Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT), artífice do acordo que levou o deputado Michel Temer (PMDB-SP) à Presidência da Câmara, defende a tese de que o PT não tem do que se queixar do PMDB em relação ao apoio da legenda aliada à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), a presidenta da República. Muito pelo contrário, quem anda criando problemas para a aliança são os quadros do PT que não subordinam seus projetos pessoais à política de alianças do governo Lula e ao projeto nacional do partido, “cuja prioridade é a vitória de Dilma”.
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Vaccarezza fez essa avaliação no começo da tarde de ontem, no gabinete de líder do governo. Minutos depois, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) subiu à tribuna da Câmara para um discurso inflamado contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que teria procurado o presidente Lula para reclamar do apoio do PT do Maranhão à candidatura do deputado Flávio Dino (PCdoB), pré-candidato ao governo do estado. Afinal, a governadora Roseana Sarney (PMDB), que disputará a reeleição, apoia Dilma.
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No discurso, Domingos disse que entraria em greve de fome no plenário da Câmara se a executiva nacional do PT, a pedido do presidente Lula, fizer uma intervenção no diretório regional, como seria previsível pelas resoluções adotadas até agora no plano nacional. O parlamentar é um dos fundadores do PT no Maranhão e adversário figadal do clã Sarney.
Comando//
A cúpula da campanha de Dilma Rousseff fez ontem uma avaliação do resultado das últimas pesquisas. Chegou à sensata conclusão de que precisa acabar com as especulações de que o PT pretende rifar Michel Temer do posto de vice e que também tem que evitar manifestações de salto alto.
Exemplo
Para corroborar a tese de Vaccarezza, o prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias, que venceu a disputa com a ex-governadora Benedita da Silva pela vaga petista ao Senado, anunciou que fará campanha para o senador Marcelo Crivella (PRB), que concorre à reeleição. O candidato do PMDB fluminense ao Senado é o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, aliado incondicional do governador Sérgio Cabral. Nesse caso, Lindberg agiu de mando: Lula diz que fará campanha para Crivella.
No sal
O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, disse ontem, em São Paulo, durante um almoço com executivos, que a aprovação do novo marco regulatório para o setor petrolífero pelo Congresso é a única chance de a empresa se capitalizar para realizar os investimentos necessários no pré-sal. “Estamos no limite do nosso endividamento em relação ao capital”, afirmou a 252 empresários. No ano passado, a empresa gerou R$ 74 bilhões em novas dívidas e este ano precisaria de outros R$ 82 bilhões em financiamentos.
Investimentos
A Petrobras reduziu a previsão de investimentos entre 2011 e 2014 de R$ 265 bilhões para R$ 250 bilhões. Destes, serão destinados à exploração e à produção de petróleo R$ 153,6 bilhões
O guizo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, que não pedirá ao deputado Ciro Gomes (PSB-CE) que retire sua candidatura à Presidência da República. Lula já está careca de saber que esse é o seu desejo. Campos disse aos líderes do PSB que fará a mesma coisa. Caberá aos demais líderes da sigla, principalmente os que eram os mais entusiastas da candidatura, fazer o apelo.
Implodiu
A aliança PMDB-PSDB-DEM-PPS em Santa Catarina foi para o espaço. O ex-governador Luiz Henrique (PMDB), que deixou a chefia do Executivo para ser candidato ao Senado, deriva em direção à candidata petista Dilma Rousseff, com o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, provável candidato do PMDB. Leonel Pavan (PSDB), ex-vice, já assumiu o governo e é candidato à reeleição. O senador Raimundo Colombo, candidato do DEM, busca uma aliança com o casal Esperidião e Angela Amin, ambos do PP.
Pijama
O Diário Oficial publicou ontem a transferência para a reserva remunerada do general de Exército Maynard Marques de Santa Cruz, que fez carreira como oficial de inteligência e durante muitos anos exerceu comandos na Amazônia. Santa Cruz trombou com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e era considerado o último remanescente da “linha dura” do regime militar. Também foi para a reserva o general de Exército Rui Alves Catão. Ambos deixaram a tropa no tempo regulamentar.
Porrete/ O Batalhão de Choque da Polícia Militar despejou 75 famílias do MST de uma fazenda no município de Touros, a 70km de Natal (RN). Os barracos foram incendiados pela PM e seis pessoas ficaram feridas.
Pesquisa/ O Vox Populi deve divulgar nova pesquisa eleitoral na sexta-feira, encomendada pela TV Bandeirantes. Os pesquisadores já estão nas ruas.
Soberba/ O PT não compareceu à reunião de ontem do bloco de sete partidos de oposição para discutir a montagem da chapa do petista Agnelo Queiroz. Irritados, PMDB, PSB e PDT ameaçam lançar a candidatura do senador Cristovam Buarque ao Governo do Distrito Federal. Tadeu Filippelli (PMDB-DF) critica o isolamento do PT, que paga para ver os aliados vetarem a candidatura do deputado Geraldo Magela (PT) ao Senado.
quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
A luta
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Em 1974, no Zaire, Muhammad Ali e George Foreman realizaram “a luta do século”. O mais épico confronto da história do boxe foi descrito pelo escritor norte-americano Normal Mailer no livro A luta: o clima dos bastidores, os treinos, o espírito de cada um, as entrevistas, a manha dos treinadores. É uma grande reportagem sobre o mundo do boxe. Ali treinou para apanhar, resistir e assimilar os socos de Foreman, cuja mão era pesadíssima e pretendia bater e bater até conseguir o nocaute. O fim é conhecido: Foreman cansou de tanto socar e foi à lona no oitavo assalto. Ali, que havia perdido o título por se recusar a participar da Guerra do Vietnã, ainda era o melhor.
A estratégia do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), para enfrentar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), na sucessão do presidente Lula, se parece com a de Ali contra Foreman. Manteve-se no canto do ringue, defendeu-se dos ataques e fugiu à luta franca, aberta, com Dilma. Até agora deu certo. Pesquisa do Datafolha divulgada neste fim de semana mostra que Serra voltou a crescer (passou de 32% em fevereiro para 36%) e a ministra Dilma ficou estagnada (de 28% para 27%). Ciro Gomes (PSB) caiu de 12% para 11% e Marina Silva (PV) continuou com 8%.
Realizada entre 25 e 26 de março, foi a primeira pesquisa depois de Serra admitir a candidatura a presidente da República. Talvez seja a última do período em que Dilma usufruiu do cargo de superministra do governo Lula. Serra revelou musculatura para sobreviver como candidato. Dilma terá de voltar a crescer na planície. O terceiro no ringue, porém, não é o árbitro. É lutador mais robusto: o presidente Lula, com 76% de popularidade. São dois contra um.
Fugaz//
Estrelas que sobem na Esplanada: Igualdade Racial, Elói Ferreira de Araújo; Integração Nacional, João Reis Santana Filho; Meio Ambiente, Izabella Mônica Vieira Teixeira; Minas e Energia, Márcio Zimmermann; Previdência, Carlos Eduardo Gabas; Portos, Ricardo de Pontes Costa; Transportes, Paulo Sérgio Oliveira Passos.
Salto
Líder do governo na Câmara, o deputado Cândido Vaccarezza (foto), do PT-SP, desdenhou do resultado da pesquisa DataFolha: “Não sei por que os tucanos comemoram. A não ser que esperassem coisa pior”. O tom de despreocupação foi adotado por outros petistas. O líder da bancada do PT, deputado Fernando Ferro (PE), discorda: “É um aviso para quem está de salto alto. Não vai ser uma eleição de lambuja, será difícil”.
Reação
Membros do Ministério Público se mobilizam para o Dia Nacional de Alerta contra a Lei Maluf, na próxima terça-feira, quando realizarão um ato público em Brasília. Liderado pelo presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Antônio Carlos Bigonha, o movimento pretende impedir a aprovação do Projeto de Lei nº 265/2007, a chamada Lei Maluf, que prevê a punição de membros do Ministério Público que agirem por suposta má-fé, com intenção de promoção pessoal ou visando perseguição política.
Palanque
Líderes do DEM, do PMDB, do PPS e do PSDB discutem hoje a convocação de um ato político em Pernambuco para pressionar o senador Jarbas Vasconcelos (foto), do PMDB, a se candidatar a governador do estado. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o deputado tucano Raul Jungmann (PE) cobram una definição do peemedebista, que está na Tailândia, em missão do Senado.
Queda de braço
Nem tudo são flores na reforma ministerial. No Ministério da Agricultura, Reinhold Stephanes tem preferência pelo seu secretário executivo, Gerardo Fonteles, mas setores do PMDB preferem o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi. Nas Comunicações, Hélio Costa quer seu chefe de gabinete, José Artur Filardi Leite, porém o Planalto pode optar pelo secretário executivo Antônio Bedran. No Banco Central, caso Meirelles saia, Alexandre Tombini é o mais cotado, mas pode ser atropelado pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Na Casa Civil, Erenice Guerra substituirá Dilma Rousseff, entretanto o PAC ficará sob comando de Miriam Belchior.
Arrocho
O Palácio do Planalto acerta os detalhes do corte no Orçamento da União de 2010, que só não vai atingir as obras do PAC. O contingenciamento será de R$ 21,8 bilhões
Implacável/ Citado na nota intitulada Pedagógico, na coluna de 23/3/2010, Frederico Ferreira da Rocha Neto, autor da denúncia de abusos com uso de cartões corporativos no governo Lula, informa que não recebeu ainda qualquer indenização do Banco do Brasil com relação ao processo no qual a instituição foi condenada em primeira instância a lhe pagar os direitos trabalhistas e mais uma indenização de R$ 30 mil. O banco recorreu da sentença “pedagógica” do juiz que condenou a instituição por perseguir o funcionário.
Recuo/ Depois de confirmar o nome do socialista Reginaldo de Castro como seu candidato à eleição indireta no DF, o PSB decidiu fazer uma consulta aos partidos da aliança de esquerda para oficializar a indicação. Líder do PSB na Câmara, o deputado Rodrigo Rollemberg (DF) diz que a intenção é ouvir todos os sete partidos. “Não queremos disputa, e sim o consenso.”
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Em 1974, no Zaire, Muhammad Ali e George Foreman realizaram “a luta do século”. O mais épico confronto da história do boxe foi descrito pelo escritor norte-americano Normal Mailer no livro A luta: o clima dos bastidores, os treinos, o espírito de cada um, as entrevistas, a manha dos treinadores. É uma grande reportagem sobre o mundo do boxe. Ali treinou para apanhar, resistir e assimilar os socos de Foreman, cuja mão era pesadíssima e pretendia bater e bater até conseguir o nocaute. O fim é conhecido: Foreman cansou de tanto socar e foi à lona no oitavo assalto. Ali, que havia perdido o título por se recusar a participar da Guerra do Vietnã, ainda era o melhor.
A estratégia do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), para enfrentar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), na sucessão do presidente Lula, se parece com a de Ali contra Foreman. Manteve-se no canto do ringue, defendeu-se dos ataques e fugiu à luta franca, aberta, com Dilma. Até agora deu certo. Pesquisa do Datafolha divulgada neste fim de semana mostra que Serra voltou a crescer (passou de 32% em fevereiro para 36%) e a ministra Dilma ficou estagnada (de 28% para 27%). Ciro Gomes (PSB) caiu de 12% para 11% e Marina Silva (PV) continuou com 8%.
Realizada entre 25 e 26 de março, foi a primeira pesquisa depois de Serra admitir a candidatura a presidente da República. Talvez seja a última do período em que Dilma usufruiu do cargo de superministra do governo Lula. Serra revelou musculatura para sobreviver como candidato. Dilma terá de voltar a crescer na planície. O terceiro no ringue, porém, não é o árbitro. É lutador mais robusto: o presidente Lula, com 76% de popularidade. São dois contra um.
Fugaz//
Estrelas que sobem na Esplanada: Igualdade Racial, Elói Ferreira de Araújo; Integração Nacional, João Reis Santana Filho; Meio Ambiente, Izabella Mônica Vieira Teixeira; Minas e Energia, Márcio Zimmermann; Previdência, Carlos Eduardo Gabas; Portos, Ricardo de Pontes Costa; Transportes, Paulo Sérgio Oliveira Passos.
Salto
Líder do governo na Câmara, o deputado Cândido Vaccarezza (foto), do PT-SP, desdenhou do resultado da pesquisa DataFolha: “Não sei por que os tucanos comemoram. A não ser que esperassem coisa pior”. O tom de despreocupação foi adotado por outros petistas. O líder da bancada do PT, deputado Fernando Ferro (PE), discorda: “É um aviso para quem está de salto alto. Não vai ser uma eleição de lambuja, será difícil”.
Reação
Membros do Ministério Público se mobilizam para o Dia Nacional de Alerta contra a Lei Maluf, na próxima terça-feira, quando realizarão um ato público em Brasília. Liderado pelo presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Antônio Carlos Bigonha, o movimento pretende impedir a aprovação do Projeto de Lei nº 265/2007, a chamada Lei Maluf, que prevê a punição de membros do Ministério Público que agirem por suposta má-fé, com intenção de promoção pessoal ou visando perseguição política.
Palanque
Líderes do DEM, do PMDB, do PPS e do PSDB discutem hoje a convocação de um ato político em Pernambuco para pressionar o senador Jarbas Vasconcelos (foto), do PMDB, a se candidatar a governador do estado. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o deputado tucano Raul Jungmann (PE) cobram una definição do peemedebista, que está na Tailândia, em missão do Senado.
Queda de braço
Nem tudo são flores na reforma ministerial. No Ministério da Agricultura, Reinhold Stephanes tem preferência pelo seu secretário executivo, Gerardo Fonteles, mas setores do PMDB preferem o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi. Nas Comunicações, Hélio Costa quer seu chefe de gabinete, José Artur Filardi Leite, porém o Planalto pode optar pelo secretário executivo Antônio Bedran. No Banco Central, caso Meirelles saia, Alexandre Tombini é o mais cotado, mas pode ser atropelado pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Na Casa Civil, Erenice Guerra substituirá Dilma Rousseff, entretanto o PAC ficará sob comando de Miriam Belchior.
Arrocho
O Palácio do Planalto acerta os detalhes do corte no Orçamento da União de 2010, que só não vai atingir as obras do PAC. O contingenciamento será de R$ 21,8 bilhões
Implacável/ Citado na nota intitulada Pedagógico, na coluna de 23/3/2010, Frederico Ferreira da Rocha Neto, autor da denúncia de abusos com uso de cartões corporativos no governo Lula, informa que não recebeu ainda qualquer indenização do Banco do Brasil com relação ao processo no qual a instituição foi condenada em primeira instância a lhe pagar os direitos trabalhistas e mais uma indenização de R$ 30 mil. O banco recorreu da sentença “pedagógica” do juiz que condenou a instituição por perseguir o funcionário.
Recuo/ Depois de confirmar o nome do socialista Reginaldo de Castro como seu candidato à eleição indireta no DF, o PSB decidiu fazer uma consulta aos partidos da aliança de esquerda para oficializar a indicação. Líder do PSB na Câmara, o deputado Rodrigo Rollemberg (DF) diz que a intenção é ouvir todos os sete partidos. “Não queremos disputa, e sim o consenso.”
domingo, 28 de março de 2010
Olho nos royalties
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, quer aumentar a fiscalização sobre os gastos dos estados e municípios com recursos provenientes dos royalties de petróleo. Segundo ele, alcançam somas impressionantes, que precisam ter sua aplicação melhor acompanhada e fiscalizada. “São frequentes as denúncias de mau uso”, lamenta. Cita o caso de Campos, no Rio de Janeiro, município que mais recebeu royalties em 2009 (quase R$ 1 bilhão), e contra o qual já chegaram várias denúncias de irregularidades à CGU.
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A CGU não pode apurar as denúncias. Um acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2003 impede que o órgão e o TCU fiscalizem a aplicação dos royalties, que são considerados recursos próprios dos estados e municípios produtores pela Constituição. Essa atribuição hoje é dos tribunais de contas estaduais e municipais.
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De comum acordo com Hage, o senador capixaba Renato Casagrande (PSB), que luta para manter a participação especial de estados e municípios produtores, apresentou proposta de emenda constitucional restituindo aos órgãos de controle da Administração Federal (TCU e CGU) a competência legal para fiscalizar a aplicação dos recursos provenientes de royalties sobre a exploração de petróleo e de gás por governos estaduais e prefeituras.
Controle
A aplicação dos royalties de petróleo também não tem nenhum controle social. Campos, no norte fluminense, reduto dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, que são casados, só agora terá um observatório social para monitorar os gastos públicos, financiados em grande parte por essas transferências federais. Será lançado hoje, pelo Movimento Nossa Campos (MNC), coordenado pelo professor da ciência política da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Hamilton Garcia. É inspirado num observatório social criado em Maringá (PR) — experiência premiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) — e também nos movimentos Nossa São Paulo, lançado em 2007, com cerca de 600 organizações participantes; e o Rio Como Vamos, baseado na experiência colombiana em Bogotá.
Bilhões
“Nos últimos 10 anos, royalties e participação especial reforçaram os cofres municipais de Campos. Mas não se sabe onde foram efetivamente aplicados”, critica Hamilton Garcia. Segundo ele, as obras realizadas não correspondem ao total arrecadado: R$ 6 bilhões
Emirado
A resistência ao controle social sobre os gastos públicos é ainda maior em Quissamã, município do norte fluminense de tradição oligárquica, com apenas 19.878 habitantes. É o segundo no ranking brasileiro dos municípios que mais recebem royalties e participação especial per capita: R$ 4.760 por habitante. Só perde para São João da Barra (RJ), com R$ 5.729,34.
Escudo
Relatora do marco regulatório do pré-sal na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a senadora Kátia Abreu, do DEM, deve dar parecer defendendo o atual regime de concessões. Com maioria nas comissões de Assuntos Econômicos, de Infraestrutura e na própria CCJ, a base aliada se mobiliza para derrubar o parecer e manter o novo regime de partilha aprovado na Câmara.
Sem-mandato//
Ficam nos respectivos cargos até o fim do governo Lula os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo; da Saúde, José Gomes Temporão; da Pesca, Altemir Gregolim; e o chanceler Celso Amorim. Todos tinham pretensões eleitorais. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, esconde o jogo.
Pesquisa
O DataSenado divulgará amanhã uma pesquisa nacional sobre a crise do Distrito Federal, que queimou o filme de Brasília no país inteiro. Feita por telefones domiciliares, foram ouvidas 1.269 pessoas, em 81 municípios, incluídas todas as capitais. Segundo a pesquisa, 74% dos entrevistados têm conhecimento da crise.
Páscoa/ A candidata do PV à Presidência da República, senadora Marina Silva, desembarca no fim de semana em Pernambuco. Marina tem agenda em Garanhuns, reduto do presidente Lula, e em Nova Jerusalém, onde acompanha a encenação da Paixão de Cristo.
Pra valer/ A Comissão de Direitos Humanos da Câmara quer federalizar as investigações sobre o grupo de extermínio que atua há 15 anos em Pernambuco. O caso do advogado Manoel Mattos, executado em janeiro do ano passado, foi para o Superior Tribunal de Justiça. A ministra Laurita Vaz será a relatora.
Leva eu/ Estrategistas da petista Dilma Rousseff sonham com uma versão do hit de Zeca Pagodinho Deixa a vida me levar, de Serginho Meriti, na trilha sonora de campanha da candidata a presidente da República.
Racha/ O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP-AL), ameaça deixar o partido se a legenda apoiar a reeleição do governador tucano Teotônio Vilela Filho.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, quer aumentar a fiscalização sobre os gastos dos estados e municípios com recursos provenientes dos royalties de petróleo. Segundo ele, alcançam somas impressionantes, que precisam ter sua aplicação melhor acompanhada e fiscalizada. “São frequentes as denúncias de mau uso”, lamenta. Cita o caso de Campos, no Rio de Janeiro, município que mais recebeu royalties em 2009 (quase R$ 1 bilhão), e contra o qual já chegaram várias denúncias de irregularidades à CGU.
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A CGU não pode apurar as denúncias. Um acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2003 impede que o órgão e o TCU fiscalizem a aplicação dos royalties, que são considerados recursos próprios dos estados e municípios produtores pela Constituição. Essa atribuição hoje é dos tribunais de contas estaduais e municipais.
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De comum acordo com Hage, o senador capixaba Renato Casagrande (PSB), que luta para manter a participação especial de estados e municípios produtores, apresentou proposta de emenda constitucional restituindo aos órgãos de controle da Administração Federal (TCU e CGU) a competência legal para fiscalizar a aplicação dos recursos provenientes de royalties sobre a exploração de petróleo e de gás por governos estaduais e prefeituras.
Controle
A aplicação dos royalties de petróleo também não tem nenhum controle social. Campos, no norte fluminense, reduto dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, que são casados, só agora terá um observatório social para monitorar os gastos públicos, financiados em grande parte por essas transferências federais. Será lançado hoje, pelo Movimento Nossa Campos (MNC), coordenado pelo professor da ciência política da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Hamilton Garcia. É inspirado num observatório social criado em Maringá (PR) — experiência premiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) — e também nos movimentos Nossa São Paulo, lançado em 2007, com cerca de 600 organizações participantes; e o Rio Como Vamos, baseado na experiência colombiana em Bogotá.
Bilhões
“Nos últimos 10 anos, royalties e participação especial reforçaram os cofres municipais de Campos. Mas não se sabe onde foram efetivamente aplicados”, critica Hamilton Garcia. Segundo ele, as obras realizadas não correspondem ao total arrecadado: R$ 6 bilhões
Emirado
A resistência ao controle social sobre os gastos públicos é ainda maior em Quissamã, município do norte fluminense de tradição oligárquica, com apenas 19.878 habitantes. É o segundo no ranking brasileiro dos municípios que mais recebem royalties e participação especial per capita: R$ 4.760 por habitante. Só perde para São João da Barra (RJ), com R$ 5.729,34.
Escudo
Relatora do marco regulatório do pré-sal na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a senadora Kátia Abreu, do DEM, deve dar parecer defendendo o atual regime de concessões. Com maioria nas comissões de Assuntos Econômicos, de Infraestrutura e na própria CCJ, a base aliada se mobiliza para derrubar o parecer e manter o novo regime de partilha aprovado na Câmara.
Sem-mandato//
Ficam nos respectivos cargos até o fim do governo Lula os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo; da Saúde, José Gomes Temporão; da Pesca, Altemir Gregolim; e o chanceler Celso Amorim. Todos tinham pretensões eleitorais. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, esconde o jogo.
Pesquisa
O DataSenado divulgará amanhã uma pesquisa nacional sobre a crise do Distrito Federal, que queimou o filme de Brasília no país inteiro. Feita por telefones domiciliares, foram ouvidas 1.269 pessoas, em 81 municípios, incluídas todas as capitais. Segundo a pesquisa, 74% dos entrevistados têm conhecimento da crise.
Páscoa/ A candidata do PV à Presidência da República, senadora Marina Silva, desembarca no fim de semana em Pernambuco. Marina tem agenda em Garanhuns, reduto do presidente Lula, e em Nova Jerusalém, onde acompanha a encenação da Paixão de Cristo.
Pra valer/ A Comissão de Direitos Humanos da Câmara quer federalizar as investigações sobre o grupo de extermínio que atua há 15 anos em Pernambuco. O caso do advogado Manoel Mattos, executado em janeiro do ano passado, foi para o Superior Tribunal de Justiça. A ministra Laurita Vaz será a relatora.
Leva eu/ Estrategistas da petista Dilma Rousseff sonham com uma versão do hit de Zeca Pagodinho Deixa a vida me levar, de Serginho Meriti, na trilha sonora de campanha da candidata a presidente da República.
Racha/ O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP-AL), ameaça deixar o partido se a legenda apoiar a reeleição do governador tucano Teotônio Vilela Filho.
sábado, 27 de março de 2010
A chapa de Agnelo
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e os deputados federais Tadeu Filipelli (PMDB-DF) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) se reuniram ontem e decidiram exigir do PT que abra mão das duas vagas de candidato ao Senado e da de vice de Agnelo Queiroz, candidato petista ao Governo do Distrito Federal. Não aceitam que o deputado federal Geraldo Magela (PT-DF) ocupe uma das vagas ao Senado. Se isso ocorrer, PDT, PMDB e PSB ameaçam lançar outro candidato a governador, no caso, o senador Cristovam Buarque. O ex-governador do DF, porém, defende o nome de Agnelo e foge da disputa pelo GDF como o diabo foge da cruz, apesar de pressionado por seu próprio partido.
A chapa parece óbvia: Agnelo, governador; Filipelli, vice; Cristovam e Rodrigo para o Senado. Viabilizaria uma ampla coalizão pró-Dilma Rousseff em Brasília, incorporando outras legendas governistas, mas ainda não está fechada porque o presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, preocupado com as sequelas das prévias realizadas pela legenda, admitiu bancar Magela numa das vagas ao Senado, segundo revelou o parlamentar petista. A disputa com Agnelo teria revelado uma grande distância entre a cúpula da legenda e boa parte da militância petista. A presença de Magela na chapa majoritária seria a garantia de unidade do partido e poder de mobilização da sigla para a disputa.
O problema é que essa solução esbarra na resistência dos aliados, principalmente na do deputado Rodrigo Rollemberg, que pretende concorrer ao Senado e ameaça se lançar candidato a governador numa composição com outras legendas excluídas da aliança. A situação de Cristovam é tranquila: apesar de pressionado pelo presidente do PDT local, Ezequiel Nascimento, que gostaria de vê-lo candidato ao governo do GDF para desbancar o PT, o senador por Brasília prefere concorrer à reeleição.
Bom cabrito
O governador Sérgio Cabral (PMDB) reiterou ontem, durante inauguração de estação de tratamento de esgotos em Mangaratiba, que conta com o pleno apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reverter a decisão da Câmara que retira do Rio de Janeiro a participação especial nos royalties de petróleo. Segundo ele, Lula bancará o acordo feito com o Rio e com o Espírito Santo. O presidente da República até agora não deu garantias de que vetará a decisão. Aposta num acordo político no Senado.
Propaganda
O PMDB vai regionalizar suas inserções nacionais de rádio e tevê. A executiva da legenda decidiu ceder para os estados os cinco minutos a que tem direito em cadeia nacional em 10, 13, 15 e 17 de abril. Com isso, quer dar uma força na campanha em 16 estados onde os peemedebistas têm chances reais de vitória. O Tribunal Superior Eleitoral já deu o aval para a doação.
Sertão
A licitação da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, ligando Ilhéus a Barreiras, no oeste baiano, terá o valor de R$ 6 bilhões. Passará pelas cidades de Caetité, Brumado, Bom Jesus da Lapa e Luiz Eduardo Magalhães, com uma extensão de 1.526 quilômetros
Mortal
Sozinho, com uma mochila na mão, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) desembarcou em Congonhas, São Paulo, às 17h de ontem, sem que ninguém o aguardasse. Foi para a fila dos táxis como um simples mortal, nem parecia um candidato à Presidência da República, que normalmente anda com pelo menos um assessor.
Armação
Na inauguração do gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), na Bahia, onde PT e PMDB se enfrentam com grande animosidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff, candidata petista à Presidência da República, ficaram na maior saia justa por causa de uma vaia ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (foto/E), do PMDB. Com medo de que abandonasse o palanque, o governador Jaques Wagner (foto) do PT, passou um pito nos manifestantes e elogiou o desafeto. A tese dos dois palanques na Bahia está por um fio: Geddel acha que foi tudo armação.
Pequenos - Só depende do Senado a destinação de um quarto dos investimentos do BNDES para as micro, pequenas e médias empresas, estimado em R$ 20 bilhões. A proposta foi aprovada pela Câmara. O segmento é responsável pela geração de quase 80% dos empregos existentes no país.
Cururu - O PCdoB resolveu lançar a candidatura do advogado José Messias de Souza nas eleições indiretas para governador do Distrito Federal, marcadas para o dia 17, na Câmara Legislativa. É um anticandidato.
Asilo - O deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) enviou carta ao presidente Lula sugerindo que o Brasil ofereça asilo aos presos políticos cubanos em greve de fome. Acredita que o gesto humanitário brasileiro é uma boa solução para o regime de Fidel Castro.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e os deputados federais Tadeu Filipelli (PMDB-DF) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) se reuniram ontem e decidiram exigir do PT que abra mão das duas vagas de candidato ao Senado e da de vice de Agnelo Queiroz, candidato petista ao Governo do Distrito Federal. Não aceitam que o deputado federal Geraldo Magela (PT-DF) ocupe uma das vagas ao Senado. Se isso ocorrer, PDT, PMDB e PSB ameaçam lançar outro candidato a governador, no caso, o senador Cristovam Buarque. O ex-governador do DF, porém, defende o nome de Agnelo e foge da disputa pelo GDF como o diabo foge da cruz, apesar de pressionado por seu próprio partido.
A chapa parece óbvia: Agnelo, governador; Filipelli, vice; Cristovam e Rodrigo para o Senado. Viabilizaria uma ampla coalizão pró-Dilma Rousseff em Brasília, incorporando outras legendas governistas, mas ainda não está fechada porque o presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, preocupado com as sequelas das prévias realizadas pela legenda, admitiu bancar Magela numa das vagas ao Senado, segundo revelou o parlamentar petista. A disputa com Agnelo teria revelado uma grande distância entre a cúpula da legenda e boa parte da militância petista. A presença de Magela na chapa majoritária seria a garantia de unidade do partido e poder de mobilização da sigla para a disputa.
O problema é que essa solução esbarra na resistência dos aliados, principalmente na do deputado Rodrigo Rollemberg, que pretende concorrer ao Senado e ameaça se lançar candidato a governador numa composição com outras legendas excluídas da aliança. A situação de Cristovam é tranquila: apesar de pressionado pelo presidente do PDT local, Ezequiel Nascimento, que gostaria de vê-lo candidato ao governo do GDF para desbancar o PT, o senador por Brasília prefere concorrer à reeleição.
Bom cabrito
O governador Sérgio Cabral (PMDB) reiterou ontem, durante inauguração de estação de tratamento de esgotos em Mangaratiba, que conta com o pleno apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reverter a decisão da Câmara que retira do Rio de Janeiro a participação especial nos royalties de petróleo. Segundo ele, Lula bancará o acordo feito com o Rio e com o Espírito Santo. O presidente da República até agora não deu garantias de que vetará a decisão. Aposta num acordo político no Senado.
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O PMDB vai regionalizar suas inserções nacionais de rádio e tevê. A executiva da legenda decidiu ceder para os estados os cinco minutos a que tem direito em cadeia nacional em 10, 13, 15 e 17 de abril. Com isso, quer dar uma força na campanha em 16 estados onde os peemedebistas têm chances reais de vitória. O Tribunal Superior Eleitoral já deu o aval para a doação.
Sertão
A licitação da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, ligando Ilhéus a Barreiras, no oeste baiano, terá o valor de R$ 6 bilhões. Passará pelas cidades de Caetité, Brumado, Bom Jesus da Lapa e Luiz Eduardo Magalhães, com uma extensão de 1.526 quilômetros
Mortal
Sozinho, com uma mochila na mão, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) desembarcou em Congonhas, São Paulo, às 17h de ontem, sem que ninguém o aguardasse. Foi para a fila dos táxis como um simples mortal, nem parecia um candidato à Presidência da República, que normalmente anda com pelo menos um assessor.
Armação
Na inauguração do gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), na Bahia, onde PT e PMDB se enfrentam com grande animosidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff, candidata petista à Presidência da República, ficaram na maior saia justa por causa de uma vaia ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (foto/E), do PMDB. Com medo de que abandonasse o palanque, o governador Jaques Wagner (foto) do PT, passou um pito nos manifestantes e elogiou o desafeto. A tese dos dois palanques na Bahia está por um fio: Geddel acha que foi tudo armação.
Pequenos - Só depende do Senado a destinação de um quarto dos investimentos do BNDES para as micro, pequenas e médias empresas, estimado em R$ 20 bilhões. A proposta foi aprovada pela Câmara. O segmento é responsável pela geração de quase 80% dos empregos existentes no país.
