Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 16/03/2012 |
O 8 de Março quase passou batido na coluna, não fosse o tema do aborto, mas permanece atual a avaliação de que as mulheres do governo Dilma Rousseff estão mesmo mandando muito. De nada adianta o disse me disse dos políticos sobre a atuação do dispositivo feminino montado na Presidência da República para comandar o país: as ministras Gleisi Hoffmann, na Casa Civil; Ideli Salvatti, em Relações Institucionais; Miriam Belchior, no Planejamento; e Helena Chagas, na Comunicação Social, formam, de fato, o núcleo duro do governo. Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, continua poderoso, mas não tem a mesma sintonia fina com Dilma. Até a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, que enfrenta um coro de vaias petista a cada aparição pública, continua firme no cargo, prestigiada pela presidente da República. Sem falar no barulho causado pelas ministras dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, às turras com os militares da reserva; e da Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, feminista de carteirinha, que arrumou encrenca com o clero católico e pastores evangélicos logo no primeiro dia de exercício do cargo. Todas enfrentam em maior ou menor grau a oposição masculina. A fila de homens querendo derrubá-las ou tutelá-las não é pequena. É a primeira vez que o país se vê governado por mulheres. Como se sabe, elas são de Vênus, a deusa do amor e da beleza no panteão romano. Luís de Camões atribuiu a Vênus o papel, nos Lusíadas, de apoiadora dos heróis portugueses. Dilma, porém, está mais para Marte, o Deus da Guerra, do que para Vênus. Nove entre treze estrelas do PT temem que esse estado-maior de Dilma não dê conta do recado, mas todos temem a mão pesada da presidente da República. Resumo da ópera Gato escaldado, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu verbalizou em seu blog o que os caciques da corrente Construindo um Novo Brasil andam pensando sobre a atuação de Dilma Rousseff: “A ruptura da bancada — composta por sete senadores — do PR com o governo revela que a questão não está nos líderes, mas na coalizão e na sua participação no governo. Tanto o PR quanto o PMDB pretendem uma repactuação de suas participações. Afora insatisfações sobre telefonemas não respondidos, audiências não marcadas e emendas não liberadas, o problema de fundo é esse”. Royalties Aumenta a pressão no Congresso para a votação da nova lei de partilha dos royalties do petróleo da camada pré-sal. O deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), presidente da Frente do Pré-Sal, em parceria com a Frente Municipalista, já angariou cerca de 300 assinaturas para o pedido de urgência da votação, entregue ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Copa Juízes O presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, apoia a proposta apresentada pela corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, de baixar resolução limitando a participação de magistrados em congressos e eventos patrocinados por entidades privadas: “A OAB-RJ apoia a proposta porque essas empresas são partes interessadas em ações judiciais e o fato gera na sociedade uma desconfiança na imparcialidade do magistrado”. Energia Empresários do setor de energia e da indústria estão promovendo um forte lobby a favor do projeto de lei apresentado pelo deputado Valadares Filho (PSB-SE) para reduzir a zero a alíquota da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidente sobre as receitas de fornecimento de energia elétrica. Na composição do custo da energia, as taxas e impostos representam 45% do total. Salários O deputado federal Augusto Carvalho, do PPS-DF, anunciou ontem que abrirá mão de receber o 14º e o 15º salários. “Não se justifica mais receber tal adicional, principalmente nós (parlamentares) que moramos em Brasília.” A decisão foi tomada em conjunto com o titular do mandato, deputado Geraldo Magela (PT-DF), que ocupa atualmente a Secretaria de Habitação do Distrito Federal. Dívidas O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), criou um grupo de trabalho para acompanhar de perto a questão da dívida dos estados com a União. Serão 12 deputados federais, um de cada partido com direito a representação. Já foram indicados Danilo Forte (PMDB-CE), Guilherme Campos (PSD-SP), Lincoln Portela (PR-MG), Carlos Magno (PP-RO), Vitor Penido (DEM-MG), Jorge Côrte Real (PTB-PE), Sarney Filho (PV-MA) e Edmar Arruda (PSC-PR). O objetivo do grupo é repactuar a dívida dos entes federados com o governo federal. Eles deverão ouvir as propostas dos governadores para mudar a forma de correção da dívida. Pilatos O primeiro a saber da troca de líderes do governo no Senado e na Câmara foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (foto), na sexta-feira passada, quando recebeu a notícia da própria presidente Dilma Rousseff, a quem havia demovido dessa ideia em dezembro passado. Agora, Lula lavou as mãos… Planície Político cascudo, Cândido Vaccarezza (PT-SP) terá que se reinventar na Câmara, depois de uma carreira meteórica que o levou às lideranças do PT e do governo logo no primeiro mandato. Com a troika Marco Maia (PT-RS) na Presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) na liderança do governo e Jilmar Tatto (PT-SP) na liderança do PT, e fora do comando de uma das comissões da Casa, terá que disputar um lugar ao sol entre os deputados da planície. Já pode pedir conselhos aos colegas mais antigos que passaram pela mesma situação. |
sábado, 17 de março de 2012
Mulheres de Dilma
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário