas terminou o dia sem que ninguém soubesse se é ou não o vice da chapa do PSDB. A reunião da cúpula tucana com os colegas do DEM aparentemente foi um fracasso. Os caciques do DEM fazem suspense sobre o que vai acontecer na convenção da sigla, hoje, em Brasília.
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi mobilizado ontem pelo presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), que o tirou de casa para uma negociação no mínimo tardia com a cúpula do DEM. Participaram o presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ), o ex-senador Jorge Bornhausen (SC) e o líder no Senado, Agripino Maia (RN). A reunião no Hotel Emiliano, em São Paulo, foi um fiasco. Por essa razão, José Serra não apareceu para o abraço de praxe.
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É possível que hoje os dois aliados finalmente cheguem a um denominador comum. A convenção do DEM vai decidir se o partido mantém a coligação nacional com o PSDB ou não. A moeda de troca dos tucanos é a reciprocidade em alguns estados onde há litígio entre as duas legendas. Em Sergipe, por exemplo, o ex-governador Albano Franco (PSDB) lançou um candidato laranja para favorecer a reeleição do governador Marcelo Déda (PT). Ameaça abandonar o ninho tucano se a legenda o obrigar a coligar com João Alves (DEM), que tenta voltar ao governo.
Retrovisor
Uma ala do DEM já decidiu aceitar a indicação de Álvaro Dias para vice de Serra, mas faz coro com o presidente da legenda, Rodrigo Maia (RJ), que bate duro e mantém a pose contrariada do partido. Preocupado com a situação, o líder da bancada, Paulo Bornhausen (foto), dizia ontem que o mal já está feito e não é hora de olhar pelo retrovisor. O governador tucano Leonel Pavan apoia o candidato do DEM, Raimundo Colombo, em Santa Catarina. Se melar a indicação do paranaense Álvaro Dias, pode desandar a situação no estado vizinho.
Cálculo
Sereno, o deputado tucano Emanuel Fernandes (SP) tentava explicar ontem, no cafezinho da Câmara, a opção da legenda por Álvaro Dias como vice de Serra. “É uma boa estratégia ampliar a vantagem nos estados onde nós estamos ganhando a eleição. Melhor do que desperdiçar energia onde vamos perder de qualquer maneira.” Pesquisas internas do PSDB teriam subsidiado a decisão. Com base nelas, chegou-se à conclusão de que é preciso ampliar a vantagem no Sul do país para ganhar a eleição.
Futebol
Mais um dia esvaziado no Congresso. O jogo entre Espanha e Portugal paralisou os plenários da Câmara e do Senado, com a maioria dos parlamentares nos gabinetes assistindo à partida. Presidindo a sessão do Senado, Mão Santa (PSC-PI) manteve a transmissão da programação oficial da TV Senado no cafezinho da Casa. Na Câmara foi diferente. As tevês transmitiram o jogo no cafezinho. O deputado Arnaldo Madeira (foto), do PSDB-SP, aproveitou a situação para obstruir a votação do Plano de Carreira do Senado, que concede aumentos de até 25%.
Reforço
O cineasta Silvio Tendler embarcou de mala e cuia na candidatura de Plínio de Arruda Sampaio (PSol) à Presidência da República. Com seu último documentário em cartaz, o cineasta vai colaborar com a criação dos programas de TV do candidato. Também aderiram à campanha os geógrafos Aziz Ab’Saber e Ariovaldo Umbelino, os sociólogos Chico de Oliveira e Heloísa Fernandes, o bispo emérito de Goiás, dom Tomás Balduíno, o mestre em planejamento energético Ildo Sauer, os filósofos Paulo Arantes e Otília Arantes, o arquiteto e especialista em projetos de habitação Pedro Fiori Arantes e o jurista Plínio Gentil. Cuidarão do programa de governo.
Palácio
Os distritais decidiram pôr para funcionar o novo prédio da Câmara Legislativa do Distrito Federal, na Praça do Buriti, quando voltarem do recesso de julho, com sessões somente às terças-feiras. Os demais dias dedicarão à campanha eleitoral. Sem funcionar, o palácio já custou R$ 123 milhões.
Intervenção
Pode ser adiado o julgamento do pedido de intervenção no Distrito Federal feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, marcou o julgamento para hoje, mas não estarão presentes os ministros Joaquim Barbosa, de licença médica, Ellen Gracie e Eros Grau, em viagem internacional.
Mais uma - O Ibope fecha hoje mais uma pesquisa de opinião sobre a sucessão do presidente Lula. Foi encomendada pela Associação Comercial de São Paulo. Serão ouvidos 2.002 eleitores. Deve ser divulgada a partir de sexta-feira.
Dissidente - O senador Cícero Lucena, presidente do diretório regional do PSDB na Paraíba, desembarcou da candidatura do tucano Cássio Cunha Lima ao Senado. Discorda do apoio a Ricardo Coutinho (PSDB) ao governo da Paraíba. Cícero queria ser candidato a governador, mas foi jogado ao mar pelo grupo cassista.
No front - O senador Efraim Morais (DEM-PB) retornou a Brasília. Quer resolver o problema das contratações de funcionários fantasmas no seu gabinete, sob investigação da Polícia Federal, que hoje toma o primeiro depoimento dos envolvidos no caso.
Firme - Apesar das pressões, o deputado Flávio Dino (PCdoB), deve manter sua candidatura ao governo do Maranhão, contra a governadora Roseana Sarney (PMDB), candidata à reeleição. O deputado federal Domingos Dutra, o vice-presidente regional da sigla, Augusto Lobato, e a ex-deputada Terezinha Fernandes, entre outros membros do PT, deverão participar da convenção.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
Ciranda desastrosa
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Há muito tempo não se via uma trapalhada política em eleições para presidente da República como essa do vice do tucano José Serra. O DEM ainda refuga a escolha do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que não votou nele em 2002. Mesmo que aceite o fato consumado, uma ala do partido fará corpo mole na eleição.
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O estado maior de Serra deveria ter avaliado melhor o barraco que se armou com a opção “nós com nós” da campanha. É uma fórmula que só dá certo quando o candidato é muito forte — e seu partido também — em relação aos aliados. Não é bem o caso. Aliás, a ciranda em torno da escolha do vice passou de desgastante a desastrosa depois da ultrapassagem da petista Dilma Rousseff, que agora lidera a disputa pela Presidência da República.
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Primeiro o PSDB insistiu no nome do ex-governador tucano Aécio Neves, que recusou o convite. Depois, no do senador fluminense Francisco Dornelles (PP), do clã dos Neves, que, à mineira, alimentou as especulações mesmo sabendo que não poderia aceitar por causa da participação do PP no governo Lula. Para complicar ainda mais a situação em Minas, vetaram o nome do ex-presidente Itamar Franco (PPS), que é candidato ao Senado em Minas e agora não quer saber de Serra.
Sim, senhor
A troika que manda na campanha de Serra é experiente em corridas presidenciais, mas não enfrenta o tucano quando há divergência. Chico Graziano cuidou da agenda de Fernando Henrique Cardoso durante a campanha de 1994 e, no governo, até trombar com o embaixador Júlio César Gomes dos Santos e cair fora da gestão FHC. Jutahy Magalhães Junior, porta-voz de Serra na Câmara, participou da campanha do tucano em 2002, ocasião em que defendeu a opção pela deputada Rita Camata (PMDB) para vice. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, comandou a campanha presidencial de Geraldo Alckmin em 2006.
Errático
Tucanos criticam o presidente do DEM, Rodrigo Maia, por suas idas e vindas na indicação do vice de Serra. Primeiro, ofereceu os nomes dos senadores José Agripino (RN), Heráclito Fortes (PI) e Kátia Abreu (TO), mas todos refugaram. Também foram sugeridos os nomes da ex-vice-governadora do Pará Valéria Pires Franco e da presidenta do Flamengo, Patrícia Amorim. Finalmente, se fixou no nome do deputado baiano José Carlos Aleluia, que ainda topa a parada, mas não revela entusiasmo.
Bancadas
Os parlamentares do DEM estão irritados com razão por terem sido preteridos na escolha do vice de Serra. Abririam mão para ganhar as eleições em Minas, não no Paraná. O PSDB agiu como partido hegemônico, mas as duas legendas têm força equivalente no Congresso. No Senado, ambas têm 14 senadores. Na Câmara, o PSDB tem 59 deputados e o DEM, 56. Tudo bem que os demais partidos desequilibram a situação ao apoiar a indicação de Álvaro Dias, mas PTB e PPS juntos somam apenas 37 deputados, 22 do primeiro e 15 do segundo.
Perdeu
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, perdeu mais uma na Justiça para o comentarista Juca Kfouri, que o chamou de subchefe da máfia do futebol nacional. Os dois são inimigos figadais. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello não havia aceitado um recurso extraordinário de Teixeira contra o jornalista, a quem acusa de abusar da liberdade de imprensa. O cartola recorreu, mas a 2ª turma do STF manteve a decisão de Mello e rejeitou seu agravo regimental.
Pesca
Além das novas linhas de financiamento, o governo vai oferecer aos pescadores cerca de R$ 1 bilhão em créditos, a juros de 2%, para a reforma de 10 mil embarcações
Ministérios
A Câmara tem na pauta sete medidas provisórias com prazo de votação esgotado. A MP nº 483 dará status de ministério a quatro secretarias especiais: de Direitos Humanos, de Promoção da Igualdade Racial, de Políticas para Mulheres, e de Portos. A iniciativa do governo é dar mais autonomia administrativa e orçamentária a esses órgãos.
Micou
Só o tucano José Serra confirmou a participação no debate marcado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A candidata petista Dilma Rousseff mandou avisar que não vai comparecer por problemas de agenda. Não está nem aí para as críticas de que foge dos debates. É uma estratégia de campanha. Como Dilma não vai, a verde Marina Silva também cancelou sua ida ao debate.
No forno
Estão no forno mais duas pesquisas de opinião sobre as eleições presidenciais. Uma, encomendada pela TV Bandeirantes ao Vox Populi, foi a campo em 24 e 26 de junho e ouviu 3 mil eleitores. Deve ser divulgada nos próximos dias. A outra é do Datafolha, que pesquisará 2.650 eleitores amanhã e na quinta-feira, para ser divulgada no fim de semana.
Vazio/ Por causa dos jogos da Copa do Mundo e do prazo para as convenções partidárias, que termina amanhã, o Congresso está parado. O pré-sal e a PEC dos policiais, que são assuntos muito polêmicos, ficarão para a próxima semana.
Fundo/ O Diário Oficial da União publicou ontem o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que autoriza as pessoas atingidas pelas enchentes em Alagoas e Pernambuco que tenham contas de FGTS a sacarem todo o valor. O recurso poderá ser usado na reconstrução das casas e para tentar minimizar os efeitos das devastações nos estados.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Há muito tempo não se via uma trapalhada política em eleições para presidente da República como essa do vice do tucano José Serra. O DEM ainda refuga a escolha do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que não votou nele em 2002. Mesmo que aceite o fato consumado, uma ala do partido fará corpo mole na eleição.
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O estado maior de Serra deveria ter avaliado melhor o barraco que se armou com a opção “nós com nós” da campanha. É uma fórmula que só dá certo quando o candidato é muito forte — e seu partido também — em relação aos aliados. Não é bem o caso. Aliás, a ciranda em torno da escolha do vice passou de desgastante a desastrosa depois da ultrapassagem da petista Dilma Rousseff, que agora lidera a disputa pela Presidência da República.
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Primeiro o PSDB insistiu no nome do ex-governador tucano Aécio Neves, que recusou o convite. Depois, no do senador fluminense Francisco Dornelles (PP), do clã dos Neves, que, à mineira, alimentou as especulações mesmo sabendo que não poderia aceitar por causa da participação do PP no governo Lula. Para complicar ainda mais a situação em Minas, vetaram o nome do ex-presidente Itamar Franco (PPS), que é candidato ao Senado em Minas e agora não quer saber de Serra.
Sim, senhor
A troika que manda na campanha de Serra é experiente em corridas presidenciais, mas não enfrenta o tucano quando há divergência. Chico Graziano cuidou da agenda de Fernando Henrique Cardoso durante a campanha de 1994 e, no governo, até trombar com o embaixador Júlio César Gomes dos Santos e cair fora da gestão FHC. Jutahy Magalhães Junior, porta-voz de Serra na Câmara, participou da campanha do tucano em 2002, ocasião em que defendeu a opção pela deputada Rita Camata (PMDB) para vice. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, comandou a campanha presidencial de Geraldo Alckmin em 2006.
Errático
Tucanos criticam o presidente do DEM, Rodrigo Maia, por suas idas e vindas na indicação do vice de Serra. Primeiro, ofereceu os nomes dos senadores José Agripino (RN), Heráclito Fortes (PI) e Kátia Abreu (TO), mas todos refugaram. Também foram sugeridos os nomes da ex-vice-governadora do Pará Valéria Pires Franco e da presidenta do Flamengo, Patrícia Amorim. Finalmente, se fixou no nome do deputado baiano José Carlos Aleluia, que ainda topa a parada, mas não revela entusiasmo.
Bancadas
Os parlamentares do DEM estão irritados com razão por terem sido preteridos na escolha do vice de Serra. Abririam mão para ganhar as eleições em Minas, não no Paraná. O PSDB agiu como partido hegemônico, mas as duas legendas têm força equivalente no Congresso. No Senado, ambas têm 14 senadores. Na Câmara, o PSDB tem 59 deputados e o DEM, 56. Tudo bem que os demais partidos desequilibram a situação ao apoiar a indicação de Álvaro Dias, mas PTB e PPS juntos somam apenas 37 deputados, 22 do primeiro e 15 do segundo.
Perdeu
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, perdeu mais uma na Justiça para o comentarista Juca Kfouri, que o chamou de subchefe da máfia do futebol nacional. Os dois são inimigos figadais. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello não havia aceitado um recurso extraordinário de Teixeira contra o jornalista, a quem acusa de abusar da liberdade de imprensa. O cartola recorreu, mas a 2ª turma do STF manteve a decisão de Mello e rejeitou seu agravo regimental.
Pesca
Além das novas linhas de financiamento, o governo vai oferecer aos pescadores cerca de R$ 1 bilhão em créditos, a juros de 2%, para a reforma de 10 mil embarcações
Ministérios
A Câmara tem na pauta sete medidas provisórias com prazo de votação esgotado. A MP nº 483 dará status de ministério a quatro secretarias especiais: de Direitos Humanos, de Promoção da Igualdade Racial, de Políticas para Mulheres, e de Portos. A iniciativa do governo é dar mais autonomia administrativa e orçamentária a esses órgãos.
Micou
Só o tucano José Serra confirmou a participação no debate marcado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A candidata petista Dilma Rousseff mandou avisar que não vai comparecer por problemas de agenda. Não está nem aí para as críticas de que foge dos debates. É uma estratégia de campanha. Como Dilma não vai, a verde Marina Silva também cancelou sua ida ao debate.
No forno
Estão no forno mais duas pesquisas de opinião sobre as eleições presidenciais. Uma, encomendada pela TV Bandeirantes ao Vox Populi, foi a campo em 24 e 26 de junho e ouviu 3 mil eleitores. Deve ser divulgada nos próximos dias. A outra é do Datafolha, que pesquisará 2.650 eleitores amanhã e na quinta-feira, para ser divulgada no fim de semana.
Vazio/ Por causa dos jogos da Copa do Mundo e do prazo para as convenções partidárias, que termina amanhã, o Congresso está parado. O pré-sal e a PEC dos policiais, que são assuntos muito polêmicos, ficarão para a próxima semana.
Fundo/ O Diário Oficial da União publicou ontem o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que autoriza as pessoas atingidas pelas enchentes em Alagoas e Pernambuco que tenham contas de FGTS a sacarem todo o valor. O recurso poderá ser usado na reconstrução das casas e para tentar minimizar os efeitos das devastações nos estados.
domingo, 27 de junho de 2010
O que é nepotismo?
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Nos dicionários, o significado da palavra é claro: favorecimento a parentes ou amigos, especialmente de quem ocupa cargo público (Houaiss). Segundo o Aurélio, o termo nepotismo surgiu no Vaticano para identificar a autoridade hierárquica dos sobrinhos e outros parentes do Papa. Esse assunto parecia encerrado na administração pública brasileira com a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovada para dar um basta à velha prática do patriarcado brasileiro no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Não é bem assim.
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Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, estamos longe disso. A contratação de um casal para exercer cargos de confiança dentro do STF teria aberto um grave precedente. José Fernandes Nunes Martinez, servidor concursado, foi nomeado chefe da Coordenadoria de Segurança de Instalação e Transporte do STF, e sua mulher, Márcia Maria Rosado — que não é servidora pública —, assumiu a Coordenadoria de Processamento de Recursos.
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Responsável pela nomeação, o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, pretende passar o assunto a limpo e encerrar a polêmica. Está encaminhando aos demais ministros “uma proposta fundamentada de revisão da redação da mesma súmula, para restringi-la aos casos verdadeiros de nepotismo”. Sua assessoria considera legal a contratação de parentes em um mesmo órgão se não houver uma relação de subordinação entre eles.
Palavra final
A interpretação do STF atropela decisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do Senado Federal e do Poder Executivo. A contratação do casal já levou outros Poderes a rever o entendimento da súmula. O diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, surpreendido pela decisão, pretende seguir o rumo do STF: “Se o Supremo decidiu dessa maneira, não cabe a nós julgar”. O controlador-geral da União, ministro Jorge Hage, que fiscaliza as contratações do Executivo, concorda: “O STF é quem dá a última palavra”.
Meia volta
Para o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, “a contratação do casal é irregular”. Ele cobra uma proposta de mudança na Súmula Vinculante nº 13 e “não a interpretação própria da súmula, pois hoje a contratação do casal viola a Constituição”. É exatamente o que o presidente do STF resolveu fazer ao encaminhar aos demais ministros a proposta de revisão da súmula. Para Peluso, o tribunal terá que decidir novamente o que é nepotismo e o que não é.
A súmula
Ao tratar do nepotismo, a Súmula Vinculante nº 13 é de tirar o fôlego: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.
Soccertour//
Causa mal-estar na delegação brasileira o fato de alguns representantes das cidades-sedes da próxima Copa do Mundo estarem aproveitando a viagem à África para fazer turismo. Eles deveriam ir ao Mundial para acumular experiências que serão adotadas em 2014, quando o torneio será realizado no Brasil.
Pra baixo
A Petrobras foi a que sofreu as maiores perdas em valor de mercado entre 1.951 empresas da América Latina e dos Estados Unidos neste ano: US$ 52,9 bilhões
Barraco
Sandra de Sá, Rick, Danilo Caymmi, Fernando Brant, Nei Lopes, Pery Ribeiro, João Roberto Kelly, Silvio Cesar, Walter Franco, Billy Blanco, Dóris Monteiro, Carlos José, Selma Reis, Altay Veloso, Joelma, Helen de Lima, Paulinho Rezende, Tchê do Swing, Lady Francisco, Humberto Tavares, Paulo César Feital, Genaro da Bahia, Zé Bahiano e Chico Xavier. É grande a lista de artistas que estão descendo o sarrafo no ministro da Cultura, Juca Ferreira, por causa da nova lei do direito autoral. “Apressada e autoritária”, é o que dizem, no mínimo.
Duplo
O PT e o PMDB não chegaram a um acordo no Rio Grande do Sul, onde o ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) e o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB) são candidatos contra a governadora tucana Yeda Crusius, que pleiteia a reeleição. Mesmo sem acordo entre as duas legendas, a petista Dilma Rousseff sonha em subir nos palanques de Tarso e de Fogaça no primeiro turno.
Trampolim/ O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) parece ser a bola da vez na Bahia. Se ganhar a disputa ao governo do estado, herdará o espólio do carlismo. Em caso de derrota, Geddel pretende disputar a prefeitura de Salvador em 2012.
Encontro/ O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, se encontrarão terça-feira, em São Paulo. Presidente do Milan, Berlusconi vai ter que aturar as gozações de Lula por causa da desclassificação da Itália na Copa.
Tarado/ A CPI da Pedofilia deve ouvir na próxima quarta-feira o juiz Luís Carlos de Miranda, responsável por ter soltado o maníaco de Luziânia, Adimar Jesus da Silva. Após a libertação, Adimar assassinou seis jovens e chocou o país. A CPI também deve ouvir a psiquiatra Ana Cláudia Sampaio, que emitiu o laudo favorável pela libertação do pedreiro.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Nos dicionários, o significado da palavra é claro: favorecimento a parentes ou amigos, especialmente de quem ocupa cargo público (Houaiss). Segundo o Aurélio, o termo nepotismo surgiu no Vaticano para identificar a autoridade hierárquica dos sobrinhos e outros parentes do Papa. Esse assunto parecia encerrado na administração pública brasileira com a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovada para dar um basta à velha prática do patriarcado brasileiro no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Não é bem assim.
