quinta-feira, 26 de julho de 2012

Efeito retardado

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 25/07/2012
 
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, marcha para a vitória no primeiro turno. Tem uma vantagem de 44% sobre o segundo colocado na disputa, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSol), com 10%. O surpreendente na campanha eleitoral é o desempenho do deputado Rodrigo Maia (DEM), com 6%, pouco à frente do tucano Otávio Leite, que soma 4% apenas, segundo a pesquisa Datafolha do fim de semana. Há muito não se via tanto favoritismo numa eleição carioca, embora todos saibam que os eleitores da antiga Guanabara gostam de promover surpresas nas eleições.

Camaleônico, o ex-tucano Eduardo Paes lidera uma coligação de 20 partidos, tem o apoio do governador Sérgio Cabral (PMDB), que aparece pouco em sua campanha, e da presidente Dilma Rousseff. Conseguiu remover aquele que seria o maior obstáculo na campanha, o deputado federal Alexandre Molon (PT), graças ao apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Onde está o efeito retardado? Exatamente nesse apoio de Lula ao peemedebista. Ontem, o ex-prefeito Cesar Maia se lamuriava de não ter pedido desculpas ao ex-presidente por causa das cinco vaias sequenciais que ele recebeu no Maracanã lotado, na abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007. O ex-ministro do Esporte Orlando Silva atribuiu o episódio ao então prefeito da oposição. A partir daí, Maia caiu em desgraça no Palácio do Planalto e passou a apanhar de Lula, que endossou a baldeação de Paes do PSDB para o PMDB. Agora, o ex-prefeito chora as pitangas no seu ex-blog.

Não decola

Teoricamente, a aliança de Cesar Maia com o ex-governador Anthony Garotinho (PR) deveria alavancar a candidatura da chapa formada pelos filhos dos dois caciques. Rodrigo Maia (foto) e Clarissa Garotinho (PR), porém, não decolam. O "já ganhou" em torno de Eduardo Paes parece ter abduzido os pastores que supostamente formariam um exército eleitoral contra o atual prefeito.

Esquerda

Marcelo Freixo, com amplo apoio de artistas e intelectuais de esquerda do Rio de Janeiro, é o opositor mais robusto à reeleição de Eduardo Paes. Porém, sua base de apoio está confinada à classe média do Grajaú ao Leblon. Se romper esses limites em direção aos subúrbios e à Barra da Tijuca, pode ser que cresça no vácuo deixado por Maia e Leite, que já dominaram essas regiões.

Divisão

O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), candidato à reeleição, com 38% das intenções de voto contra 30% da deputada federal Manuela D"Ávila (PCdoB), fatura a divisão da esquerda na capital gaúcha. Adão Villaverde, candidato petista apoiado pelo governador Tarso Genro (PT), está em terceiro lugar, com 3%. Roberto Robaina (Psol) aparece com 2%. Segundo a pesquisa Datafolha, a disputa deve ir para o segundo turno.

Ultimato

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, deu mais 15 dias de prazo para que a solução dos problemas com as operadoras TIM, Claro e Oi esteja encaminhada. Só então a venda das linhas de telefonia celular e de internet será retomada. "Nesse prazo é possível ter um plano e compromissos públicos que sinalizem para a solução do problema", explica.

É a crise

A arrecadação federal caiu. No mês passado, a União arrecadou R$ 81,107 bilhões, com queda em relação a junho de 2011 de 6,55%

Medalhas

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, esbanja otimismo em relação aos Jogos Olímpicos de Londres. Acredita que os atletas brasileiros conquistarão um total de 20 medalhas, entre ouros, pratas e bronzes. A estimativa oficial do Comitê Olímpico Brasileiro é de apenas 15.

Matemática/ Estudantes do ensino médio de sete países participam da 2ª Olimpíada de Matemática da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, que começou ontem no Auditório do Instituto de Matemática da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Celulares/ Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) mandou mensagem de apoio ao presidente da Anatel, João Resende, pela suspensão da venda de chips da TIM, da OI e da Claro. Resende vai debater o assunto na comissão, na segunda semana de agosto.

Ministra/ A presidenta Dilma Rousseff nomeou a desembargadora Assusete Magalhães para o cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão fui publicada ontem no Diário Oficial da União.

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