quarta-feira, 10 de março de 2010

A sorte está lançada

Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br


O governador de Minas, Aécio Neves, comentando informações da imprensa paulista, descartou ontem qualquer alteração no quadro do PSDB para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Olha, vou dizer isso de forma definitiva: não há qualquer possibilidade de alteração do quadro atual do PSDB. Temos um candidato, que se chama José Serra, que tem a sua estratégia e possui todas as condições de disputar e de vencer as eleições.”

Aécio reiterou que é aliado de Serra em Minas Gerais e vai lutar para lhe dar a vitória dentro e fora do estado, onde ele achar necessário. Disse que ajudará o candidato tucano “a iniciar um novo ciclo de um governo com gestão eficiente, com a visão de mundo mais moderna e com coragem política para fazer essas reformas que não foram feitas até aqui. Essa outra possibilidade aventada por alguns simplesmente não existe”.

Essas declarações foram um balde de água fria nas especulações de que Serra estaria próximo de desistir da candidatura e ele, Aécio, assumiria o lugar na chapa do PSDB, depois de algumas semanas de fortes pressões para que o governador mineiro aceitasse ser vice, o que o tucano mineiro descarta categoricamente.

Pressão//

Estão em Brasília para acompanhar a votação do regime de partilha dos royalties de petróleo da camada pré-sal cerca de 2 mil prefeitos.

Barganha

O acordo entre governo e lideranças partidárias para brecar a votação das PECs na Câmara até as eleições pode provocar uma onda de greves corporativas no país. A ameaça começou a tomar forma ontem, quando o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), anunciou a decisão a inspetores e a agentes prisionais — que fazem forte lobby pela criação da polícia penal. Sob gritos de “Ha ha ha, as cadeias vão parar”, a categoria mostrou o poder de barganha em ano eleitoral.

Mãos dadas

Nunca antes na história deste país a direita e o governismo caminharam tão juntos pela página 3 do jornal O Estado de S. Paulo. O editorial “Greve política” é prova disso.

Companheiro

Ao discutir ontem o recurso do deputado Regis de Oliveira (PSC-SP) que pede o fim da votação secreta em todos os atos da Mesa, a CCJ foi palco de fogo cruzado entre parlamentares de diferentes legendas. Ao se perfilar com o petista José Genoino, de São Paulo, na defesa da manutenção do voto secreto, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) arrancou comentário ácido do comunista Flávio Dino (MA), cujo relatório é pelo fim do voto secreto. “Ta aí a prova de que algo está errado”, concluiu, arrancando risadas da assistência.

A zebra

A votação da emenda dos deputados Ibsen Pinheiro (foto 1), do PMDB-RS, e Humberto Souto (foto 2), do PPS-MG, ao regime de partilha dos royalties de petróleo da camada pré-sal, tem grandes chances de ser aprovada hoje, apesar da mobilização dos líderes governistas. “Eles esqueceram de combinar com os outros 400 deputados”, ironiza Pinheiro. Segundo Souto, a emenda não é contra o governo, mas a favor de uma melhor distribuição dos recursos do petróleo entre estados e municípios. Os grandes derrotados na votação, segundo as duas velhas raposas da Câmara dos Deputados, seriam os privilégios do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. A proposta adota os mesmos critérios dos fundos constitucionais de participação de estados e municípios para a partilha dos royalties.

Lobby

Existem hoje 65 PECs na fila para serem votadas pelo Congresso. Algumas envolvem interesses de categorias profissionais que afetam diretamente a vida da população, como os policiais e os bombeiros militares, que circulam pelo Congresso em busca da aprovação da PEC que estipula um piso salarial nacional; e os trabalhadores das indústrias, que querem a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.


Cautela

Empresários do DF andam estranhando a falta de empolgação do ex-governador Joaquim Roriz (PSC-DF), pré-candidato ao GDF, em iniciar as articulações para sua campanha. A demora, segundo correligionários, seria motivada pela apreensão após a prisão do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). Roriz estaria aguardando o andamento das investigações da PF na Operação Caixa de Pandora, cartola de onde ainda podem sair alguns coelhos escondidos na videoteca de Durval.

Farroupilha/ A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) realizou ontem sua sessão inaugural, capitaneada pelo novo presidente, o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS). O peemedebista conquistou a vaga após promover uma briga interna no partido pelo cargo. Vice-presidente da CCJ na última sessão legislativa, Padilha acabou conquistando os votos dos colegas, e deu um chega pra lá no conterrâneo Mendes Ribeiro (PMDB-RS), que, depois de presidir a Comissão de Orçamento, queria levar também a CCJ.

Arreio/ Delegados de polícia que aguardavam ontem a entrada na pauta da PEC 549/06 — que reinsere esses profissionais na carreira jurídica —, conforme prometera o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), saíram frustrados do Congresso. Eles não contavam com a irritação do Planalto com a quantidade de bolas nas costas que Temer, sensível aos apelos dos trabalhadores, andou tomando nas últimas votações.

Azebundsman/ O jornalista Hélio Doyle não é “porta-voz” do ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz, como publicou a coluna ontem, “presta consultoria de comunicação e ajuda no relacionamento com a imprensa”.

Publicado hoje na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense

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