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Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, estamos longe disso. A contratação de um casal para exercer cargos de confiança dentro do STF teria aberto um grave precedente. José Fernandes Nunes Martinez, servidor concursado, foi nomeado chefe da Coordenadoria de Segurança de Instalação e Transporte do STF, e sua mulher, Márcia Maria Rosado — que não é servidora pública —, assumiu a Coordenadoria de Processamento de Recursos.
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Responsável pela nomeação, o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, pretende passar o assunto a limpo e encerrar a polêmica. Está encaminhando aos demais ministros “uma proposta fundamentada de revisão da redação da mesma súmula, para restringi-la aos casos verdadeiros de nepotismo”. Sua assessoria considera legal a contratação de parentes em um mesmo órgão se não houver uma relação de subordinação entre eles.
Palavra final
A interpretação do STF atropela decisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do Senado Federal e do Poder Executivo. A contratação do casal já levou outros Poderes a rever o entendimento da súmula. O diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, surpreendido pela decisão, pretende seguir o rumo do STF: “Se o Supremo decidiu dessa maneira, não cabe a nós julgar”. O controlador-geral da União, ministro Jorge Hage, que fiscaliza as contratações do Executivo, concorda: “O STF é quem dá a última palavra”.
Meia volta
Para o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, “a contratação do casal é irregular”. Ele cobra uma proposta de mudança na Súmula Vinculante nº 13 e “não a interpretação própria da súmula, pois hoje a contratação do casal viola a Constituição”. É exatamente o que o presidente do STF resolveu fazer ao encaminhar aos demais ministros a proposta de revisão da súmula. Para Peluso, o tribunal terá que decidir novamente o que é nepotismo e o que não é.
A súmula
Ao tratar do nepotismo, a Súmula Vinculante nº 13 é de tirar o fôlego: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.
Soccertour//
Causa mal-estar na delegação brasileira o fato de alguns representantes das cidades-sedes da próxima Copa do Mundo estarem aproveitando a viagem à África para fazer turismo. Eles deveriam ir ao Mundial para acumular experiências que serão adotadas em 2014, quando o torneio será realizado no Brasil.
Pra baixo
A Petrobras foi a que sofreu as maiores perdas em valor de mercado entre 1.951 empresas da América Latina e dos Estados Unidos neste ano: US$ 52,9 bilhões
Barraco
Sandra de Sá, Rick, Danilo Caymmi, Fernando Brant, Nei Lopes, Pery Ribeiro, João Roberto Kelly, Silvio Cesar, Walter Franco, Billy Blanco, Dóris Monteiro, Carlos José, Selma Reis, Altay Veloso, Joelma, Helen de Lima, Paulinho Rezende, Tchê do Swing, Lady Francisco, Humberto Tavares, Paulo César Feital, Genaro da Bahia, Zé Bahiano e Chico Xavier. É grande a lista de artistas que estão descendo o sarrafo no ministro da Cultura, Juca Ferreira, por causa da nova lei do direito autoral. “Apressada e autoritária”, é o que dizem, no mínimo.
Duplo
O PT e o PMDB não chegaram a um acordo no Rio Grande do Sul, onde o ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) e o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB) são candidatos contra a governadora tucana Yeda Crusius, que pleiteia a reeleição. Mesmo sem acordo entre as duas legendas, a petista Dilma Rousseff sonha em subir nos palanques de Tarso e de Fogaça no primeiro turno.
Trampolim/ O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) parece ser a bola da vez na Bahia. Se ganhar a disputa ao governo do estado, herdará o espólio do carlismo. Em caso de derrota, Geddel pretende disputar a prefeitura de Salvador em 2012.
Encontro/ O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, se encontrarão terça-feira, em São Paulo. Presidente do Milan, Berlusconi vai ter que aturar as gozações de Lula por causa da desclassificação da Itália na Copa.
Tarado/ A CPI da Pedofilia deve ouvir na próxima quarta-feira o juiz Luís Carlos de Miranda, responsável por ter soltado o maníaco de Luziânia, Adimar Jesus da Silva. Após a libertação, Adimar assassinou seis jovens e chocou o país. A CPI também deve ouvir a psiquiatra Ana Cláudia Sampaio, que emitiu o laudo favorável pela libertação do pedreiro.
sábado, 26 de junho de 2010
O beco tem saída?
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A oposição está encalacrada na campanha sucessória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não pode admitir o fato porque seria derrotismo, mas essa é a dura realidade. Se entrou num beco sem saída ou não, a resposta dependerá do resultado eleitoral, é claro. Mas que o tucano Sérgio Guerra, presidente do PSDB, está encurralado, não há dúvida. De um lado, os indicadores econômicos favoráveis ao governo. De outro, as alianças robustas da petista Dilma Rousseff. Bloqueando a saída, a popularidade de Lula e seu poder de transferência de votos.
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Ontem, no seu ex-blog, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM) fez um diagnóstico certeiro do desbalanceamento da oposição. Serra até avançou no Nordeste, mas perdeu terreno em São Paulo, está em grande desvantagem no Rio de Janeiro e foi ultrapassado por Dilma em Minas Gerais. Esse é o chamado Triângulo das Bermudas das eleições presidenciais.
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Serra montou um palanque esquizofrênico no Rio de Janeiro, onde Fernando Gabeira (PV), o candidato a governador do bloco PSDB-DEM-PPS, faz campanha para Marina Silva (PV). Perdeu-se nos cafundós de Minas, onde viver é muito perigoso, já dizia o jagunço Riobaldo. Mas o maior problema é ter descolado do tucano Geraldo Alckmin na disputa de São Paulo. Precisa melhorar o desempenho no Sudeste ou estará derrotado por antecipação.
Retirada//
O PMDB de Santa Catarina deve rever os termos de sua aliança com o PSDB e o DEM na convenção de hoje. Para evitar uma intervenção, a saída será retirar o apoio formal ao candidato do DEM ao governo estadual, Raimundo Colombo. Uma ala da legenda, porém, quer lançar um candidato próprio.
Fígado
Um dos problemas da oposição é a falta de um discurso robusto. A campanha de Serra deixou de lado o “pode mais” da estratégia açucarada previamente traçada pelo marqueteiro Luiz Gonzales para entrar no bate-boca dos supostos dossiês do PT contra Serra, sua filha Verônica e o ex-ministro Eduardo Jorge. Ou seja, dispersou o foco e não colheu os resultados que esperava. Na mudança de eixo, Serra usou mais o fígado do que a cabeça. Precisa engrossar a voz é para debater os problemas do país.
Brioches
Muitos analistas costumam valorizar demais os aspectos subjetivos da disputa eleitoral, deixando de lado a realidade objetiva. O confronto de imagens entre Dilma e Serra, estratégia adotada pela oposição, está no plano subjetivo da eleição. Já o embate entre governo e oposição, que são forças materiais em confronto, se dá no terreno objetivo da vida nacional: alianças, situação da economia, estruturas de poder, movimentos e segmentos sociais... No fundo, pesa mais o que interfere no cotidiano da população. Nesse particular, o estômago do povão vai muito bem, obrigado.
Estresse
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), ainda não engoliu a escolha do senador paranaense Álvaro Dias (PSDB) para vice de José Serra (PSDB). O “nós com nós” atabalhoado levou o principal aliado do candidato tucano à Presidência da República a ser informado da decisão pelo Twiter do presidente do PTB, Roberto Jefferson. A trapalhada também irritou o presidente do PPS, Roberto Freire, que apoiou a indicação, mas não gostou da forma como tudo ocorreu. Já o deputado José Carlos Aleluia (foto), do DEM-BA, cotado para vice, não derramou uma lágrima. Prefere continuar na Câmara.
Partida
O Tribunal de Contas da União vota na próxima semana o projeto do trem-bala Rio-São Paulo-Campinas. Se for aprovado, o governo tem condições de realizar o leilão até setembro. O TAV (trem de alta velocidade) prevê investimentos de R$ 34,6 bilhões
Collorido
Não se surpreendam se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a petista Dilma Rousseff subirem no palanque de Fernando Collor de Mello (foto), do PTB, em Alagoas, para desespero dos petistas do estado. Candidato a governador, o ex-presidente da República acompanhou Lula na visita às áreas afetadas pelas enchentes e pode virar opção governista se a candidatura do ex-governador Ronaldo Lessa (PSB) for barrada pela nova Lei da Ficha Limpa.
Heterodoxo
O PPS fechou com o candidato a governador do PMDB na Bahia, Geddel Vieira Lima, e pode indicar o vice na chapa do candidato do PCdoB no Maranhão, Flávio Dino. No Rio Grande do Norte, apoiará o candidato do PSB, o atual governador, Iberê de Souza Ferreira. Todos estão no palanque de Dilma. Em Brasília, o deputado Augusto Carvalho (PPS) quer embarcar de mala e cuia na candidatura de Agnelo Queiroz (PT), candidato ao GDF, contra a opinião do presidente de seu partido, Roberto Freire. A convenção do PPS é hoje, no Rio de Janeiro. Fala-se em intervenção em Brasília.
Futebol/ Parece jogo combinado. O poderoso presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o ministro do Esporte, Orlando Silva, não moveram uma palha para impedir o veto ao Estádio do Morumbi como uma das sedes da Copa de 2014. Agora, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, ideólogo petista, responsabiliza José Serra pela exclusão da arena paulista.
Azebudsman/ O leitor Flatônio José da Silva pôs o pingo no i: “Na sua coluna de ontem, saiu Bocaiúva (com acento), em vez de Bocaiuva (sem acento). A recente reforma ortográfica acabou com o acento agudo no nome dessa simpática cidade mineira porque perderam o sinal as vogais tônicas i e u quando precedidas de ditongo em palavras paroxítonas”. Valeu!
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A oposição está encalacrada na campanha sucessória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não pode admitir o fato porque seria derrotismo, mas essa é a dura realidade. Se entrou num beco sem saída ou não, a resposta dependerá do resultado eleitoral, é claro. Mas que o tucano Sérgio Guerra, presidente do PSDB, está encurralado, não há dúvida. De um lado, os indicadores econômicos favoráveis ao governo. De outro, as alianças robustas da petista Dilma Rousseff. Bloqueando a saída, a popularidade de Lula e seu poder de transferência de votos.
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Ontem, no seu ex-blog, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM) fez um diagnóstico certeiro do desbalanceamento da oposição. Serra até avançou no Nordeste, mas perdeu terreno em São Paulo, está em grande desvantagem no Rio de Janeiro e foi ultrapassado por Dilma em Minas Gerais. Esse é o chamado Triângulo das Bermudas das eleições presidenciais.
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Serra montou um palanque esquizofrênico no Rio de Janeiro, onde Fernando Gabeira (PV), o candidato a governador do bloco PSDB-DEM-PPS, faz campanha para Marina Silva (PV). Perdeu-se nos cafundós de Minas, onde viver é muito perigoso, já dizia o jagunço Riobaldo. Mas o maior problema é ter descolado do tucano Geraldo Alckmin na disputa de São Paulo. Precisa melhorar o desempenho no Sudeste ou estará derrotado por antecipação.
Retirada//
O PMDB de Santa Catarina deve rever os termos de sua aliança com o PSDB e o DEM na convenção de hoje. Para evitar uma intervenção, a saída será retirar o apoio formal ao candidato do DEM ao governo estadual, Raimundo Colombo. Uma ala da legenda, porém, quer lançar um candidato próprio.
Fígado
Um dos problemas da oposição é a falta de um discurso robusto. A campanha de Serra deixou de lado o “pode mais” da estratégia açucarada previamente traçada pelo marqueteiro Luiz Gonzales para entrar no bate-boca dos supostos dossiês do PT contra Serra, sua filha Verônica e o ex-ministro Eduardo Jorge. Ou seja, dispersou o foco e não colheu os resultados que esperava. Na mudança de eixo, Serra usou mais o fígado do que a cabeça. Precisa engrossar a voz é para debater os problemas do país.
Brioches
Muitos analistas costumam valorizar demais os aspectos subjetivos da disputa eleitoral, deixando de lado a realidade objetiva. O confronto de imagens entre Dilma e Serra, estratégia adotada pela oposição, está no plano subjetivo da eleição. Já o embate entre governo e oposição, que são forças materiais em confronto, se dá no terreno objetivo da vida nacional: alianças, situação da economia, estruturas de poder, movimentos e segmentos sociais... No fundo, pesa mais o que interfere no cotidiano da população. Nesse particular, o estômago do povão vai muito bem, obrigado.
Estresse
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), ainda não engoliu a escolha do senador paranaense Álvaro Dias (PSDB) para vice de José Serra (PSDB). O “nós com nós” atabalhoado levou o principal aliado do candidato tucano à Presidência da República a ser informado da decisão pelo Twiter do presidente do PTB, Roberto Jefferson. A trapalhada também irritou o presidente do PPS, Roberto Freire, que apoiou a indicação, mas não gostou da forma como tudo ocorreu. Já o deputado José Carlos Aleluia (foto), do DEM-BA, cotado para vice, não derramou uma lágrima. Prefere continuar na Câmara.
Partida
O Tribunal de Contas da União vota na próxima semana o projeto do trem-bala Rio-São Paulo-Campinas. Se for aprovado, o governo tem condições de realizar o leilão até setembro. O TAV (trem de alta velocidade) prevê investimentos de R$ 34,6 bilhões
Collorido
Não se surpreendam se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a petista Dilma Rousseff subirem no palanque de Fernando Collor de Mello (foto), do PTB, em Alagoas, para desespero dos petistas do estado. Candidato a governador, o ex-presidente da República acompanhou Lula na visita às áreas afetadas pelas enchentes e pode virar opção governista se a candidatura do ex-governador Ronaldo Lessa (PSB) for barrada pela nova Lei da Ficha Limpa.
Heterodoxo
O PPS fechou com o candidato a governador do PMDB na Bahia, Geddel Vieira Lima, e pode indicar o vice na chapa do candidato do PCdoB no Maranhão, Flávio Dino. No Rio Grande do Norte, apoiará o candidato do PSB, o atual governador, Iberê de Souza Ferreira. Todos estão no palanque de Dilma. Em Brasília, o deputado Augusto Carvalho (PPS) quer embarcar de mala e cuia na candidatura de Agnelo Queiroz (PT), candidato ao GDF, contra a opinião do presidente de seu partido, Roberto Freire. A convenção do PPS é hoje, no Rio de Janeiro. Fala-se em intervenção em Brasília.
Futebol/ Parece jogo combinado. O poderoso presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o ministro do Esporte, Orlando Silva, não moveram uma palha para impedir o veto ao Estádio do Morumbi como uma das sedes da Copa de 2014. Agora, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, ideólogo petista, responsabiliza José Serra pela exclusão da arena paulista.
Azebudsman/ O leitor Flatônio José da Silva pôs o pingo no i: “Na sua coluna de ontem, saiu Bocaiúva (com acento), em vez de Bocaiuva (sem acento). A recente reforma ortográfica acabou com o acento agudo no nome dessa simpática cidade mineira porque perderam o sinal as vogais tônicas i e u quando precedidas de ditongo em palavras paroxítonas”. Valeu!
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Nas trincheiras
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A mudança de estratégia dos aliados do DEM e do PPS é a principal consequência da pesquisa do Ibope divulgada na quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na qual o candidato à Presidência da República do PSDB, José Serra, foi ultrapassado pela petista Dilma Rousseff em cinco pontos percentuais (40% a 35% de intenções de votos).
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Até a ascensão de Dilma, a candidatura de Serra era vista por aliados como uma forma de “assalto ao poder”. O favoritismo de Serra parecia uma via de fácil tráfego para chegar ao governo federal. O DEM alimentava a perspectiva de reagrupar as forças conservadoras, sob um discurso liberal; e o PPS sonhava com a reaglutinação da esquerda antipetista, inclusive aquela que está sendo descartada pelo PT em favor do PMDB.
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A realidade eleitoral, porém, é dureza. A economia em expansão — gerando emprego, renda e mais arrecadação —, a capilaridade das políticas sociais do governo e o amplo sistema de alianças da coalizão política em torno de Lula resultaram numa rápida mudança do cenário eleitoral: agora, Dilma é a favorita. Diante disso, a oposição já cava trincheiras. É uma não declarada estratégia de resistência: primeiro, manter o que já tem; depois, a eleição de Serra. A mesma lógica atinge os caciques regionais do PSDB. Tucanos de São Paulo e de Minas que provem o contrário.
Dissimulado
A situação no Paraná está mais confusa. O senador Osmar Dias (PDT-PR) teria fechado acordo com o PT e o PMDB para lançamento de sua candidatura ao governo, com Gleisi Hoffmann (PT) candidata ao Senado e o PMDB na vice de sua chapa, além de Roberto Requião (PMDB) para o Senado. Ao mesmo tempo, cresce a expectativa no Paraná de que Serra anuncie hoje a indicação do senador Álvaro Dias (PSDB), para vice, fechando o acordo de Osmar com Beto Richa, o candidato tucano a governador.
O rombo
A dívida pública federal, um somatório de todo o endividamento brasileiro, voltou a crescer em maio. Subiu de R$ 1,585 trilhão para R$ 1,614 trilhão
Improviso
A visita de Serra a Manaus, cuja agenda previa um encontro com empresários da Zona Franca, foi cancelada, mas o candidato tucano participa hoje do Festival Folclórico de Parintins (AM) e de um jantar com prefeitos da região. Até agora, o tucano não conseguiu armar seu palanque no Amazonas, onde o senador Arthur Virgílio (foto), do PSDB, tenta improvisar uma candidatura a governador. Torpedeada pelo presidente Lula, naufragou a aliança com Amazonino Mendes, que perdeu o apoio do prefeito de Manaus, Serafim Correia (PSB), e desistiu da candidatura. Pesquisa Ibope no estado divulgada ontem mostra Dilma com 66% de intenções de voto e Serra com 18%. Marina Silva (PV) tem 10%.
Zebra
O governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN), segundo a pesquisa, lidera a corrida para o governo do estado, com 51% das intenções de voto. Candidato de Lula, o senador Alfredo Nascimento (PR) aparece em segundo lugar, com 36%. Os dois palanques, porém, são de Dilma Rousseff (PT). Na disputa pelas vagas do Senado, o ex-governador Eduardo Braga (PMDB) tem 84% e Arthur Virgílio (PSDB), 47%. Vanessa Grazziotin (PCdoB), com 28%, disputa a segunda vaga com o tucano.
Rompidos
A não ser que o anfitrião seja o próprio José Serra, não convidem os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Sérgio Guerra (PSDB-PE) para jantar. Estão praticamente rompidos. Candidato a governador de Pernambuco por insistência de Serra, Vasconcelos desconfia das velhas relações de amizade de Guerra com o governador Eduardo Campos (PSB), que disputa a reeleição. Os prefeitos tucanos estariam cristianizando a candidatura do peemedebista em favor da reeleição do atual governador pernambucano.
Futebolismo
Mão Santa (PSC-PI) usou o jargão futebolístico na tribuna do Senado para explicar a boa fase de Dilma. Segundo o senador, o “Dunga” do PT (Lula) já escalou toda a seleção que vai disputar as eleições, inclusive os reservas. Enquanto isso, o técnico do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), ainda não escalou o time e quer participar das partidas. Mão Santa defendeu a realização de uma pesquisa para definir quem deve ser o vice de Serra.
Intervenção
O Supremo Tribunal Federal (STF) vota, na próxima quarta-feira, o pedido de intervenção no Distrito Federal. Apesar do parecer favorável do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, há uma forte tendência de que o pedido seja negado. A proximidade das eleições pesa na decisão dos ministros do STF.
Vice/ O PT indicará o vice na chapa do governador do Rio Grande do Norte, Iberê Ferreira de Souza (PSB), candidato à reeleição. O nome mais cotado é o do deputado estadual Fernando Mineiro (PT).
Vice/ O PT indicará o vice na chapa do governador do Rio Grande do Norte, Iberê Ferreira de Souza (PSB), candidato à reeleição. O nome mais cotado é o do deputado estadual Fernando Mineiro (PT).
Direitos autorais/ A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara deve votar na próxima semana a destituição do Escritório Central de Arrecadação de Direitos (Ecad). A nova lei prevê a criação do Centro de Arrecadação e Distribuição dos Direitos Autorais (Cadda). A norma limitará os gastos do Cadda em até 20% do recolhido e prevê uma auditoria independente a cada dois anos nas contas do novo órgão.
Independência/ Hoje, o governador Jaques Wagner (PT) transfere a capital de Salvador para Cachoeira, no Recôncavo Baiano, dando início às comemorações da Guerra da Independência da Bahia de Portugal, cuja data magna é 2 de julho.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A mudança de estratégia dos aliados do DEM e do PPS é a principal consequência da pesquisa do Ibope divulgada na quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na qual o candidato à Presidência da República do PSDB, José Serra, foi ultrapassado pela petista Dilma Rousseff em cinco pontos percentuais (40% a 35% de intenções de votos).