Cururu - O PCdoB resolveu lançar a candidatura do advogado José Messias de Souza nas eleições indiretas para governador do Distrito Federal, marcadas para o dia 17, na Câmara Legislativa. É um anticandidato.
Asilo - O deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) enviou carta ao presidente Lula sugerindo que o Brasil ofereça asilo aos presos políticos cubanos em greve de fome. Acredita que o gesto humanitário brasileiro é uma boa solução para o regime de Fidel Castro.
O Iuperj pede socorro
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Com Norma Moura
Alô, alô, governador Sérgio Cabral (PMDB). Nem só a perda dos
royalties pode afundar o Rio de Janeiro. A falência de um dos
seus centros de excelência acadêmica também empurra para
baixo cariocas e fluminenses, pois é iminente o fechamento
do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj),
cujo programa de pósgraduação em ciência política e sociologia
é um dos mais respeitados do país. A instituição está fechando as portas porque a tradicional Universidade Cândido Mendes,
mantenedora do Iuperj, também anda mal das pernas.
● ● ●
Nos últimos dois anos, os professores da instituição deixaram de receber 9 dos 26 meses de salários, além de outros direitos trabalhistas. Nem por isso deixaram de trabalhar. A situação, porém, se agravou: “Em 2010, não
temos qualquer perspectiva de que receberemos salários ao longo de todo o ano letivo. Ora, como não temos recursos próprios, o que fazer para evitar um desfecho que nos é catastrófico?”, indagam os professores da instituição em abaixo-assinado. Eles negociam com o Ministério da Ciência
e Tecnologia a formação de uma organização social como forma de captar recursos públicos para o Iuperj, mas essa opção depende de uma decisão do Supremo. Além disso, sua implantação levaria pelo menos dois anos.
● ● ●
Nos últimos 40 anos, o Iuperj foi um bastião da resistência democrática e das ideias renovadoras da política e da vida social. Seus programas gratuitos de Ciência Política e Sociologia fomentaram teses de doutorado, dissertações de mestrado, diplomaram doutores estrangeiros e brasileiros. A instituição mantém 11 grupos de pesquisa cadastrados no CNPq. A maioria dos mestres que formou leciona em universidades (41% em instituições públicas e 23% em instituições privadas). Cerca de 1.230 intelectuais de todo o país pedem socorro para a instituição, num abaixo-assinado que pode ser subscrito no endereço www.iuperj.br/abaixoassinado.php
Defesa
O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), encaminhou um pedido de informações ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, sobre o impacto dos cortes no orçamento no programa de reaparelhamento das Forças Armadas.
Anistias
A 34ª Caravana da Anistia, ontem em São Paulo,anistiou mais oito
ex-perseguidos políticos, que foram vítimas da chacina da Lapa ou
participaram, na época da ditadura, da Guerrilha do Araguaia e do Partido Comunista do Brasil. Em nove anos, a Comissão de Anistia já apreciou 54mil processos
Ficha-limpa
A Executiva do PDT-DF resolveu passar um pente-fino na chapa de candidatos às eleições do GDF. Aprovou por unanimidade uma resolução que exige ficha limpa de todos os candidatos a serem homologados pela legenda.
Segundo o presidente do PDT, Ezequiel Nascimento, o partido não precisa esperar o Congresso aprovar a lei dos ficha-limpa para adotar esse procedimento.
Caneta
O governador José Maranhão (PMDB) está numa queda de braço com a Assembleia Legislativa da Paraíba, que resolveu convocar o secretário de
administração, Antônio Fernandes Neto, para dar esclarecimentos sobre seis mil nomeações de funcionários. Maranhão passou o rodo nos nomeados por seu antecessor, o ex-governador Cássio Cunha Lima, que foi cassado por abuso de poder econômico nas eleições.
Moita//
Faltando pouco menos de uma semana para o prazo final de
desincompatibilização, ainda pairam dúvidas sobre o futuro político de
alguns integrantes do governo Lula. Um exemplo é o ministro Patrus
Ananias, que ainda não definiu se entrega a pasta do Desenvolvimento Social.
Os Alves
Não será surpresa uma reaproximação política entre o senador Garibaldi Alves (foto) e o líder da bancada do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (foto), nas eleições para o governo do Rio Grande do Norte. Aliado da governadora Wilma de Faria (PSB), Alves ficou à deriva com a doença do vicegovernador Iberê Ferreira de Souza, que está com câncer e pode sair da disputa. Garibaldi apoia a candidata do DEM, senadora
Rosalba Ciarlini (DEM), e faz dobradinha com o líder do DEM,José Agripino Maia, na disputa pelas vagas do Senado.
Liberou/O polêmico projeto que libera o jogo no país será discutido por uma comissão geral na próxima terça-feira. O governo não quer se meter
na enrascada e por isso não indicou ninguém para falar em seu nome,
apesar dos pedidos que chegaram ao líder do governo na Câmara,deputado Cândido Vaccarezza. Na votação, o PT decidiu liberar a bancada.
Adidos/A Polícia Federal negociou com o Ministério das Relações Exteriores a ampliação do número de adidos policiais no exterior. Na Europa, foram escolhidas as embaixadas brasileiras em Londres e Madri. Outros adidos serão destacados para a China,México e Japão. Os cargos são disputadíssimos.
Ofensiva/A União Brasileira de Municípios (Ubam) está mobilizando refeitos de todo o país.A ideia é que eles pressionem os senadores em seus estados para que o Senado aprove o projeto de partilha dos dividendos dos oyalties da camada pré-sal. A pressão aumenta porque os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) foram reduzidos em quase 50%.
Publicado sexta-feira, 26 de março de 2010, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense
luizazedo.df@dabr.com.br
Com Norma Moura
Alô, alô, governador Sérgio Cabral (PMDB). Nem só a perda dos
royalties pode afundar o Rio de Janeiro. A falência de um dos
seus centros de excelência acadêmica também empurra para
baixo cariocas e fluminenses, pois é iminente o fechamento
do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj),
cujo programa de pósgraduação em ciência política e sociologia
é um dos mais respeitados do país. A instituição está fechando as portas porque a tradicional Universidade Cândido Mendes,
mantenedora do Iuperj, também anda mal das pernas.
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Nos últimos dois anos, os professores da instituição deixaram de receber 9 dos 26 meses de salários, além de outros direitos trabalhistas. Nem por isso deixaram de trabalhar. A situação, porém, se agravou: “Em 2010, não
temos qualquer perspectiva de que receberemos salários ao longo de todo o ano letivo. Ora, como não temos recursos próprios, o que fazer para evitar um desfecho que nos é catastrófico?”, indagam os professores da instituição em abaixo-assinado. Eles negociam com o Ministério da Ciência
e Tecnologia a formação de uma organização social como forma de captar recursos públicos para o Iuperj, mas essa opção depende de uma decisão do Supremo. Além disso, sua implantação levaria pelo menos dois anos.
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Nos últimos 40 anos, o Iuperj foi um bastião da resistência democrática e das ideias renovadoras da política e da vida social. Seus programas gratuitos de Ciência Política e Sociologia fomentaram teses de doutorado, dissertações de mestrado, diplomaram doutores estrangeiros e brasileiros. A instituição mantém 11 grupos de pesquisa cadastrados no CNPq. A maioria dos mestres que formou leciona em universidades (41% em instituições públicas e 23% em instituições privadas). Cerca de 1.230 intelectuais de todo o país pedem socorro para a instituição, num abaixo-assinado que pode ser subscrito no endereço www.iuperj.br/abaixoassinado.php
Defesa
O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), encaminhou um pedido de informações ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, sobre o impacto dos cortes no orçamento no programa de reaparelhamento das Forças Armadas.
Anistias
A 34ª Caravana da Anistia, ontem em São Paulo,anistiou mais oito
ex-perseguidos políticos, que foram vítimas da chacina da Lapa ou
participaram, na época da ditadura, da Guerrilha do Araguaia e do Partido Comunista do Brasil. Em nove anos, a Comissão de Anistia já apreciou 54mil processos
Ficha-limpa
A Executiva do PDT-DF resolveu passar um pente-fino na chapa de candidatos às eleições do GDF. Aprovou por unanimidade uma resolução que exige ficha limpa de todos os candidatos a serem homologados pela legenda.
Segundo o presidente do PDT, Ezequiel Nascimento, o partido não precisa esperar o Congresso aprovar a lei dos ficha-limpa para adotar esse procedimento.
Caneta
O governador José Maranhão (PMDB) está numa queda de braço com a Assembleia Legislativa da Paraíba, que resolveu convocar o secretário de
administração, Antônio Fernandes Neto, para dar esclarecimentos sobre seis mil nomeações de funcionários. Maranhão passou o rodo nos nomeados por seu antecessor, o ex-governador Cássio Cunha Lima, que foi cassado por abuso de poder econômico nas eleições.
Moita//
Faltando pouco menos de uma semana para o prazo final de
desincompatibilização, ainda pairam dúvidas sobre o futuro político de
alguns integrantes do governo Lula. Um exemplo é o ministro Patrus
Ananias, que ainda não definiu se entrega a pasta do Desenvolvimento Social.
Os Alves
Não será surpresa uma reaproximação política entre o senador Garibaldi Alves (foto) e o líder da bancada do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (foto), nas eleições para o governo do Rio Grande do Norte. Aliado da governadora Wilma de Faria (PSB), Alves ficou à deriva com a doença do vicegovernador Iberê Ferreira de Souza, que está com câncer e pode sair da disputa. Garibaldi apoia a candidata do DEM, senadora
Rosalba Ciarlini (DEM), e faz dobradinha com o líder do DEM,José Agripino Maia, na disputa pelas vagas do Senado.
Liberou/O polêmico projeto que libera o jogo no país será discutido por uma comissão geral na próxima terça-feira. O governo não quer se meter
na enrascada e por isso não indicou ninguém para falar em seu nome,
apesar dos pedidos que chegaram ao líder do governo na Câmara,deputado Cândido Vaccarezza. Na votação, o PT decidiu liberar a bancada.
Adidos/A Polícia Federal negociou com o Ministério das Relações Exteriores a ampliação do número de adidos policiais no exterior. Na Europa, foram escolhidas as embaixadas brasileiras em Londres e Madri. Outros adidos serão destacados para a China,México e Japão. Os cargos são disputadíssimos.
Ofensiva/A União Brasileira de Municípios (Ubam) está mobilizando refeitos de todo o país.A ideia é que eles pressionem os senadores em seus estados para que o Senado aprove o projeto de partilha dos dividendos dos oyalties da camada pré-sal. A pressão aumenta porque os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) foram reduzidos em quase 50%.
Publicado sexta-feira, 26 de março de 2010, na coluna Brasília/DF do Correio Braziliense
quinta-feira, 25 de março de 2010
Cartada nuclear
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai endurecer o jogo na 8ª Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), em maio, na sede da ONU, em Nova York, considerada decisiva. O Brasil aderiu ao tratado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, depois de 30 anos de resistência dos militares, que desenvolveram pesquisas para transformar o país numa potência nuclear. Lula concorda com a tese de militares e de diplomatas de que foi um erro assinar o tratado. E não pretende corroborar com o novo aditivo que está sendo proposto para a nova rodada de revisão do TNP.
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Ligado à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o documento foi concluído em 1968, com a participação de mais de 130 países. A conferência do tratado ocorre a cada cinco anos. No encontro de 1995, o TNP foi prorrogado de forma indeterminada. Em 2000, foram estabelecidos 13 pontos para o desarmamento. Mas, durante o governo Bush, as negociações empacaram. A rodada de 2005 fracassou. Agora, para reforçar o tratado, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dimitri Medvedev, negociam um espetacular acordo de redução de mísseis nucleares. Mesmo assim, nos respectivos arsenais, manterão 1.500 mísseis nucleares cada.
» » »
O presidente Lula anda dizendo que os Estados Unidos e a Rússia não têm moral para impor restrições aos programas nucleares para fins pacíficos dos países emergentes. Opõe-se às retaliações aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU ao Irã, por causa do programa nuclear do regime dos aiatolás. Mais do que o desejo de fornecer urânio enriquecido ao Irã, por trás dessa posição está a intenção de não permitir que novas restrições do TNP venham a prejudicar o programa nuclear brasileiro. O Brasil construirá seu submarino nuclear em parceria com a França, mas já domina todo o ciclo nuclear, inclusive a tecnologia para produzir a bomba. A Constituição de 1988, porém, veda esse objetivo.
Salto alto//
Parlamentares do DEM e do PPS saíram impressionados com o salto alto dos tucanos na reunião das três bancadas que discutiu o lançamento da candidatura do governador de São Paulo, José Serra, a presidente da República, em 10 de abril, em Brasília. Alguns já falam como futuros ministros.
Saia justa
Foi a maior saia justa, mas o presidente Lula conseguiu convencer o rei da Suécia, Carl XVI Gustaf, a rainha Silvia e toda a comitiva sueca de que o caça sueco Gripen NG, da SAAB, ainda está na disputa do programa FX-2 de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira. Saíram todos contentes do almoço no Palácio do Itamaraty, onde o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou que ainda aguarda o documento com novos detalhes da proposta sueca para encaminhar uma posição final ao presidente Lula, que submeterá a decisão ao Conselho Nacional de Defesa. Também participam da concorrência a norte-americana Boeing, responsável pelo caça F-18 Super Hornet, e o consórcio Rafale International, liderado pela francesa Dassault.
Desaparecidos
A senadora Lúcia Vânia (foto), do PSDB-GO, apresentou requerimento ontem, na Comissão de Direitos Humanos do Senado, solicitando a realização de audiência pública, com a presença do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, para discutir o desaparecimento de jovens em Luziânia e em outros municípios do Entorno do Distrito Federal.
Divórcio
Com a pauta sobrestada e a chegada do projeto do novo marco regulatório do pré-sal, o Senado deixou em segundo plano a conclusão da votação da PEC do Divórcio. Segundo o deputado Sérgio Carneiro (PT-BA), autor da proposta, o projeto atinge cerca de 600 mil brasileiros
Afinado
O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, aposta no entrosamento com o Poder Judiciário para enfrentar o processo eleitoral sem turbulência na pasta. A cooperação com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ayres Brito, já gerou bons frutos. Barreto pretende criar um sistema de registro de mandados de prisão e acompanhar institucionalmente o processo eleitoral.
Excluídos/ Depois da redução para 3,5% dos juros de financiamento do Fies, a Caixa tem agora um novo problema para resolver: a taxa de inadimplência dos estudantes, que chega a 25%. Os novos juros só beneficiarão os universitários que vão aderir ao Fies daqui para frente.
Cerco/ Indicado pelo PDT para ser o vice do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo, o prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, marcará presença hoje em Tatuí, ao lado do presidente Lula e da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.
Plim-plim/ Incitado pela campanha Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania, de iniciativa da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o Ministério Público Federal instaurou inquérito para apurar denúncias de homofobia e tortura psicológica no programa Big Brother Brasil, da Rede Globo.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai endurecer o jogo na 8ª Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), em maio, na sede da ONU, em Nova York, considerada decisiva. O Brasil aderiu ao tratado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, depois de 30 anos de resistência dos militares, que desenvolveram pesquisas para transformar o país numa potência nuclear. Lula concorda com a tese de militares e de diplomatas de que foi um erro assinar o tratado. E não pretende corroborar com o novo aditivo que está sendo proposto para a nova rodada de revisão do TNP.
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Ligado à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o documento foi concluído em 1968, com a participação de mais de 130 países. A conferência do tratado ocorre a cada cinco anos. No encontro de 1995, o TNP foi prorrogado de forma indeterminada. Em 2000, foram estabelecidos 13 pontos para o desarmamento. Mas, durante o governo Bush, as negociações empacaram. A rodada de 2005 fracassou. Agora, para reforçar o tratado, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dimitri Medvedev, negociam um espetacular acordo de redução de mísseis nucleares. Mesmo assim, nos respectivos arsenais, manterão 1.500 mísseis nucleares cada.
