domingo, 15 de janeiro de 2012

Estrela solitária

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 15/01/2012
A ex-senadora Marina Silva prepara o lançamento, em 7 de fevereiro, no Recife, do Movimento por uma Nova Política. Na ocasião, pretende definir critérios para a participação de seus integrantes nas eleições municipais. Sem partido desde julho do ano passado, quando deixou o PV, Marina tem se dedicado a organizar as bases do movimento que encabeça.

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Partidariamente, a situação da ex-parlamentar, que obteve 20% dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais, é um enigma. Ex-petista, não conseguiu liderar a bancada do PV no Congresso e acabou deixando a legenda. Também não se afina com os dirigentes do PSol e do PPS, partidos com os quais tem muitas convergências no discurso. Aparentemente, Marina caminha para a formação de uma nova sigla sob sua liderança, o que não é fácil sem representação parlamentar no Congresso.

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Marina será uma das estrelas do Fórum Social Mundial, de 24 a 29 de janeiro, no Rio Grande do Sul. É lá que pode articular o discurso a favor de uma nova economia, pautado pelas preocupações ambientalistas, às bandeiras dos "indignados" — movimento à margem dos partidos tradicionais que empolga os jovens dos Estados Unidos e da Europa que protestam contra a crise global e tem certo eco entre a garotada sem partido no Brasil.

Derrota

"Nós — governo e PT — perdemos a batalha da CPMF, a da criação de algum tipo de tributo para sustentar e melhorar a saúde pública no Brasil", admite o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Segundo o petista, a derrota não foi apenas no Senado, onde proposta nesse sentido foi rejeitada pela oposição, "mas na sociedade, como evidencia a pesquisa (da CNI)". A maioria esmagadora dos entrevistados, 96%, rejeitou a criação de um imposto para a saúde.

Metrô

A construção da linha 2 do metrô de Salvador, ligando o município de Lauro de Freitas ao Acesso Norte da capital soteropolitana, virou uma queda de braço entre o governador da Bahia, Jaques Wagner, do PT, e o prefeito da capital, João Henrique (PP), que exige contrapartidas do estado para autorizar a obra. "Não estou entendendo nada. Quero dar um presente para a cidade e ele ainda quer contrapartida? Não tem nada a ver", reclama Wagner.

Via Pacífico//

Os chineses querem construir e operar uma nova ferrovia ligando Buenos Aires, na Argentina, a Valparaíso, no Chile, perfurando um túnel na Cordilheira dos Andes. O governo argentino ainda reluta, embora seu agronegócio esteja adorando a proposta, que tem apoio chileno. Carne, soja, trigo, madeira, pescado e cobre chegariam mais rápido ao Pacífico.

Escravos

Subiu para 294 o número de pessoas físicas e jurídicas que fazem parte da chamada "lista suja" do trabalho escravo. Entraram na relação usineiros, madeireiros, fazendeiros, empresários urbanos, empreiteiros e políticos do Pará (nove), Mato Grosso (oito), Minas Gerais (oito), Paraná (cinco), Rondônia (quatro), Maranhão (quatro), Espírito Santo (três), Goiás (três), Santa Catarina (três), Alagoas (uma), Amazonas (uma), Rio de Janeiro (uma), São Paulo (uma) e Tocantins (uma). Foram submetidas ao trabalho degradante e à privação da liberdade 1.175 pessoas

Julgamento

A cúpula do PSDB se mobiliza para comparecer em peso ao julgamento, na Justiça Federal, dos acusados pelas mortes da ex-deputada Ceci Cunha (PSDB), do marido e de familiares dela, executados em dezembro de 1998. O julgamento começa amanhã, em Maceió. O governador tucano Teotônio Vilela Filho encabeça a convocação. A demora para o julgamento passa a sensação de impunidade.

Violência

A propósito, Maceió, capital alagoana, aparece como a terceira cidade mais violenta do mundo, com uma taxa de 135,26 homicídios para cada 100 mil habitantes, no levantamento divulgado na sexta-feira pela organização não governamental (ONG) mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal. O topo da lista é ocupado pela cidade de San Pedro Sula, em Honduras. Em segundo lugar, está Juárez, no México.

Vistos/ O governo brasileiro vai regularizar a situação de 4 mil haitianos que entraram ilegalmente no país, a maioria concentrada nas cidades de Brasileia, no Acre, e Tabatinga, no Amazonas. Desses, 1,6 mil receberam visto de residência humanitária concedido pelo Ministério do Trabalho. A partir de agora, os haitianos que chegarem ao país e não estiverem com o visto concedido pela embaixada brasileira de Porto Príncipe serão notificados a deixar o país.

Hotelaria/ A falta de locais de hospedagem em algumas regiões da fronteira brasileira fez com que a Polícia Federal tomasse uma providência em algumas cidades: construir habitações para seus agentes. Agora, todo policial é obrigado a passar uma temporada na Amazônia, mas antes eles não tinham onde ficar adequadamente. O projeto piloto foi em Tabatinga, onde a PF construiu uma espécie de hotel de trânsito para seu pessoal.

Caveira/ O Bope, tropa de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro, mudará de uniforme: o padrão será o camuflado de florestas, igual ao usado pelos fuzileiros navais dos Estados Unidos. Seria mais adequado ao perfil "multitarefas" da unidade, que atua tanto nas matas próximas a favelas como no ambiente urbano. O uniforme preto será usado apenas pelo Grupo de Resgate e Retomada de Reféns (GRR); pela tropa, somente em operações noturnas.

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