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Até a ascensão de Dilma, a candidatura de Serra era vista por aliados como uma forma de “assalto ao poder”. O favoritismo de Serra parecia uma via de fácil tráfego para chegar ao governo federal. O DEM alimentava a perspectiva de reagrupar as forças conservadoras, sob um discurso liberal; e o PPS sonhava com a reaglutinação da esquerda antipetista, inclusive aquela que está sendo descartada pelo PT em favor do PMDB.
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A realidade eleitoral, porém, é dureza. A economia em expansão — gerando emprego, renda e mais arrecadação —, a capilaridade das políticas sociais do governo e o amplo sistema de alianças da coalizão política em torno de Lula resultaram numa rápida mudança do cenário eleitoral: agora, Dilma é a favorita. Diante disso, a oposição já cava trincheiras. É uma não declarada estratégia de resistência: primeiro, manter o que já tem; depois, a eleição de Serra. A mesma lógica atinge os caciques regionais do PSDB. Tucanos de São Paulo e de Minas que provem o contrário.
Dissimulado
A situação no Paraná está mais confusa. O senador Osmar Dias (PDT-PR) teria fechado acordo com o PT e o PMDB para lançamento de sua candidatura ao governo, com Gleisi Hoffmann (PT) candidata ao Senado e o PMDB na vice de sua chapa, além de Roberto Requião (PMDB) para o Senado. Ao mesmo tempo, cresce a expectativa no Paraná de que Serra anuncie hoje a indicação do senador Álvaro Dias (PSDB), para vice, fechando o acordo de Osmar com Beto Richa, o candidato tucano a governador.
O rombo
A dívida pública federal, um somatório de todo o endividamento brasileiro, voltou a crescer em maio. Subiu de R$ 1,585 trilhão para R$ 1,614 trilhão
Improviso
A visita de Serra a Manaus, cuja agenda previa um encontro com empresários da Zona Franca, foi cancelada, mas o candidato tucano participa hoje do Festival Folclórico de Parintins (AM) e de um jantar com prefeitos da região. Até agora, o tucano não conseguiu armar seu palanque no Amazonas, onde o senador Arthur Virgílio (foto), do PSDB, tenta improvisar uma candidatura a governador. Torpedeada pelo presidente Lula, naufragou a aliança com Amazonino Mendes, que perdeu o apoio do prefeito de Manaus, Serafim Correia (PSB), e desistiu da candidatura. Pesquisa Ibope no estado divulgada ontem mostra Dilma com 66% de intenções de voto e Serra com 18%. Marina Silva (PV) tem 10%.
Zebra
O governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN), segundo a pesquisa, lidera a corrida para o governo do estado, com 51% das intenções de voto. Candidato de Lula, o senador Alfredo Nascimento (PR) aparece em segundo lugar, com 36%. Os dois palanques, porém, são de Dilma Rousseff (PT). Na disputa pelas vagas do Senado, o ex-governador Eduardo Braga (PMDB) tem 84% e Arthur Virgílio (PSDB), 47%. Vanessa Grazziotin (PCdoB), com 28%, disputa a segunda vaga com o tucano.
Rompidos
A não ser que o anfitrião seja o próprio José Serra, não convidem os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Sérgio Guerra (PSDB-PE) para jantar. Estão praticamente rompidos. Candidato a governador de Pernambuco por insistência de Serra, Vasconcelos desconfia das velhas relações de amizade de Guerra com o governador Eduardo Campos (PSB), que disputa a reeleição. Os prefeitos tucanos estariam cristianizando a candidatura do peemedebista em favor da reeleição do atual governador pernambucano.
Futebolismo
Mão Santa (PSC-PI) usou o jargão futebolístico na tribuna do Senado para explicar a boa fase de Dilma. Segundo o senador, o “Dunga” do PT (Lula) já escalou toda a seleção que vai disputar as eleições, inclusive os reservas. Enquanto isso, o técnico do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), ainda não escalou o time e quer participar das partidas. Mão Santa defendeu a realização de uma pesquisa para definir quem deve ser o vice de Serra.
Intervenção
O Supremo Tribunal Federal (STF) vota, na próxima quarta-feira, o pedido de intervenção no Distrito Federal. Apesar do parecer favorável do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, há uma forte tendência de que o pedido seja negado. A proximidade das eleições pesa na decisão dos ministros do STF.
Vice/ O PT indicará o vice na chapa do governador do Rio Grande do Norte, Iberê Ferreira de Souza (PSB), candidato à reeleição. O nome mais cotado é o do deputado estadual Fernando Mineiro (PT).
Vice/ O PT indicará o vice na chapa do governador do Rio Grande do Norte, Iberê Ferreira de Souza (PSB), candidato à reeleição. O nome mais cotado é o do deputado estadual Fernando Mineiro (PT).
Direitos autorais/ A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara deve votar na próxima semana a destituição do Escritório Central de Arrecadação de Direitos (Ecad). A nova lei prevê a criação do Centro de Arrecadação e Distribuição dos Direitos Autorais (Cadda). A norma limitará os gastos do Cadda em até 20% do recolhido e prevê uma auditoria independente a cada dois anos nas contas do novo órgão.
Independência/ Hoje, o governador Jaques Wagner (PT) transfere a capital de Salvador para Cachoeira, no Recôncavo Baiano, dando início às comemorações da Guerra da Independência da Bahia de Portugal, cuja data magna é 2 de julho.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
É o emprego
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem caiu como uma bomba na campanha do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, que não esperava uma vantagem de cinco pontos da candidata petista à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, no levantamento. A reação foi de perplexidade. A expectativa da oposição era inversa, ou seja, a recuperação do favoritismo eleitoral pelo tucano.
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Com 40% de intenções de voto, Dilma confirmou levantamentos internos do PT e revelou que nem os programas de tevê, nem o noticiário sobre o suposto dossiê petista contra Serra foram capazes de barrar a sua ascensão. Dilma subiu sete pontos. Serra, com 35% de intenções de voto, caiu três pontos. Marina Silva (PV), a candidata da terceira via, está com 9%. Com isso, se a eleição fosse hoje, haveria segundo turno.
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O que pesou no cenário eleitoral? Certamente não foi a superexposição de Dilma ao lado do presidente Lula, como no mês passado. A resposta deve ser procurada nos dados da pesquisa sobre a avaliação do governo. Juros (45% de desaprovação), saúde (53%), segurança (55%) e impostos (52%) puxariam Dilma para baixo, mas o combate à pobreza, com 67% de aprovação, controle da inflação (lembrai-vos do Plano Real), com 57% e, principalmente, o emprego, com 61%, garantiram a vantagem da petista na corrida ao Palácio do Planalto.
Na carteira
Já foram gerados 1.260.368 novos postos de trabalho em 2010. A previsão do governo é atingir a taxa de desemprego de 7,5% em outubro, o que se aproxima do pleno emprego se levarmos em conta o desemprego estrutural. O número de trabalhadores brasileiros com carteira assinada chegou a inéditos 34.261.387
Esperança
Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (foto), de Pernambuco, o resultado da pesquisa foi inesperado, já que o partido contava com um empate técnico entre Serra e Dilma. Guerra atribuiu a vantagem da petista à exposição como candidata apoiada por Lula, mas está confiante de que a aparição do tucano nas próximas propagandas partidárias fará Serra retomar a liderança nas pesquisas até o fim do mês.
Bumerangue
Para o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (foto), do PT-SP, Serra teve exposição suficiente para se destacar nas pesquisas, mas não soube aproveitá-la por falta de discurso. O petista avalia que as críticas feitas pelo tucano à política econômica de Lula, à Bolívia e ao Mercosul foram fundamentais para a queda do tucano nas pesquisas.
Doações//
Com um donativo inicial de R$ 500 mil, o Bradesco abriu duas contas para receber doações para vítimas das enchentes em Alagoas e Pernambuco. Para Pernambuco: Defesa Civil de Pernambuco, Recife-Centro, agência: 3201-8, conta: 600.000-2. Para Alagoas: Defesa Civil de SOS Nordeste, Maceió-Centro, agência: 389-1, conta: 10.000-5.
Topo
Depois de consultar e receber apoio de sua mãe, dona Maria Teresa, o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias anunciará hoje, na rádio de Bocaiúva, no interior de Minas, que aceitou a indicação de seu nome para o cargo de vice na chapa de Hélio Costa (PMDB) na disputa pelo governo estadual. Bocaiúva é a terra do lendário político mineiro José Maria Alckmin e de Betinho, o famoso irmão do cartunista Henfil, todos já falecidos.
Desacordo
Pedro Simon (PMDB-RS) nunca esteve tanto tempo em Brasília e tão longe de seu estado. Essa é a crítica dos petistas que aguardam a realização de um encontro com o veterano senador para fechar uma aliança na qual apoie a candidatura de Dilma Rousseff e Michel Temer no Rio Grande do Sul. O PT realiza a convenção no próximo dia 26. Até lá, os petistas esperarão por um sinal de Simon para verticalizar o acordo nacional entre o PT e o PMDB.
Aviação
Depois da Copa do Mundo, os deputados querem votar a reestruturação do Código da Aeronáutica. Segundo o relator do projeto, deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), as alterações são fundamentais para garantir a expansão do setor aéreo e para suportar eventos de grande porte, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Entre as mudanças estão o estabelecimento da relação de consumidor entre os passageiros e as empresas aéreas, novos valores de indenizações em caso de morte e o aumento do capital estrangeiro no setor aéreo brasileiro.
Solidariedade/ O PSol também aderiu à campanha para arrecadação de donativos para as vítimas dos municípios atingidos pelas enchentes que ocorreram nos últimos dias em Alagoas. Assim como outras entidades e organizações sociais, o PSol estará recebendo os donativos na sua sede, localizada na Rua Tereza de Azevedo, nº 894, Farol, Maceió, das 9h às 18h. Mais informações pelo telefone (82) 3241-7134.
Convenção/ Dilma Rousseff prepara um discurso mais emocional e caloroso para a convenção estadual do PT, que confirmará o nome do governador Jaques Wagner à reeleição. Espera sair da saia justa em que ficou depois de participar da convenção do PMDB, na qual prestigiou a candidatura a governador de Geddel Vieira Lima (PMDB).
Confiante/ O deputado Ciro Nogueira (PP-PI) resolveu disputar uma vaga no Senado. Nogueira ficou animado depois que viu os resultados de algumas pesquisas. Seus concorrentes são os senadores Heráclito Fortes (DEM-PI) e Mão Santa (PSC-PI), candidatos à reeleição.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem caiu como uma bomba na campanha do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, que não esperava uma vantagem de cinco pontos da candidata petista à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, no levantamento. A reação foi de perplexidade. A expectativa da oposição era inversa, ou seja, a recuperação do favoritismo eleitoral pelo tucano.
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Com 40% de intenções de voto, Dilma confirmou levantamentos internos do PT e revelou que nem os programas de tevê, nem o noticiário sobre o suposto dossiê petista contra Serra foram capazes de barrar a sua ascensão. Dilma subiu sete pontos. Serra, com 35% de intenções de voto, caiu três pontos. Marina Silva (PV), a candidata da terceira via, está com 9%. Com isso, se a eleição fosse hoje, haveria segundo turno.
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O que pesou no cenário eleitoral? Certamente não foi a superexposição de Dilma ao lado do presidente Lula, como no mês passado. A resposta deve ser procurada nos dados da pesquisa sobre a avaliação do governo. Juros (45% de desaprovação), saúde (53%), segurança (55%) e impostos (52%) puxariam Dilma para baixo, mas o combate à pobreza, com 67% de aprovação, controle da inflação (lembrai-vos do Plano Real), com 57% e, principalmente, o emprego, com 61%, garantiram a vantagem da petista na corrida ao Palácio do Planalto.
Na carteira
Já foram gerados 1.260.368 novos postos de trabalho em 2010. A previsão do governo é atingir a taxa de desemprego de 7,5% em outubro, o que se aproxima do pleno emprego se levarmos em conta o desemprego estrutural. O número de trabalhadores brasileiros com carteira assinada chegou a inéditos 34.261.387
Esperança
Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (foto), de Pernambuco, o resultado da pesquisa foi inesperado, já que o partido contava com um empate técnico entre Serra e Dilma. Guerra atribuiu a vantagem da petista à exposição como candidata apoiada por Lula, mas está confiante de que a aparição do tucano nas próximas propagandas partidárias fará Serra retomar a liderança nas pesquisas até o fim do mês.
Bumerangue
Para o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (foto), do PT-SP, Serra teve exposição suficiente para se destacar nas pesquisas, mas não soube aproveitá-la por falta de discurso. O petista avalia que as críticas feitas pelo tucano à política econômica de Lula, à Bolívia e ao Mercosul foram fundamentais para a queda do tucano nas pesquisas.
Doações//
Com um donativo inicial de R$ 500 mil, o Bradesco abriu duas contas para receber doações para vítimas das enchentes em Alagoas e Pernambuco. Para Pernambuco: Defesa Civil de Pernambuco, Recife-Centro, agência: 3201-8, conta: 600.000-2. Para Alagoas: Defesa Civil de SOS Nordeste, Maceió-Centro, agência: 389-1, conta: 10.000-5.
Topo
Depois de consultar e receber apoio de sua mãe, dona Maria Teresa, o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias anunciará hoje, na rádio de Bocaiúva, no interior de Minas, que aceitou a indicação de seu nome para o cargo de vice na chapa de Hélio Costa (PMDB) na disputa pelo governo estadual. Bocaiúva é a terra do lendário político mineiro José Maria Alckmin e de Betinho, o famoso irmão do cartunista Henfil, todos já falecidos.
Desacordo
Pedro Simon (PMDB-RS) nunca esteve tanto tempo em Brasília e tão longe de seu estado. Essa é a crítica dos petistas que aguardam a realização de um encontro com o veterano senador para fechar uma aliança na qual apoie a candidatura de Dilma Rousseff e Michel Temer no Rio Grande do Sul. O PT realiza a convenção no próximo dia 26. Até lá, os petistas esperarão por um sinal de Simon para verticalizar o acordo nacional entre o PT e o PMDB.
Aviação
Depois da Copa do Mundo, os deputados querem votar a reestruturação do Código da Aeronáutica. Segundo o relator do projeto, deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), as alterações são fundamentais para garantir a expansão do setor aéreo e para suportar eventos de grande porte, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Entre as mudanças estão o estabelecimento da relação de consumidor entre os passageiros e as empresas aéreas, novos valores de indenizações em caso de morte e o aumento do capital estrangeiro no setor aéreo brasileiro.
Solidariedade/ O PSol também aderiu à campanha para arrecadação de donativos para as vítimas dos municípios atingidos pelas enchentes que ocorreram nos últimos dias em Alagoas. Assim como outras entidades e organizações sociais, o PSol estará recebendo os donativos na sua sede, localizada na Rua Tereza de Azevedo, nº 894, Farol, Maceió, das 9h às 18h. Mais informações pelo telefone (82) 3241-7134.
Convenção/ Dilma Rousseff prepara um discurso mais emocional e caloroso para a convenção estadual do PT, que confirmará o nome do governador Jaques Wagner à reeleição. Espera sair da saia justa em que ficou depois de participar da convenção do PMDB, na qual prestigiou a candidatura a governador de Geddel Vieira Lima (PMDB).
Confiante/ O deputado Ciro Nogueira (PP-PI) resolveu disputar uma vaga no Senado. Nogueira ficou animado depois que viu os resultados de algumas pesquisas. Seus concorrentes são os senadores Heráclito Fortes (DEM-PI) e Mão Santa (PSC-PI), candidatos à reeleição.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Efeito Ficha Limpa
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Além de complicar a montagem do palanque da oposição no Distrito Federal, a nova Lei da Ficha Limpa abalroou os palanques tucanos na Paraíba e no Maranhão, estados onde os ex-governadores Cássio Cunha Lima (PSDB) e Jackson Lago (PDT), com grande força eleitoral, estão correndo o risco de serem impedidos de disputar a eleição. Ambos foram cassados por abuso econômico na campanha eleitoral passada. Cássio é candidato ao Senado; Jackson pretende disputar novamente o governo maranhense.
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Os dois estiveram ontem no comitê central da campanha do tucano José Serra, onde se reuniram com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). A posição adotada foi a de não cair com o barulho da bala, mas se preparar juridicamente para uma batalha no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa estratégia, porém, é como falar de corda em casa de enforcado. São dois derrotados no TSE e no STF.
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Essa situação gera grande instabilidade no palanque oposicionista nos dois estados do Norte e do Nordeste, onde Serra teria boas possibilidades eleitorais, repetindo o que ocorre em Brasília, onde as negociações com o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) ganharam uma complicação a mais: a provável cassação do registro de sua candidatura com base na nova Lei da Ficha Limpa.
Gelo
O candidato do PMDB ao governo de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (foto), principal aliado de José Serra no Nordeste, não atende as ligações do presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). “Há 20 anos que eu converso com o Jarbas. Nunca deixei de falar com ele nem quando éramos adversários. Semana passada, liguei cinco vezes. Não consegui falar com ele, mas falei com o pessoal dele”, queixa-se Guerra. A bronca é por causa da chapa de senadores da oposição, incompleta desde a desistência de Guerra, agora cotado para a vice de José Serra.
Choveu
Dilma Rousseff cancelou a visita a Caruaru (PE) por causa das fortes chuvas em Pernambuco. Poderia parecer exploração política numa hora em que o governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição, contabiliza 17 mil desabrigados
Adiantamento
Está nas mãos do presidente Lula a sanção de um projeto de lei aprovado no Congresso que obriga o depósito de 50% do valor das causas trabalhistas em recursos judiciais. O projeto foi apresentado pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Milton Moura França, para tentar reduzir a quantidade de processos dessa natureza no TST. Hoje, cerca de 75% das ações no tribunal são de recursos contra condenações trabalhistas. O ministro também espera reduzir o tempo de cumprimento das decisões judiciais com a sanção da nova lei.
Eu topo
A cúpula do PMDB está se convencendo de que o senador Osmar Dias (PDT) não quer ser candidato ao governo do Paraná. No fundo, quereria mesmo é se reeleger senador pelo caminho mais confortável, no caso, uma aliança com o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa, candidato do PSDB ao governo do Paraná. Ontem, o PMDB fez mais uma reunião infrutífera com Osmar. Agora, quem entrou em campo para costurar a aliança foi Dilma Rousseff (PT). Osmar exige a petista Gleisi Hoffmann (foto) na vice, mas a esposa do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não abre mão de se candidatar ao Senado. A propósito, a petista aceita concorrer ao governo do estado com o apoio do PMDB e do PDT se Osmar desistir.
Calouro
O cantor Kiko, da banda KLB, arrancou suspiros de fãs ontem nos corredores do Congresso. O artista aderiu ao terno e gravata, sem perder o estilo casual, para conhecer os caminhos da Casa que ele quer frequentar nos próximos quatro anos. Candidato a deputado pelo DEM-SP, Kiko disse que vai se engajar de vez no projeto Brasil de Cara Limpa, que luta contra o consumo de crack no país, e no combate à pedofilia.
Outro lado
Em resposta à nota intitulada “Bombado”, publicada ontem, sobre o Arroz Liberty Link LL 601, transgênico resistente ao herbicida glufosinato de amônio, a Bayer CropScience esclarece que seus produtos fitossanitários, como o herbicida citado, seguem as normativas de segurança estipuladas em lei. “Todas as análises de risco mostraram que o glufosinato é seguro quando utilizado dentro das prescrições de bula.” A nota se refere aos herbicidas Basta e Finale, à base de glufosinato, mas nada diz sobre o arroz transgênico.
Neutralidade
A cúpula do PMDB pretende voltar atrás na intervenção em Santa Catarina. Mas a condição é a neutralidade da legenda na disputa pelo governo local. Com isso, o tempo de televisão da sigla não irá para o candidato de oposição, Raimundo Colombo (DEM). A proposta foi feita ao ex-governador Eduardo Moreira (PMDB), que desistiu de concorrer ao governo estadual para apoiar o bloco oposicionista.
Fora - O deputado João Maia (PR) caiu fora da chapa majoritária do governador do Rio Grande do Norte, Iberê Ferreira de Souza (PSB), e vai concorrer a deputado federal. A decisão facilita a vida do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do ex-presidente do Senado Garibaldi Alves (PMDB), candidatos à reeleição.
Cidades - Amanhã, a Câmara dos Deputados promoverá o Seminário Construções Sustentáveis. Entre os presentes, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Fora - O deputado João Maia (PR) caiu fora da chapa majoritária do governador do Rio Grande do Norte, Iberê Ferreira de Souza (PSB), e vai concorrer a deputado federal. A decisão facilita a vida do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do ex-presidente do Senado Garibaldi Alves (PMDB), candidatos à reeleição.
luizazedo.df@dabr.com.br
Além de complicar a montagem do palanque da oposição no Distrito Federal, a nova Lei da Ficha Limpa abalroou os palanques tucanos na Paraíba e no Maranhão, estados onde os ex-governadores Cássio Cunha Lima (PSDB) e Jackson Lago (PDT), com grande força eleitoral, estão correndo o risco de serem impedidos de disputar a eleição. Ambos foram cassados por abuso econômico na campanha eleitoral passada. Cássio é candidato ao Senado; Jackson pretende disputar novamente o governo maranhense.
