sábado, 19 de novembro de 2011

Novo ministério

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

Há mais coisas entre o céu e a terra do que as desculpas esfarrapadas do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para justificar sua permanência na Esplanada depois de tantas denúncias contra ele e de suas trapalhadas. A principal delas é que a reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff, prevista para janeiro, estaria se descaracterizando antes mesmo de acontecer em razão das mudanças que ela foi obrigada a fazer antes da hora. A saída de Lupi seria mais um atropelo.

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O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), político carne de pescoço, propõe a antecipação da reforma. Na boa tradição política, quando um partido de oposição propõe um novo ministério, deseja ou se dispõe fazer parte do novo governo de "união nacional". Não é o caso de Freire, que curiosamente "fulaniza" o discurso contra a presidente Dilma Rousseff para inviabilizar qualquer diálogo da bancada de seu partido com governo e seus ministros durante a reforma de janeiro.

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Outro macaco velho da Câmara, protagonista de muitas negociações entre o governo e o Congresso, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), companheiro de Lupi, decreta o fracasso dos "governos de cooptação". Fareja na reforma ministerial programada por Dilma uma mudança de paradigma na composição do atual governo. Será? Há certa sutileza na maioria das trocas feitas até agora: os partidos da coalizão operaram a troca de seus ministros, mas em todas elas o escolhido foi indicado pela presidente Dilma Rousseff. O que não passa pela cabeça de ninguém é um governo de cara nova que representa ruptura com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Eleições

Nos bastidores do Palácio do Planalto, fala-se num "enxugamento" na Esplanada, com a fusão de ministérios e a incorporação a eles de secretarias especiais com status ministerial. A mudança seria facilitada pelo fato de alguns ministros pretenderem disputar as eleições municipais, como os petistas Fernando Haddad, da Educação, candidato a prefeito de São Paulo; e Iriny Lopes, da Secretaria das Mulheres, que concorrerá à Prefeitura de Vitória. A crise econômica e a necessidade de melhorar o desempenho gerencial de algumas pastas também são bons argumentos para
justificar a reforma.

Má fase

Na avaliação da oposição, a fase do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, é tão ruim que até para apresentar números da economia o resultado é negativo. Segundo o líder da minoria na Câmara, Paulo Abi-Ackel, do PSDB-MG, "tudo o que Lupi fala conspira contra ele". Ontem, o ministro divulgou os dados do Caged sobre a criação de emprego, que em outubro apresentou uma queda de 38,4% com relação ao ano passado, pior resultado desde 2008.

Avanço

Durante seminário para lideranças empresariais, o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, disse que os programas de governo voltados para a "nova classe média" estão seguindo para uma nova etapa. Na avaliação do ministro, o governo deve priorizar a manutenção desta nova parcela da sociedade no patamar alcançado.

Copa

O secretário nacional de Futebol do Ministério do Esporte, Alcino Rocha, fez ontem em Porto Alegre uma apresentação sobre a Lei Geral da Copa para os responsáveis pela preparação da Copa de 2014 na Região Sul. Embora o coordenador executivo do comitê gestor do Rio Grande do Sul, Carlos Eugênio Simon, tenha garantido a assinatura de contrato de reforma do Estádio Beira Rio em breve, o governo sinalizou preocupação com o atraso na obra.

 Extra//

O governo quer colocar em prática até o primeiro semestre do ano que vem a Bolsa Trabalhador. A iniciativa está em fase avançada de discussão entre os ministérios da Fazenda, do Trabalho e Emprego, e a Secretaria de Assuntos Estratégicos. O objetivo é dar um acréscimo de até 20% no rendimento de trabalhadores que ganhem até dois salários mínimos.

Metrô

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Grandes Cidades para a Região Metropolitana de Salvador anunciado pela presidente Dilma Rousseff ontem na Bahia — linha 2 do Metrô (Aeroporto-Abacaxi) — custará.

Despertador/ Os deputados da base governista que se comprometeram a ficar ontem em Brasília para garantir o quórum mínimo necessário para abrir sessão plenária na Câmara tiveram como despertador telefonemas de seus líderes. A pressão do governo resultou numa folga de 10 parlamentares no momento da abertura da sessão, com presença de 61 deputados.

Jeitinho/ O Ministério do Turismo e a Associação Brasileira de Camping estudam implementação de campings para atender os turistas durante a realização dos jogos da Copa do Mundo de 2014. A ideia é criar uma estrutura modelo em Brasília nas próximas semanas e usá-la como padrão para as outras 11 cidades sedes dos jogos da Copa.

Parto/ Em meio ao parto que a PEC da prorrogação da DRU tem sido para o governo no Congresso, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, foi informada de que seria avó pela segunda vez. "É, a vida não é só a DRU!", comentou. A filha da petista está grávida de quatro meses.

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