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O presidente Lula anda dizendo que os Estados Unidos e a Rússia não têm moral para impor restrições aos programas nucleares para fins pacíficos dos países emergentes. Opõe-se às retaliações aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU ao Irã, por causa do programa nuclear do regime dos aiatolás. Mais do que o desejo de fornecer urânio enriquecido ao Irã, por trás dessa posição está a intenção de não permitir que novas restrições do TNP venham a prejudicar o programa nuclear brasileiro. O Brasil construirá seu submarino nuclear em parceria com a França, mas já domina todo o ciclo nuclear, inclusive a tecnologia para produzir a bomba. A Constituição de 1988, porém, veda esse objetivo.
Salto alto//
Parlamentares do DEM e do PPS saíram impressionados com o salto alto dos tucanos na reunião das três bancadas que discutiu o lançamento da candidatura do governador de São Paulo, José Serra, a presidente da República, em 10 de abril, em Brasília. Alguns já falam como futuros ministros.
Saia justa
Foi a maior saia justa, mas o presidente Lula conseguiu convencer o rei da Suécia, Carl XVI Gustaf, a rainha Silvia e toda a comitiva sueca de que o caça sueco Gripen NG, da SAAB, ainda está na disputa do programa FX-2 de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira. Saíram todos contentes do almoço no Palácio do Itamaraty, onde o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou que ainda aguarda o documento com novos detalhes da proposta sueca para encaminhar uma posição final ao presidente Lula, que submeterá a decisão ao Conselho Nacional de Defesa. Também participam da concorrência a norte-americana Boeing, responsável pelo caça F-18 Super Hornet, e o consórcio Rafale International, liderado pela francesa Dassault.
Desaparecidos
A senadora Lúcia Vânia (foto), do PSDB-GO, apresentou requerimento ontem, na Comissão de Direitos Humanos do Senado, solicitando a realização de audiência pública, com a presença do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, para discutir o desaparecimento de jovens em Luziânia e em outros municípios do Entorno do Distrito Federal.
Divórcio
Com a pauta sobrestada e a chegada do projeto do novo marco regulatório do pré-sal, o Senado deixou em segundo plano a conclusão da votação da PEC do Divórcio. Segundo o deputado Sérgio Carneiro (PT-BA), autor da proposta, o projeto atinge cerca de 600 mil brasileiros
Afinado
O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, aposta no entrosamento com o Poder Judiciário para enfrentar o processo eleitoral sem turbulência na pasta. A cooperação com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ayres Brito, já gerou bons frutos. Barreto pretende criar um sistema de registro de mandados de prisão e acompanhar institucionalmente o processo eleitoral.
Excluídos/ Depois da redução para 3,5% dos juros de financiamento do Fies, a Caixa tem agora um novo problema para resolver: a taxa de inadimplência dos estudantes, que chega a 25%. Os novos juros só beneficiarão os universitários que vão aderir ao Fies daqui para frente.
Cerco/ Indicado pelo PDT para ser o vice do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo, o prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, marcará presença hoje em Tatuí, ao lado do presidente Lula e da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.
Plim-plim/ Incitado pela campanha Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania, de iniciativa da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o Ministério Público Federal instaurou inquérito para apurar denúncias de homofobia e tortura psicológica no programa Big Brother Brasil, da Rede Globo.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Fogo amigo
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou de joelhos o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), ao pôr a participação especial do Rio de Janeiro (e demais estados produtores) nos royalties de petróleo na moagem do novo marco regulatório da camada pré-sal. Agora Lula diz que não tem nada a ver com isso, pois pretendia deixar essa discussão para depois das eleições. Cabral conta com o veto do presidente Lula à emenda Ibsen Pinheiro(PMDB-RS)-Humberto Souto (PPS-MG), que distribui igualmente os royalties entre todos os estados e municípios, para evitar um colapso econômico e administrativo em seu estado e o próprio desastre eleitoral. Lula negaceia o veto.
* * *
A posição de Lula alimenta o fogo amigo contra Cabral. O bombardeio vem da Bahia, que abriga um grande polo petroquímico, explora petróleo e começa a concorrer com a indústria naval do Rio de Janeiro. Amigo do presidente da República, com quem viajou para o Oriente Médio, o governador Jaques Wagner (PT) juntou-se aos governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do Ceará (PSB), Cid Gomes, para contestar a participação especial do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de São Paulo na distribuição dos recursos do pré-sal. O petista defende a tese de que os royalties devem ser distribuídos de acordo com a população e a riqueza ou a pobreza de cada estado, medidas pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
* * *
Wagner diz que São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo querem ficar com a maior parte dessa riqueza. “Eu não vejo o porquê, já que o petróleo foi descoberto por uma empresa que pertence a todos os brasileiros”, argumenta. Segundo ele, o petróleo está afastado da costa e, portanto, não implica em nenhum prejuízo ambiental. “Minha posição é essa desde o começo: uma distribuição que seja justa para todo o povo brasileiro e não apenas para três estados. Agora tem essa discussão sendo feita no Senado e eu espero que o bom senso prevaleça de tal forma que a gente possa ter essa riqueza fazendo bem para todos os brasileiros”, dispara.
Barraco
O senador Arthur Virgílio, do PSDB-AM, voltou-se ontem contra o líder do governo no Senado, Romero Jucá (foto), do PMDB-RR, após o pedido de anulação da ata da reunião da CPI das ONGs que convocava o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o promotor do caso Bancoop, José Carlos Blat. “Ele deveria entregar o cargo e se solidarizar com a Casa que representa. Ser líder não significa aceitar ordens estúpidas”, irritou-se o tucano.
Chave
O Ministério do Trabalho e Emprego mudou as regras para a cobrança de tarifa na compra da casa própria com recursos do FGTS. Os agentes financeiros só poderão cobrar pelos serviços oferecidos ao cliente o teto de 0,16% para imóveis até R$ 130 mil. Antes, o cotista do FGTS chegava a desembolsar R$ 3 mil
A conta
Ontem, o presidente Lula colocou em xeque a estratégia eleitoral do governador Sérgio Cabral(PMDB) para a reeleição ao pressioná-lo a entregar uma das vagas de candidato ao Senado a Marcelo Crivella (PRB). O senador é aliado do presidente Lula, disputou e perdeu as eleições para a prefeitura do Rio de Janeiro. A outra vaga seria do PT, a ser ocupada pelo prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, ou a ex-governadora Benedita da Silva. Cabral não pode atender o pedido de Lula sem cortar uma das pernas. A vaga está prometida ao presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani (PMDB), peso pesado da política fluminense.
Negociação
A bancada fluminense no Congresso estuda apresentar uma proposta em que os estados produtores ficariam com 11% da partilha dos royalties do pré-sal (em vez dos 22% previstos no relatório derrotado do deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB-RN) e os municípios com 9%. O governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) ouviu a proposta, mas ainda não a encampou, apesar de ter baixado o tom contra os outros estados. A mudança de atitude facilitou o entendimento com o Planalto, segundo o deputado Brizola Neto (PDT-RJ).
Bingo
O lobby dos donos de bingo pode sofrer um revés na próxima terça-feira, quando uma audiência pública debaterá o tema, que está na pauta de votações da Câmara. Os deputados querem ouvir os órgãos de controle e fiscalização, que já mandaram recado de que não têm como fiscalizar com eficiência o rio de dinheiro que deve correr com a liberação da atividade. Deputados contrários dizem que o projeto é uma porta aberta para a lavagem de dinheiro.
Estrela Depois de quase oito anos de governo do presidente Lula, a estrela do PT brilha mais forte na memória do eleitorado. O número de entrevistados que se declaram eleitores do PT nas pesquisas gira em torno de 30% hoje, acima da média histórica de 25% verificada desde a primeira disputa presidencial de Lula. Esse índice chegou a esbarrar nos 17% em 2005, quando estourou o escândalo do mensalão.
Fundo A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado deve votar, nesta quarta-feira (24), projeto de lei de autoria do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) que amplia as competências do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT). A oposição está com a pulga atrás da orelha.
Arapongagem/ O senador Eduardo Azeredo(PSDB-MG) foi eleito para a presidência da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI). O organismo foi criado para fiscalizar as ações do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), comandado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e formado por 12 entidades, entre elas a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
Apoio
O ex-governador Joaquim Roriz reuniu-se ontem com a cúpula de seu partido, o PSC, para discutir o apoio ao candidato tucano José Serra. Comunicou a conversa ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem esteve na segunda-feira. Roriz quer agendar um encontro com Serra para discutir a aliança.
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou de joelhos o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), ao pôr a participação especial do Rio de Janeiro (e demais estados produtores) nos royalties de petróleo na moagem do novo marco regulatório da camada pré-sal. Agora Lula diz que não tem nada a ver com isso, pois pretendia deixar essa discussão para depois das eleições. Cabral conta com o veto do presidente Lula à emenda Ibsen Pinheiro(PMDB-RS)-Humberto Souto (PPS-MG), que distribui igualmente os royalties entre todos os estados e municípios, para evitar um colapso econômico e administrativo em seu estado e o próprio desastre eleitoral. Lula negaceia o veto.
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A posição de Lula alimenta o fogo amigo contra Cabral. O bombardeio vem da Bahia, que abriga um grande polo petroquímico, explora petróleo e começa a concorrer com a indústria naval do Rio de Janeiro. Amigo do presidente da República, com quem viajou para o Oriente Médio, o governador Jaques Wagner (PT) juntou-se aos governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do Ceará (PSB), Cid Gomes, para contestar a participação especial do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de São Paulo na distribuição dos recursos do pré-sal. O petista defende a tese de que os royalties devem ser distribuídos de acordo com a população e a riqueza ou a pobreza de cada estado, medidas pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
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Wagner diz que São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo querem ficar com a maior parte dessa riqueza. “Eu não vejo o porquê, já que o petróleo foi descoberto por uma empresa que pertence a todos os brasileiros”, argumenta. Segundo ele, o petróleo está afastado da costa e, portanto, não implica em nenhum prejuízo ambiental. “Minha posição é essa desde o começo: uma distribuição que seja justa para todo o povo brasileiro e não apenas para três estados. Agora tem essa discussão sendo feita no Senado e eu espero que o bom senso prevaleça de tal forma que a gente possa ter essa riqueza fazendo bem para todos os brasileiros”, dispara.
Barraco
O senador Arthur Virgílio, do PSDB-AM, voltou-se ontem contra o líder do governo no Senado, Romero Jucá (foto), do PMDB-RR, após o pedido de anulação da ata da reunião da CPI das ONGs que convocava o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o promotor do caso Bancoop, José Carlos Blat. “Ele deveria entregar o cargo e se solidarizar com a Casa que representa. Ser líder não significa aceitar ordens estúpidas”, irritou-se o tucano.
Chave
O Ministério do Trabalho e Emprego mudou as regras para a cobrança de tarifa na compra da casa própria com recursos do FGTS. Os agentes financeiros só poderão cobrar pelos serviços oferecidos ao cliente o teto de 0,16% para imóveis até R$ 130 mil. Antes, o cotista do FGTS chegava a desembolsar R$ 3 mil
A conta
Ontem, o presidente Lula colocou em xeque a estratégia eleitoral do governador Sérgio Cabral(PMDB) para a reeleição ao pressioná-lo a entregar uma das vagas de candidato ao Senado a Marcelo Crivella (PRB). O senador é aliado do presidente Lula, disputou e perdeu as eleições para a prefeitura do Rio de Janeiro. A outra vaga seria do PT, a ser ocupada pelo prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, ou a ex-governadora Benedita da Silva. Cabral não pode atender o pedido de Lula sem cortar uma das pernas. A vaga está prometida ao presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani (PMDB), peso pesado da política fluminense.
Negociação
A bancada fluminense no Congresso estuda apresentar uma proposta em que os estados produtores ficariam com 11% da partilha dos royalties do pré-sal (em vez dos 22% previstos no relatório derrotado do deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB-RN) e os municípios com 9%. O governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) ouviu a proposta, mas ainda não a encampou, apesar de ter baixado o tom contra os outros estados. A mudança de atitude facilitou o entendimento com o Planalto, segundo o deputado Brizola Neto (PDT-RJ).
Bingo
O lobby dos donos de bingo pode sofrer um revés na próxima terça-feira, quando uma audiência pública debaterá o tema, que está na pauta de votações da Câmara. Os deputados querem ouvir os órgãos de controle e fiscalização, que já mandaram recado de que não têm como fiscalizar com eficiência o rio de dinheiro que deve correr com a liberação da atividade. Deputados contrários dizem que o projeto é uma porta aberta para a lavagem de dinheiro.
Estrela Depois de quase oito anos de governo do presidente Lula, a estrela do PT brilha mais forte na memória do eleitorado. O número de entrevistados que se declaram eleitores do PT nas pesquisas gira em torno de 30% hoje, acima da média histórica de 25% verificada desde a primeira disputa presidencial de Lula. Esse índice chegou a esbarrar nos 17% em 2005, quando estourou o escândalo do mensalão.
Fundo A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado deve votar, nesta quarta-feira (24), projeto de lei de autoria do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) que amplia as competências do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT). A oposição está com a pulga atrás da orelha.
Arapongagem/ O senador Eduardo Azeredo(PSDB-MG) foi eleito para a presidência da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI). O organismo foi criado para fiscalizar as ações do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), comandado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e formado por 12 entidades, entre elas a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
Apoio
O ex-governador Joaquim Roriz reuniu-se ontem com a cúpula de seu partido, o PSC, para discutir o apoio ao candidato tucano José Serra. Comunicou a conversa ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem esteve na segunda-feira. Roriz quer agendar um encontro com Serra para discutir a aliança.
terça-feira, 23 de março de 2010
Deixa comigo
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe que não é bem assim, mas está falando para todo mundo que vai ganhar as eleições em São Paulo. É conversa para pôr mais gás na campanha de Aloizio Mercadante (PT), candidato a governador no estado, que aceitou a tarefa contrariado, depois de muitas pressões e um dá ou desce de Lula. Mercadante abriu mão da vaga de candidato ao Senado — reeleição que parecia tranquila — para a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. A chapa governista será completada pelo cantor Netinho de Paula, vereador do PCdoB na capital paulista. O vice deve ser indicado pelo PDT, leia-se o deputado Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical.
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O objetivo de Lula é zerar a vantagem de José Serra (PSDB) em São Paulo. Parte do princípio de que pode transferir seu prestígio e os índices de aprovação do governo para Dilma Rousseff (PT), candidata a presidente da República, e também para Mercadante. Avalia que há um desgaste da longa hegemonia tucana em São Paulo, agravado pelo desempenho abaixo das expectativas do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
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O balanço eleitoral de Lula vai mais longe: acredita que as desavenças entre o ex-governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a governador, e a cozinha de Serra no Palácio dos Bandeirantes levarão ao colapso a campanha tucana se Serra for ultrapassado por Dilma no plano nacional. O vice-governador Alberto Goldman, que assumirá o governo, e o secretário de Governo, Aloysio Nunes Ferreira, são desafetos de Alckmin. Para resumir: Lula acha que pode tudo.
Jabuti
Como naquela história do jabuti em cima da árvore, foi o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, quem pôs a economista María Inés Agudelo, ex-vice-ministra da Economia, no cargo de diretora-substituta do Fundo Monetário Internacional (FMI). Muito amiga de Uribe, a economista foi demitida pelo seu chefe imediato, o economista brasileiro Paulo Nogueira Batista Júnior, que alegou incompetência. Uribe não gostou, ligou para o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn. E ainda mandou María Inés Agudelo processar Nogueira por assédio moral, com o argumento de que o representante do Brasil foi intempestivo e grosseiro ao ordenar que a colombiana deixasse o escritório em 24 horas.
Pedagógico
Lembram do caso dos cartões corporativos? O autor da denúncia, o funcionário do Banco do Brasil Frederico Ferreira da Rocha, depois de perseguições e injustiças, ganhou na Justiça do Trabalho uma reclamação contra a instituição. Além dos direitos trabalhistas, recebeu, em “caráter compensatório e pedagógico”, a indenização de R$ 30 mil. Como diria o falecido Bussunda, “é brincadeira”.
Secessão
A criação dos estados de Carajás e Tapajós, no Pará, pode finalmente sair do papel. O projeto que prevê a realização de um plebiscito para ouvir os paraenses sobre a emancipação das duas regiões faz parte das prioridades acordadas entre os líderes para ir a votação na Câmara. Se aprovado, Tapajós já nasce maior que o Acre ou o Tocantins, criados, respectivamente, em 1962 e em 1988.
