quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mais fogo amigo

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

A oposição está perdida em campo, mas o PT se encarrega de deixar o ataque adversário de cara com o gol. É mais ou menos o que acontece na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, presidida pelo deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que está na iminência de aprovar um projeto do senador Paulo Paim (PT-RS) que amplia o adicional de periculosidade para diversas categorias profissionais.


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A proposta garante o adicional de 30% nos salários para todas as categorias em "exposição a situação de risco à vida, perigo iminente de acidente ou violência física" — além das operações com inflamáveis ou explosivos, que já eram previstas e são consideradas atividades perigosas.

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O deputado Paes Landim (PTB-PI), que pediu o adiamento da votação, ainda tentou restringir a ampliação do benefício aos vigilantes que atuam com transportes de valores e trabalhadores em contato permanente com energia elétrica, mas suas duas emendas foram rejeitadas pelo deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), relator do projeto. Caso seja aprovado na CCJ em caráter terminativo, o texto original do Senado irá à sanção da presidente Dilma Rousseff.

Encruou

O problema do governo com a base governista na Câmara continua mal resolvido. Líderes do PT e do PMDB não dão mais do que alguns meses para que ecloda uma nova crise. Persiste o mal-estar entre a presidente Dilma Rousseff e o líder do PMDB, o deputado potiguar Henrique Eduardo Alves. De igual maneira, os ex-presidentes da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) também não contam com a boa vontade do Palácio do Planalto.

Veto

Se o Senado não aprovar alterações no texto do novo Código Florestal, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (foto), pretende recomendar à presidente Dilma Rousseff que vete alguns artigos do projeto. A advertência foi feita na abertura do 12º Congresso de Agribusiness da Sociedade Nacional de Agricultura, no Rio de Janeiro, e foi apoiada pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi.

Desencontro

O governo continua batendo cabeça na hora de encaminhar suas posições no Congresso. Enquanto a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, defende a aprovação da medida provisória que estabelece o sigilo nas contas do regime especial para execução das obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), questionam o fim do sigilo.

Susto

O vice-presidente da Região Centro-Oeste da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Weber Magalhães, reuniu-se ontem com parlamentares no Congresso. Veio fazer lobby contrário à instalação da CPI da Copa. No fim de maio, a Comissão de Turismo e Desporto da Câmara aprovou requerimento convocando o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para se explicar sobre denúncias de corrupção. A decisão assustou os cartolas.

Terno e gravata//


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) manteve a obrigatoriedade do uso de terno e gravata nos tribunais, a não ser que haja autorização dos tribunais locais. O CNJ respondeu a um pedido da seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ).

Fumo

O ex-ministro da Saúde e diretor da Anvisa José Agenor afirmou ontem, em audiência sobre o tabaco na Câmara, que duas consultas públicas realizadas no ano passado sobre o consumo de cigarros sofreram forte lobby das indústrias de tabaco. Segundo o ex-ministro, cada uma delas recebeu mais de 100 mil cartas, sendo que apenas 59 com contribuições efetivas. Na avaliação de Agenor, o envio em massa das cartas foi uma estratégia para atrasar o andamento das consultas.

Multa

Por causa do apagão de energia ocorrido em novembro de 2009, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) multou a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) em R$ 3,1 milhões

Parada/ Está na agenda do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a participação da parada gay de São Paulo, que será realizada no próximo domingo.

Oposição/ A partir da próxima segunda-feira, a oposição ao governo ficará menor. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) deixará o parlamento para assumir uma vaga no Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul. No lugar de Serrano, assume Antonio Russo, que é do PR, partido da base aliada do governo Dilma.

Pressão/ Servidores do Poder Judiciário no Distrito Federal ocuparam o acesso ao corredor das comissões da Câmara para pressionar os parlamentares a aprovarem, entre outras reivindicações, reajuste superior a 50% para a categoria. O piquete fez muito barulho, mas não houve incidentes.

Um comentário:

Adriana k disse...

O aumento para os servidores do Judiciário é uma medida justa que resultará em melhoria na prestação dos serviços à sociedade brasileira. O que eles reivindicam é nada mais do que a equiparação a outras carreiras análogas do Executivo e Legislativo. Muito justo. Além disso devemos lembrar que não recebem aumento desde 2006, ou seja a 5 anos!!!! Sem contar, que o salário inicial para quem ingressa no judiciário é bem baixo. Os salários mais altos é só para quem está no final de carreira, ou seja, para quem já passou 15 anos na mesma carreira. Eu apóio e acho que toda a sociedade brasileira deve fazer o mesmo. Afinal, trata-se de justiça.