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Os dois estiveram ontem no comitê central da campanha do tucano José Serra, onde se reuniram com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). A posição adotada foi a de não cair com o barulho da bala, mas se preparar juridicamente para uma batalha no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa estratégia, porém, é como falar de corda em casa de enforcado. São dois derrotados no TSE e no STF.
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Essa situação gera grande instabilidade no palanque oposicionista nos dois estados do Norte e do Nordeste, onde Serra teria boas possibilidades eleitorais, repetindo o que ocorre em Brasília, onde as negociações com o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) ganharam uma complicação a mais: a provável cassação do registro de sua candidatura com base na nova Lei da Ficha Limpa.
Gelo
O candidato do PMDB ao governo de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (foto), principal aliado de José Serra no Nordeste, não atende as ligações do presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). “Há 20 anos que eu converso com o Jarbas. Nunca deixei de falar com ele nem quando éramos adversários. Semana passada, liguei cinco vezes. Não consegui falar com ele, mas falei com o pessoal dele”, queixa-se Guerra. A bronca é por causa da chapa de senadores da oposição, incompleta desde a desistência de Guerra, agora cotado para a vice de José Serra.
Choveu
Dilma Rousseff cancelou a visita a Caruaru (PE) por causa das fortes chuvas em Pernambuco. Poderia parecer exploração política numa hora em que o governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição, contabiliza 17 mil desabrigados
Adiantamento
Está nas mãos do presidente Lula a sanção de um projeto de lei aprovado no Congresso que obriga o depósito de 50% do valor das causas trabalhistas em recursos judiciais. O projeto foi apresentado pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Milton Moura França, para tentar reduzir a quantidade de processos dessa natureza no TST. Hoje, cerca de 75% das ações no tribunal são de recursos contra condenações trabalhistas. O ministro também espera reduzir o tempo de cumprimento das decisões judiciais com a sanção da nova lei.
Eu topo
A cúpula do PMDB está se convencendo de que o senador Osmar Dias (PDT) não quer ser candidato ao governo do Paraná. No fundo, quereria mesmo é se reeleger senador pelo caminho mais confortável, no caso, uma aliança com o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa, candidato do PSDB ao governo do Paraná. Ontem, o PMDB fez mais uma reunião infrutífera com Osmar. Agora, quem entrou em campo para costurar a aliança foi Dilma Rousseff (PT). Osmar exige a petista Gleisi Hoffmann (foto) na vice, mas a esposa do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não abre mão de se candidatar ao Senado. A propósito, a petista aceita concorrer ao governo do estado com o apoio do PMDB e do PDT se Osmar desistir.
Calouro
O cantor Kiko, da banda KLB, arrancou suspiros de fãs ontem nos corredores do Congresso. O artista aderiu ao terno e gravata, sem perder o estilo casual, para conhecer os caminhos da Casa que ele quer frequentar nos próximos quatro anos. Candidato a deputado pelo DEM-SP, Kiko disse que vai se engajar de vez no projeto Brasil de Cara Limpa, que luta contra o consumo de crack no país, e no combate à pedofilia.
Outro lado
Em resposta à nota intitulada “Bombado”, publicada ontem, sobre o Arroz Liberty Link LL 601, transgênico resistente ao herbicida glufosinato de amônio, a Bayer CropScience esclarece que seus produtos fitossanitários, como o herbicida citado, seguem as normativas de segurança estipuladas em lei. “Todas as análises de risco mostraram que o glufosinato é seguro quando utilizado dentro das prescrições de bula.” A nota se refere aos herbicidas Basta e Finale, à base de glufosinato, mas nada diz sobre o arroz transgênico.
Neutralidade
A cúpula do PMDB pretende voltar atrás na intervenção em Santa Catarina. Mas a condição é a neutralidade da legenda na disputa pelo governo local. Com isso, o tempo de televisão da sigla não irá para o candidato de oposição, Raimundo Colombo (DEM). A proposta foi feita ao ex-governador Eduardo Moreira (PMDB), que desistiu de concorrer ao governo estadual para apoiar o bloco oposicionista.
Fora - O deputado João Maia (PR) caiu fora da chapa majoritária do governador do Rio Grande do Norte, Iberê Ferreira de Souza (PSB), e vai concorrer a deputado federal. A decisão facilita a vida do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do ex-presidente do Senado Garibaldi Alves (PMDB), candidatos à reeleição.
Cidades - Amanhã, a Câmara dos Deputados promoverá o Seminário Construções Sustentáveis. Entre os presentes, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Fora - O deputado João Maia (PR) caiu fora da chapa majoritária do governador do Rio Grande do Norte, Iberê Ferreira de Souza (PSB), e vai concorrer a deputado federal. A decisão facilita a vida do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do ex-presidente do Senado Garibaldi Alves (PMDB), candidatos à reeleição.
terça-feira, 22 de junho de 2010
Palanque vazio
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
É grande a tensão entre os caciques do PSDB, do DEM e do PPS por causa das eleições em Brasília. Sem palanque no Distrito Federal, o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, corre o risco de perder por WO a disputa na Região Centro-Oeste, teoricamente um território onde poderia derrotar a petista Dilma Rousseff. A solução mais pragmática seria uma aliança com o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), ainda favorito na disputa pelo GDF, mas essa opção pode ter ido para o espaço com a aprovação da Lei da Ficha Limpa.
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Quando nada, a aprovação da nova lei de inelegibilidade reforçou a rejeição ao ex-governador do Distrito Federal, que estaria impedido de participar da eleição por ter renunciado ao mandato de senador para evitar uma possível cassação pelo Senado por quebra de decoro parlamentar. Roriz diz que não joga a toalha e pretende manter a candidatura, recorrendo ao Supremo Tribunal Federal (STF) se for impugnado pela Justiça Eleitoral.
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Porém, as cúpulas do PSDB, do DEM e do PPS já jogaram Roriz ao mar. Os tucanos preferem o nome da ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB), que perdeu a reeleição para José Roberto Arruda (sem partido), mas ela é grata a Roriz e não move uma palha na sucessão. Essa opção dependeria de uma possível desistência de Roriz.
Alternativas
Outra opção do PSDB para o GDF seria o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Maurício Corrêa (foto), hoje filiado ao PSDB, cujo nome é defendido pelo presidente do PPS, Roberto Freire. Os dois jogam juntos desde o impeachment de Fernando Collor de Mello. O problema é que essa opção não agrada ao DEM, no qual o deputado Alberto Fraga (foto) — aquele da campanha contra o desarmamento — é candidatíssimo. O parlamentar, caso concorra ao GDF, teria o apoio de Arruda, de quem foi aliado fiel.
Ansiedade
Pesquisa do Ibope cujo campo será concluído hoje cria expectativa entre os políticos de oposição. Será o primeiro teste de eficácia dos açucarados programas de televisão do candidato tucano José Serra, que ainda tem direito a usar 15 minutos de tevê aberta até o fim do mês. A pesquisa será divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) até sexta-feira.
Farroupilha
O governo tenta sem sucesso incluir na pauta da Câmara o projeto de lei que cria o Fundo Social e institui o sistema de partilha para a exploração do petróleo na camada pré-sal. Como foi modificado, com a inclusão do sistema de partilha, a emenda que promove a divisão igualitária dos royalties entre estados e municípios produtores e não produtores também deve ser referendada na Câmara. É praticamente impossível evitar sua aprovação, porém, o governo sonha com uma manobra do presidente da Casa, deputado Michel Temer (PMDB-SP), excluindo da votação a emenda igualitarista do trio Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Humberto Souto(PPS-MG) e Pedro Simon (PMDB-RS). Confusão na certa.
Petrossauro
A oposição vai empurrar com a barriga a aprovação do projeto que cria a Petro-Sal, a empresa criada para explorar em regime de partilha o petróleo da camada de pré-sal. O vazamento do óleo em águas profundas nos Estados Unidos está deixando todo mundo de cabelo em pé, e até na Petrobras há pressão de seus técnicos para que a Agência Nacional do Petróleo assuma as atribuições da nova estatal. Faltam expertise e recursos tecnológicos para tocar a nova empresa. Quem tem massa crítica é a Petrobras.
Necessidade
José Serra avisou aos aliados que pode esperar até o dia 30 para escolher seu candidato a vice. Jogou um balde de água fria na reunião dos caciques do PSDB, do DEM e do PPS para antecipar a escolha. Proliferam os candidatos a vice com perfil de candidato proporcional. Com isso, novamente, sobe a estrela do ex-presidente Itamar Franco (PPS). A situação eleitoral em Minas é cada vez mais preocupante.
Bombado
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) vota, na próxima quinta-feira, a liberação do arroz transgênico. Produzido pela empresa alemã Bayer, o Arroz Liberty Link LL 601, resistente ao herbicida glufosinato de amônio (Basta e Finale, ambos produzidos pela mesma empresa), sofreu modificação genética que é condenada por técnicos da Embrapa. O glufosinto é considerado tóxico para mamíferos e, por esse motivo, será proibido na União Europeia a partir de 2017. Pode prejudicar o cérebro humano.
Ressarcimento
A Eletrobras vai restituir o empréstimo compulsório que recolheu de produtores industriais entre 1987 e 1993. O crédito foi gerado pelo desconto de um terço do valor das contas de energia e destinado aos cofres do governo naquele período para enfrentar o “apagão”. Cerca de 150 mil consumidores têm direito à restituição, mas apenas 12 mil ingressaram na Justiça para reaver o valor. Custo: R$ 3,5 bilhões
Dossiê - Nas entrevistas online e na mídia impressa, José Serra não pretende largar o pé da petista Dilma Rousseff com relação ao suposto dossiê do PT contra sua filha Verônica. O assunto tem deixado a cúpula petista e a própria candidata na defensiva. Mas o PT pretende reverter o prejuízo quando acabar a Copa do Mundo e o presidente Lula voltar com tudo para a campanha.
Bolão - Acertar os resultados dos Jogos do Brasil na Copa do Mundo, além de render um trocadinho para alguns deputados, virou uma estratégia para definir a pauta da Câmara. Se o projeto do pré-sal for votado na semana que vem, corre o risco de coincidir com uma eventual partida do Brasil na terça-feira. Porém, tudo vai depender do resultado do jogo da Seleção Brasileira contra a de Portugal, que goleou a Coreia do Norte por 7 x 0.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
É grande a tensão entre os caciques do PSDB, do DEM e do PPS por causa das eleições em Brasília. Sem palanque no Distrito Federal, o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, corre o risco de perder por WO a disputa na Região Centro-Oeste, teoricamente um território onde poderia derrotar a petista Dilma Rousseff. A solução mais pragmática seria uma aliança com o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), ainda favorito na disputa pelo GDF, mas essa opção pode ter ido para o espaço com a aprovação da Lei da Ficha Limpa.
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Quando nada, a aprovação da nova lei de inelegibilidade reforçou a rejeição ao ex-governador do Distrito Federal, que estaria impedido de participar da eleição por ter renunciado ao mandato de senador para evitar uma possível cassação pelo Senado por quebra de decoro parlamentar. Roriz diz que não joga a toalha e pretende manter a candidatura, recorrendo ao Supremo Tribunal Federal (STF) se for impugnado pela Justiça Eleitoral.
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Porém, as cúpulas do PSDB, do DEM e do PPS já jogaram Roriz ao mar. Os tucanos preferem o nome da ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB), que perdeu a reeleição para José Roberto Arruda (sem partido), mas ela é grata a Roriz e não move uma palha na sucessão. Essa opção dependeria de uma possível desistência de Roriz.
Alternativas
Outra opção do PSDB para o GDF seria o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Maurício Corrêa (foto), hoje filiado ao PSDB, cujo nome é defendido pelo presidente do PPS, Roberto Freire. Os dois jogam juntos desde o impeachment de Fernando Collor de Mello. O problema é que essa opção não agrada ao DEM, no qual o deputado Alberto Fraga (foto) — aquele da campanha contra o desarmamento — é candidatíssimo. O parlamentar, caso concorra ao GDF, teria o apoio de Arruda, de quem foi aliado fiel.
Ansiedade
Pesquisa do Ibope cujo campo será concluído hoje cria expectativa entre os políticos de oposição. Será o primeiro teste de eficácia dos açucarados programas de televisão do candidato tucano José Serra, que ainda tem direito a usar 15 minutos de tevê aberta até o fim do mês. A pesquisa será divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) até sexta-feira.
Farroupilha
O governo tenta sem sucesso incluir na pauta da Câmara o projeto de lei que cria o Fundo Social e institui o sistema de partilha para a exploração do petróleo na camada pré-sal. Como foi modificado, com a inclusão do sistema de partilha, a emenda que promove a divisão igualitária dos royalties entre estados e municípios produtores e não produtores também deve ser referendada na Câmara. É praticamente impossível evitar sua aprovação, porém, o governo sonha com uma manobra do presidente da Casa, deputado Michel Temer (PMDB-SP), excluindo da votação a emenda igualitarista do trio Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Humberto Souto(PPS-MG) e Pedro Simon (PMDB-RS). Confusão na certa.
Petrossauro
A oposição vai empurrar com a barriga a aprovação do projeto que cria a Petro-Sal, a empresa criada para explorar em regime de partilha o petróleo da camada de pré-sal. O vazamento do óleo em águas profundas nos Estados Unidos está deixando todo mundo de cabelo em pé, e até na Petrobras há pressão de seus técnicos para que a Agência Nacional do Petróleo assuma as atribuições da nova estatal. Faltam expertise e recursos tecnológicos para tocar a nova empresa. Quem tem massa crítica é a Petrobras.
Necessidade
José Serra avisou aos aliados que pode esperar até o dia 30 para escolher seu candidato a vice. Jogou um balde de água fria na reunião dos caciques do PSDB, do DEM e do PPS para antecipar a escolha. Proliferam os candidatos a vice com perfil de candidato proporcional. Com isso, novamente, sobe a estrela do ex-presidente Itamar Franco (PPS). A situação eleitoral em Minas é cada vez mais preocupante.
Bombado
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) vota, na próxima quinta-feira, a liberação do arroz transgênico. Produzido pela empresa alemã Bayer, o Arroz Liberty Link LL 601, resistente ao herbicida glufosinato de amônio (Basta e Finale, ambos produzidos pela mesma empresa), sofreu modificação genética que é condenada por técnicos da Embrapa. O glufosinto é considerado tóxico para mamíferos e, por esse motivo, será proibido na União Europeia a partir de 2017. Pode prejudicar o cérebro humano.
Ressarcimento
A Eletrobras vai restituir o empréstimo compulsório que recolheu de produtores industriais entre 1987 e 1993. O crédito foi gerado pelo desconto de um terço do valor das contas de energia e destinado aos cofres do governo naquele período para enfrentar o “apagão”. Cerca de 150 mil consumidores têm direito à restituição, mas apenas 12 mil ingressaram na Justiça para reaver o valor. Custo: R$ 3,5 bilhões
Dossiê - Nas entrevistas online e na mídia impressa, José Serra não pretende largar o pé da petista Dilma Rousseff com relação ao suposto dossiê do PT contra sua filha Verônica. O assunto tem deixado a cúpula petista e a própria candidata na defensiva. Mas o PT pretende reverter o prejuízo quando acabar a Copa do Mundo e o presidente Lula voltar com tudo para a campanha.
Bolão - Acertar os resultados dos Jogos do Brasil na Copa do Mundo, além de render um trocadinho para alguns deputados, virou uma estratégia para definir a pauta da Câmara. Se o projeto do pré-sal for votado na semana que vem, corre o risco de coincidir com uma eventual partida do Brasil na terça-feira. Porém, tudo vai depender do resultado do jogo da Seleção Brasileira contra a de Portugal, que goleou a Coreia do Norte por 7 x 0.
domingo, 20 de junho de 2010
Exércitos eleitorais
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Neste fim de semana e no próximo serão definidas as alianças regionais, num jogo de xadrez onde as cúpulas dos partidos tentam desenhar o melhor cenário possível para viabilizar seus candidatos à Presidência da República. Em tese, os exércitos de cada legenda foram formados com um ano de antecedência, quando terminou o prazo para as filiações partidárias. O que está em jogo agora é o posicionamento no terreno, no qual cada estado é um campo de batalha com suas peculiaridades. Na verdade, a política local é mais embaralhada do que gostariam os grandes caciques partidários.
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No campo governista, o PT enquadrou seus rebeldes em Minas e no Maranhão para consolidar a aliança com o PMDB. A contrapartida do apoio petista a Hélio Costa (MG) e Roseana Sarney (MA) é o enquadramento do PMDB em dois estados estratégicos para Dilma Rousseff (PT) — Santa Catarina e Distrito Federal. O ex-governador Luiz Henrique (SC) e o governador Rogério Rosso (DF) são considerados rebeldes de última hora pelo presidente do PMDB, Michel Temer (SP), vice de Dilma. Crise à vista.
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Na oposição, o tucano José Serra não tem palanque no Rio de Janeiro, onde apoia o candidato a governador do PV, Fernando Gabeira; e em Brasília, onde flertava com o ex-governador Joaquim Roriz. A maior turbulência, porém, é em Santa Catarina, onde perdeu o apoio formal do PMDB, e no Paraná, onde ainda aguarda uma definição de Osmar Dias (PDT).
Senado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou a eleição do Senado numa obsessão. Diz que é mais importante ter maioria na Casa do que eleger governadores do PT. Está empenhadíssimo na eleição de Alfredo Nascimento (PR) ao governo do Amazonas para garantir um mandato definitivo para o suplente João Pedro (PT). Também pressiona o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (foto) para que aceite a suplência de Marta Suplicy (PT), que lidera a disputa por uma vaga ao Senado em São Paulo.
Desgraça
Ex-presidente da Câmara e ex-ministro das Relações Institucionais, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) está em risco eleitoral. Considerado o mais brilhante parlamentar da legenda, entrou em rota de colisão com a direção do PCdoB em São Paulo, que faz corpo mole na sua campanha. O relatório sobre o novo Código Florestal, pelo qual é acusado de concessões aos ruralistas, aumentou seu desgaste.
Centralismo
O presidente do PPS, Roberto Freire, abriu um debate na sigla para enquadrar todos os diretórios que flertam com candidatos a governador da base de Dilma Rousseff (PT). Também quer a legenda fora dos palanques dos candidatos do PMDB na Bahia e em Tocantins. A situação do deputado federal Augusto Carvalho (foto), do DF, se complica com o veto à aliança com Agnelo Queiroz (PT), candidato ao GDF.
Hamlet
A novela sobre a possível candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Paraná ganhou mais um capítulo. O parlamentar consultou o diretório nacional do partido para saber quais serão os rumos de sua campanha. Se optar pela candidatura própria, Dias só aceita a tarefa se receber o apoio do PT. Se a aliança for com o PSDB, será candidato à reeleição e indicará um nome para vice na chapa do ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB).
Ungido
O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos trabalha para emplacar mais um ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga de Eros Graus, que se aposenta. É o advogado paulista Arnaldo Malheiros, criminalista cujo nome já foi parar na mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, é o preferido dos ministros do STF.
Gaveta
Sobre a investigação do suposto dossiê contra o tucano José Serra, a Polícia Federal só informa que recebeu um pedido de abertura de inquérito. Até o momento, o inquérito não foi aberto e a Corregedoria da PF avalia se o caso é mesmo de polícia e de atribuição federal. O pedido foi apresentado pela cúpula do PT.
Na pauta
Na semana de São João, na pauta da Câmara há sete medidas provisórias. Entre elas, a MP nº 484/10, que permite à União transferir recursos para 11 estados por meio do Programa Especial de Fortalecimento do Ensino Médio. São R$ 800 milhões
Entrevistas/ Os candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) agendaram entrevistas ao vivo ao programa 3 a 1, da TV Brasil, apresentado pelo titular desta coluna, com participação de dois jornalistas convidados. Por sorteio, respectivamente, as sabatinas serão em 21, 22 e 23 de julho.
Telinha/ O PT utilizou o tempo de televisão em São Paulo para fortalecer a candidatura de Dilma Rousseff (PT) com a divulgação, em horário nobre, dos investimentos federais no estado. Acredita que a estratégia pode neutralizar a propaganda do tucano José Serra em rede nacional.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Neste fim de semana e no próximo serão definidas as alianças regionais, num jogo de xadrez onde as cúpulas dos partidos tentam desenhar o melhor cenário possível para viabilizar seus candidatos à Presidência da República. Em tese, os exércitos de cada legenda foram formados com um ano de antecedência, quando terminou o prazo para as filiações partidárias. O que está em jogo agora é o posicionamento no terreno, no qual cada estado é um campo de batalha com suas peculiaridades. Na verdade, a política local é mais embaralhada do que gostariam os grandes caciques partidários.
