quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Fita isolante

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 11/12/2012

O PMDB endossará a posição do governo na renovação das concessões de empresas do setor elétrico e apoiará a MP 579/2012, tanto no Senado como na Câmara. O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), revisor da medida provisória, para não ser eletrocutado pelo Palácio do Planalto, decidiu ceder aos apelos do vice-presidente Michel Temer e acompanhar o relatório do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que está afinado com o projeto original e deve ser apresentado hoje na comissão mista que examina o assunto.

“Não há motivo para não acompanhar a decisão do senador Renan, essa é a
orientação do meu partido”, justifica Cunha, que liderava as críticas ao projeto na bancada do PMDB na Câmara. “A discussão deixou de ser técnica e passou a ser política, um embate entre o governo e a oposição”, completa. Cunha faz questão de deixar claro que faz parte da base do governo.

As empresas energéticas de São Paulo, de Minas Gerais e do Paraná, estados governados pelo PSDB, se recusaram a assinar os contratos de renovação das concessões, o que gerou uma guerra de versões sobre o problema. O governo acusa os tucanos de serem contra a redução das tarifas de energia.
Com a desistência das estatais Cesp (São Paulo), Cemig (Minas Gerais) e Copel (Paraná), a redução será de 16%, abaixo dos 20% anunciados inicialmente pelo governo.
Intervenção
O senador mineiro Aécio Neves lidera a reação tucana com o argumento de que o governo teve uma postura intervencionista e intransigente. Tenta negociar com o senador Renan Calheiros a possibilidade de as empresas não aderirem à renovação, podendo fazê-lo posteriormente à sanção da lei. A tendência dos governadores tucanos, caso o governo não recue, será entrar na Justiça, porque a renovação automática das concessões estava prevista nos contratos originais.

R$ 25 bilhões 
Valor da dívida das operadoras brasileiras de telefonia com o governo federal, segundo a Anatel. O grupo Oi lidera o ranking (R$ 9,5 bilhões), seguido por Telefônica/Vivo (R$ 6,9 bi), América Móvil, que controla as empresas Claro, Net e Embratel (R$ 4,9 bi), e TIM (R$ 1,9 bi).

Pelas costas// A presidente Dilma Rousseff corre o risco de ver seu veto à distribuição dos royalties do petróleo derrubado pelo Congresso, mas não será nesta semana que o assunto entrará em pauta. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), já avisou que não pretende tratar de veto com a presidente da República em viagem ao exterior.

Caças
No encontro com o presidente da França, François Hollande, a presidente Dilma Rousseff discutirá a crise econômica internacional, ciência, tecnologia e inovação. O assunto que mais interessa aos franceses é a cooperação na área de defesa, na qual prometem grande transferência de tecnologia. A compra dos caças Rafale, porém, será empurrada com a barriga de novo.
Embargo
A presidente Dilma Rousseff tem um encontro marcado com o presidente da Rússia, Vladimir Putin (foto), amanhã. Na pauta, o embargo russo às carnes bovina e suína brasileiras que atinge estados como Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Pará. Também será discutida a compra de equipamentos militares russos.

Pibinho
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, está com as orelhas ardendo. Durante o governo FHC, a economia cresceu 2,3% na média anual. Na gestão Lula, bem mais: 4,06%. Dilma deve fechar o biênio 2011-2012 com crescimento médio de 1,85%. A mais otimista das previsões prevê 2,67% de crescimento médio anual do PIB para todo o mandato de Dilma.

Federação/ O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, e secretários estaduais de Fazenda participam, na terça-feira, de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado sobre a proposta de unificação da alíquota interestadual de ICMS em 4%. Muitos estados estão estrilando.

Orçamento/ Esta é a última semana para a votação do Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2013, que precisa ser aprovado até o dia 22. Os pífios resultados do PIB podem fazer do texto uma
peça de ficção.
Seminário/ A presidente Dilma Rousseff e o presidente da França, François Hollande, participam do seminário Fórum pelo Progresso Social — O Crescimento como Saída para a Crise. O evento foi organizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès.

Cobrança/ O presidente da Anatel, João Rezende, fala hoje na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, a convite de Eduardo Azeredo. Da audiência pública também participará Eduardo Levy, presidente do SindiTelebrasil, sindicato que reúne as operadoras de telefonia móvel.

Nenhum comentário: