sábado, 1 de junho de 2013

Baixou a bola

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 01/06/2013
 
Depois de matar no peito a MP 605/13, que deixou caducar por não respeitar o prazo mínimo de sete dias para a apreciação pelo Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), baixou a bola. Disse, ontem, que a convivência do seu partido com o PT e com a presidente Dilma Rousseff é uma “relação normal”. Em discurso no plenário, explicou que as tensões são comuns na democracia e é preciso “aprender com elas”.

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Renan avalia que a decisão de não votar a MP 605 não trouxe prejuízo ao país. O governo editou decreto no qual garante os descontos na tarifa de energia elétrica. Era uma das alternativas sugeridas por Calheiros para que não houvesse um “atropelamento das funções do Senado” por medidas provisórias aprovadas de última hora.

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De caráter temporário, o decreto permite que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorize a Eletrobras a repassar recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) às distribuidoras de energia para garantir os descontos na conta de luz. A redução nas tarifas de energia também deverá ser incluída no texto da MP 609/2013, que trata do Bolsa Família. Com isso, evitou-se o desgaste do PMDB com a opinião pública por causa da energia elétrica.

Queixas
Apesar do discurso apaziguador, as relações entre o PMDB e o PT estão tensas em três níveis de atuação: a sucessão nos estados, a não-verticalização da participação da legenda nos ministérios que controla e a liberação de emendas parlamentares. Nos três aspectos, as queixas dos integrantes do PMDB tem algum sentido.
 
Eleições// 

A leitura do mercado para a decisão de aumentar a taxa Selic para 8% é de que o Banco Central mirou também as críticas do novo presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que em cadeia de radio e televisão criticou a alta dos preços.

Surpresas
A decisão de subir a Selic em meio ponto percentual surpreendeu a maioria dos analistas e economistas. Acusado de inércia diante da inflação, o Banco Central (BC) apertou a alta do juro (o mercado esperava 0,25). Para novo espanto do mercado, o presidente do BC, Alexandre Tombini, não aguardou a ata do Copom e deu três entrevistas em sequencia para explicar a decisão, o que não é de praxe.

Fazenda

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não esconde o desconforto com a declarações de Tombini, de que o “carro-chefe do crescimento deve ser o investimento” e não o consumo. A política anticíclica do governo está pautada pelo consumo. A propósito, a repercussão das declarações ontem foram ações em forte queda, dólar em alta acelerada e juros futuros aumentando em níveis históricos.

Belo Monte

Um grupo de deputados da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, da Câmara Federal, deverá visitar o canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, às margens do rio Xingú, no Pará. O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) acredita que Belo Monte servirá de paradigma, em termos ambientais, sociais e econômicos, para os demais projetos de hidrelétricas na Amazônia.

Aperto
Apesar da malha ferroviária (trens e metrôs) medíocre, segundo a ANPTrilhos, desde 2010, o número de passageiros transportados sobre trilhos no Brasil aumentou 32%, chegando a 2,5 bilhões de pessoas

Reunião
O vice-presidente Michel Temer agendou um encontro dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), com a presidente Dilma Rousseff, na segunda-feira. Vão arder as orelhas da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
  
Design/ Artesãos de Santa Luzia do Itanhy (SE) brilharam na Feira Clerkenwell Design Week, em Londres. É uma iniciativa do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (Ipti) e da empresa de negócios sociais Fellicia, de Sergipe. O governador Marcelo Déda (PT) comemora.

Imóveis/ Nove blocos, de 16 apartamentos, do programa Minha Casa, Minha Vida, construídos com recursos da Caixa Econômica Federal, em Samambaia, no DF, estão abandonados e correm risco de invasão. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal e a Caixa não se entendem sobre quem tem direito a ocupar os imóveis.

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