quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Para o mundo

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 23/08/2012
 
O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) está queimando o filme do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT internacionalmente, por causa do desgaste provocado pelas reportagens dos correspondentes estrangeiros. Mas não arranha a administração da presidente Dilma Rousseff, nem do Judiciário brasileiro, muito pelo contrário.

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Segundo o líder do Democratas (DEM) no Senado, José Agripino (RN), a seriedade do julgamento em curso no STF estaria projetando positivamente a imagem do país no exterior. Jornais como Le Monde (França), El País (Espanha), The Guardian (Inglaterra) e Washington Post (Estados Unidos), entre os mais importantes do mundo, estão fazendo a cobertura diária do julgamento e destacando o seu ineditismo no Brasil em matéria de mudança de costumes políticos.

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O fato de as sessões do Supremo Tribunal Federal serem transmitidas ao vivo pela TV Senado já era objeto de admiração nos meios jurídicos, um caso quase único no Ocidente. Agora, como o julgamento envolve políticos que ocuparam os mais altos postos no governo Lula, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, a repercussão internacional está sendo muito grande. "Neste momento, o Brasil está sendo passado a limpo para os brasileiros e para o mundo", avalia Agripino.
  
Os jornais

Para o espanhol El País, "uma sentença exemplar, além de macular o legado de Lula, contribuiria para enfraquecer a arraigada cultura da corrupção e da impunidade dos poderosos no Brasil". Já o francês Le Monde dispara: "A esquerda brasileira parece não ter aprendido nada substantivo com o mensalão. A questão, além de financiamento de campanha, era o tipo de aliança formada pelo PT". O Washington Post, dos EUA, cujas denúncias levaram ao impeachment o presidente Richard Nixon, vaticina: "O mensalão é considerado o maior caso de corrupção da história do Brasil e seu resultado dará um sinal da saúde política num país onde os serviços públicos têm sido há muito prejudicados pela corrupção e pela impunidade".


Absolvido

O ministro-revisor do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, também absolveu o ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República do governo Lula Luiz Gushiken. "Estou convencido de que o réu Luiz Gushken não produziu a ação que lhe é imputada", disse, ao defender com veemência a absolvição do réu. O voto acompanhou o ministro-relator, Joaquim Barbosa, e a alegação final do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Congresso

O senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, de São Paulo, e o deputado Marcos Pestana (PSDB-MG) debatem uma proposta de congresso para reorganização do PSDB, que seria realizado em meados do próximo ano. A ideia é atualizar o programa do partido e reestruturá-lo de baixo para cima, no embalo dos resultados das eleições municipais.

Multa// 

O governo retirou de pauta ontem o projeto de lei que acaba com a cobrança do adicional de 10% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a título de multa rescisória, pago pelo empregador em caso de demissão sem justa causa (PLP 200/2012). Estava na bica para a votação.

 Na muda

A CPI mista do caso Cachoeira voltou a funcionar na base do chove e não molha: ex-tesoureiro da campanha do governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), Jayme Rincón e o ex-corregedor-geral da Secretaria de Segurança Pública do estado Aredes Correia Pires optaram por ficar em silêncio e foram dispensados, graças a habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem, a Assembleia de Goiás decidiu entrar com um mandado de segurança no STF para impedir a reconvocação do governador Perillo.
 
De sangue

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que a presidente Dilma Rousseff está certa ao culpar os servidores públicos "de sangue azul" pelo impasse na negociação do governo com as categorias do funcionalismo que se encontram em greve. "O delegado quer ganhar que nem o promotor; o promotor quer ganhar que nem o procurador; o procurador quer ganhar que nem o ministro do Supremo; o ministro do Supremo quer ganhar como o presidente. Essa é a greve, e a CUT atrás", ironizou. Com a edição de ontem do Correio na mão, aproveitou para alfinetar o ex-presidente Lula: "O meu querido amigo Lula, esse, sim, amigão da CUT, que intervém em tudo e a qualquer pretexto, deveria conversar com a central para parar com isso".

Gasolina

A Petrobras vai mesmo aumentar a gasolina. Só não o fez ainda porque o ministro da Fazenda, Guido Mantega, quer adiar o reajuste. No último trimestre, a defasagem de preços já causou prejuízos à estatal de R$ 1,3 bilhão

Juros/ Com inédita perspectiva interdisciplinar, será lançado hoje na OAB/DF, às 18h, o livro Juros Bancários, de Fabiano Jandália, procurador do Banco Central e professor de direito bancário.

Bancada/ Os três senadores do Distrito Federal estão na lista das 100 cabeças do Congresso: Rodrigo Rollemberg (PSB), Cristovam Buarque (PDT) e Gim Argello (PTB). A pesquisa do Diap foi feita por meio de entrevistas com deputados e senadores, assessores do Congresso Nacional, jornalistas, cientistas e analistas políticos.

Dominado/ Eduardo Azeredo, presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, deu posse ontem ao deputado Antônio Imbassahy, que foi eleito para a segunda vice-presidência. O tucano Ruy Carneiro (PB) é o primeiro vice-presidente.

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