domingo, 10 de março de 2013

Projeto de poder

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 10/03/2013


O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), trabalha para construir uma cabeça de ponte em São Paulo, o ponto mais fraco de seu projeto eleitoral até agora. O líder do PSB na Câmara, deputado Márcio França (SP), que sempre foi aliado dos tucanos, mantém amplo diálogo com os setores do PSDB paulista que ainda fazem restrições à candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Campos sonha com o apoio do ex-governador José Serra (PSDB) no primeiro turno e do governador Geraldo Alckmin (PSDB), num eventual segundo turno das eleições de 2014.

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Candidato a presidente da República derrotado duas vezes, uma pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outra pela presidente Dilma Rousseff, Serra recebeu 43,7 milhões de votos nas últimas eleições. Não é considerado um cachorro morto pelo Palácio do Planalto. João Santana, marqueteiro da presidente Dilma Rousseff, encomendou simulações eleitorais com o nome de Serra entre os candidatos.

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Sob forte pressão do Palácio do Planalto e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta abater sua candidatura antes que decole, Eduardo Campos também se aproveita das contradições tucanas para se aproximar de antigos aliados do PSDB, como o PPS e o DEM. Na base governista, já trabalha para atrair o PDT e o PTB. Seriam esses os partidos com quem poderia contar no primeiro turno das eleições, o que lhe garantiria tempo de televisão para ser um candidato competitivo.

Mamãe//
 
Sindicalistas da CUT querem convencer a presidente Dilma Rousseff a acabar com o fator previdenciário e reduzir a jornada de trabalho para 40 horas semanais. Assim, dizem, Dilma será a mãe dos aposentados e dos trabalhadores da ativa.

Tudo pela vice
O PMDB estava com as mãos no Ministério dos Transportes, mas começa a reconsiderar a questão. Em troca do apoio do PR para que permaneça na vice de Dilma Rousseff, Michel Temer negocia com o líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho, a permanência da legenda na pasta.

Os miseráveis
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, corre atrás de 700 mil famílias que continuam na miséria e fora dos programas sociais. Segundo o Palácio do Planalto, desde junho de 2011, deixaram a extrema pobreza 22 milhões de pessoas.

Imortal
Quem pensa que o senador José Sarney (PMDB-AP) pendurou as chuteiras e se dedicará apenas à literatura e à Academia Brasileira de Letras (ABL) pode pôr as barbas de molho. Seus aliados querem que concorra ao Senado pelo Maranhão, com a governadora Roseana Sarney, sua filha, na primeira suplência.


Imprevisível
O ex-governador Ciro Gomes, que discorda da candidatura de Eduardo Campos a presidente da República, não pretende sair do PSB. Nem rompeu com o governador permambucano, cujo nome defende para a vice de Dilma Rousseff. É um crítico implacável da aliança do PT com o PMDB, cuja manutenção atribui ao ex-presidente Lula.

Troca de guarda/
 Fernando César Mesquita comunicou ontem aos amigos, pelo facebook, que está deixando o comando da Secretaria de Comunicação Social do Senado. Anunciou que o jornalista Davi Emerick assumirá o posto.

No teto/ A inflação deve bater no teto e começar a cair. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o IPCA em 12 meses deve chegar, em março, aos 6,5%, banda superior da meta estabelecida pelo Banco Central (BC). Se não cair por bem, cairá por mal: os juros subirão.

Unificação/O secretário- executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, negocia com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a estratégia do Palácio do Planalto para unificar o ICMS em 4% no período de 12 anos. Para isso, três projetos serão votados.

Combustível/ Depois da desoneração da cesta básica, anunciada sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff estuda forte redução dos impostos sobre transportes coletivos e o diesel.


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