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No campo governista, o PT enquadrou seus rebeldes em Minas e no Maranhão para consolidar a aliança com o PMDB. A contrapartida do apoio petista a Hélio Costa (MG) e Roseana Sarney (MA) é o enquadramento do PMDB em dois estados estratégicos para Dilma Rousseff (PT) — Santa Catarina e Distrito Federal. O ex-governador Luiz Henrique (SC) e o governador Rogério Rosso (DF) são considerados rebeldes de última hora pelo presidente do PMDB, Michel Temer (SP), vice de Dilma. Crise à vista.
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Na oposição, o tucano José Serra não tem palanque no Rio de Janeiro, onde apoia o candidato a governador do PV, Fernando Gabeira; e em Brasília, onde flertava com o ex-governador Joaquim Roriz. A maior turbulência, porém, é em Santa Catarina, onde perdeu o apoio formal do PMDB, e no Paraná, onde ainda aguarda uma definição de Osmar Dias (PDT).
Senado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou a eleição do Senado numa obsessão. Diz que é mais importante ter maioria na Casa do que eleger governadores do PT. Está empenhadíssimo na eleição de Alfredo Nascimento (PR) ao governo do Amazonas para garantir um mandato definitivo para o suplente João Pedro (PT). Também pressiona o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (foto) para que aceite a suplência de Marta Suplicy (PT), que lidera a disputa por uma vaga ao Senado em São Paulo.
Desgraça
Ex-presidente da Câmara e ex-ministro das Relações Institucionais, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) está em risco eleitoral. Considerado o mais brilhante parlamentar da legenda, entrou em rota de colisão com a direção do PCdoB em São Paulo, que faz corpo mole na sua campanha. O relatório sobre o novo Código Florestal, pelo qual é acusado de concessões aos ruralistas, aumentou seu desgaste.
Centralismo
O presidente do PPS, Roberto Freire, abriu um debate na sigla para enquadrar todos os diretórios que flertam com candidatos a governador da base de Dilma Rousseff (PT). Também quer a legenda fora dos palanques dos candidatos do PMDB na Bahia e em Tocantins. A situação do deputado federal Augusto Carvalho (foto), do DF, se complica com o veto à aliança com Agnelo Queiroz (PT), candidato ao GDF.
Hamlet
A novela sobre a possível candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Paraná ganhou mais um capítulo. O parlamentar consultou o diretório nacional do partido para saber quais serão os rumos de sua campanha. Se optar pela candidatura própria, Dias só aceita a tarefa se receber o apoio do PT. Se a aliança for com o PSDB, será candidato à reeleição e indicará um nome para vice na chapa do ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB).
Ungido
O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos trabalha para emplacar mais um ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga de Eros Graus, que se aposenta. É o advogado paulista Arnaldo Malheiros, criminalista cujo nome já foi parar na mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, é o preferido dos ministros do STF.
Gaveta
Sobre a investigação do suposto dossiê contra o tucano José Serra, a Polícia Federal só informa que recebeu um pedido de abertura de inquérito. Até o momento, o inquérito não foi aberto e a Corregedoria da PF avalia se o caso é mesmo de polícia e de atribuição federal. O pedido foi apresentado pela cúpula do PT.
Na pauta
Na semana de São João, na pauta da Câmara há sete medidas provisórias. Entre elas, a MP nº 484/10, que permite à União transferir recursos para 11 estados por meio do Programa Especial de Fortalecimento do Ensino Médio. São R$ 800 milhões
Entrevistas/ Os candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) agendaram entrevistas ao vivo ao programa 3 a 1, da TV Brasil, apresentado pelo titular desta coluna, com participação de dois jornalistas convidados. Por sorteio, respectivamente, as sabatinas serão em 21, 22 e 23 de julho.
Telinha/ O PT utilizou o tempo de televisão em São Paulo para fortalecer a candidatura de Dilma Rousseff (PT) com a divulgação, em horário nobre, dos investimentos federais no estado. Acredita que a estratégia pode neutralizar a propaganda do tucano José Serra em rede nacional.
sábado, 19 de junho de 2010
Como uma nuvem
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A política do Distrito Federal parece mesmo uma nuvem, como diria o falecido político mineiro Magalhães Pinto. Hoje amanheceu de um jeito e pode terminar o dia de outro, dependendo do desfecho da convenção do PMDB. Se o governador Rogério Rosso conquistar neste sábado a vaga de candidato à reeleição, teremos uma disputa protagonizada por ele e pelo petista Agnelo Queiroz.
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Se Rosso perder para o deputado Tadeu Filippelli, que pleiteia a indicação de vice na chapa de Agnelo, o petista estará com o caminho praticamente livre para conquistar o GDF. Ainda hoje, Agnelo deve receber o apoio do PSB e do PDT, que também farão convenções, mas pretende esperar o desfecho da disputa entre Filippelli e Rosso para comparecer ou não à convenção do PMDB.
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A nuvem, porém, é mesmo mutante. O ex-governador Joaquim Roriz, em razão da interpretação dada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à nova Lei da Ficha Limpa, está praticamente fora da disputa. Do ponto de vista eleitoral, é uma reviravolta sem precedentes na política do Distrito Federal.
A regra
A Lei da Ficha Limpa estabelece que todo político que renunciar ao mandato quando já tiver contra si uma representação por quebra de decoro protocolada estará inelegível para a eleição seguinte e pelos oito anos posteriores ao fim do mandato. Joaquim Roriz renunciou ao mandato de senador para evitar uma cassação logo após assumi-lo em 2007. Estaria, portanto, inelegível. A mesma situação atinge Cássio Cunha Lima (foto), do PSDB, na Paraíba, Marcelo Miranda (PMDB) em Tocantins e Anthony Garotinho (PSC) no Rio de Janeiro. Todos vão recorrer.
Especulação
Pega muito mal em São Paulo a decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de excluir o Estádio do Morumbi da Copa de 2014. A linha entre o Aeroporto de Congonhas e o Morumbi terá novo cronograma. Passa a ser prioridade o trecho da zona norte ao centro, que passa por Pirituba e pela Pompeia, onde o Palmeiras reforma o seu estádio — opção para sede do Mundial. O mercado imobiliário agradece.
Nepotismo
O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), vetou a indicação da pedetista Patrícia Saboya (foto), ex-mulher de Ciro Gomes (PSB), como vice na sua chapa. Argumenta que ex-cunhada também é parente. A indicação foi de Ciro Gomes, que está na maior saia justa por causa do rompimento entre o irmão governador e o senador tucano Tasso Jereissati, candidato à reeleição e seu patrono político.
Tesouro
Criado em 2008 com sobras do superavit primário (economia de dinheiro para pagar os juros da dívida pública), o Fundo Soberano do Brasil (FSB) será usado pela primeira vez para comprar ações do Banco do Brasil, no valor de R$ 1,7 bilhão. O fundo já tem R$ 17 bilhões
Flexível
O PSB flexibilizou as alianças nos estados. Além de apoiar a reeleição do governador Antonio Anastasia (PSDB) em Minas, fechou com os tucanos Teotônio Vilela Filho, em Alagoas, e Beto Richa, no Paraná. Na Paraíba, foi o inverso: os tucanos apoiam Ricardo Coutinho (PSB).
Doutores/ O PSol-DF lança dois doutores como candidatos ao Senado. O jornalista Chico Sant'Anna, da TV Senado, e o maestro Jorge Antunes, professor da UnB. Ambos se formaram na França.
Festa/ Do presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, sobre a decisão do TSE de alijar da campanha política deste ano os políticos condenados antes e depois da sanção da Lei da Ficha Limpa pelo presidente Lula: “O Brasil cansou dos caciques fichas sujas na política do país”.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A política do Distrito Federal parece mesmo uma nuvem, como diria o falecido político mineiro Magalhães Pinto. Hoje amanheceu de um jeito e pode terminar o dia de outro, dependendo do desfecho da convenção do PMDB. Se o governador Rogério Rosso conquistar neste sábado a vaga de candidato à reeleição, teremos uma disputa protagonizada por ele e pelo petista Agnelo Queiroz.
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Se Rosso perder para o deputado Tadeu Filippelli, que pleiteia a indicação de vice na chapa de Agnelo, o petista estará com o caminho praticamente livre para conquistar o GDF. Ainda hoje, Agnelo deve receber o apoio do PSB e do PDT, que também farão convenções, mas pretende esperar o desfecho da disputa entre Filippelli e Rosso para comparecer ou não à convenção do PMDB.
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A nuvem, porém, é mesmo mutante. O ex-governador Joaquim Roriz, em razão da interpretação dada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à nova Lei da Ficha Limpa, está praticamente fora da disputa. Do ponto de vista eleitoral, é uma reviravolta sem precedentes na política do Distrito Federal.
A regra
A Lei da Ficha Limpa estabelece que todo político que renunciar ao mandato quando já tiver contra si uma representação por quebra de decoro protocolada estará inelegível para a eleição seguinte e pelos oito anos posteriores ao fim do mandato. Joaquim Roriz renunciou ao mandato de senador para evitar uma cassação logo após assumi-lo em 2007. Estaria, portanto, inelegível. A mesma situação atinge Cássio Cunha Lima (foto), do PSDB, na Paraíba, Marcelo Miranda (PMDB) em Tocantins e Anthony Garotinho (PSC) no Rio de Janeiro. Todos vão recorrer.
Especulação
Pega muito mal em São Paulo a decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de excluir o Estádio do Morumbi da Copa de 2014. A linha entre o Aeroporto de Congonhas e o Morumbi terá novo cronograma. Passa a ser prioridade o trecho da zona norte ao centro, que passa por Pirituba e pela Pompeia, onde o Palmeiras reforma o seu estádio — opção para sede do Mundial. O mercado imobiliário agradece.
Nepotismo
O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), vetou a indicação da pedetista Patrícia Saboya (foto), ex-mulher de Ciro Gomes (PSB), como vice na sua chapa. Argumenta que ex-cunhada também é parente. A indicação foi de Ciro Gomes, que está na maior saia justa por causa do rompimento entre o irmão governador e o senador tucano Tasso Jereissati, candidato à reeleição e seu patrono político.
Tesouro
Criado em 2008 com sobras do superavit primário (economia de dinheiro para pagar os juros da dívida pública), o Fundo Soberano do Brasil (FSB) será usado pela primeira vez para comprar ações do Banco do Brasil, no valor de R$ 1,7 bilhão. O fundo já tem R$ 17 bilhões
Flexível
O PSB flexibilizou as alianças nos estados. Além de apoiar a reeleição do governador Antonio Anastasia (PSDB) em Minas, fechou com os tucanos Teotônio Vilela Filho, em Alagoas, e Beto Richa, no Paraná. Na Paraíba, foi o inverso: os tucanos apoiam Ricardo Coutinho (PSB).
Doutores/ O PSol-DF lança dois doutores como candidatos ao Senado. O jornalista Chico Sant'Anna, da TV Senado, e o maestro Jorge Antunes, professor da UnB. Ambos se formaram na França.
Festa/ Do presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, sobre a decisão do TSE de alijar da campanha política deste ano os políticos condenados antes e depois da sanção da Lei da Ficha Limpa pelo presidente Lula: “O Brasil cansou dos caciques fichas sujas na política do país”.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Cavalo arreado
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), contra a orientação da cúpula da legenda, anunciou ontem que pleiteia a reeleição. Pretende disputar a vaga de candidato na convenção do PMDB contra o presidente regional da legenda, deputado Tadeu Filippelli, candidato a vice na chapa do petista Agnelo Queiroz. Eleito pela Câmara Legislativa indiretamente, desbancando o então governador interino Wilson Lima (PR), atual presidente da Casa, assumiu como quem não queria nada. Faria um mandato tampão para evitar a intervenção do Supremo Tribunal federal (STF) no GDF e a fim de representar os interesses do PMDB. Mas o cavalo passou arreado…
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Estava escrito nas estrelas, desde a posse do atual governador, que sua gestão teria um desaguadouro de caráter eleitoral. Não tem nada a perder sendo candidato, uma vez que precisa dar projeção eleitoral própria ao poder político que adquiriu. O candidato do PT a governador, Agnelo Queiroz, sentiu o golpe. Estava tudo combinado para fechar a aliança no próximo sábado, após suposto entendimento com Filippelli e o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, que conversaram com Rosso por telefone.
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A rigor, é assunto para ser tratado pessoalmente e sem intermediários com um governador. Rosso roeu a corda. Mas vamos supor que o governador perca a convenção. Mesmo assim, será um ator mais importante do que Filippelli, o vice de Agnelo, como fiel da balança do processo eleitoral, porque o governo é a forma mais concentrada de poder. As próximas 48 horas serão eletrizantes.
Copa//
Está confirmada a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assistir à decisão da Copa do Mundo na África do Sul, em 11 de julho. Mesmo correndo o risco de não ver o Brasil jogar se a seleção de Dunga pisar na Jabulani. Lula irá como chefe de Estado para receber oficialmente a próxima Copa em nome do Brasil.
Intervenção
Para assustar os rebeldes do PMDB, o PT voltou a falar em intervenção no Governo do Distrito Federal. No STF, porém, o assunto continua sendo tratado em banho-maria. Os ministros ganham tempo para que a crise do GDF se resolva definitivamente pela via eleitoral. Quando nada, porque os recursos federais estão sendo monitorados pela Controladoria-Geral da União (CGU), sob supervisão direta do ministro Jorge Hage.
Confiantes
Integrantes do Democratas se dizem confiantes de que o nome do vice na chapa de José Serra (PSDB) será do DEM. Pretendem indicar dois ou três nomes para que o tucano possa escolher o que mais lhe agrada e fechar a aliança na próxima convenção, dia 30. O mais cotado é o deputado José Carlos Aleluia (BA), mas, ao sinalizar que preferiria o tucano Sérgio Guerra (PE), Serra revelou certo desconforto com o parlamentar baiano.
Mais um
O diretório nacional do PSC, que oficializou apoio à candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência da República, resolveu indicar o nome do senador Mão Santa para vice na chapa do tucano. Alegam que o senador piauiense, por ser popular, ajudaria a candidatura da oposição nas regiões Norte e Nordeste.
Sem volta
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) trabalha para que o empresário Beto Studart aceite ser candidato ao governo do Ceará pelo PSDB. Foi lançado ao mar pelo governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição, que rompeu acordo e compôs sua chapa com José Pimentel (PT) e Eunício de Oliveira (PMDB) como candidatos ao Senado. O socialista agiu a pedido do presidente Lula, que pôs o tucano na lista de desafetos cuja reeleição pretende inviabilizar.
Inveja
Na África do Sul, em conversa com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, criticou o valor do salário que será pago pelo Palmeiras a Luiz Felipe Scolari: R$ 700 mil
Suplentes
A convenção do PDT-DF amanhã, além de oficializar a coligação com o PT na eleição majoritaria, com o senador Cristovam Buarque como candidato a uma das vagas ao Senado, promete atrito com os petistas. Uma ala da legenda não quer entregar as duas suplências de Cristovam ao PT. O pedetista histórico Georges Michel, um dos signatários da Carta de Lisboa com Leonel Brizola, está sendo indicado por uma das alas do partido para a primeira suplência.
Vacilou/ O deputado Domingos Dutra (PT-MA) se deu conta de que greve de fome é um recurso extremo. Hoje deve ingressar com uma ação na Justiça contra a intervenção da cúpula do PT no Maranhão, que forçou a legenda a apoiar a reeleição de Roseana Sarney (PMDB), e não o deputado Flávio Dino (PCdoB), candidato ao governo.
Sentenças/ A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso Evandro Stábile, também presidente do Tribunal Regional Eleitoral do estado, e José Luiz de Carvalho, além do advogado e membro do TRE-MT Eduardo Henrique Miguéis Jacob e do juiz convocado da 3ª Câmara Criminal do TJ-MT, Círio Miotto. São acusados de manipulação de decisões judiciais.
Fronteira/ O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, empossa hoje cerca de 600 novos policiais federais. Serão 200 agentes e 400 escrivães que reforçarão o policiamento nas regiões de fronteira e na Amazônia.
Azebudsman/ A pesquisa eleitoral do Instituto Sensus em Minas, citada ontem na coluna, foi realizada em 11 e 12 de junho, e não de julho. O leitor Romertio Soares, com justa razão, puxou minhas orelhas pela futurologia.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), contra a orientação da cúpula da legenda, anunciou ontem que pleiteia a reeleição. Pretende disputar a vaga de candidato na convenção do PMDB contra o presidente regional da legenda, deputado Tadeu Filippelli, candidato a vice na chapa do petista Agnelo Queiroz. Eleito pela Câmara Legislativa indiretamente, desbancando o então governador interino Wilson Lima (PR), atual presidente da Casa, assumiu como quem não queria nada. Faria um mandato tampão para evitar a intervenção do Supremo Tribunal federal (STF) no GDF e a fim de representar os interesses do PMDB. Mas o cavalo passou arreado…
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Estava escrito nas estrelas, desde a posse do atual governador, que sua gestão teria um desaguadouro de caráter eleitoral. Não tem nada a perder sendo candidato, uma vez que precisa dar projeção eleitoral própria ao poder político que adquiriu. O candidato do PT a governador, Agnelo Queiroz, sentiu o golpe. Estava tudo combinado para fechar a aliança no próximo sábado, após suposto entendimento com Filippelli e o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, que conversaram com Rosso por telefone.
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A rigor, é assunto para ser tratado pessoalmente e sem intermediários com um governador. Rosso roeu a corda. Mas vamos supor que o governador perca a convenção. Mesmo assim, será um ator mais importante do que Filippelli, o vice de Agnelo, como fiel da balança do processo eleitoral, porque o governo é a forma mais concentrada de poder. As próximas 48 horas serão eletrizantes.
Copa//
Está confirmada a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assistir à decisão da Copa do Mundo na África do Sul, em 11 de julho. Mesmo correndo o risco de não ver o Brasil jogar se a seleção de Dunga pisar na Jabulani. Lula irá como chefe de Estado para receber oficialmente a próxima Copa em nome do Brasil.
Intervenção
Para assustar os rebeldes do PMDB, o PT voltou a falar em intervenção no Governo do Distrito Federal. No STF, porém, o assunto continua sendo tratado em banho-maria. Os ministros ganham tempo para que a crise do GDF se resolva definitivamente pela via eleitoral. Quando nada, porque os recursos federais estão sendo monitorados pela Controladoria-Geral da União (CGU), sob supervisão direta do ministro Jorge Hage.
Confiantes
Integrantes do Democratas se dizem confiantes de que o nome do vice na chapa de José Serra (PSDB) será do DEM. Pretendem indicar dois ou três nomes para que o tucano possa escolher o que mais lhe agrada e fechar a aliança na próxima convenção, dia 30. O mais cotado é o deputado José Carlos Aleluia (BA), mas, ao sinalizar que preferiria o tucano Sérgio Guerra (PE), Serra revelou certo desconforto com o parlamentar baiano.
Mais um
O diretório nacional do PSC, que oficializou apoio à candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência da República, resolveu indicar o nome do senador Mão Santa para vice na chapa do tucano. Alegam que o senador piauiense, por ser popular, ajudaria a candidatura da oposição nas regiões Norte e Nordeste.
Sem volta
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) trabalha para que o empresário Beto Studart aceite ser candidato ao governo do Ceará pelo PSDB. Foi lançado ao mar pelo governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição, que rompeu acordo e compôs sua chapa com José Pimentel (PT) e Eunício de Oliveira (PMDB) como candidatos ao Senado. O socialista agiu a pedido do presidente Lula, que pôs o tucano na lista de desafetos cuja reeleição pretende inviabilizar.
Inveja
Na África do Sul, em conversa com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, criticou o valor do salário que será pago pelo Palmeiras a Luiz Felipe Scolari: R$ 700 mil
Suplentes
A convenção do PDT-DF amanhã, além de oficializar a coligação com o PT na eleição majoritaria, com o senador Cristovam Buarque como candidato a uma das vagas ao Senado, promete atrito com os petistas. Uma ala da legenda não quer entregar as duas suplências de Cristovam ao PT. O pedetista histórico Georges Michel, um dos signatários da Carta de Lisboa com Leonel Brizola, está sendo indicado por uma das alas do partido para a primeira suplência.
Vacilou/ O deputado Domingos Dutra (PT-MA) se deu conta de que greve de fome é um recurso extremo. Hoje deve ingressar com uma ação na Justiça contra a intervenção da cúpula do PT no Maranhão, que forçou a legenda a apoiar a reeleição de Roseana Sarney (PMDB), e não o deputado Flávio Dino (PCdoB), candidato ao governo.
