sexta-feira, 3 de junho de 2011

Não mentir!

O ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, negocia com a TV Globo uma entrevista ao Jornal Nacional hoje à noite. Outra entrevista exclusiva seria dada um jornal de circulação nacional, possivelmente a Folha de São Paulo, responsável pela revelação de que seu patrimônio aumentou 20 vezes.

A iniciativa de dar esclarecimentos públicos sobre seu enriquecimento antes de uma resposta do Ministério Público Federal ao questionamento dos partidos de oposição não é de moto próprio. Foi uma recomendação da presidente Dilma Rousseff, que hoje viajou para Angra dos Reis (RJ) e só volta a Brasília à noite, direto para o Palácio da Alvorada, a residência oficial. Ela quer que seu ministro ponha um ponto firnal nas especulações sobre sua recente fortuna.

Há boatos de que o ministro sairá do governo, mas todos os seus interlocutores negam que ele tenha pedido o boné. A entrevista é uma incógnita até para seus assessores próximos. Palocci mantém a estratégia de não revelar os nomes de seus clientes com o argumento de que os contratos exigem confidencialidade. Essa atitude deixa muitas dúvidas sobre a forma como faturou tanto dinheiro em tão pouco tempo.

Logo que o caso estourou na mídia, o ministro da Casa Civil foi aconselhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos a não mentir, só falar a verdade. Palocci cumpriu à risca a recomendação. Até agora não disse nada sobre a origem do dinheiro que recebeu, embora o caso tenha virado um escândalo e provocado a primeira crise do governo Dilma. Que crise? Palocci se comporta como se ela não existisse. Se esse for o teor da entrevista, pode ser que acabe. Mas só com sua saída do governo. O pior dos mundos seria uma investigação sobre a origem e destino de seu dinheiro.

Humor

A propósito, humoristas e chargistas estão fazendo a festa com o ministro Palocci. Na internet, então, nem se fala. No site Kibe Loco, o humorista Gustavo Mendes imita a presidente Dilma Rousseff num diálogo impagável com Palocci. É de rolar do rir, apesar de muito grosseiro.

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