Grande
Começou ontem o 5º Fórum Urbano Mundial, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Considerado o maior evento de urbanismo do planeta, a edição brasileira, que vai até a próxima sexta-feira, recebeu pela internet 27,5 mil inscrições
Pré-sal
Será difícil manter o pedido de urgência para aprovação do novo marco regulatório do petróleo da camada pré-sal no Senado, que hoje vota requerimento contrário do senador tucano Tasso Jereissati (CE). Os governistas Delcídio Amaral (foto/E), do PT-MS, e Francisco Dornelles (foto), do PP-RJ, trabalham para derrubar o pedido, com apoio dos líderes da oposição. Ao contrário do que o governo esperava, a base governista tem fissuras em questões de fundo, como a mudança do regime de concessão para partilha e a criação da Petro-Sal, empresa encarregada de gerir o novo regime de partilha.
No ar
O rei Carl XVI Gustaf e a rainha Sílvia, da Suécia, chegam hoje para uma visita oficial ao Brasil. Entre jantar no Palácio da Alvorada e visitas ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Itamaraty, o casal real viaja, no sábado, para São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, onde terá como anfitrião o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Na comitiva estão o ministro da Defesa sueco, Sten Tolgfors, e uma delegação de empresários.
Espaço Aliado histórico do PT no DF, o PCdoB quer espaço na aliança formada contra o retorno do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Se confirmadas as candidaturas de Cristovam Buarque (PDT) e de Rodrigo Rollemberg (PSB) ao Senado, na chapa encabeçada por Agnelo Queiroz (PT) para o Buriti, os comunistas querem a vaga de vice.
Sobrando O PPS e o PV correm agora para resolver suas contradições no DF. As duas legendas estudam uma forma de compor a frente de esquerda anti-Roriz sem tirar palanque da ex-ministra Marina Silva, candidata do PV à Presidência, e do governador tucano José Serra, que tem o apoio do PPS no cenário nacional.
Jacu Derrotado por Agnelo Queiroz nas prévias do PT, o deputado Geraldo Magela (PT-DF) está sendo rifado da chapa majoritária. É a tal história, em festa de inhambu, jacu não entra.
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe que não é bem assim, mas está falando para todo mundo que vai ganhar as eleições em São Paulo. É conversa para pôr mais gás na campanha de Aloizio Mercadante (PT), candidato a governador no estado, que aceitou a tarefa contrariado, depois de muitas pressões e um dá ou desce de Lula. Mercadante abriu mão da vaga de candidato ao Senado — reeleição que parecia tranquila — para a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. A chapa governista será completada pelo cantor Netinho de Paula, vereador do PCdoB na capital paulista. O vice deve ser indicado pelo PDT, leia-se o deputado Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical.
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O objetivo de Lula é zerar a vantagem de José Serra (PSDB) em São Paulo. Parte do princípio de que pode transferir seu prestígio e os índices de aprovação do governo para Dilma Rousseff (PT), candidata a presidente da República, e também para Mercadante. Avalia que há um desgaste da longa hegemonia tucana em São Paulo, agravado pelo desempenho abaixo das expectativas do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
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O balanço eleitoral de Lula vai mais longe: acredita que as desavenças entre o ex-governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a governador, e a cozinha de Serra no Palácio dos Bandeirantes levarão ao colapso a campanha tucana se Serra for ultrapassado por Dilma no plano nacional. O vice-governador Alberto Goldman, que assumirá o governo, e o secretário de Governo, Aloysio Nunes Ferreira, são desafetos de Alckmin. Para resumir: Lula acha que pode tudo.
Jabuti
Como naquela história do jabuti em cima da árvore, foi o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, quem pôs a economista María Inés Agudelo, ex-vice-ministra da Economia, no cargo de diretora-substituta do Fundo Monetário Internacional (FMI). Muito amiga de Uribe, a economista foi demitida pelo seu chefe imediato, o economista brasileiro Paulo Nogueira Batista Júnior, que alegou incompetência. Uribe não gostou, ligou para o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn. E ainda mandou María Inés Agudelo processar Nogueira por assédio moral, com o argumento de que o representante do Brasil foi intempestivo e grosseiro ao ordenar que a colombiana deixasse o escritório em 24 horas.
Pedagógico
Lembram do caso dos cartões corporativos? O autor da denúncia, o funcionário do Banco do Brasil Frederico Ferreira da Rocha, depois de perseguições e injustiças, ganhou na Justiça do Trabalho uma reclamação contra a instituição. Além dos direitos trabalhistas, recebeu, em “caráter compensatório e pedagógico”, a indenização de R$ 30 mil. Como diria o falecido Bussunda, “é brincadeira”.
Secessão
A criação dos estados de Carajás e Tapajós, no Pará, pode finalmente sair do papel. O projeto que prevê a realização de um plebiscito para ouvir os paraenses sobre a emancipação das duas regiões faz parte das prioridades acordadas entre os líderes para ir a votação na Câmara. Se aprovado, Tapajós já nasce maior que o Acre ou o Tocantins, criados, respectivamente, em 1962 e em 1988.
Grande
Começou ontem o 5º Fórum Urbano Mundial, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Considerado o maior evento de urbanismo do planeta, a edição brasileira, que vai até a próxima sexta-feira, recebeu pela internet 27,5 mil inscrições
Pré-sal
Será difícil manter o pedido de urgência para aprovação do novo marco regulatório do petróleo da camada pré-sal no Senado, que hoje vota requerimento contrário do senador tucano Tasso Jereissati (CE). Os governistas Delcídio Amaral (foto/E), do PT-MS, e Francisco Dornelles (foto), do PP-RJ, trabalham para derrubar o pedido, com apoio dos líderes da oposição. Ao contrário do que o governo esperava, a base governista tem fissuras em questões de fundo, como a mudança do regime de concessão para partilha e a criação da Petro-Sal, empresa encarregada de gerir o novo regime de partilha.
No ar
O rei Carl XVI Gustaf e a rainha Sílvia, da Suécia, chegam hoje para uma visita oficial ao Brasil. Entre jantar no Palácio da Alvorada e visitas ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Itamaraty, o casal real viaja, no sábado, para São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, onde terá como anfitrião o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Na comitiva estão o ministro da Defesa sueco, Sten Tolgfors, e uma delegação de empresários.
Espaço Aliado histórico do PT no DF, o PCdoB quer espaço na aliança formada contra o retorno do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Se confirmadas as candidaturas de Cristovam Buarque (PDT) e de Rodrigo Rollemberg (PSB) ao Senado, na chapa encabeçada por Agnelo Queiroz (PT) para o Buriti, os comunistas querem a vaga de vice.
Sobrando O PPS e o PV correm agora para resolver suas contradições no DF. As duas legendas estudam uma forma de compor a frente de esquerda anti-Roriz sem tirar palanque da ex-ministra Marina Silva, candidata do PV à Presidência, e do governador tucano José Serra, que tem o apoio do PPS no cenário nacional.
Jacu Derrotado por Agnelo Queiroz nas prévias do PT, o deputado Geraldo Magela (PT-DF) está sendo rifado da chapa majoritária. É a tal história, em festa de inhambu, jacu não entra.
domingo, 21 de março de 2010
Cerco e aniquilamento
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
É complicada demais a situação da oposição em Pernambuco. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-ES), peso pesado da estratégia do candidato tucano José Serra (PSDB) para o Nordeste, não decidiu ainda se lançar ao governo local. Não sente firmeza na base de apoio, com a maioria dos prefeitos do PSDB e do DEM sob influência do governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição. O ex-governador pernambucano teme ser “cristianizado” no sertão, que conhece bem.
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O senador Marco Maciel (DEM-PE), estrela da política nacional, teria uma reeleição garantida com a candidatura de Jarbas. Sem ela, ficará em risco eleitoral. Sua base de apoio ficaria restrita aos eleitores fiéis. Maciel não tem como fugir à disputa, mas o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, candidato à reeleição no Senado, ainda pode recuar e concorrer à Câmara Federal. Sua filha Helena Bressan Guerra guarda o lugar na chapa para a eventualidade de um recuo estratégico do tucano.
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Nas eleições proporcionais, a chapa de deputado federal da oposição também está tremendamente enfraquecida. Hoje são apenas sete deputados da oposição, contra 18 governistas. A situação é tão ruim que o deputado Roberto Magalhães, ex-governador e ex-prefeito do Recife, anunciou que vai pendurar as chuteiras. Não tem recursos para financiar a campanha e seus eleitores, a cada eleição, estão diminuindo.
Regra três
Roberto Magalhães seria um bom nome para encabeçar a chapa de oposição no lugar de Jarbas, mas não aceita a tarefa. Raul Henry (PMDB) também não.
O único disposto ao sacrifício é o deputado Raul Jungmann, do PPS, ex-ministro da Reforma Agrária do governo FHC.
Livre
O ex-ministro da Saúde Humberto Costa (foto) pleiteia uma das vagas de candidato ao Senado na chapa de Eduardo Campos, em dobradinha com Armando Monteiro (PTB), presidente da CNI. Está prestes a se livrar do processo que herdou do ministério, no caso dos Sanguessugas. O Ministério Público pediu que seja considerado inocente pela Justiça Federal.
Criatura
O ex-prefeito do Recife João Paulo (PT), em rota de colisão com o governador Eduardo Campos depois de uma meteórica passagem de 40 dias no seu secretariado, rompeu com o prefeito da capital, João da Costa, que o sucedeu. Disputa a vaga de candidato ao Senado pelo PT, mas gostaria mesmo é de concorrer ao governo.
Fechado
O PT está praticamente fechado com a candidatura à reeleição do governador Eduardo Campos (PSB). Só lançará candidato a governador se o PSB mantiver a candidatura do deputado Ciro Gomes à Presidência da República, o que considera improvável.
Fraudes
Dos 120 municípios fiscalizados pela Controladoria-Geral da União (CGU), 110 apresentaram algum tipo de problema em suas licitações, o que significa 91,66% do total. Desde 2003, o programa fiscaliza recursos da ordem de R$ 11,3 bilhões em todo o país. Ele já chegou a 30,5% dos municípios brasileiros, ou seja, 1.701 prefeituras
Tovarich
O ex-presidente Itamar Franco (foto) será candidato ao Senado pelo PPS, garante o fiel escudeiro Henrique Hargreaves. A dobradinha com o governador Aécio Neves (PSDB) na disputa das duas vagas do Senado servirá de alavanca para o vice Antônio Anastasia (PSDB), que assumirá o governo de Minas e concorrerá à reeleição. Parada indigesta para a chapa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está armando no estado mineiro.
Ofensiva
Aloizio Mercadante (PT-SP) tem conversado com aliados para garantir o palanque do PT à ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do partido à Presidência, no maior colégio eleitoral do país. Em visita feita pelo deputado Paulinho (PDT), presidente da Força Sindical, o senador petista traçou uma estratégia para, ao menos, garantir um bom palanque para a ministra no segundo turno.
Controle
Dentre os 13 projetos escolhidos pelo colégio de líderes para ir a votação a partir desta semana, uma das prioridades é o PL nº 5909/09, que cria cargos e estrutura a carreira do Conselho Nacional do Ministério Público.
No peixe/ O PT assedia o PSC em São Paulo. Cacique da legenda social cristã, o deputado Regis de Oliveira (SP) já embarcou na candidatura a governador do secretário de Desenvolvimento e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
No gato/ De olho na possibilidade de o PSB ter candidatura própria em São Paulo, o PP ensaia apresentar o deputado Celso Russomano como candidato ao governo, revela o líder da legenda na Câmara, deputado João Pizzolatti (PP-SC).
Moita/ Apesar de não declarar oficialmente, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) urde nos bastidores dos democratas sua candidatura ao governo do GDF. Enquanto isso, vai azucrinando a vida dos petistas na Câmara, com a coleta de assinaturas para a CPI do Bancoop.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
É complicada demais a situação da oposição em Pernambuco. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-ES), peso pesado da estratégia do candidato tucano José Serra (PSDB) para o Nordeste, não decidiu ainda se lançar ao governo local. Não sente firmeza na base de apoio, com a maioria dos prefeitos do PSDB e do DEM sob influência do governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição. O ex-governador pernambucano teme ser “cristianizado” no sertão, que conhece bem.
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O senador Marco Maciel (DEM-PE), estrela da política nacional, teria uma reeleição garantida com a candidatura de Jarbas. Sem ela, ficará em risco eleitoral. Sua base de apoio ficaria restrita aos eleitores fiéis. Maciel não tem como fugir à disputa, mas o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, candidato à reeleição no Senado, ainda pode recuar e concorrer à Câmara Federal. Sua filha Helena Bressan Guerra guarda o lugar na chapa para a eventualidade de um recuo estratégico do tucano.
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Nas eleições proporcionais, a chapa de deputado federal da oposição também está tremendamente enfraquecida. Hoje são apenas sete deputados da oposição, contra 18 governistas. A situação é tão ruim que o deputado Roberto Magalhães, ex-governador e ex-prefeito do Recife, anunciou que vai pendurar as chuteiras. Não tem recursos para financiar a campanha e seus eleitores, a cada eleição, estão diminuindo.
Regra três
Roberto Magalhães seria um bom nome para encabeçar a chapa de oposição no lugar de Jarbas, mas não aceita a tarefa. Raul Henry (PMDB) também não.
O único disposto ao sacrifício é o deputado Raul Jungmann, do PPS, ex-ministro da Reforma Agrária do governo FHC.
Livre
O ex-ministro da Saúde Humberto Costa (foto) pleiteia uma das vagas de candidato ao Senado na chapa de Eduardo Campos, em dobradinha com Armando Monteiro (PTB), presidente da CNI. Está prestes a se livrar do processo que herdou do ministério, no caso dos Sanguessugas. O Ministério Público pediu que seja considerado inocente pela Justiça Federal.
Criatura
O ex-prefeito do Recife João Paulo (PT), em rota de colisão com o governador Eduardo Campos depois de uma meteórica passagem de 40 dias no seu secretariado, rompeu com o prefeito da capital, João da Costa, que o sucedeu. Disputa a vaga de candidato ao Senado pelo PT, mas gostaria mesmo é de concorrer ao governo.
Fechado
O PT está praticamente fechado com a candidatura à reeleição do governador Eduardo Campos (PSB). Só lançará candidato a governador se o PSB mantiver a candidatura do deputado Ciro Gomes à Presidência da República, o que considera improvável.
Fraudes
Dos 120 municípios fiscalizados pela Controladoria-Geral da União (CGU), 110 apresentaram algum tipo de problema em suas licitações, o que significa 91,66% do total. Desde 2003, o programa fiscaliza recursos da ordem de R$ 11,3 bilhões em todo o país. Ele já chegou a 30,5% dos municípios brasileiros, ou seja, 1.701 prefeituras
Tovarich
O ex-presidente Itamar Franco (foto) será candidato ao Senado pelo PPS, garante o fiel escudeiro Henrique Hargreaves. A dobradinha com o governador Aécio Neves (PSDB) na disputa das duas vagas do Senado servirá de alavanca para o vice Antônio Anastasia (PSDB), que assumirá o governo de Minas e concorrerá à reeleição. Parada indigesta para a chapa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está armando no estado mineiro.
Ofensiva
Aloizio Mercadante (PT-SP) tem conversado com aliados para garantir o palanque do PT à ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do partido à Presidência, no maior colégio eleitoral do país. Em visita feita pelo deputado Paulinho (PDT), presidente da Força Sindical, o senador petista traçou uma estratégia para, ao menos, garantir um bom palanque para a ministra no segundo turno.
Controle
Dentre os 13 projetos escolhidos pelo colégio de líderes para ir a votação a partir desta semana, uma das prioridades é o PL nº 5909/09, que cria cargos e estrutura a carreira do Conselho Nacional do Ministério Público.
No peixe/ O PT assedia o PSC em São Paulo. Cacique da legenda social cristã, o deputado Regis de Oliveira (SP) já embarcou na candidatura a governador do secretário de Desenvolvimento e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
No gato/ De olho na possibilidade de o PSB ter candidatura própria em São Paulo, o PP ensaia apresentar o deputado Celso Russomano como candidato ao governo, revela o líder da legenda na Câmara, deputado João Pizzolatti (PP-SC).