Sentenças/ A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso Evandro Stábile, também presidente do Tribunal Regional Eleitoral do estado, e José Luiz de Carvalho, além do advogado e membro do TRE-MT Eduardo Henrique Miguéis Jacob e do juiz convocado da 3ª Câmara Criminal do TJ-MT, Círio Miotto. São acusados de manipulação de decisões judiciais.
Fronteira/ O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, empossa hoje cerca de 600 novos policiais federais. Serão 200 agentes e 400 escrivães que reforçarão o policiamento nas regiões de fronteira e na Amazônia.
Azebudsman/ A pesquisa eleitoral do Instituto Sensus em Minas, citada ontem na coluna, foi realizada em 11 e 12 de junho, e não de julho. O leitor Romertio Soares, com justa razão, puxou minhas orelhas pela futurologia.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Café com leite
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Como na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a disputa entre governo e oposição está dividindo o país. De um lado, o Brasil meridional (Sul), que tende a votar em José Serra (PSDB); de outro, o setentrional (Norte e Nordeste), que marcha com Dilma Rousseff (PT). O desfecho deverá mesmo ocorrer na região Sudeste, principalmente em São Paulo e em Minas Gerais, uma vez que o Rio de Janeiro, graças ao apoio do governador Sérgio Cabral (PMDB), já pode ser considerado um estado governista. O Centro-Oeste tende a acompanhar o voto da região Sudeste.
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São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país, são governados pelo PSDB. Essa vantagem estratégica é o que ainda garante um empate técnico entre a oposição e o governo na sucessão do presidente Lula. Porém, Serra corre perigo. Em Minas, Dilma conseguiu unir o PMDB e o PT em torno da candidatura do senador Hélio Costa (PMDB) e se aproxima de Serra; em São Paulo, a vantagem do tucano em relação à petista já não é tão avassaladora quanto a necessária para a oposição vencer a eleição.
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Na verdade, Serra ainda não é um candidato café com leite, para usar a expressão que marcou a política da 1ª República, porque não empolgou o eleitor mineiro. Tenta recuperar a vantagem em relação a Dilma com os programas do PSDB que foram exibidos na tevê. Seu discurso na mídia foi morno, mas deve funcionar muito bem em São Paulo. Nos demais estados, sobretudo Minas, as próximas pesquisas dirão se a estratégia açucarada deu resultado. Se não se recuperar nas pesquisas, é porque a situação é de vaca estranhar o bezerro.
Pesquisa
Pesquisa do Instituto Sensus realizada em 11 e 12 de julho, antes do programa de TV do PSDB, revelou que Dilma Rousseff (37,3%) abriu uma vantagem de 5,2% pontos percentuais em relação a José Serra (32,1%) em Minas Gerais. Marina tem 7,3%. Em maio, estavam em empate técnico. Na pesquisa espontânea, Dilma tem 24,3% de intenção de votos, José Serra 18,0% e Marina Silva 4,2%.
Senador
O pagodeiro Netinho de Paula (foto), do PCdoB, visitou ontem o Congresso Nacional. Candidato ao Senado por São Paulo, esbanjou simpatia. Foi tão elogiado pelo petista Eduardo Suplicy que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) questionou se o voto do colega paulista era para Netinho ou para a ex-mulher Marta Suplicy (PT), que também disputará uma vaga no Senado na mesma chapa do pagodeiro. Suplicy garantiu que votará nos dois.
Baderna
Centenas de policiais e bombeiros protagonizaram ontem uma baderna na Câmara. Por pouco não agrediram o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), cujo gabinete tentaram invadir. Eles pressionam o Congresso pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 300, que aumenta o piso salarial para todos os policiais no país para R$ 5,1 mil.
Borrasca
O tempo fechou ontem na Comissão de Relações Exteriores do Senado durante a votação de duas indicações para cargos no exterior. Os senadores debatiam se aprovavam a indicação de Mário Villalba para a embaixada de Portugal e de Maria Laura da Rocha para a Unesco quando o senador Flexa Ribeiro (foto), do PSDB-PA, questionou a quantidade de vetos presidenciais em matérias aprovadas pelo Congresso. A sessão foi suspensa com um pedido de vista e só será retomada na próxima terça-feira.
Vetos
Segundo o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que também fez coro à queixa, são mais de 39 mil vetos presidenciais
Ventilador
O ex-governador José Roberto Arruda vai escrever suas memórias. Pretende contar tudo o que sabe, do voto da ex-senadora Heloísa Helena (PSol-AL) na cassação de Luiz Estevão ao escândalo que o defenestrou do GDF. Muita gente já está de cabelo em pé.
Gazeteiros
Um em cada 10 deputados federais teria sido reprovado por faltas se estivesse frequentando uma escola em vez da Câmara. Segundo o Projeto Excelências, da ONG Transparência Brasil, 55 deputados faltaram a mais de 25% das sessões plenárias entre fevereiro de 2007 e maio de 2010. Três parlamentares deixaram de comparecer a mais de metade das plenárias: Zé Vieira (PR-MA), Nice Lobão (DEM-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PA).
Cavalo de Troia
Está confirmado para hoje o depoimento do delegado aposentado da Polícia Federal Onésimo de Souza na Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Senado. A oposição quer a confirmação das declarações do delegado sobre a participação dele em uma suposta reunião para a produção de dossiês contra a campanha de José Serra.
Conferência/ A 4ª Conferência Nacional das Cidades, que o Ministério das Cidades realiza a partir do próximo dia 19, na capital federal, terá como uma das atrações a Vila do Aço. O projeto do Instituto Aço Brasil mostra o que é possível fazer com o metal em projetos de moradia. A minicidade itinerante ocupará
um espaço de 1,6 mil m2 no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade.
Bolão/ Os deputados Paulo Maluf (PP-SP) e Hugo Leal (PSC-RJ) se deram bem com o resultado do primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo. Eles venceram um bolão feito por parlamentares que assistiram à partida no cafezinho da Câmara. Maluf embolsou R$ 400 e Leal, R$ 500. Jovair Arantes (PTB-GO) recebeu 10% de comissão por ter organizado as apostas.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Como na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a disputa entre governo e oposição está dividindo o país. De um lado, o Brasil meridional (Sul), que tende a votar em José Serra (PSDB); de outro, o setentrional (Norte e Nordeste), que marcha com Dilma Rousseff (PT). O desfecho deverá mesmo ocorrer na região Sudeste, principalmente em São Paulo e em Minas Gerais, uma vez que o Rio de Janeiro, graças ao apoio do governador Sérgio Cabral (PMDB), já pode ser considerado um estado governista. O Centro-Oeste tende a acompanhar o voto da região Sudeste.
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São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país, são governados pelo PSDB. Essa vantagem estratégica é o que ainda garante um empate técnico entre a oposição e o governo na sucessão do presidente Lula. Porém, Serra corre perigo. Em Minas, Dilma conseguiu unir o PMDB e o PT em torno da candidatura do senador Hélio Costa (PMDB) e se aproxima de Serra; em São Paulo, a vantagem do tucano em relação à petista já não é tão avassaladora quanto a necessária para a oposição vencer a eleição.
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Na verdade, Serra ainda não é um candidato café com leite, para usar a expressão que marcou a política da 1ª República, porque não empolgou o eleitor mineiro. Tenta recuperar a vantagem em relação a Dilma com os programas do PSDB que foram exibidos na tevê. Seu discurso na mídia foi morno, mas deve funcionar muito bem em São Paulo. Nos demais estados, sobretudo Minas, as próximas pesquisas dirão se a estratégia açucarada deu resultado. Se não se recuperar nas pesquisas, é porque a situação é de vaca estranhar o bezerro.
Pesquisa
Pesquisa do Instituto Sensus realizada em 11 e 12 de julho, antes do programa de TV do PSDB, revelou que Dilma Rousseff (37,3%) abriu uma vantagem de 5,2% pontos percentuais em relação a José Serra (32,1%) em Minas Gerais. Marina tem 7,3%. Em maio, estavam em empate técnico. Na pesquisa espontânea, Dilma tem 24,3% de intenção de votos, José Serra 18,0% e Marina Silva 4,2%.
Senador
O pagodeiro Netinho de Paula (foto), do PCdoB, visitou ontem o Congresso Nacional. Candidato ao Senado por São Paulo, esbanjou simpatia. Foi tão elogiado pelo petista Eduardo Suplicy que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) questionou se o voto do colega paulista era para Netinho ou para a ex-mulher Marta Suplicy (PT), que também disputará uma vaga no Senado na mesma chapa do pagodeiro. Suplicy garantiu que votará nos dois.
Baderna
Centenas de policiais e bombeiros protagonizaram ontem uma baderna na Câmara. Por pouco não agrediram o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), cujo gabinete tentaram invadir. Eles pressionam o Congresso pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 300, que aumenta o piso salarial para todos os policiais no país para R$ 5,1 mil.
Borrasca
O tempo fechou ontem na Comissão de Relações Exteriores do Senado durante a votação de duas indicações para cargos no exterior. Os senadores debatiam se aprovavam a indicação de Mário Villalba para a embaixada de Portugal e de Maria Laura da Rocha para a Unesco quando o senador Flexa Ribeiro (foto), do PSDB-PA, questionou a quantidade de vetos presidenciais em matérias aprovadas pelo Congresso. A sessão foi suspensa com um pedido de vista e só será retomada na próxima terça-feira.
Vetos
Segundo o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que também fez coro à queixa, são mais de 39 mil vetos presidenciais
Ventilador
O ex-governador José Roberto Arruda vai escrever suas memórias. Pretende contar tudo o que sabe, do voto da ex-senadora Heloísa Helena (PSol-AL) na cassação de Luiz Estevão ao escândalo que o defenestrou do GDF. Muita gente já está de cabelo em pé.
Gazeteiros
Um em cada 10 deputados federais teria sido reprovado por faltas se estivesse frequentando uma escola em vez da Câmara. Segundo o Projeto Excelências, da ONG Transparência Brasil, 55 deputados faltaram a mais de 25% das sessões plenárias entre fevereiro de 2007 e maio de 2010. Três parlamentares deixaram de comparecer a mais de metade das plenárias: Zé Vieira (PR-MA), Nice Lobão (DEM-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PA).
Cavalo de Troia
Está confirmado para hoje o depoimento do delegado aposentado da Polícia Federal Onésimo de Souza na Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Senado. A oposição quer a confirmação das declarações do delegado sobre a participação dele em uma suposta reunião para a produção de dossiês contra a campanha de José Serra.
Conferência/ A 4ª Conferência Nacional das Cidades, que o Ministério das Cidades realiza a partir do próximo dia 19, na capital federal, terá como uma das atrações a Vila do Aço. O projeto do Instituto Aço Brasil mostra o que é possível fazer com o metal em projetos de moradia. A minicidade itinerante ocupará
um espaço de 1,6 mil m2 no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade.
Bolão/ Os deputados Paulo Maluf (PP-SP) e Hugo Leal (PSC-RJ) se deram bem com o resultado do primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo. Eles venceram um bolão feito por parlamentares que assistiram à partida no cafezinho da Câmara. Maluf embolsou R$ 400 e Leal, R$ 500. Jovair Arantes (PTB-GO) recebeu 10% de comissão por ter organizado as apostas.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Rebeldes do PMDB
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Com a consolidação da aliança com o PT, na qual o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), será o vice da petista Dilma Rousseff, recrudesceu na cúpula peemedebista o desejo de endurecer o jogo com os rebeldes da legenda. A gota d’água pode ser o eventual lançamento da candidatura à reeleição do governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), eleito indiretamente sem os votos do PT na Câmara Legislativa, desarrumando as articulações em favor do candidato petista Agnelo Queiroz.
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Presidente do diretório regional do PMDB, o deputado Tadeu Filippelli é o artífice da aliança com o PT e será o vice de Agnelo. Porém, anda preocupado com a movimentação de bastidor do senador Gim Argello (PTB), candidato à reeleição, que estimula a candidatura de Rosso. Na base peemedebista, historicamente em conflito com os petistas, já existe um clima pró-candidatura própria e o atual governador do Distrito Federal também andou criticando a aliança de seu partido com o PT.
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Quem anda descontente com a situação é Michel Temer, que conversou com Rosso por telefone quando Filippelli fechou o acordo com Agnelo. Segundo Temer, seria muito tarde para voltar atrás. Na verdade, a cúpula do PMDB está se desgastando na aliança com o PT por causa de seus rebeldes, principalmente depois do apoio petista aos peemedebistas Hélio Costa, em Minas, e a Roseana Sarney, no Maranhão.
Surpresa
A situação do PMDB em Pernambuco, onde Jarbas Vasconcelos, candidato a governador, nunca escondeu o alinhamento com o tucano José Serra, sempre foi considerada jogo jogado por Temer. A posição do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, candidato à reeleição, também. Já a coalizão do ex-governador Luiz Henrique (foto) com o DEM e o PSDB em Santa Catarina surpreendeu a cúpula do PMDB e irritou Temer, pois o ex-chefe do Executivo catarinense havia sinalizado apoio a Dilma Rousseff (PT).
Mudança
O presidente Lula recebeu ontem do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, uma lista com as três indicações para novo procurador-geral do Distrito Federal. Entre os nomes está o da procuradora Eunice Carvalhido. Ela é o nome mais cotado no Ministério da Justiça, na Casa Civil e na Advocacia-Geral da União. A procuradora é esposa do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Hamilton Carvalhido. Também participam da disputa os promotores Carlos Alberto Cantarutti e Diaulas Ribeiro. O novo procurador-geral do DF substituirá Leonardo Bandarra, que completa o segundo mandato com a imagem arranhada depois de denúncias de seu envolvimento no escândalo Caixa de Pandora.
Muro
O candidato do PMDB no Rio Grande do Sul, o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça , que sempre foi considerado aliado do tucano José Serra, fará uma campanha neutra em relação à sucessão presidencial, pelo menos no primeiro turno. As candidaturas da governadora Yeda Crusius (PSDB) e do ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) jogaram o peemedebista para cima do muro. Dele só descerá num eventual segundo turno, mesmo assim se a eleição presidencial não se resolver no primeiro.
Bolada
A soma de todas as receitas dos 20 maiores clubes de futebol brasileiros alcançou, em 2009, o montante de R$ 1,57 bilhão
Mulher de padre
A 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul publicou acórdão que manteve, por maioria de votos, a sentença que não reconheceu a união estável entre um padre da Diocese de Novo Hamburgo, falecido em 2007, e uma mulher com quem ele se relacionou afetivamente. Os demandados foram a legatária Mitra Diocesana de Novo Hamburgo e os herdeiros do falecido. Para ficar com a herança, a Mitra alegou que “o extinto mantinha apenas uma relação de namoro/romance com a falecida”.
Despolitização
A CCJ da Câmara pode votar hoje uma Proposta de Emenda à Constituição que deve estabelecer novas regras para a nomeação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Estabelece 45 anos como idade mínima para ingressar na corte. De acordo com a proposta, os ministros deverão ter pelo menos 20 anos de atividade jurídica, a nomeação deixará de ser uma livre escolha do presidente da República e será feita a partir de uma lista sêxtupla elaborada pelos próprios ministros do STF. A proposta também veta que participem da lista pessoas que exerceram cargos eletivos, funções de confiança do presidente da República, ou que foram ministros de Estado, além do procurador-geral da República nos últimos três anos.
Estrategista
O vice-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), apelou para conseguir quorum esta semana. Ele comprou uma TV de 50’’ para ver os jogos da Copa do Mundo e convidou cerca de 30 parlamentares para assistirem às partidas do Brasil na sua casa. Marco Maia acredita que os deputados que assistirem aos jogos com ele não terão desculpas para faltar às sessões da Câmara.
Prêmios/ Os ministros do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes e Carlos Ayres Britto farão a entrega do Prêmio Engenho de Comunicação, hoje à noite, aos jornalistas que se distinguiram em 12 categorias de produção de notícias. Nosso colega Josemar Dantas, editor do caderno Direito e Justiça, do Correio, será homenageado como uma das personalidades da Comunicação em 2010.
Reforma/ O secretário-geral do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coelho, e o ex-presidente nacional da entidade Cezar Britto integrarão a Comissão para a Reforma do Código Eleitoral, criada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A comissão terá um prazo de seis meses para apresentar mudanças que constarão de projeto de lei a ser votado pelo Congresso Nacional.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Com a consolidação da aliança com o PT, na qual o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), será o vice da petista Dilma Rousseff, recrudesceu na cúpula peemedebista o desejo de endurecer o jogo com os rebeldes da legenda. A gota d’água pode ser o eventual lançamento da candidatura à reeleição do governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), eleito indiretamente sem os votos do PT na Câmara Legislativa, desarrumando as articulações em favor do candidato petista Agnelo Queiroz.
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Presidente do diretório regional do PMDB, o deputado Tadeu Filippelli é o artífice da aliança com o PT e será o vice de Agnelo. Porém, anda preocupado com a movimentação de bastidor do senador Gim Argello (PTB), candidato à reeleição, que estimula a candidatura de Rosso. Na base peemedebista, historicamente em conflito com os petistas, já existe um clima pró-candidatura própria e o atual governador do Distrito Federal também andou criticando a aliança de seu partido com o PT.
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Quem anda descontente com a situação é Michel Temer, que conversou com Rosso por telefone quando Filippelli fechou o acordo com Agnelo. Segundo Temer, seria muito tarde para voltar atrás. Na verdade, a cúpula do PMDB está se desgastando na aliança com o PT por causa de seus rebeldes, principalmente depois do apoio petista aos peemedebistas Hélio Costa, em Minas, e a Roseana Sarney, no Maranhão.
Surpresa
A situação do PMDB em Pernambuco, onde Jarbas Vasconcelos, candidato a governador, nunca escondeu o alinhamento com o tucano José Serra, sempre foi considerada jogo jogado por Temer. A posição do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, candidato à reeleição, também. Já a coalizão do ex-governador Luiz Henrique (foto) com o DEM e o PSDB em Santa Catarina surpreendeu a cúpula do PMDB e irritou Temer, pois o ex-chefe do Executivo catarinense havia sinalizado apoio a Dilma Rousseff (PT).
Mudança
O presidente Lula recebeu ontem do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, uma lista com as três indicações para novo procurador-geral do Distrito Federal. Entre os nomes está o da procuradora Eunice Carvalhido. Ela é o nome mais cotado no Ministério da Justiça, na Casa Civil e na Advocacia-Geral da União. A procuradora é esposa do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Hamilton Carvalhido. Também participam da disputa os promotores Carlos Alberto Cantarutti e Diaulas Ribeiro. O novo procurador-geral do DF substituirá Leonardo Bandarra, que completa o segundo mandato com a imagem arranhada depois de denúncias de seu envolvimento no escândalo Caixa de Pandora.
Muro
O candidato do PMDB no Rio Grande do Sul, o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça , que sempre foi considerado aliado do tucano José Serra, fará uma campanha neutra em relação à sucessão presidencial, pelo menos no primeiro turno. As candidaturas da governadora Yeda Crusius (PSDB) e do ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) jogaram o peemedebista para cima do muro. Dele só descerá num eventual segundo turno, mesmo assim se a eleição presidencial não se resolver no primeiro.
Bolada
A soma de todas as receitas dos 20 maiores clubes de futebol brasileiros alcançou, em 2009, o montante de R$ 1,57 bilhão
Mulher de padre
A 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul publicou acórdão que manteve, por maioria de votos, a sentença que não reconheceu a união estável entre um padre da Diocese de Novo Hamburgo, falecido em 2007, e uma mulher com quem ele se relacionou afetivamente. Os demandados foram a legatária Mitra Diocesana de Novo Hamburgo e os herdeiros do falecido. Para ficar com a herança, a Mitra alegou que “o extinto mantinha apenas uma relação de namoro/romance com a falecida”.
Despolitização
A CCJ da Câmara pode votar hoje uma Proposta de Emenda à Constituição que deve estabelecer novas regras para a nomeação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Estabelece 45 anos como idade mínima para ingressar na corte. De acordo com a proposta, os ministros deverão ter pelo menos 20 anos de atividade jurídica, a nomeação deixará de ser uma livre escolha do presidente da República e será feita a partir de uma lista sêxtupla elaborada pelos próprios ministros do STF. A proposta também veta que participem da lista pessoas que exerceram cargos eletivos, funções de confiança do presidente da República, ou que foram ministros de Estado, além do procurador-geral da República nos últimos três anos.
Estrategista
O vice-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), apelou para conseguir quorum esta semana. Ele comprou uma TV de 50’’ para ver os jogos da Copa do Mundo e convidou cerca de 30 parlamentares para assistirem às partidas do Brasil na sua casa. Marco Maia acredita que os deputados que assistirem aos jogos com ele não terão desculpas para faltar às sessões da Câmara.
Prêmios/ Os ministros do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes e Carlos Ayres Britto farão a entrega do Prêmio Engenho de Comunicação, hoje à noite, aos jornalistas que se distinguiram em 12 categorias de produção de notícias. Nosso colega Josemar Dantas, editor do caderno Direito e Justiça, do Correio, será homenageado como uma das personalidades da Comunicação em 2010.
