domingo, 24 de janeiro de 2010

Lula não perdoa

Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
com Norma Moura


Não foi à toa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), de “babaca” na reunião ministerial de quinta-feira. O tucano faz parte de uma lista de desafetos do presidente da República, alguns chamados de “traidores” por petistas que integram o núcleo do governo. Guerra ficou marcado como vira-casaca em Pernambuco, quando deixou o PSB. Era um dos políticos mais ligados a Miguel Arraes, que refundou a legenda, mas depois se aliou ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

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Outro “traidor” é o presidente do PPS, Roberto Freire, que liderou a metamorfose do antigo PCB e tenta conquistar uma cadeira de deputado federal por São Paulo. Também fazem parte da relação a ex-senadora Heloísa Helena (AL), que rompeu com o PT e fundou o PSol, e a senadora Marina Silva (AC), que recentemente deixou o PT para ser candidata à Presidência da República pelo PV. A lista se completa com o deputado Fernando Gabeira (PV), candidato ao governo do Rio de Janeiro, e o senador Cristovam Buarque (DF). Demitido do cargo de ministro da Educação por telefone, o ex-governador do Distrito Federal trocou o PT pelo PDT , que hoje se reaproxima de Lula.

Desafetos

Por falar em desafetos, o presidente Lula não esconde de ninguém a intenção de derrotar alguns líderes da oposição que o incomodaram muito durante os dois mandatos e estão em risco eleitoral para voltar ao Senado. O principal é o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (foto), no Amazonas. Outro é o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI). Ambos concorrerão à reeleição.

Salvos

Está fora da linha de tiro do presidente Lula o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que foi reeleito em 2006 e não precisa concorrer. O senador Jarbas Vasconcelos (foto), do PMDB, estaria na mesma situação, mas vai à luta como candidato ao governo de Pernambuco.

Apronto

Chumbo trocado não dói. Luiz Gonzalez, marqueteiro de Serra, gostou do tiroteio entre tucanos e petistas da semana passada. Serviu para testar as reações da candidata do presidente Lula, Dilma Rousseff (PT), em momentos de confronto. A avaliação é de que a petista errou ao escolher a visita a Minas para endurecer o discurso contra o PSDB. Apesar de mineira, deu uma de gaúcha. Mineiro, quando vê três elefantes voando, continua pitando. Trata-os como se fossem passarinhos em busca do ninho, lembra um tucano.

Restituição

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começa a pagar, a partir de amanhã, 27 milhões de aposentados, pensionistas e demais segurados. O INSS restituirá a 1.297.951 beneficiários o valor descontado a mais na folha de pagamento de dezembro de 2009, a título de Imposto de Renda. O valor médio das restituições é de
R$ 6,43

Moeda

Existem no país quase 4 bilhões de moedas de 1 centavo. Mesmo com a produção suspensa desde 2005, o Banco Central garante que essa quantidade é suficiente para atender a demanda. Apesar disso, é cada vez mais raro encontrar estabelecimentos comerciais que possuam troco quando se trata de 1 ou 2 centavos. O povo guarda a moeda de 1 centavo como se fosse o Tio Patinhas.

Garoa/ Se não chover demais, São Paulo comemora 456 anos com uma virada de samba no Vale do Anhangabaú. Começa na tarde de hoje e só termina amanhã à noite. Demônios da Garoa, Arlindo Cruz, Leci Brandão, Paula Lima, Negra Li e Tony Garrido são alguns dos artistas convidados.

Fritura/ Dois secretários-executivos correm o risco de não virarem ministros quando chegar o momento da desincompatibilização. No Ministério da Integração Nacional, João Santana Filho, apesar de contar com o apoio do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), encontra resistência no Planalto. Já no Ministério das Comunicações, o ministro Hélio Costa trabalha para emplacar seu chefe de gabinete, José Artur Filardi, no lugar do atual secretário-executivo, Fernando Lopes.

Cartórios/ O Conselho Nacional de Justiça fechou a conta: 7.828 cartórios terão que realizar seleção pública para substituir os tabeliães e notários que exercem o cargo sem concurso, como interinos ou substitutos.
Deputados querem mudar a legislação no Congresso para evitar a medida contra o apadrinhamento
e o nepotismo.

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