terça-feira, 8 de junho de 2010

Última carga

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br

O governo tenta votar no Senado o projeto que trata do Fundo Social. Nele, será incluída emenda sobre a mudança do regime na exploração de petróleo, de concessão para o de partilha. Mandará para as calendas o projeto aprovado na Câmara que promovia uma divisão igualitária dos royalties entre estados e municípios produtores e não produtores. Isso fará com que a proposta retorne para a Câmara dos Deputados. Essa será a última carga de cavalaria para aprovar o novo marco regulatório do petróleo antes das eleições.

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No pressuposto de que será bem-sucedido, o governo quer votar amanhã o projeto que trata da capitalização da Petrobras, considerado de fundamental importância para que o Tesouro possa realizar um grande aporte de capital na empresa estatal. Grandes bancos nacionais e estrangeiros estão se mobilizando e fazem lobby pela aprovação do projeto. A criação da Petro-sal, a empresa estatal que gerenciará os contratos do pré-sal, ficaria para a outra semana.

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Apesar de estar tudo esquematizado para acabar com o regime de concessão, só falta combinar com os aliados e com a oposição. Estados e municípios beneficiados pela emenda de Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e de Humberto Souto (PPS-MG) se mobilizam para exigir a votação dos royalties. A oposição pretende jogar a votação do marco regulatório para depois das eleições. Se o barulho for muito grande, não está descartada a possibilidade de o governo retirar a urgência do projeto e empurrar tudo para depois das eleições.

Teto//

O governo está de olho no Comitê de Política Monetária do Banco Central, que se reúne hoje e amanhã. Teme uma alta exagerada dos juros para pôr um freio no crescimento econômico. A taxa Selic já está em 9,25% ao ano e o presidente Lula não quer que chegue aos 10%. O percentual é emblemático: dois dígitos.

Parada

Seis medidas provisórias trancam a pauta da Câmara, de nove que precisam ser votadas. Duas vencem na quinta-feira: a de nº 481/10, que autoriza o Executivo a doar até 260 mil toneladas de alimentos a 12 países pobres, e a de nº 482/10, que viabiliza a aplicação, pelo Brasil, de sanções autorizadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre os direitos de propriedade intelectual de outros países quando eles descumprirem normas da OMC. Como os deputados estão mais preocupados com a montagem das chapas majoritárias e proporcionais nos estados e as matérias não são tão importantes para eles, não serão votadas. Ou seja, as medidas provisórias caducarão.

Empate

Aliviados, tucanos comemoram a pesquisa Ibope divulgada no último fim de semana: empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Ambos têm 37% das intenções de voto e Marina Silva (PV), 9%. O candidato do PSDB caiu 3% e Dilma subiu cinco em relação à pesquisa de abril do Ibope. Dilma e Serra também empatam no segundo turno, com 42%. Pesquisas internas vazadas pelo PT na semana passada apontavam uma vantagem de quatro pontos para Dilma.

Renda

O presidente Lula chega hoje ao Ceará para tentar fechar a aliança no estado. Não será facil. PMDB e PT disputam uma vaga ao Senado na chapa do PSB, com Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT). O governador Cid Gomes (PSB) reserva a segunda vaga para o tucano Tasso Jereissati, candidato à reeleição. A incógnita é a posição do ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes, que talvez tenha o seu primeiro encontro com Lula desde quando sua candidatura à Presidência da República foi retirada pelo PSB.

Telinha

Serra espera recuperar a dianteira nas pesquisas durante a Copa do Mundo. O programa do PSDB irá ao ar em junho, nos dias 15, 22, 26 e 29, com inserções de cinco minutos. O programa nacional em cadeia de rádio e TV, com duração de 10 minutos, irá ao ar no dia 17. O candidato tucano também será favorecido por programas do PPS e do PTB. Se o marqueteiro Luiz Gonzalez acertar a mão, pode começar a campanha eleitoral em julho novamente como favorito.

Feroz

Governistas e oposição afiam espadas para uma batalha feroz no Congresso, tendo como foco o suposto dossiê da campanha de Dilma Rousseff (PT) contra o tucano José Serra (PSDB). O presidente do PT, José Eduardo Dutra (foto), já judicializou a polêmica, ao interpelar o candidato tucano, que responsabilizou a petista pelo suposto dossiê. O contra-ataque do PSDB será no Congresso, comandado pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ).

Carbono

O Ministério da Agricultura lançou ontem o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), destinado a financiar práticas na lavoura que reduzam a emissão dos gases causadores do efeito estufa. Custará R$ 2 bilhões

Laranja/ Rompido com a governadora do Pará, Ana Júlia (PT), candidata à reeleição, o deputado Jader Barbalho (PMDB) será candidato ao Senado e lançou o deputado peemedebista Domingos Juvenil ao governo do estado. Quer provocar um segundo turno.

Convenção/ O senador gaúcho Pedro Simon questiona a ordem do dia da convenção do PMDB do dia 12, cujo edital de convocação tem apenas um tema: “Aprovar o nome do deputado Michel Temer como candidato à vice-presidente da República na eleição nacional de 2010, na coligação do PMDB com o PT”. Segundo ele, a pré-candidatura do ex-governador do Paraná Roberto Requião à Presidência da República tem precedência na pauta.

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