Moita/ Apesar de não declarar oficialmente, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) urde nos bastidores dos democratas sua candidatura ao governo do GDF. Enquanto isso, vai azucrinando a vida dos petistas na Câmara, com a coleta de assinaturas para a CPI do Bancoop.
sábado, 20 de março de 2010
Brasília à deriva
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
A política do Distrito Federal, em rota de colisão com o Judiciário, está à deriva. O governador interino, Wilson Lima (PR), luta para permanecer no cargo definitivamente. Para isso, precisa ser eleito pela Câmara Legislativa. Ocorre que 26 deputados distritais — entre efetivos e suplentes —, segundo o Ministério Público Federal, estariam envolvidos no escândalo que levou o ex-governador José Roberto Arruda à prisão e à cassação do mandato. Por isso, o fantasma da intervenção ainda ronda o Distrito Federal.
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Essa é uma solução que a maioria do mundo político rejeita, quando nada porque impediria o Congresso Nacional de aprovar emendas constitucionais, como o novo marco de exploração do petróleo da camada pré-sal. O mundo empresarial, cujo dinamismo econômico depende da continuidade dos investimentos do GDF, também não quer nem ouvir falar de intervenção. Como a opinião pública está perplexa e é difusa, a força mais robusta a favor da medida é alta burocracia federal, que sonha com uma “administração técnica”, a cargo de funcionários de carreira blindados em relação aos políticos. Ou seja, com uma cidade sem autonomia, dominada pelo “poder instalado” e alheia ao voto popular, como nos tempos do regime militar.
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O presidente da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), ainda não sabe o que fazer. A Câmara foi notificada da decisão do TRE que decretou a perda do mandato do governador por desfiliação partidária, mas Arruda pode recorrer. Os distritais, porém, já deram a partida para a sucessão. Aprovaram, em primeiro turno, a emenda alterando a Lei Orgânica que determina a realização de eleição indireta no caso de vacância dos cargos de governador e vice no último ano de mandato. É o que reza a Constituição. O texto vai à segunda votação, na próxima semana, e será novamente aprovado. O governador interino, Wilson Lima (PR), não tem alternativa a não ser sancionar o projeto e se candidatar ao cargo, se quiser continuar no poder. Hoje, tem apoio da maioria dos distritais.
Iaba
No meio do caminho tem redemoinho. Qualquer cidadão com filiação partidária, domicílio eleitoral em Brasília e idade mínima de 30 anos pode se candidatar a governador. Não precisa ser deputado distrital, mas são eles que escolherão o substituto de Arruda. A deputada Eliana Pedrosa (DEM), ex-secretária de Desenvolvimento Social do governo Arruda, anda falando num nome suprapartidário, que esteja fora da Câmara Legislativa e não seja candidato à reeleição. Como seu partido virou suco, a proposta deve morrer na praia.
Encruzilhada
Enquanto os distritais buscam uma saída política para o GDF, os partidos se digladiam em relação às eleições de outubro. Cristovam Buarque(PDT) continua numa espécie de finge que vai mas não vai. É candidato à reeleição, não quer ser governador. O deputado federal Rodrigo Rollemberg, que tinha pretensões de disputar uma vaga no Senado, começa a se credenciar para ser candidato a governador. Tudo vai depender do desfecho da disputa entre o ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz e o deputado Geraldo Magela nas prévias do PT marcadas para amanhã. Se o PT implodir, os demais partidos da base governista — do PCdoB ao PMDB — tendem a tomar o próprio rumo.
Armário
Como a coluna antecipou, o governador José Serra, do PSDB, completou ontem 68 anos e confirmou a candidatura à Presidência da República. Esperou o inferno astral passar para sair do armário. Aproveitou o Dia de São José para confirmar que deixará o Palácio dos Bandeirantes e lançará a candidatura em 10 de abril, em Brasília. Serra faz uma maratona de inaugurações. Está mais careca por causa de atrasos nas obras, principalmente do Rodoanel, da linha 4 do Metrô e da Marginal Tietê. Consequência das enchentes.
Palanque
Quem anda muito arisco é o ex-governador Joaquim Roriz, do PSC, que arma sua estratégia para concorrer às eleições. Sem tempo de televisão, busca aproximação com o PSDB e o PTB, o que resolveria o problema. Promete para isso armar o palanque do candidato tucano José Serra em Brasília. Os intermediários na negociação são a ex-governadora Maria Abadia (PSDB) e o presidente do PTB, Roberto Jefferson.
Sem-bolsa
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome cancelou ontem 86.963 benefícios do Programa Bolsa Família por problemas de falta de preenchimento de informações no Cadastro Único. Desde janeiro deste ano, foram suspensos os benefícios de 820,3 mil famílias
Sarrafo
O presidente da Vale, Roger Agnelli, ontem, em Minas, deu um chega pra lá no ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que pretende aumentar a cobrança de royalties de minérios: “Quem paga os royalties da mineração? Não achem vocês que vai ser a Vale que vai pagar, quem vai pagar é o consumidor”.
Caroço/O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) mantém a confiança no acordo feito com o presidente do diretório regional do PT, Edinho Silva, de que o nome do candidato do partido só será definido após conversas com todos os pré-candidatos petistas em São Paulo. Suplicy ainda não foi convocado. Mercadante, que continua de licença médica, adiou a conversa com Suplicy que havia marcado para a próxima segunda-feira. Sine die.
Poder/ O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), anunciou ontem, em encontro com dezenas de prefeitos e de outros políticos capixabas, que está pensando em permanecer no cargo até o fim do mandato. O vice Ricardo Ferraço é seu candidato à sucessão. O prefeito de Vitória, João Coser, comentando essa possível decisão, manifestou disposição de se candidatar ao Senado. Nesse caso, assumiria a prefeitura o vice Tião Barbosa, indicado por Hartung.
luizazedo.df@dabr.com.br
A política do Distrito Federal, em rota de colisão com o Judiciário, está à deriva. O governador interino, Wilson Lima (PR), luta para permanecer no cargo definitivamente. Para isso, precisa ser eleito pela Câmara Legislativa. Ocorre que 26 deputados distritais — entre efetivos e suplentes —, segundo o Ministério Público Federal, estariam envolvidos no escândalo que levou o ex-governador José Roberto Arruda à prisão e à cassação do mandato. Por isso, o fantasma da intervenção ainda ronda o Distrito Federal.
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Essa é uma solução que a maioria do mundo político rejeita, quando nada porque impediria o Congresso Nacional de aprovar emendas constitucionais, como o novo marco de exploração do petróleo da camada pré-sal. O mundo empresarial, cujo dinamismo econômico depende da continuidade dos investimentos do GDF, também não quer nem ouvir falar de intervenção. Como a opinião pública está perplexa e é difusa, a força mais robusta a favor da medida é alta burocracia federal, que sonha com uma “administração técnica”, a cargo de funcionários de carreira blindados em relação aos políticos. Ou seja, com uma cidade sem autonomia, dominada pelo “poder instalado” e alheia ao voto popular, como nos tempos do regime militar.
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O presidente da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), ainda não sabe o que fazer. A Câmara foi notificada da decisão do TRE que decretou a perda do mandato do governador por desfiliação partidária, mas Arruda pode recorrer. Os distritais, porém, já deram a partida para a sucessão. Aprovaram, em primeiro turno, a emenda alterando a Lei Orgânica que determina a realização de eleição indireta no caso de vacância dos cargos de governador e vice no último ano de mandato. É o que reza a Constituição. O texto vai à segunda votação, na próxima semana, e será novamente aprovado. O governador interino, Wilson Lima (PR), não tem alternativa a não ser sancionar o projeto e se candidatar ao cargo, se quiser continuar no poder. Hoje, tem apoio da maioria dos distritais.
Iaba
No meio do caminho tem redemoinho. Qualquer cidadão com filiação partidária, domicílio eleitoral em Brasília e idade mínima de 30 anos pode se candidatar a governador. Não precisa ser deputado distrital, mas são eles que escolherão o substituto de Arruda. A deputada Eliana Pedrosa (DEM), ex-secretária de Desenvolvimento Social do governo Arruda, anda falando num nome suprapartidário, que esteja fora da Câmara Legislativa e não seja candidato à reeleição. Como seu partido virou suco, a proposta deve morrer na praia.
Encruzilhada
Enquanto os distritais buscam uma saída política para o GDF, os partidos se digladiam em relação às eleições de outubro. Cristovam Buarque(PDT) continua numa espécie de finge que vai mas não vai. É candidato à reeleição, não quer ser governador. O deputado federal Rodrigo Rollemberg, que tinha pretensões de disputar uma vaga no Senado, começa a se credenciar para ser candidato a governador. Tudo vai depender do desfecho da disputa entre o ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz e o deputado Geraldo Magela nas prévias do PT marcadas para amanhã. Se o PT implodir, os demais partidos da base governista — do PCdoB ao PMDB — tendem a tomar o próprio rumo.
Armário
Como a coluna antecipou, o governador José Serra, do PSDB, completou ontem 68 anos e confirmou a candidatura à Presidência da República. Esperou o inferno astral passar para sair do armário. Aproveitou o Dia de São José para confirmar que deixará o Palácio dos Bandeirantes e lançará a candidatura em 10 de abril, em Brasília. Serra faz uma maratona de inaugurações. Está mais careca por causa de atrasos nas obras, principalmente do Rodoanel, da linha 4 do Metrô e da Marginal Tietê. Consequência das enchentes.
Palanque
Quem anda muito arisco é o ex-governador Joaquim Roriz, do PSC, que arma sua estratégia para concorrer às eleições. Sem tempo de televisão, busca aproximação com o PSDB e o PTB, o que resolveria o problema. Promete para isso armar o palanque do candidato tucano José Serra em Brasília. Os intermediários na negociação são a ex-governadora Maria Abadia (PSDB) e o presidente do PTB, Roberto Jefferson.
Sem-bolsa
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome cancelou ontem 86.963 benefícios do Programa Bolsa Família por problemas de falta de preenchimento de informações no Cadastro Único. Desde janeiro deste ano, foram suspensos os benefícios de 820,3 mil famílias
Sarrafo
O presidente da Vale, Roger Agnelli, ontem, em Minas, deu um chega pra lá no ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que pretende aumentar a cobrança de royalties de minérios: “Quem paga os royalties da mineração? Não achem vocês que vai ser a Vale que vai pagar, quem vai pagar é o consumidor”.
Caroço/O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) mantém a confiança no acordo feito com o presidente do diretório regional do PT, Edinho Silva, de que o nome do candidato do partido só será definido após conversas com todos os pré-candidatos petistas em São Paulo. Suplicy ainda não foi convocado. Mercadante, que continua de licença médica, adiou a conversa com Suplicy que havia marcado para a próxima segunda-feira. Sine die.
Poder/ O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), anunciou ontem, em encontro com dezenas de prefeitos e de outros políticos capixabas, que está pensando em permanecer no cargo até o fim do mandato. O vice Ricardo Ferraço é seu candidato à sucessão. O prefeito de Vitória, João Coser, comentando essa possível decisão, manifestou disposição de se candidatar ao Senado. Nesse caso, assumiria a prefeitura o vice Tião Barbosa, indicado por Hartung.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Palanque de Minas
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa hoje uma operação para armar o palanque da petista Dilma Rousseff (PT) em Minas Gerais. Pretende conversar com o vice-presidente José Alencar (PRB) e os ministros das Comunicações, Hélio Costa, candidato do PMDB ao governo de Minas, e do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, que pleiteia a vaga de candidato a governador petista. O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, outro na disputa pela vaga do PT e integrante do alto comando da campanha de Dilma, também será ouvido.
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Lula quer fechar o acordo do PT com Hélio Costa o quanto antes. Avalia que a campanha de Dilma perde terreno por causa da indefinição, ainda mais depois que o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), rechaçou definitivamente a proposta de ser vice do candidato tucano José Serra. A possibilidade de Costa ser o vice de Dilma está praticamente descartada. O peemedebista não abre mão de ser candidato a governador. E a cúpula do PMDB mantém a indicação do presidente da Câmara, Michel Temer (SP), para vice da petista.
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O vice-presidente José Alencar — que se considera curado do câncer nos intestinos, apesar da opinião cautelosa dos médicos —, diz que topa qualquer parada. Mas é candidato ao Senado e empurra a fila para trás. Aécio é considerado imbatível na disputa de uma das vagas no Senado. Fernando Pimentel defende a aliança com Hélio Costa. Patrus quer enfrentar Hélio Costa, mas ficará no ministério se Lula quiser.
Inconfidência
Cotado para vice de Hélio Costa, o deputado Virgílio Guimarães avalia que a posição do PT em relação à sucessão do governador Aécio Neves será decidida de cima para baixo, mesmo que contrarie as bases petistas. Lembra que já houve uma intervenção do diretório regional. “Nós rejeitamos a posição da cúpula da legenda por unanimidade, mas depois ninguém reclamou do interventor, o Bolão, que nem sei por onde anda”, conta, com ironia.
Guerra fria//
Os governistas se municiam para uma possível guerra com a oposição, caso democratas e tucanos continuem a coletar assinaturas para a CPI do Bancoop. Líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE) avisa que será chumbo grosso: CPI da Alston, dos pedágios nas BRs e a CPI Mista da Corrupção no DF.
Dominado
O governo não se abalou com a convocação do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pela CPI da Dívida Pública. Apesar de a estratégia ter ares de manobra eleitoral da oposição — que pretende ouvir Meireles antes que ele deixe o cargo, em 2 de abril, — os petistas dão de ombros. “A CPI está totalmente sob controle”, diz o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza.
Deixe-o
O líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja, disse nesta quinta-feira que o presidente Lula adota o jargão do período dos “anos de chumbo” ao tentar desclassificar as críticas da oposição. “É uma espécie de Ame-o ou deixe-o, que é um velho discurso da época da ditadura”, relembra. Coruja acusa o Palácio do Planalto de usar e abusar de manobras para barrar as investigações envolvendo o PT.
Racha
O presidente do PT-DF, Ezequiel Nascimento, perdeu a paciência por causa da disputa entre o ex-ministro do Esporte Agnello Queiroz e o deputado Geraldo Magela pela vaga de candidato a governador: “Só podemos lamentar que os dois prefiram brigar entre si pra ver quem chega primeiro ao poder — e envolvam o PT na crise da corrupção. Deveriam se juntar aos partidos que buscam a união das forças políticas éticas e competentes para disputar a eleição contra o grupo que originou todo o escândalo do governo Arruda. O PT parece, mais uma vez, preferir o isolamento”.
Teimoso
Sem Ciro Gomes na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, o cenário em São Paulo será mesmo o de dois palanques para a petista Dilma Rousseff. Paulo Skaf (foto), do PSB, não abre mão da candidatura a governador, apesar das pressões de Aloizio Mercadante (PT) , que não confessa, mas já se conformou com o sacrifício e será candidato a governador.
Renda
Sem PAC ou Bolsa Família como cabo eleitoral, o governo de São Paulo retomou a divulgação da ampliação do Programa Renda Cidadã. Assinado pelo governador José Serra (PSDB-SP) na última sexta-feira, o programa dobrou o benefício pago às famílias de baixa renda, que passou a ser de R$ 200
Corta essa/ O secretário-geral do PTB no estado de São Paulo, deputado Campos Machado, rechaçou as pressões do líder da bancada na Câmara, Jovair Arantes (GO), para o partido apoiar a petista Dilma Rousseff. “O PT, após a denúncia do mensalão, feita pelo nosso presidente, tentou, de todas as maneiras, desconstruir a imagem de Roberto Jefferson e, até mesmo, do nosso partido”, argumenta ao defender a coligação com Serra.
Espaço/ Para comemorar os 50 anos de Brasília, a Fundação Astrojildo Pereira inaugura hoje, às 19h, no Conic (SDS, Ed. Venâncio III, Sobreloja), o Espaço Cultural Arildo Dória, auditório multimídia com múltiplas funções. O nome é uma homenagem ao líder bancário e jornalista radicado em Brasília. No local funcionará também o Cine-clube Vladimir Carvalho.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa hoje uma operação para armar o palanque da petista Dilma Rousseff (PT) em Minas Gerais. Pretende conversar com o vice-presidente José Alencar (PRB) e os ministros das Comunicações, Hélio Costa, candidato do PMDB ao governo de Minas, e do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, que pleiteia a vaga de candidato a governador petista. O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, outro na disputa pela vaga do PT e integrante do alto comando da campanha de Dilma, também será ouvido.