Reforma/ O secretário-geral do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coelho, e o ex-presidente nacional da entidade Cezar Britto integrarão a Comissão para a Reforma do Código Eleitoral, criada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A comissão terá um prazo de seis meses para apresentar mudanças que constarão de projeto de lei a ser votado pelo Congresso Nacional.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Desmobilização geral
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O governo cedeu e adiou a votação do projeto do pré-sal na Câmara para o início de julho. O motivo é o baixo quorum por causa da Copa do Mundo. Até o presidente da Casa, deputado Michel Temer (PMDB), estará fora, em viagem para a Europa. O risco de mais uma derrota também foi decisivo para o adiamento. Resta agora tentar votar algumas medidas provisórias que estão obstruindo a pauta.
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A falta de quorum na Casa ontem deixou os poucos deputados que estavam em Brasília decepcionados. José Maranhão (PT-CE), por exemplo, depois de passar o fim de semana em Brasília por causa da convenção nacional do PT, viajou no fim da tarde de domingo para um compromisso inadiável no Ceará. Ontem, voltou a Brasília, onde faria um discurso no plenário da Câmara. Pretendia falar sobre o impacto de programas como o Pronaf e o Bolsa Família na economia da Região Nordeste. Mas a ausência dos colegas frustrou o parlamentar.
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A desmobilização governista é geral. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), corre o risco de ter apenas o colega Domingos Dutra (PT-MA) como companhia durante o jogo de hoje do Brasil. Tanto a Câmara quanto o Senado estarão com expediente encerrado a partir das 14h. As duas Casas estarão funcionando em regime especial de plantão durante o resto do dia. Dutra só está na Câmara porque faz uma greve de fome contra a decisão do diretório nacional do PT de se aliar com a família Sarney no Maranhão em troca de apoio à candidatura de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.
Veto
O presidente Lula tem um compromisso com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, de não permitir que as finanças fluminenses sejam desestruturadas em razão do novo marco regulatório do petróleo. Esvaziado como centro administrativo e financeiro ao longo dos últimos 50 anos, o Rio conseguiu recuperar sua economia graças à exploração de petróleo. Caso a emenda Simon-Pinheiro-Souto seja aprovada na Câmara, será vetada por Lula.
Firme
O presidente Lula aproveitou a convenção do PT para conversar com o candidato petista ao governo do GDF, Agnelo Queiroz (foto), e o presidente do diretório regional do PMDB, deputado federal Tadeu Filippelli, provável vice do petista. Disse-lhes que aposta na aliança do PT com o PMDB em Brasília e vai se empenhar na eleição da dupla, mas revelou preocupação com a movimentação do governador Rogério Rosso (PMDB), que questiona a aliança.
Brasil!
Em sessão esvaziada no Senado, o assunto era Copa do Mundo. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) subiu na tribuna da Casa para desejar boa sorte a cada um dos 23 jogadores que representam o Brasil no Mundial. O parlamentar só lamentou o fato de a Coreia do Norte não transmitir jogos de países adversários.
Telinha
O candidato tucano José Serra aposta todas as suas fichas no programa de tevê que irá ao ar na próxima quinta-feira. Mas quem acredita que a linha será a mesma do discurso duro da convenção do PSDB de sábado passado, quando Serra desceu o sarrafo no PT sem citar a legenda, pode tirar o cavalinho da chuva. O que vem aí é o Serra paz e amor e sua ladainha de que o Brasil pode mais.
Aposentados
O presidente Lula deve vetar hoje o reajuste de 7,7% aprovado pelo Congresso para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Os líderes governistas defendem um reajuste de 7%, proposto pelo governo em forma de medida provisória. O impacto orçamentário deve ser superior a R$ 1 bilhão
Giro
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, viaja hoje para a Europa. Ficará por lá até domingo. Durante a semana, se encontrará com o presidente da França, Nicolas Sarkozy; o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodrígues Zapatero; e o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates. A viagem veio em boa hora: se livra de falar sobre o caso do suposto dossiê contra o candidato tucano ao Palácio do Planalto, José Serra.
Fechou
Depois de marchas e contramarchas, PSDB, PMDB, DEM e PPS fecharam um acordo em Santa Catarina, com Raimundo Colombo (DEM) candidato a governador e Eduardo Moreira (PMDB) como vice, com o apoio do governador tucano Leonel Pavan (PSDB). O ex-governador Luiz Henrique (PMDB), um dos artífices do acordo, é candidato ao Senado.
Balanço
O PT cedeu seis palanques aos aliados governistas, reduzindo o número de candidatos petistas a governador de 17 chapas próprias em 2006 para 11 nesta eleição. O PMDB terá 15 candidatos a governador, sendo dois ligados à oposição, enquanto o PSDB terá 17. Em 2006, PMDB e PSDB apresentaram 16 candidaturas próprias aos estados cada um.
Traição/ O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ainda tenta apagar o incêndio entre seu irmão, o governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição, e o senador Tasso Jereissati (PSDB), excluído de sua chapa a pedido do presidente Lula para a entrada do petista José Pimentel como candidato ao Senado. Tasso tenta organizar uma aliança envolvendo PSDB, DEM, PPS e PTB. Considera-se traído por Cid Gomes.
Martelo/ O senador Osmar Dias (PDT) continua sem saber o que vai fazer da vida. Ainda espera o apoio do PT para ser candidato a governador do Paraná, embora anuncie que pode apoiar a candidatura do tucano Beto Richa ao governo e entrar na base de José Serra. Ao decidir disputar a reeleição, o governador Orlando Pessuti (PMDB) dividiu a base governista.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O governo cedeu e adiou a votação do projeto do pré-sal na Câmara para o início de julho. O motivo é o baixo quorum por causa da Copa do Mundo. Até o presidente da Casa, deputado Michel Temer (PMDB), estará fora, em viagem para a Europa. O risco de mais uma derrota também foi decisivo para o adiamento. Resta agora tentar votar algumas medidas provisórias que estão obstruindo a pauta.
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A falta de quorum na Casa ontem deixou os poucos deputados que estavam em Brasília decepcionados. José Maranhão (PT-CE), por exemplo, depois de passar o fim de semana em Brasília por causa da convenção nacional do PT, viajou no fim da tarde de domingo para um compromisso inadiável no Ceará. Ontem, voltou a Brasília, onde faria um discurso no plenário da Câmara. Pretendia falar sobre o impacto de programas como o Pronaf e o Bolsa Família na economia da Região Nordeste. Mas a ausência dos colegas frustrou o parlamentar.
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A desmobilização governista é geral. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), corre o risco de ter apenas o colega Domingos Dutra (PT-MA) como companhia durante o jogo de hoje do Brasil. Tanto a Câmara quanto o Senado estarão com expediente encerrado a partir das 14h. As duas Casas estarão funcionando em regime especial de plantão durante o resto do dia. Dutra só está na Câmara porque faz uma greve de fome contra a decisão do diretório nacional do PT de se aliar com a família Sarney no Maranhão em troca de apoio à candidatura de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.
Veto
O presidente Lula tem um compromisso com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, de não permitir que as finanças fluminenses sejam desestruturadas em razão do novo marco regulatório do petróleo. Esvaziado como centro administrativo e financeiro ao longo dos últimos 50 anos, o Rio conseguiu recuperar sua economia graças à exploração de petróleo. Caso a emenda Simon-Pinheiro-Souto seja aprovada na Câmara, será vetada por Lula.
Firme
O presidente Lula aproveitou a convenção do PT para conversar com o candidato petista ao governo do GDF, Agnelo Queiroz (foto), e o presidente do diretório regional do PMDB, deputado federal Tadeu Filippelli, provável vice do petista. Disse-lhes que aposta na aliança do PT com o PMDB em Brasília e vai se empenhar na eleição da dupla, mas revelou preocupação com a movimentação do governador Rogério Rosso (PMDB), que questiona a aliança.
Brasil!
Em sessão esvaziada no Senado, o assunto era Copa do Mundo. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) subiu na tribuna da Casa para desejar boa sorte a cada um dos 23 jogadores que representam o Brasil no Mundial. O parlamentar só lamentou o fato de a Coreia do Norte não transmitir jogos de países adversários.
Telinha
O candidato tucano José Serra aposta todas as suas fichas no programa de tevê que irá ao ar na próxima quinta-feira. Mas quem acredita que a linha será a mesma do discurso duro da convenção do PSDB de sábado passado, quando Serra desceu o sarrafo no PT sem citar a legenda, pode tirar o cavalinho da chuva. O que vem aí é o Serra paz e amor e sua ladainha de que o Brasil pode mais.
Aposentados
O presidente Lula deve vetar hoje o reajuste de 7,7% aprovado pelo Congresso para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Os líderes governistas defendem um reajuste de 7%, proposto pelo governo em forma de medida provisória. O impacto orçamentário deve ser superior a R$ 1 bilhão
Giro
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, viaja hoje para a Europa. Ficará por lá até domingo. Durante a semana, se encontrará com o presidente da França, Nicolas Sarkozy; o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodrígues Zapatero; e o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates. A viagem veio em boa hora: se livra de falar sobre o caso do suposto dossiê contra o candidato tucano ao Palácio do Planalto, José Serra.
Fechou
Depois de marchas e contramarchas, PSDB, PMDB, DEM e PPS fecharam um acordo em Santa Catarina, com Raimundo Colombo (DEM) candidato a governador e Eduardo Moreira (PMDB) como vice, com o apoio do governador tucano Leonel Pavan (PSDB). O ex-governador Luiz Henrique (PMDB), um dos artífices do acordo, é candidato ao Senado.
Balanço
O PT cedeu seis palanques aos aliados governistas, reduzindo o número de candidatos petistas a governador de 17 chapas próprias em 2006 para 11 nesta eleição. O PMDB terá 15 candidatos a governador, sendo dois ligados à oposição, enquanto o PSDB terá 17. Em 2006, PMDB e PSDB apresentaram 16 candidaturas próprias aos estados cada um.
Traição/ O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ainda tenta apagar o incêndio entre seu irmão, o governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição, e o senador Tasso Jereissati (PSDB), excluído de sua chapa a pedido do presidente Lula para a entrada do petista José Pimentel como candidato ao Senado. Tasso tenta organizar uma aliança envolvendo PSDB, DEM, PPS e PTB. Considera-se traído por Cid Gomes.
Martelo/ O senador Osmar Dias (PDT) continua sem saber o que vai fazer da vida. Ainda espera o apoio do PT para ser candidato a governador do Paraná, embora anuncie que pode apoiar a candidatura do tucano Beto Richa ao governo e entrar na base de José Serra. Ao decidir disputar a reeleição, o governador Orlando Pessuti (PMDB) dividiu a base governista.
domingo, 13 de junho de 2010
O blocão está formado
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A convenção do PMDB, ontem, e a do PT, hoje, consolidam o blocão governista nas eleições. Do ponto de vista da trajetória do PT, representa a conclusão de um processo de aggiornamento que começou com a Carta aos Brasileiros na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e passou por todas as crises políticas protagonizadas pela legenda durante o governo Lula.
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Para muitos, o “transformismo” teria descaracterizado o partido, seja pelas alianças à direita, seja pela adoção de práticas políticas clientelistas e fisiológicas. Mas não se pode dizer que o PT perdeu seus vínculos com os sindicatos e movimentos populares, no máximo acusá-lo de cooptação dos mesmos. De igual maneira, o PT não se tornou o partido do establishment, que o rejeita, embora tenha construído fortes vínculos com grandes grupos econômicos nacionais, inclusive do setor financeiro.
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A aposta do presidente Lula no presidencialismo, desde a primeira candidatura à Presidência, em 1989, foi o caminho da chegada ao poder sem a construção de hegemonias regionais robustas. Apesar de instalada na estrutura do Estado, agências reguladoras e empresas estatais, a consolidação da hegemonia petista depende da força política avassaladora da União na relação com os demais entes federados, exceto São Paulo e Minas Gerais. Para isso, a aliança com o PMDB se tornou mais importante do que qualquer projeto de poder local.
A troca
O presidente Lula disse à cúpula petista que trocaria o governo de Minas ou de qualquer outro estado pela eleição de Dilma Rousseff. Vem daí a decisão de impor ao partido a aliança com os peemedebistas Hélio Costa (foto) em Minas Gerais e Roseana Sarney (foto) no Maranhão, mesmo contra a vontade dos petistas locais. O blocão liderado pela aliança PT-PMDB é um condomínio de poder, cuja liderança caberá a Dilma Rousseff, sob proteção de Lula. O problema é a incorporação dos caciques do PMDB, a começar por Michel Temer, o vice, ao núcleo de poder. O primeiro teste será na campanha, onde os petistas já se digladiam entre si.
Mandachuva
Dilma Rousseff enquadrou o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o deputado Rui Falcão na reunião da cúpula do PT de sexta-feira. Deixou claro que na coordenação da sua campanha o cabeça é José Eduardo Dutra, presidente do PT. Os demais caciques vêm depois. A ordem unida tem por objetivo dar um basta às disputas internas, que resultaram na crise do suposto dossiê contra o candidato tucano José Serra. Palocci, que foi com muita sede ao pote, captou a mensagem.
Disputa
O ministro Eros Grau está se despedindo do Supremo Tribunal Federal (STF). Deve viajar para a França, onde tem residência, no recesso de junho, e talvez só volte ao STF para as despedidas de praxe. Sua aposentadoria está programada para 18 de agosto, quando completa 70 anos. Com a saída de Eros Grau, o presidente Lula indicará mais um ministro para o STF. Há dois ministros do Superior Tribunal de Justiça cotadíssimos: Luiz Fux, que ganhou bastante visibilidade com a participação na reforma do Código de Processo Civil, e o corregedor-geral de Justiça, Cesar Asfor Rocha.
No sal
No que depender da oposição ao governo, o novo marco regulatório de exploração de petróleo da camada pré-sal não será votado na próxima terça-feira, como gostaria o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Além da falta de quorum, devido ao jogo do Brasil na Copa do Mundo, a oposição pretende obstruir a pauta até que seja votada a PEC 29, que prevê maiores investimentos para a saúde.
Retaliação
Terminou em impasse a última rodada de negociação presencial entre Brasil e Estados Unidos por conta dos subsídios norte-americanos aos produtores de algodão. Se não houver acordo até o próximo dia 21, o Brasil poderá retaliar produtos e propriedade intelectual dos Estados Unidos em até US$ 830 milhões, ou seja, R$ 1,48 bilhão
Pandora
A Polícia Federal deve apresentar até o fim do mês o relatório final do inquérito Caixa de Pandora, que implodiu o governo de José Roberto Arruda no Distrito Federal. Além dos indiciamentos apontando os crimes apurados pelos investigadores, serão apresentadas sugestões de desdobramentos para o caso. Os políticos de Brasília estão com as barbas de molho.
Sobrando/ O PSol está de olho nos dissidentes do PT que podem deixar o partido por causa das alianças feitas nos estados para impulsionar a candidatura de Dilma Rousseff ao Planalto. A primeira a deixar a sigla foi Sandra Starling (MG). Segundo o deputado Chico Alencar (PSol-RJ), será “muito bem acolhida” se quiser um partido novo.
Fora/ O senador Osmar Dias (PDT-PR) já avisou ao partido que não disputará o governo do estado só para dar palanque à candidata Dilma Rousseff. Ele vai esperar a convenção do PT hoje, em Brasília, para definir a aliança. Osmar Dias tem o acordo com o presidente Lula, mas não aceita a candidatura do atual governador Orlando Pessuti (PMDB). O senador também é sondado pelo PSDB de José Serra.
Sentido/ A Rádio Verde-Oliva, mantida pelo Exército, completou oito anos de existência. A emissora, que produz programas jornalísticos e musicais em Brasília, aumentou sua capacidade e passou a emitir sinais também para o Entorno e para algumas cidades de Goiás.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A convenção do PMDB, ontem, e a do PT, hoje, consolidam o blocão governista nas eleições. Do ponto de vista da trajetória do PT, representa a conclusão de um processo de aggiornamento que começou com a Carta aos Brasileiros na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e passou por todas as crises políticas protagonizadas pela legenda durante o governo Lula.
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Para muitos, o “transformismo” teria descaracterizado o partido, seja pelas alianças à direita, seja pela adoção de práticas políticas clientelistas e fisiológicas. Mas não se pode dizer que o PT perdeu seus vínculos com os sindicatos e movimentos populares, no máximo acusá-lo de cooptação dos mesmos. De igual maneira, o PT não se tornou o partido do establishment, que o rejeita, embora tenha construído fortes vínculos com grandes grupos econômicos nacionais, inclusive do setor financeiro.
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A aposta do presidente Lula no presidencialismo, desde a primeira candidatura à Presidência, em 1989, foi o caminho da chegada ao poder sem a construção de hegemonias regionais robustas. Apesar de instalada na estrutura do Estado, agências reguladoras e empresas estatais, a consolidação da hegemonia petista depende da força política avassaladora da União na relação com os demais entes federados, exceto São Paulo e Minas Gerais. Para isso, a aliança com o PMDB se tornou mais importante do que qualquer projeto de poder local.
A troca
O presidente Lula disse à cúpula petista que trocaria o governo de Minas ou de qualquer outro estado pela eleição de Dilma Rousseff. Vem daí a decisão de impor ao partido a aliança com os peemedebistas Hélio Costa (foto) em Minas Gerais e Roseana Sarney (foto) no Maranhão, mesmo contra a vontade dos petistas locais. O blocão liderado pela aliança PT-PMDB é um condomínio de poder, cuja liderança caberá a Dilma Rousseff, sob proteção de Lula. O problema é a incorporação dos caciques do PMDB, a começar por Michel Temer, o vice, ao núcleo de poder. O primeiro teste será na campanha, onde os petistas já se digladiam entre si.
Mandachuva
Dilma Rousseff enquadrou o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o deputado Rui Falcão na reunião da cúpula do PT de sexta-feira. Deixou claro que na coordenação da sua campanha o cabeça é José Eduardo Dutra, presidente do PT. Os demais caciques vêm depois. A ordem unida tem por objetivo dar um basta às disputas internas, que resultaram na crise do suposto dossiê contra o candidato tucano José Serra. Palocci, que foi com muita sede ao pote, captou a mensagem.
Disputa
O ministro Eros Grau está se despedindo do Supremo Tribunal Federal (STF). Deve viajar para a França, onde tem residência, no recesso de junho, e talvez só volte ao STF para as despedidas de praxe. Sua aposentadoria está programada para 18 de agosto, quando completa 70 anos. Com a saída de Eros Grau, o presidente Lula indicará mais um ministro para o STF. Há dois ministros do Superior Tribunal de Justiça cotadíssimos: Luiz Fux, que ganhou bastante visibilidade com a participação na reforma do Código de Processo Civil, e o corregedor-geral de Justiça, Cesar Asfor Rocha.
No sal
No que depender da oposição ao governo, o novo marco regulatório de exploração de petróleo da camada pré-sal não será votado na próxima terça-feira, como gostaria o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Além da falta de quorum, devido ao jogo do Brasil na Copa do Mundo, a oposição pretende obstruir a pauta até que seja votada a PEC 29, que prevê maiores investimentos para a saúde.
Retaliação
Terminou em impasse a última rodada de negociação presencial entre Brasil e Estados Unidos por conta dos subsídios norte-americanos aos produtores de algodão. Se não houver acordo até o próximo dia 21, o Brasil poderá retaliar produtos e propriedade intelectual dos Estados Unidos em até US$ 830 milhões, ou seja, R$ 1,48 bilhão
Pandora
A Polícia Federal deve apresentar até o fim do mês o relatório final do inquérito Caixa de Pandora, que implodiu o governo de José Roberto Arruda no Distrito Federal. Além dos indiciamentos apontando os crimes apurados pelos investigadores, serão apresentadas sugestões de desdobramentos para o caso. Os políticos de Brasília estão com as barbas de molho.
Sobrando/ O PSol está de olho nos dissidentes do PT que podem deixar o partido por causa das alianças feitas nos estados para impulsionar a candidatura de Dilma Rousseff ao Planalto. A primeira a deixar a sigla foi Sandra Starling (MG). Segundo o deputado Chico Alencar (PSol-RJ), será “muito bem acolhida” se quiser um partido novo.
Fora/ O senador Osmar Dias (PDT-PR) já avisou ao partido que não disputará o governo do estado só para dar palanque à candidata Dilma Rousseff. Ele vai esperar a convenção do PT hoje, em Brasília, para definir a aliança. Osmar Dias tem o acordo com o presidente Lula, mas não aceita a candidatura do atual governador Orlando Pessuti (PMDB). O senador também é sondado pelo PSDB de José Serra.
