quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O tiro pela culatra

Brasília-DF/  Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 18/10/2012
 
A estratégia adotada pelo tucano José Serra para conter o avanço de Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo não deu certo. Pesquisa divulgada ontem pelo Ibope revela que a vantagem do petista passou de 11% para 16%, graças, sobretudo, à queda de quatro pontos do tucano. O candidato do PT ganhou um ponto.

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Haddad subiu de 48% para 49%, e Serra caiu de 37% para 33%. O tucano fez duros ataques a Haddad, centrados no julgamento da Ação Penal 470, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), estratégia que mobiliza uma parcela do eleitorado paulistano. O tema do mensalão teria esgotado o seu potencial de captação de votos pelo tucano.

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O tiro pela culatra de Serra, porém, foi o debate sobre o kit gay do Ministério da Educação à época em que o petista era ministro da pasta. Tema polêmico nas eleições paulistas, serviu para derrubar o tucano nas pesquisas, porque revoltou a comunidade homossexual.

Evangélico

O debate sobre o kit gay começou depois de uma entrevista do pastor Silas Malafaia, que apoia Serra e atacou Haddad. Mas o potencial de mobilização dos pastores evangélicos contra o petista foi neutralizado pela presidente Dilma Rousseff, que convocou para uma conversa em seu gabinete, logo após o primeiro turno, o ministro da Pesca, Marcelo Crivella, do PRB-RJ. Pediu-lhe que ajudasse a detectar e neutralizar ofensivas tucanas destinadas a usar o kit gay contra o Haddad.

Tiroteio

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), rebateu as críticas do líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), ao funcionamento da Casa. O oposicionista classificou como "desmoralização do parlamento" a mudança regimental que fixa sessões ordinárias apenas de terça a quinta-feira. "O presidente Marco Maia, ao colocar essa proposta em votação, conseguiu oficializar a gazeta na Câmara", disparou. O petista respondeu: "É mais um devaneio de quem desconhece o Regimento da Câmara dos Deputados e a prática legislativa".

Barraco

A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, por unanimidade, a pedido do deputado Romário, do PSB-RJ, convocou o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, para esclarecer os critérios de concessão e distribuição de ingressos que serão vendidos para as Olimpíadas de 2016. Também convidou o membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) e coordenador dos Jogos Rio 2016, Patrick Hickey. Segundo Romário, o irlandês estaria envolvido em um esquema de desvios e superfaturamento de ingressos durante os Jogos de Londres-2012.

Deixa disso

A senadora Ana Amélia (PP-RS) está preocupada com o desentendimento entre o governador Tarso Genro (PT), do Rio Grande do Sul, e a presidente Dilma Rousseff. O petista gaúcho responsabilizou a União por perdas de R$ 7bilhões

Incentivos// 

A Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou ontem projeto de lei que acaba com a unanimidade dos votos no Confaz nas concessões de incentivos fiscais sobre ICMS. O autor do projeto, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), disse que a medida beneficia os estados pequenos.

Abandono de função/ Desaparecida há 38 anos, depois de ter sido presa pela ditadura, a professora Ana Rosa Kucinski foi demitida pela Universidade de São Paulo (USP) por "abandono de função". Porém, ela terá a situação revista e a demissão será cancelada. O pedido foi feito pela Comissão Nacional da Verdade e pela Comissão Rubens Paiva, de São Paulo.

Do bolso/ O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) já tomou todas as providências na Receita Federal para quitar a dívida referente ao não recolhimento de IR sobre os 14º e 15º salários que o Senado insiste em pagar. Vai desembolsar algo em torno de R$ 21 mil. Miranda pediu que seu nome seja excluído da lista de parlamentares que terão a dívida paga pelo Senado.

Posse/ Tomou posse ontem o suplente do senador Vicentinho Alves (PR-TO), João Costa (PPL-TO). Vicentinho se licenciou para assumir o cargo de secretário de estado do Tocantins. Em seu primeiro discurso no plenário, Costa ressaltou que não será oposição nem situação.

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