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Lula quer fechar o acordo do PT com Hélio Costa o quanto antes. Avalia que a campanha de Dilma perde terreno por causa da indefinição, ainda mais depois que o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), rechaçou definitivamente a proposta de ser vice do candidato tucano José Serra. A possibilidade de Costa ser o vice de Dilma está praticamente descartada. O peemedebista não abre mão de ser candidato a governador. E a cúpula do PMDB mantém a indicação do presidente da Câmara, Michel Temer (SP), para vice da petista.
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O vice-presidente José Alencar — que se considera curado do câncer nos intestinos, apesar da opinião cautelosa dos médicos —, diz que topa qualquer parada. Mas é candidato ao Senado e empurra a fila para trás. Aécio é considerado imbatível na disputa de uma das vagas no Senado. Fernando Pimentel defende a aliança com Hélio Costa. Patrus quer enfrentar Hélio Costa, mas ficará no ministério se Lula quiser.
Inconfidência
Cotado para vice de Hélio Costa, o deputado Virgílio Guimarães avalia que a posição do PT em relação à sucessão do governador Aécio Neves será decidida de cima para baixo, mesmo que contrarie as bases petistas. Lembra que já houve uma intervenção do diretório regional. “Nós rejeitamos a posição da cúpula da legenda por unanimidade, mas depois ninguém reclamou do interventor, o Bolão, que nem sei por onde anda”, conta, com ironia.
Guerra fria//
Os governistas se municiam para uma possível guerra com a oposição, caso democratas e tucanos continuem a coletar assinaturas para a CPI do Bancoop. Líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE) avisa que será chumbo grosso: CPI da Alston, dos pedágios nas BRs e a CPI Mista da Corrupção no DF.
Dominado
O governo não se abalou com a convocação do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pela CPI da Dívida Pública. Apesar de a estratégia ter ares de manobra eleitoral da oposição — que pretende ouvir Meireles antes que ele deixe o cargo, em 2 de abril, — os petistas dão de ombros. “A CPI está totalmente sob controle”, diz o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza.
Deixe-o
O líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja, disse nesta quinta-feira que o presidente Lula adota o jargão do período dos “anos de chumbo” ao tentar desclassificar as críticas da oposição. “É uma espécie de Ame-o ou deixe-o, que é um velho discurso da época da ditadura”, relembra. Coruja acusa o Palácio do Planalto de usar e abusar de manobras para barrar as investigações envolvendo o PT.
Racha
O presidente do PT-DF, Ezequiel Nascimento, perdeu a paciência por causa da disputa entre o ex-ministro do Esporte Agnello Queiroz e o deputado Geraldo Magela pela vaga de candidato a governador: “Só podemos lamentar que os dois prefiram brigar entre si pra ver quem chega primeiro ao poder — e envolvam o PT na crise da corrupção. Deveriam se juntar aos partidos que buscam a união das forças políticas éticas e competentes para disputar a eleição contra o grupo que originou todo o escândalo do governo Arruda. O PT parece, mais uma vez, preferir o isolamento”.
Teimoso
Sem Ciro Gomes na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, o cenário em São Paulo será mesmo o de dois palanques para a petista Dilma Rousseff. Paulo Skaf (foto), do PSB, não abre mão da candidatura a governador, apesar das pressões de Aloizio Mercadante (PT) , que não confessa, mas já se conformou com o sacrifício e será candidato a governador.
Renda
Sem PAC ou Bolsa Família como cabo eleitoral, o governo de São Paulo retomou a divulgação da ampliação do Programa Renda Cidadã. Assinado pelo governador José Serra (PSDB-SP) na última sexta-feira, o programa dobrou o benefício pago às famílias de baixa renda, que passou a ser de R$ 200
Corta essa/ O secretário-geral do PTB no estado de São Paulo, deputado Campos Machado, rechaçou as pressões do líder da bancada na Câmara, Jovair Arantes (GO), para o partido apoiar a petista Dilma Rousseff. “O PT, após a denúncia do mensalão, feita pelo nosso presidente, tentou, de todas as maneiras, desconstruir a imagem de Roberto Jefferson e, até mesmo, do nosso partido”, argumenta ao defender a coligação com Serra.
Espaço/ Para comemorar os 50 anos de Brasília, a Fundação Astrojildo Pereira inaugura hoje, às 19h, no Conic (SDS, Ed. Venâncio III, Sobreloja), o Espaço Cultural Arildo Dória, auditório multimídia com múltiplas funções. O nome é uma homenagem ao líder bancário e jornalista radicado em Brasília. No local funcionará também o Cine-clube Vladimir Carvalho.
quinta-feira, 18 de março de 2010
Euforia tucana
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Deputados e senadores do PSDB comemoraram até com certa euforia os resultados da pesquisa CNI/Ibope sobre a avaliação do governo Lula e a sucessão presidencial. Apesar da avaliação do governo — que subiu de 72% para 75% de aprovação —, e do elevado índice de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estável nos 83%. E da espetacular ascensão de Dilma Rousseff (PT). A razão da comemoração foi o fato de o governador José Serra, candidato da legenda a presidente da República, não ter sido ultrapassado pela candidata petista, mantendo uma vantagem de cinco pontos percentuais. Em dezembro, Serra tinha 38% das intenções de voto. Hoje está com 35%. Dilma passou de 17% para 30%. Ciro Gomes (PSB) caiu de 13% para 11%, e Marina Silva (PV) permaneceu com 6%.
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“Esse resultado era esperado, mostra que mesmo sem fazer campanha a candidatura de Serra permanece favorita”, minimiza o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), que anunciou para 10 de abril o lançamento da candidatura de José Serra. Será em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Outros cenários ajudaram a animar os tucanos: sem Ciro Gomes, Serra sobe para 38% e Dilma, para 33%. Ou seja, a vantagem do candidato do PSDB para a do PT continua em cinco pontos. Marina ficaria com 8%. Haveria segundo turno nos dois cenários. Para alegria dos tucanos, segundo a pesquisa, Serra venceria Dilma por 44% a 39%.
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No PT, a expectativa da cúpula era de que Dilma aparecesse em empate técnico, o que não houve, uma vez que a margem de erro da pesquisa é de 2%. Em compensação, a rejeição de Dilma desabou 14 pontos, saindo de 41% em dezembro, o que era considerado um desastre, para os atuais 27%, dois pontos a mais que a rejeição de Serra. Estrategistas do governo avaliam que Dilma ultrapassará Serra até junho. Os tucanos não acreditam: Serra estará finalmente em campanha pelo país afora e Dilma terá que enfrentá-lo na planície.
Shalon
O governador Jaques Wagner (foto), que faz parte da comitiva do presidente Lula no Oriente Médio, comemorou seu 59º aniversário em Jerusalém. O governador baiano é judeu.
Tarifas
A oferta de livre comércio de Israel com o Mercosul contém 8 mil itens que terão um cronograma de redução gradual de tarifas em oito anos. A oferta do Mercosul, cujas tarifas serão reduzidas em 10 anos, reúne 9.424 produtos.
Pirão
O governador do Ceará, Cid Gomes (foto), fez um piquenique à sombra do governador Sérgio Cabral (PMDB), durante corpo a corpo no Senado para tratar dos royalties de petróleo. Disse que o radicalismo do colega carioca vai dificultar as negociações para reduzir os prejuízos do Rio.
Etanol
O Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e Israel, que deve entrar em vigor no próximo mês, triplicará as trocas comerciais com o Brasil, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Porém, o etanol ficou de fora.
Menos ruim
Não se surpreendam se o governador José Roberto Arruda desistir de recorrer da cassação do seu mandato de governador por infidelidade partidária, aprovada por 4 a 3 pelo Tribunal Regional Eleitoral. A sentença livra-o do processo de impeachment em tramitação na Câmara Legislativa, que poderia lhe custar o mandato e mais oito anos de direitos políticos, a contar de 2011, deixando-o fora das eleições.
Panelinha
O deputado Ernandes Amorim (PTB-RO) anda irritado com o colégio de líderes. O parlamentar não poupa críticas à oposição nem à base do governo, da qual participa, por causa da orientação dada às bancadas do PT, do PMDB e do PSDB para votar contra o envio de uma comissão destinada a apurar irregularidades em frigoríficos de Rondônia. Amorim pregou o fim do que chamou de “ditadura de líderes”.
Buriti
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que reluta em ser candidato ao governo do Distrito Federal, disse ao deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) que pode apoiá-lo ao Palácio do Buriti. Avalia que a disputa interna do PT enfraquece tanto a candidatura do ex-ministro do Esporte Agnello Queiroz como a do deputado Geraldo Magela.
Amigo/Com o imbróglio em São Paulo prestes a ser solucionado com a candidatura do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini (PT-SP) tenta minimizar as críticas do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao PT paulista. “As portas do partido continuam abertas a Ciro, mas temos que cuidar de nossas vidas”, justifica.
À luta/A jornalista Ana Amélia Lemos, que por duas décadas comandou o escritório da Zero Hora em Brasília, fez sua última coluna ontem. Será candidata do PP ao Senado, pelo Rio Grande do Sul.
Confronto/A estratégia do PT para encarar a oposição no suposto envolvimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, no caso Bancoop é o enfrentamento. Por orientação do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, Vaccari falará com a imprensa, em coletiva a ser marcada em breve, e entrará com ações contra o promotor José Carlos Blat e a imprensa.
luizazedo.df@dabr.com.br
Deputados e senadores do PSDB comemoraram até com certa euforia os resultados da pesquisa CNI/Ibope sobre a avaliação do governo Lula e a sucessão presidencial. Apesar da avaliação do governo — que subiu de 72% para 75% de aprovação —, e do elevado índice de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estável nos 83%. E da espetacular ascensão de Dilma Rousseff (PT). A razão da comemoração foi o fato de o governador José Serra, candidato da legenda a presidente da República, não ter sido ultrapassado pela candidata petista, mantendo uma vantagem de cinco pontos percentuais. Em dezembro, Serra tinha 38% das intenções de voto. Hoje está com 35%. Dilma passou de 17% para 30%. Ciro Gomes (PSB) caiu de 13% para 11%, e Marina Silva (PV) permaneceu com 6%.
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“Esse resultado era esperado, mostra que mesmo sem fazer campanha a candidatura de Serra permanece favorita”, minimiza o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), que anunciou para 10 de abril o lançamento da candidatura de José Serra. Será em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Outros cenários ajudaram a animar os tucanos: sem Ciro Gomes, Serra sobe para 38% e Dilma, para 33%. Ou seja, a vantagem do candidato do PSDB para a do PT continua em cinco pontos. Marina ficaria com 8%. Haveria segundo turno nos dois cenários. Para alegria dos tucanos, segundo a pesquisa, Serra venceria Dilma por 44% a 39%.
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No PT, a expectativa da cúpula era de que Dilma aparecesse em empate técnico, o que não houve, uma vez que a margem de erro da pesquisa é de 2%. Em compensação, a rejeição de Dilma desabou 14 pontos, saindo de 41% em dezembro, o que era considerado um desastre, para os atuais 27%, dois pontos a mais que a rejeição de Serra. Estrategistas do governo avaliam que Dilma ultrapassará Serra até junho. Os tucanos não acreditam: Serra estará finalmente em campanha pelo país afora e Dilma terá que enfrentá-lo na planície.
Shalon
O governador Jaques Wagner (foto), que faz parte da comitiva do presidente Lula no Oriente Médio, comemorou seu 59º aniversário em Jerusalém. O governador baiano é judeu.
Tarifas
A oferta de livre comércio de Israel com o Mercosul contém 8 mil itens que terão um cronograma de redução gradual de tarifas em oito anos. A oferta do Mercosul, cujas tarifas serão reduzidas em 10 anos, reúne 9.424 produtos.
Pirão
O governador do Ceará, Cid Gomes (foto), fez um piquenique à sombra do governador Sérgio Cabral (PMDB), durante corpo a corpo no Senado para tratar dos royalties de petróleo. Disse que o radicalismo do colega carioca vai dificultar as negociações para reduzir os prejuízos do Rio.
Etanol
O Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e Israel, que deve entrar em vigor no próximo mês, triplicará as trocas comerciais com o Brasil, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Porém, o etanol ficou de fora.
Menos ruim
Não se surpreendam se o governador José Roberto Arruda desistir de recorrer da cassação do seu mandato de governador por infidelidade partidária, aprovada por 4 a 3 pelo Tribunal Regional Eleitoral. A sentença livra-o do processo de impeachment em tramitação na Câmara Legislativa, que poderia lhe custar o mandato e mais oito anos de direitos políticos, a contar de 2011, deixando-o fora das eleições.
Panelinha
O deputado Ernandes Amorim (PTB-RO) anda irritado com o colégio de líderes. O parlamentar não poupa críticas à oposição nem à base do governo, da qual participa, por causa da orientação dada às bancadas do PT, do PMDB e do PSDB para votar contra o envio de uma comissão destinada a apurar irregularidades em frigoríficos de Rondônia. Amorim pregou o fim do que chamou de “ditadura de líderes”.
Buriti
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que reluta em ser candidato ao governo do Distrito Federal, disse ao deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) que pode apoiá-lo ao Palácio do Buriti. Avalia que a disputa interna do PT enfraquece tanto a candidatura do ex-ministro do Esporte Agnello Queiroz como a do deputado Geraldo Magela.
Amigo/Com o imbróglio em São Paulo prestes a ser solucionado com a candidatura do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini (PT-SP) tenta minimizar as críticas do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao PT paulista. “As portas do partido continuam abertas a Ciro, mas temos que cuidar de nossas vidas”, justifica.
À luta/A jornalista Ana Amélia Lemos, que por duas décadas comandou o escritório da Zero Hora em Brasília, fez sua última coluna ontem. Será candidata do PP ao Senado, pelo Rio Grande do Sul.
Confronto/A estratégia do PT para encarar a oposição no suposto envolvimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, no caso Bancoop é o enfrentamento. Por orientação do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, Vaccari falará com a imprensa, em coletiva a ser marcada em breve, e entrará com ações contra o promotor José Carlos Blat e a imprensa.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Escrito das estrelas
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Supersticioso, o governador de São Paulo, José Serra, está em pleno inferno astral. Aos correligionários, argumenta que não pretende anunciar sua candidatura antes do próximo dia 19, data de seu aniversário, porque daria azar. Em 2002, lançou-se antes de acabar o desventuroso mês que antecede o seu aniversário e se deu mal. Nas eleições subsequentes, em 2004, quando disputou a Prefeitura de São Paulo, e em 2006, quando concorreu ao Palácio dos Bandeirantes, procedeu de modo diferente e colheu melhores frutos.
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Essa pode ser uma conversa para continuar enrolando os tucanos e seu aliados e, assim, permanecer encorujado, como a ave que acompanha sua jornada de trabalho. É notívago inveterado. Do signo de Peixes, Serra é leitor do renomado astrólogo Oscar Quiroga, que no horóscopo de ontem escrevia como se fosse o estrategista do candidato tucano: “Demonstre sem pudor nem temor sua capacidade organizadora, congregando correntes diferentes de pensamento através de suas atitudes e empreendimentos. Nada deve ser feito em nome do passado, mas do futuro”. Perfeito para Serra, que pretende descolar sua imagem de Fernando Henrique Cardoso e se colocar como o anti-Dilma, e não o anti-Lula. O tucano consultará uma amiga numeróloga para decidir o dia de lançamento de sua candidatura.
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Em tempo: será divulgada hoje mais uma pesquisa de opinião CNI/Sensus, na qual Serra manteria vantagem em relação a Dilma Rousseff. Se isso ocorrer, será comemorada por tucanos e petistas. Agrada aos primeiros porque consolidaria a candidatura de Serra; aos segundos, porque temem que o tucano desista de concorrer à Presidência se levar um xis de Dilma antes de começar a campanha.