Sentido/ A Rádio Verde-Oliva, mantida pelo Exército, completou oito anos de existência. A emissora, que produz programas jornalísticos e musicais em Brasília, aumentou sua capacidade e passou a emitir sinais também para o Entorno e para algumas cidades de Goiás.
sábado, 12 de junho de 2010
Eleições em Sampa
Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O serviço meteorológico aponta fortes turbulências eleitorais em São Paulo, onde a disputa regional, por incrível que pareça, perdeu a simetria com a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora a disputa presidencial seja polarizada por dois partidos hegemonicamente paulistas, o PT e o PSDB. A candidatura de José Serra (PSDB) ao Palácio do Planalto se descolou eleitoralmente de Geraldo Alckmin, candidato tucano a governador.
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O mesmo fenômeno ocorre em relação à candidatura de Dilma Rousseff (PT) quando confrontada com a do petista Aloizio Mercadante, que disputa o governo do estado. Pesquisas internas, tanto do PT quanto do PSDB, apontam uma vantagem robusta de Alckmin em relação aos concorrentes Aloizio Mercadante e Celso Russomano (PP), que estão embolados.
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O tucano venceria no primeiro turno se a eleição fosse hoje, com mais da metade dos votos válidos. Já Mercadante tem nos calcanhares Russomano, herdeiro dos votos malufistas. Juntos, porém, ainda não chegam a um terço do eleitorado. Essa assimetria elevas as tensões internas no PSDB e no PT. A eleição para o Senado é um ciclone à parte.
Descolamento
A candidatura de José Serra não conseguiu manter o mesmo patamar da de Geraldo Alckmin (foto), que teria mais ou menos oito pontos percentuais a mais do que o presidenciável. Isso não seria nada demais. Porém, a petista Dilma Rousseff conseguiu alavancar sua candidatura ao que seria o patamar tradicional do PT em São Paulo, em torno de 30% dos votos. Como Mercadante tem mais ou menos a metade disso de intenções de voto, tudo indica que Dilma está fazendo sua colheita na seara malufista. Com isso, poderia reduzir a vantagem estratégica de Serra em São Paulo, chave para a vitória eleitoral.
Segundo voto
A situação das eleições para o Senado é de dar nó na cabeça dos analistas. A ex-prefeita petista Marta Suplicy, estigmatizada pelos líderes tucanos, lidera com folga a disputa por uma vaga no Senado por São Paulo. Como primeira opção ao Senado, tem muito mais votos do que Mercadante; como segundo voto, somando tudo, tem mais do que o dobro das intenções de voto do candidato a governador petista.
Concorrência
Os principais concorrentes de Marta Suplicy são o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) e o vereador e apresentador de tevê Netinho (PCdoB), que estão embolados na disputa pela segunda vaga ao Senado em São Paulo. O senador Romeu Tuma (PTB), candidato à reeleição, está perdendo terreno, mas a situação mais difícil é a de Aloyzio Nunes Ferreira (PSDB), que aparece na lanterna. Como é o candidato preferencial de José Serra e, teoricamente, de Geraldo Alckmin, se não for cristianizado pelo PSDB e seus aliados, Ferreira deve crescer e entrar na disputa por uma das vagas.
Acabou
Dramática a reunião da cúpula do PT, ontem, na qual foi decidido apoiar Roseana Sarney (PMDB) e enquadrar o diretório petista do Maranhão, retirando apoio ao deputado Flávio Dino (PCdoB), candidato a governador. Presente à reunião, o veterano líder camponês Manoel da Conceição, último remanescente das antigas Ligas Camponesas e terceiro a assinar a ata de fundação do PT, anunciou que vai entrar em greve de fome por causa da decisão. Conceição é um dos mais antigos opositores do clã Sarney e está com a saúde muito debilitada.
Barulho
O senador Pedro Simon, presidente do PMDB do Rio Grande do Sul, e o ex-governador do Paraná Roberto Requião prometem bagunçar o coreto do deputado Michel Temer (SP), vice de Dilma Rousseff, hoje, na convenção nacional do PMDB . “Temos o direito de apresentar uma candidatura própria à convenção nacional do partido e Requião, por seu perfil e histórico partidário, tem direito de disputar”, argumenta Simon. A Executiva do PMDB aceitou o registro da pré-candidatura de Requião e do jornalista Antônio Pedreira somente ontem.
Vacina
O Ministério da Saúde pretende imunizar 14,6 milhões de crianças menores de 5 anos de idade contra a paralisia infantil hoje, mesmo as que já foram vacinadas em campanhas anteriores. No total, nas duas etapas da campanha, serão distribuídas 48 milhões de doses
Birra
Os tucanos resolveram pegar no pé do chanceler Celso Amorim e do presidente Lula por causa do acordo com o Irã. O deputado Ruy Pauletti (RS), membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, critica as afirmações de Lula de que houve “birra” dos Estados Unidos e demais membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. “A irreverência com que o presidente fala sobre o assunto mostra que ele trata o caso com brincadeira.”
Kika/ Única mulher a integrar a primeira diretoria da UNE, a artista plástica Maria Francisca de Souza, a Kika, está de volta à política. Contemporânea dos deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Cândido Vaccarezza (PT-SP), é candidata a deputada estadual no Rio de Janeiro. Surpreende pela opção partidária: “Decidi me filiar ao DEM. O Democratas é o único partido, no Brasil, em que corrupto vai preso”, dispara.
Revisionista/ Tradicional aliado dos sem-terra na luta pela reforma agrária, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB) caiu em desgraça entre seus antigos parceiros por causa do relatório sobre o novo Código Florestal, acusado de favorecer o agronegócio e os ruralistas. A Via Campesina desce o sarrafo no parlamentar comunista.
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O serviço meteorológico aponta fortes turbulências eleitorais em São Paulo, onde a disputa regional, por incrível que pareça, perdeu a simetria com a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora a disputa presidencial seja polarizada por dois partidos hegemonicamente paulistas, o PT e o PSDB. A candidatura de José Serra (PSDB) ao Palácio do Planalto se descolou eleitoralmente de Geraldo Alckmin, candidato tucano a governador.
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O mesmo fenômeno ocorre em relação à candidatura de Dilma Rousseff (PT) quando confrontada com a do petista Aloizio Mercadante, que disputa o governo do estado. Pesquisas internas, tanto do PT quanto do PSDB, apontam uma vantagem robusta de Alckmin em relação aos concorrentes Aloizio Mercadante e Celso Russomano (PP), que estão embolados.
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O tucano venceria no primeiro turno se a eleição fosse hoje, com mais da metade dos votos válidos. Já Mercadante tem nos calcanhares Russomano, herdeiro dos votos malufistas. Juntos, porém, ainda não chegam a um terço do eleitorado. Essa assimetria elevas as tensões internas no PSDB e no PT. A eleição para o Senado é um ciclone à parte.
Descolamento
A candidatura de José Serra não conseguiu manter o mesmo patamar da de Geraldo Alckmin (foto), que teria mais ou menos oito pontos percentuais a mais do que o presidenciável. Isso não seria nada demais. Porém, a petista Dilma Rousseff conseguiu alavancar sua candidatura ao que seria o patamar tradicional do PT em São Paulo, em torno de 30% dos votos. Como Mercadante tem mais ou menos a metade disso de intenções de voto, tudo indica que Dilma está fazendo sua colheita na seara malufista. Com isso, poderia reduzir a vantagem estratégica de Serra em São Paulo, chave para a vitória eleitoral.
Segundo voto
A situação das eleições para o Senado é de dar nó na cabeça dos analistas. A ex-prefeita petista Marta Suplicy, estigmatizada pelos líderes tucanos, lidera com folga a disputa por uma vaga no Senado por São Paulo. Como primeira opção ao Senado, tem muito mais votos do que Mercadante; como segundo voto, somando tudo, tem mais do que o dobro das intenções de voto do candidato a governador petista.
Concorrência
Os principais concorrentes de Marta Suplicy são o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) e o vereador e apresentador de tevê Netinho (PCdoB), que estão embolados na disputa pela segunda vaga ao Senado em São Paulo. O senador Romeu Tuma (PTB), candidato à reeleição, está perdendo terreno, mas a situação mais difícil é a de Aloyzio Nunes Ferreira (PSDB), que aparece na lanterna. Como é o candidato preferencial de José Serra e, teoricamente, de Geraldo Alckmin, se não for cristianizado pelo PSDB e seus aliados, Ferreira deve crescer e entrar na disputa por uma das vagas.
Acabou
Dramática a reunião da cúpula do PT, ontem, na qual foi decidido apoiar Roseana Sarney (PMDB) e enquadrar o diretório petista do Maranhão, retirando apoio ao deputado Flávio Dino (PCdoB), candidato a governador. Presente à reunião, o veterano líder camponês Manoel da Conceição, último remanescente das antigas Ligas Camponesas e terceiro a assinar a ata de fundação do PT, anunciou que vai entrar em greve de fome por causa da decisão. Conceição é um dos mais antigos opositores do clã Sarney e está com a saúde muito debilitada.
Barulho
O senador Pedro Simon, presidente do PMDB do Rio Grande do Sul, e o ex-governador do Paraná Roberto Requião prometem bagunçar o coreto do deputado Michel Temer (SP), vice de Dilma Rousseff, hoje, na convenção nacional do PMDB . “Temos o direito de apresentar uma candidatura própria à convenção nacional do partido e Requião, por seu perfil e histórico partidário, tem direito de disputar”, argumenta Simon. A Executiva do PMDB aceitou o registro da pré-candidatura de Requião e do jornalista Antônio Pedreira somente ontem.
Vacina
O Ministério da Saúde pretende imunizar 14,6 milhões de crianças menores de 5 anos de idade contra a paralisia infantil hoje, mesmo as que já foram vacinadas em campanhas anteriores. No total, nas duas etapas da campanha, serão distribuídas 48 milhões de doses
Birra
Os tucanos resolveram pegar no pé do chanceler Celso Amorim e do presidente Lula por causa do acordo com o Irã. O deputado Ruy Pauletti (RS), membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, critica as afirmações de Lula de que houve “birra” dos Estados Unidos e demais membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. “A irreverência com que o presidente fala sobre o assunto mostra que ele trata o caso com brincadeira.”
Kika/ Única mulher a integrar a primeira diretoria da UNE, a artista plástica Maria Francisca de Souza, a Kika, está de volta à política. Contemporânea dos deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Cândido Vaccarezza (PT-SP), é candidata a deputada estadual no Rio de Janeiro. Surpreende pela opção partidária: “Decidi me filiar ao DEM. O Democratas é o único partido, no Brasil, em que corrupto vai preso”, dispara.
Revisionista/ Tradicional aliado dos sem-terra na luta pela reforma agrária, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB) caiu em desgraça entre seus antigos parceiros por causa do relatório sobre o novo Código Florestal, acusado de favorecer o agronegócio e os ruralistas. A Via Campesina desce o sarrafo no parlamentar comunista.
Utopia de Marina
Impressionante a quantidade de jovens na convenção do PV que lançou a senadora Marina Silva (AC) candidata à Presidência da República ontem, em Brasília. Foi emocionante também a participação de veteranos campeões das lutas pelas liberdades, como o teólogo Leonardo Boff, sinalizando que a utopia de uma nova política e uma nova sociedade não morreram. A candidatura de Marina simboliza a democracia participativa e a autonomia dos movimentos sociais, a defesa de um modo de produção mais ecológico e a inclusão dos setores excluídos da sociedade na vida nacional.
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“O bom político é aquele que responde aos desafios que a história nos coloca. Hoje passamos por uma questão que será de vida ou morte para a espécie humana, e devemos saber dar uma resposta que garanta o futuro para as próximas gerações”, disse Boff na convenção. Para ele, Marina representa uma “relação
nova de sinergia com a natureza” e a defesa dos “direitos das gerações futuras de ter uma terra habitável”.
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Se houver segundo turno nas eleições, a candidata do PV terá cumprido seu papel contra a maré da “eleição
plebiscitária” protagonizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na base do antes ou depois do atual do governo, do pobres contra ricos, do patriotismo contra o entreguismo. Para onde for Marina, num eventual segundo turno, a candidata verde tende a decidir a eleição.
Ecológica
Com o dono da Natura, o empresário Guilherme Leal, de vice, Marina Silva faz contraponto ao modelo de
desenvolvimento defendido pelo tucano José Serra e pela petista Dilma Rousseff, um assim, outra assado,
mas cuja expansão nas próximas décadas será pautada pela economia do petróleo, com todas as suas
implicações. A ideia de uma economia mais equilibrada e sustentável, de um modo de produção mais ecológico, será a utopia do século 21. Há todo um segmento empresarial que aposta na sustentabilidade e em energias limpas em contraposição à exploração de petróleo em condições cada vez mais caras e arriscadas. Eles acreditam no espaço a ser conquistado por Marina.
Exocet
A cúpula do PT se reúne hoje para discutir as pendências regionais. O problema mais grave, a coligação com Hélio Costa (PMDB) em Minas Gerais, já foi resolvido. A decisão mais importante agora é enquadrar o diretório regional do Maranhão, retirando o apoio ao candidato do PCdoB ao governo, Flávio Dino, em favor da governadora Roseana Sarney (PMDB), que tentará a reeleição. O risco é o deputado Domingos Dutra (foto), do PT-MA, fundador do PT, levar adiante a ameaça de fazer uma greve de fome no plenário da Câmara em plena campanha eleitoral.
Imagem//
O executivo Leonardo Teshima é o novo secretário de Comunicação do Governo do Distrito Federal.
Trabalhou no grupo Folha e nas organizações Globo. Sua missão é reposicionar a imagem do Distrito Federal e gerenciar a política de comunicação do governador Rogério Rosso (PMDB).
Rebeldes
Está tudo certo para a convenção do PMDB amanhã, em Brasília, que vai sacramentar a indicação do
presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), como vice na chapa de Dilma Rousseff (PT). O PMDB pernambucano de Jarbas Vasconcelos, que já declarou apoio à candidatura de José Serra (PSDB), está fora da festa. Outro rebelde, porém, promete fazer muito barulho: o ex-governador tucano do
Paraná Roberto Requião, que se lançou candidato à Presidência da República.
Raposas
A dupla Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG), velhas raposas da Câmara, em parceria com o senador Pedro Simon (foto), do PMDB-RS — cuja atuação no Senado lembra aquela mosca do Maluco Beleza — aprontou a maior derrota que o governo já sofreu no Congresso nos dois
mandatos do presidente Lula. A distribuição igualitária dos royalties de petróleo entre estados e municípios produtores e não produtores, jogando no colo da União o pagamento da participação especial de
Rio de Janeiro, Espírito Santo e outras unidades da Federação produtoras, ainda vai dar muitas dores de
cabeça ao governo.
Futebol
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que chegou a defender um
recesso branco para que todos os deputados pudessem ver os jogos em suas bases eleitorais, terá que
ralar muito durante a Copa do Mundo. O projeto do pré-sal, que volta para a Câmara por causa da
mudança aprovada no Senado, virou prioridade do governo, que pretende votá-lo na próxima terça-feira. Por conta disso, o deputado vai passar o primeiro jogo do Brasil trabalhando para convencer os colegas a ficar em Brasília nos dias das partidas.
Lá e cá
Vejam a diferença. No Brasil, a taxa de juros voltou a subir ao patamar dos dois dígitos: 10,5%. Às voltas com uma crise brava na Grécia, o Banco Central europeu ontem manteve a taxa de juros na Zona do Euro em 1%
Veto/ Até a próxima terça-feira, o presidente Lula deve decidir se veta ou não o reajuste dos aposentados. A equipe econômica, apesar do aumento da arrecadação, continua fazendo carga contra o aumento de 7,71% para as aposentadorias acima de um salário mínimo aprovado pelo Congresso.
Da paz/ O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, vai hoje à Universidade Livre do Circo (Unicirco), do ator Marcos Frota, prestigiar a apresentação dos 25 adolescentes integrantes do Projeto de Proteção dos
Jovens em Território Vulnerável. Moradores do Itapoã, uma das áreas com os maiores índices de violência do Distrito Federal, os novos artistas participaram de treinamento de atividades circenses e irão apresentar
números com malabares, cama elástica e contorcionismo.
Publicada sexta-feira, 11 de junho de 2010, na coluna Brasília/DF do no Correio Braziliense
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“O bom político é aquele que responde aos desafios que a história nos coloca. Hoje passamos por uma questão que será de vida ou morte para a espécie humana, e devemos saber dar uma resposta que garanta o futuro para as próximas gerações”, disse Boff na convenção. Para ele, Marina representa uma “relação
nova de sinergia com a natureza” e a defesa dos “direitos das gerações futuras de ter uma terra habitável”.
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Se houver segundo turno nas eleições, a candidata do PV terá cumprido seu papel contra a maré da “eleição
plebiscitária” protagonizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na base do antes ou depois do atual do governo, do pobres contra ricos, do patriotismo contra o entreguismo. Para onde for Marina, num eventual segundo turno, a candidata verde tende a decidir a eleição.
Ecológica
Com o dono da Natura, o empresário Guilherme Leal, de vice, Marina Silva faz contraponto ao modelo de
desenvolvimento defendido pelo tucano José Serra e pela petista Dilma Rousseff, um assim, outra assado,
mas cuja expansão nas próximas décadas será pautada pela economia do petróleo, com todas as suas
implicações. A ideia de uma economia mais equilibrada e sustentável, de um modo de produção mais ecológico, será a utopia do século 21. Há todo um segmento empresarial que aposta na sustentabilidade e em energias limpas em contraposição à exploração de petróleo em condições cada vez mais caras e arriscadas. Eles acreditam no espaço a ser conquistado por Marina.
Exocet
A cúpula do PT se reúne hoje para discutir as pendências regionais. O problema mais grave, a coligação com Hélio Costa (PMDB) em Minas Gerais, já foi resolvido. A decisão mais importante agora é enquadrar o diretório regional do Maranhão, retirando o apoio ao candidato do PCdoB ao governo, Flávio Dino, em favor da governadora Roseana Sarney (PMDB), que tentará a reeleição. O risco é o deputado Domingos Dutra (foto), do PT-MA, fundador do PT, levar adiante a ameaça de fazer uma greve de fome no plenário da Câmara em plena campanha eleitoral.
Imagem//
O executivo Leonardo Teshima é o novo secretário de Comunicação do Governo do Distrito Federal.
Trabalhou no grupo Folha e nas organizações Globo. Sua missão é reposicionar a imagem do Distrito Federal e gerenciar a política de comunicação do governador Rogério Rosso (PMDB).
Rebeldes
Está tudo certo para a convenção do PMDB amanhã, em Brasília, que vai sacramentar a indicação do
presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), como vice na chapa de Dilma Rousseff (PT). O PMDB pernambucano de Jarbas Vasconcelos, que já declarou apoio à candidatura de José Serra (PSDB), está fora da festa. Outro rebelde, porém, promete fazer muito barulho: o ex-governador tucano do
Paraná Roberto Requião, que se lançou candidato à Presidência da República.
Raposas
A dupla Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG), velhas raposas da Câmara, em parceria com o senador Pedro Simon (foto), do PMDB-RS — cuja atuação no Senado lembra aquela mosca do Maluco Beleza — aprontou a maior derrota que o governo já sofreu no Congresso nos dois
mandatos do presidente Lula. A distribuição igualitária dos royalties de petróleo entre estados e municípios produtores e não produtores, jogando no colo da União o pagamento da participação especial de
Rio de Janeiro, Espírito Santo e outras unidades da Federação produtoras, ainda vai dar muitas dores de
cabeça ao governo.
Futebol
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que chegou a defender um
recesso branco para que todos os deputados pudessem ver os jogos em suas bases eleitorais, terá que
ralar muito durante a Copa do Mundo. O projeto do pré-sal, que volta para a Câmara por causa da
mudança aprovada no Senado, virou prioridade do governo, que pretende votá-lo na próxima terça-feira. Por conta disso, o deputado vai passar o primeiro jogo do Brasil trabalhando para convencer os colegas a ficar em Brasília nos dias das partidas.
Lá e cá
Vejam a diferença. No Brasil, a taxa de juros voltou a subir ao patamar dos dois dígitos: 10,5%. Às voltas com uma crise brava na Grécia, o Banco Central europeu ontem manteve a taxa de juros na Zona do Euro em 1%
Veto/ Até a próxima terça-feira, o presidente Lula deve decidir se veta ou não o reajuste dos aposentados. A equipe econômica, apesar do aumento da arrecadação, continua fazendo carga contra o aumento de 7,71% para as aposentadorias acima de um salário mínimo aprovado pelo Congresso.
Da paz/ O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, vai hoje à Universidade Livre do Circo (Unicirco), do ator Marcos Frota, prestigiar a apresentação dos 25 adolescentes integrantes do Projeto de Proteção dos
Jovens em Território Vulnerável. Moradores do Itapoã, uma das áreas com os maiores índices de violência do Distrito Federal, os novos artistas participaram de treinamento de atividades circenses e irão apresentar
números com malabares, cama elástica e contorcionismo.
Publicada sexta-feira, 11 de junho de 2010, na coluna Brasília/DF do no Correio Braziliense
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