domingo, 4 de setembro de 2011

Mercado, que mercado?

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

Ao contrário dos analistas do mercado financeiro, os bancos comemoraram a redução da taxa de juros pelo Banco Central (BC) de 12,5% para 12%. Com base nos últimos balanços, avaliam que vão faturar muito mais se a taxa Selic de fato entrar numa linha descendente, como anunciam as autoridades econômicas, e a economia for reaquecida.


A enxurrada de críticas dos economistas de finanças ao presidente do BC, Alexandre Tombini, é atribuída à frustração de não verem seus prognósticos sobre a política econômica confirmados. Na gestão de Henrique Meirelles, tinham sintonia mais fina com o Comitê de Política Monetária (Copom).

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Além dos bancos, o setor produtivo também comemora a inflexão na política do Banco Central. O diretor do Departamento de Economia e Pesquisa da Fiesp, Paulo Francini, chegou a classificar a atual gestão do BC como a "mais independente" da história recente e destacou o fato de nenhum de seus grandes dirigentes serem ligados ao mercado financeiro.

Até tu, Serra!

O golpe mais surpreendente nas avaliações críticas dos analistas veio de onde menos se esperava. O ex-governador tucano de São Paulo José Serra resolveu elogiar a interferência da presidente Dilma Rousseff na política econômica: "Não vejo maior problema no fato de o ministro da Fazenda e da presidente da República conversarem com o BC e expressarem seu pensamento. Isso acontece em todos os países do mundo".

Rifado

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), marcou reunião de bancada para tratar da candidatura do peemedebista Átila Lins (AM), à vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Será na terça-feira à tarde. No PMDB, a avaliação é que, de duas, uma: ou o partido faz acordos políticos e lança seu candidato para vencer; ou ganha mais apoiando um candidato de outro partido da base. Leia-se, Ana Arraes (foto), do PSB-PE, ou Jovair Arantes (PTB-GO).

Tabela

O 4º Congresso do PT, neste fim de semana em Brasília, serviu para cumprir tabela. Foi mais uma demonstração de que as relações entre a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva vão muito bem, obrigado. Questões importantes, como o novo estatuto e posicionamento da legenda nas eleições municipais de 2012, não serão definidas até o fim do dia. Ficarão a cargo do diretório nacional do partido.

Medalhas

Os senadores do movimento anticorrupção receberão na terça-feira, no Rio de Janeiro, a Medalha Mérito Industrial da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a mais alta honraria da entidade. Integram a lista dos homenageados os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Paulo Paim (PT-RS), a pepista gaúcha Ana Amélia Lemos (foto), Randolfe Rodrigues (PSol-AP), Cristovam Buarque (PDT-DF), Luiz Henrique (PMDB-SC), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Mozarildo Cavalcante (PTB-RR), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Marcelo Crivella (PR-RJ), Pedro Taques (PDT-MT) e Eduardo Suplicy (PT-SP).

Paliativo

A redução da mistura de etanol na gasolina de 25% para 20%, que começa a vigorar em 1º de outubro, obrigará a Petrobras a importar cerca de 550 mil barris/mês nos próximos seis meses, a um custo adicional de R$ 27 milhões/mês. A previsão é do deputado Arnaldo Jardim (do PPS-SP), que classifica de paliativa a decisão do Ministério de Minas e Energia. "A medida vai aumentar a pressão inflacionária, sem falar nos malefícios ao meio ambiente e à saúde da população dos grandes centros urbanos", avalia.

Inovação

A Petrobras duplicou seu centro de pesquisas no Rio de Janeiro — o maior do Hemisfério Sul e um dos cinco maiores do mundo. Hoje, investe por ano em pesquisa e desenvolvimento US$ 1 bilhão

Ratazanas/ Parece ironia: funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) estão incomodados com a presença constante de ratazanas que infestam os gabinetes da autarquia.

Emenda 29/ Deputados e senadores do PMDB marcaram um jantar com o vice-presidente da República, Michel Temer, na casa do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF). No cardápio, o posicionamento da legenda em relação à Emenda 29, que regulamenta os repasses para a Saúde. Os deputados vão aprovar e os senadores ameaçam empurrar com a barriga.

Código/ O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) apresentou um projeto de novo Código de Ciência, Tecnologia e Inovação, que passaria a orientar a atuação de órgãos governamentais e da administração direta e indireta. O foco do novo código é a inovação.

Saúde/ O Distrito Federal está retomando os investimentos na área da Saúde, garante o deputado distrital Chico Leite (PT), que comparou todos os gastos do atual governo com o investido no mesmo período do ano passado. "Os números demonstram que o governo Agnelo Queiroz já investiu 77% a mais do que o verificado em 2010."

Curto-circuito//

A briga entre Distribuidoras de Energia Elétrica e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre as novas metodologias de cálculo para as tarifas de energia, depois de quase um ano de discussão, esquentou. As empresas públicas e privadas avisam que a regra provocará perdas de 25%. Por isso, deixarão de investir cerca de R$ 5 bilhões no setor. A decisão sai até o fim do mês.



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