quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Um lugar no mundo

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 26/09/2012

Na abertura da 67ª Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a presidente Dilma Rousseff voltou a criticar a política monetária dos Estados Unidos, a quem acusa de promover um tsunami de dólares para sair da crise à custa dos países em desenvolvimento. Também reiterou uma velha bandeira do Itamaraty: a urgente a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Com 15 integrantes, dos quais apenas cinco têm assento permanente, o órgão não reflete o mundo atual, mas o status quo do fim de Segunda Guerra Mundial, em 1945, lá se vão quase sete décadas.

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De viés antiamericano, a posição do Brasil soa como um terceiromundismo redivivo e levaria água para o moinho dos republicanos nas eleições dos Estados Unidos, num momento em que o presidente Barack Obama luta pela própria reeleição.

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Porém, faz parte da estratégia do governo brasileiro para conquistar um assento no Conselho de Segurança da ONU, com o apoio do mundo muçulmano que, no momento, incendeia bandeiras ianques. Por isso, Dilma também criticou, veladamente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ao condenar ações militares decididas fora do âmbito do conselho, como foi no caso da intervenção militar na Líbia.

O sombra

O discurso de Dilma Rousseff na ONU revelou que o assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia (foto), que acompanha a presidente da República, continua tendo mais influência na alta política externa brasileira do que todo o corpo diplomático do Itamaraty. Também reacendeu a fogueira na qual arde o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, que, supostamente, está no cargo com os dias contados.

Protagonismo

Desde a fracassada negociação do ex-presidente Luiz Inácio lula da Silva com o Irã, o Brasil não buscava protagonismo na crise do mundo árabe, com quem os governos brasileiros, desde o regime militar, sempre teve boas relações. Dilma defendeu uma solução negociada e pacífica para a crise na Síria, somando-se à China e à Rússia, ao condenar uma intervenção militar no país.

Salomônica

A presidente Dilma Rousseff foi salomônica ao tratar das responsabilidades sobre a guerra civil na Síria, ao afirmar que recaem sobre o presidente Bashar Al Assad e, também, a oposição. São 25 mil mortes

Prazo// 

Termina amanhã, a dez dias das eleições, o prazo para que o eleitor que perdeu o título eleitoral solicite a segunda via do documento no seu domicílio, ou seja, na cidade onde vota.

Roleta

A eleição em Fortaleza virou uma roleta russa. Os três principais candidatos estão empatados tecnicamente: Moroni Torgan (DEM), Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PSB), com ligeira desvantagem para o primeiro, que já foi o favorito. Digladiam-se nas eleições a prefeita Luiziane Lins (PT) e o governador Cid Gomes (PSB).

Pressões

O senador Luiz Henrique (PMDB-SC), relator da medida provisória do Código Florestal, está sendo muito pressionado pelos ruralistas para encabeçar um movimento contra o veto da presidente Dilma Rousseff às emendas feitas pelo Congresso. Principal porta-voz do governo sobre o assunto, o senador Jorge Viana (PT-AC), defende o veto. O Palácio do Planalto, até hoje, não engoliu o acordo dos líderes dos partidos com os ruralistas.

Formiguinhas/ A Caixa Econômica Federal turbinou o financiamento do material de construção com 25 novas condições para o Construcard, um cartão de compras. Foram beneficiados clientes com renda individual mensal de até R$ 1,6 mil. O chamado construtor-formiguinha terá juros baixos e 96 meses para pagar.

Telinha/ A TV Brasil mudou toda a sua programação, em busca de mais audiência. Desde ontem os programas jornalísticos de reflexão foram antecipados para as 20h. Na faixa das 22h, entrou a linha de entretenimento. A emissora estuda substituir a retransmissão do Roda Viva, da TV Cultura, por um programa próprio, no mesmo dia e horário, segunda-feira.

Dengue/ O Ministério da Saúde investe cerca de R$ 800 milhões para combater a dengue. A esperança de acabar com a epidemia é o uso de uma bactéria contra o mosquito Aedes Egipty, o transmissor da doença.


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