Honduras é aqui//
A crise institucional no Distrito Federal caminha para uma solução do tipo “hondurenha”. Ou seja, todos manobram — inclusive o Supremo Tribunal Federal (STF) — para empurrar o assunto com a barriga, até que as eleições — que precisam transcorrer com lisura — apontem o novo governador de Brasília.
Big Brother
Há mais coisas no ar do que os caças supersônicos que a Força Aérea Brasileira pretende adquirir. Os norte-americanos estão monitorando todas as negociações e personagens envolvidos. Avaliam que o tema é tão complexo que já derrubou dois ministros, o embaixador Júlio César, no governo de Fernando Henrique Cardoso, e o embaixador José Viegas, ex-ministro da Defesa do governo Lula. Até agora, o ministro da Defesa, Nelson Jobim (foto), tirou de letra as pressões. Afinado com o presidente Lula, não acredita em bruxas. Mas que existem, existem.
Barriga
No que depender do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o regime de partilha dos royalties de petróleo não será mesmo votado tão cedo. Provável relator do projeto, Renan prepara a agenda para se reunir em breve com os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), para abrir as discussões do pré-sal. Em seguida, se encontrará com governadores de alguns estados não produtores. Sem pressa.
Manera
Com a garantia do veto presidencial dada pelo líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), parlamentares do Rio acham que é hora de moderar o tom e evitar o confronto com os outros 24 estados. “O momento é de baixar a bola. O confronto já se mostrou uma saída prejudicial”, pondera o deputado Brizola Neto (PDT-RJ). Hoje haverá uma grande manifestação no Rio comandada pelo governador Sérgio Cabral.
Coringa
O PMDB testa novos nomes para emplacar no lugar do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que deixa o cargo em abril. Com a resistência do Planalto ao chefe de gabinete de Costa, José Artur Filardi, a vaga pode cair no colo do ex-senador Fernando Bezerra (foto), que trocou o PTB pelo PMDB. Ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, o potiguar foi líder do governo nas gestões de FHC e de Lula.
Depoimento
Os membros da CPI da Corrupção se reunirão hoje com o diretor-geral em exercício do Departamento de Polícia Federal, Luiz Pontel de Souza, às 10h. Querem agendar o depoimento de Durval Barbosa Rodrigues, delator do esquema de corrupção no Governo do Distrito Federal, em apuração também na Polícia Federal e no Superior Tribunal de Justiça.
Pires
Prefeitos de todo o país reclamam das constantes quedas nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Só neste mês, o FPM já registra uma perda em relação ao primeiro repasse de fevereiro de 45,31%
Pururuca/ O apartamento do deputado federal Fábio Ramalho (PV-MG), conhecido como Fabinho Liderança, concorre, toda quarta-feira, com os tradicionais redutos gastronômicos dos políticos em Brasília. Hoje, o pretexto para o banquete à mineira é uma homenagem ao secretário de Saúde de Minas Gerais, Marcus Pestana, que retorna à Assembleia Legislativa.
Pé no barro/ O senador Gerson Camata(PMDB-ES) está em dúvida se libera a vaga para que a deputada Rita Camata (PSDB-ES), sua mulher, concorra ao Senado. No fim de semana, foi a dois casamentos e a um velório no interior do Espírito Santo. “Eram meus eleitores”, justifica.
Engenheiros/ A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) foi convidada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República a contribuir com propostas da categoria para o crescimento do país. “Somos profissionais do desenvolvimento”, afirma Murilo Pinheiro, presidente da FNE, que hoje apresentará ao ministro Samuel Pinheiro Guimarães o manifesto Cresce Brasil + engenharia + desenvolvimento e a superação da crise.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Supersticioso, o governador de São Paulo, José Serra, está em pleno inferno astral. Aos correligionários, argumenta que não pretende anunciar sua candidatura antes do próximo dia 19, data de seu aniversário, porque daria azar. Em 2002, lançou-se antes de acabar o desventuroso mês que antecede o seu aniversário e se deu mal. Nas eleições subsequentes, em 2004, quando disputou a Prefeitura de São Paulo, e em 2006, quando concorreu ao Palácio dos Bandeirantes, procedeu de modo diferente e colheu melhores frutos.
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Essa pode ser uma conversa para continuar enrolando os tucanos e seu aliados e, assim, permanecer encorujado, como a ave que acompanha sua jornada de trabalho. É notívago inveterado. Do signo de Peixes, Serra é leitor do renomado astrólogo Oscar Quiroga, que no horóscopo de ontem escrevia como se fosse o estrategista do candidato tucano: “Demonstre sem pudor nem temor sua capacidade organizadora, congregando correntes diferentes de pensamento através de suas atitudes e empreendimentos. Nada deve ser feito em nome do passado, mas do futuro”. Perfeito para Serra, que pretende descolar sua imagem de Fernando Henrique Cardoso e se colocar como o anti-Dilma, e não o anti-Lula. O tucano consultará uma amiga numeróloga para decidir o dia de lançamento de sua candidatura.
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Em tempo: será divulgada hoje mais uma pesquisa de opinião CNI/Sensus, na qual Serra manteria vantagem em relação a Dilma Rousseff. Se isso ocorrer, será comemorada por tucanos e petistas. Agrada aos primeiros porque consolidaria a candidatura de Serra; aos segundos, porque temem que o tucano desista de concorrer à Presidência se levar um xis de Dilma antes de começar a campanha.
Honduras é aqui//
A crise institucional no Distrito Federal caminha para uma solução do tipo “hondurenha”. Ou seja, todos manobram — inclusive o Supremo Tribunal Federal (STF) — para empurrar o assunto com a barriga, até que as eleições — que precisam transcorrer com lisura — apontem o novo governador de Brasília.
Big Brother
Há mais coisas no ar do que os caças supersônicos que a Força Aérea Brasileira pretende adquirir. Os norte-americanos estão monitorando todas as negociações e personagens envolvidos. Avaliam que o tema é tão complexo que já derrubou dois ministros, o embaixador Júlio César, no governo de Fernando Henrique Cardoso, e o embaixador José Viegas, ex-ministro da Defesa do governo Lula. Até agora, o ministro da Defesa, Nelson Jobim (foto), tirou de letra as pressões. Afinado com o presidente Lula, não acredita em bruxas. Mas que existem, existem.
Barriga
No que depender do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o regime de partilha dos royalties de petróleo não será mesmo votado tão cedo. Provável relator do projeto, Renan prepara a agenda para se reunir em breve com os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), para abrir as discussões do pré-sal. Em seguida, se encontrará com governadores de alguns estados não produtores. Sem pressa.
Manera
Com a garantia do veto presidencial dada pelo líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), parlamentares do Rio acham que é hora de moderar o tom e evitar o confronto com os outros 24 estados. “O momento é de baixar a bola. O confronto já se mostrou uma saída prejudicial”, pondera o deputado Brizola Neto (PDT-RJ). Hoje haverá uma grande manifestação no Rio comandada pelo governador Sérgio Cabral.
Coringa
O PMDB testa novos nomes para emplacar no lugar do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que deixa o cargo em abril. Com a resistência do Planalto ao chefe de gabinete de Costa, José Artur Filardi, a vaga pode cair no colo do ex-senador Fernando Bezerra (foto), que trocou o PTB pelo PMDB. Ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, o potiguar foi líder do governo nas gestões de FHC e de Lula.
Depoimento
Os membros da CPI da Corrupção se reunirão hoje com o diretor-geral em exercício do Departamento de Polícia Federal, Luiz Pontel de Souza, às 10h. Querem agendar o depoimento de Durval Barbosa Rodrigues, delator do esquema de corrupção no Governo do Distrito Federal, em apuração também na Polícia Federal e no Superior Tribunal de Justiça.
Pires
Prefeitos de todo o país reclamam das constantes quedas nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Só neste mês, o FPM já registra uma perda em relação ao primeiro repasse de fevereiro de 45,31%
Pururuca/ O apartamento do deputado federal Fábio Ramalho (PV-MG), conhecido como Fabinho Liderança, concorre, toda quarta-feira, com os tradicionais redutos gastronômicos dos políticos em Brasília. Hoje, o pretexto para o banquete à mineira é uma homenagem ao secretário de Saúde de Minas Gerais, Marcus Pestana, que retorna à Assembleia Legislativa.
Pé no barro/ O senador Gerson Camata(PMDB-ES) está em dúvida se libera a vaga para que a deputada Rita Camata (PSDB-ES), sua mulher, concorra ao Senado. No fim de semana, foi a dois casamentos e a um velório no interior do Espírito Santo. “Eram meus eleitores”, justifica.
Engenheiros/ A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) foi convidada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República a contribuir com propostas da categoria para o crescimento do país. “Somos profissionais do desenvolvimento”, afirma Murilo Pinheiro, presidente da FNE, que hoje apresentará ao ministro Samuel Pinheiro Guimarães o manifesto Cresce Brasil + engenharia + desenvolvimento e a superação da crise.
terça-feira, 16 de março de 2010
Paixões eleitorais
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), terá uma conversa franca hoje com o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), na tentativa de enxugar a pauta e conter o que chama de “paixões eleitorais”, que ameaçam levar o governo a uma série de derrotas. A mais espetacular já houve: foi a votação da emenda de IbsenPinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG), que decidiu distribuir os royalties de petróleo pelos critérios dos fundos constitucionais de participação dos estados e dos municípios e acabar com a participação especial dos estados produtores. Há outras à vista. Por exemplo, a votação do regime de trabalho de 40 horas semanais, que a Força Sindical insiste em votar, embora a Central Única dos Trabalhadores (CUT) faça corpo mole a pedido do Palácio do Planalto.
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Quase uma dezena de emendas constitucionais com caráter corporativista esperam votação. Algumas com o exagero de estabelecer pisos salariais. Todas são acompanhadas de forte lobby sindical. O pior é que o baixo clero da Câmara tem poder de barganha. E a oposição quer ver o circo pegar fogo.
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Constam da pauta da Câmara 11 medidas provisórias. Entre elas, o aumento do salário mínimo de R$ 460 para R$ 510 e a política de reajuste do salário mínimo para o período entre 2010 e 2023
(MP 474/09). Também está na lista o reajuste do salário de aposentados e pensionistas que ganham acima do salário mínimo (MP 475/09), que pode vir a ser equiparado ao percentual do mínimo, como reivindicam os aposentados.
Exótico//
O Distrito Federal vive mesmo uma situação sui generis. Seu parlamento é o único do Brasil onde existe meio deputado, pelo menos enquanto o Supremo Tribunal Federal não decide a situação dos distritais envolvidos na Operação Caixa de Pandora.
Retaliação
No Senado, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), desde ontem à noite, tenta convencer o líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL), a não obstruir as votações. Trancam a pauta a MP 470/09, que concede crédito de até R$ 6 bilhões à Caixa e de R$ 1 bilhão ao Banco do Nordeste; e a MP 471/09, que concede incentivo fiscal às montadoras e fabricantes de veículos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Agastado com o governo porque foi excluído das negociações do PMDB com o presidente Lula, Renan reivindica anistia para agricultores do Nordeste. Se não forem votadas já, as medidas provisórias caducarão.
Bronca
O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal, Fábio de Carvalho, desce a lenha no Projeto de Lei nº 6.926/2010, do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), apresentado na última quarta-feira, dia 10. De acordo com Carvalho, a verba do Fundo Constitucional de Financiamento do
Centro-Oeste voltada para o Distrito Federal não pode ser direcionada para outro rumo. “Já temos problemas em excesso relacionados à segurança, saúde e educação no DF. A retirada de R$ 700 milhões, caso a transferência ocorra, seria uma ação totalmente danosa para a população”, critica. Caiado quer transferir os recursos para os municípios do Entorno.
Estágios
Aumentou em 30%, com relação a janeiro do ano passado, o número de estudantes que realizam estágios em órgãos públicos administrados
pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).
Saltou de 59.531 para 77.524 estudantes.
Cascões
Essa é boa: a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou projeto de lei da deputada Lívia Arruda (PMDB) instituindo o Dia Estadual de Lavar as Mãos. Será comemorado em 15 de outubro, mas nenhum cearense precisa esperar até lá.
Tchequistas
A queda do Muro de Berlim trouxe muitas mudanças, inclusive no Brasil, algumas com sinal trocado. O presidente do Sindipol, Sindicato dos Policiais Federais, Cláudio Avelar (foto), é pré-candidato a deputado federal pelo PCdoB. O delegado Protógenes Queiroz (foto), aquele do polêmico caso Satiagraha, também disputa uma vaga na Câmara pela legenda comunista, em São Paulo.
É a PFdoB.
Isonomia
A Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef) cobra a isonomia para a categoria, com a aprovação da PEC 358/05, que garante autonomia funcional e administrativa aos defensores públicos federais, que passariam a ter mais recursos para ampliar o quadro funcional e investir em estrutura de apoio. Há somente 340 defensores públicos federais em atividade no país, mas 1 milhão de brasileiros com renda inferior a R$ 1.372,81 foram atendidos pela Defensoria Pública Federal em 2009.
Candidato/ Ex-presidente nacional da OAB, Cezar Brito foi convidado pelas principais lideranças jurídicas do Rio de Janeiro e de São Paulo para ocupar a presidência do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB). A eleição será no próximo 14 de abril.
Exposição/ O deputado Índio da Costa (DEM-RJ) entrega amanhã ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), o relatório do projeto Ficha Limpa. O democrata aponta os deputados envolvidos em casos de mensalão como o foco de resistência à proposta.
Tensão/ Adiado para hoje, a pedido do presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, às 19h, no Hotel San Marco, o debate entre os pré-candidatos petistas ao GDF Agnelo Queiroz e Geraldo Magela. Será o único antes das prévias marcadas para o próximo domingo.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), terá uma conversa franca hoje com o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), na tentativa de enxugar a pauta e conter o que chama de “paixões eleitorais”, que ameaçam levar o governo a uma série de derrotas. A mais espetacular já houve: foi a votação da emenda de IbsenPinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG), que decidiu distribuir os royalties de petróleo pelos critérios dos fundos constitucionais de participação dos estados e dos municípios e acabar com a participação especial dos estados produtores. Há outras à vista. Por exemplo, a votação do regime de trabalho de 40 horas semanais, que a Força Sindical insiste em votar, embora a Central Única dos Trabalhadores (CUT) faça corpo mole a pedido do Palácio do Planalto.
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Quase uma dezena de emendas constitucionais com caráter corporativista esperam votação. Algumas com o exagero de estabelecer pisos salariais. Todas são acompanhadas de forte lobby sindical. O pior é que o baixo clero da Câmara tem poder de barganha. E a oposição quer ver o circo pegar fogo.
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Constam da pauta da Câmara 11 medidas provisórias. Entre elas, o aumento do salário mínimo de R$ 460 para R$ 510 e a política de reajuste do salário mínimo para o período entre 2010 e 2023
(MP 474/09). Também está na lista o reajuste do salário de aposentados e pensionistas que ganham acima do salário mínimo (MP 475/09), que pode vir a ser equiparado ao percentual do mínimo, como reivindicam os aposentados.
Exótico//
O Distrito Federal vive mesmo uma situação sui generis. Seu parlamento é o único do Brasil onde existe meio deputado, pelo menos enquanto o Supremo Tribunal Federal não decide a situação dos distritais envolvidos na Operação Caixa de Pandora.
Retaliação
No Senado, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), desde ontem à noite, tenta convencer o líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL), a não obstruir as votações. Trancam a pauta a MP 470/09, que concede crédito de até R$ 6 bilhões à Caixa e de R$ 1 bilhão ao Banco do Nordeste; e a MP 471/09, que concede incentivo fiscal às montadoras e fabricantes de veículos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Agastado com o governo porque foi excluído das negociações do PMDB com o presidente Lula, Renan reivindica anistia para agricultores do Nordeste. Se não forem votadas já, as medidas provisórias caducarão.
Bronca
O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal, Fábio de Carvalho, desce a lenha no Projeto de Lei nº 6.926/2010, do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), apresentado na última quarta-feira, dia 10. De acordo com Carvalho, a verba do Fundo Constitucional de Financiamento do
Centro-Oeste voltada para o Distrito Federal não pode ser direcionada para outro rumo. “Já temos problemas em excesso relacionados à segurança, saúde e educação no DF. A retirada de R$ 700 milhões, caso a transferência ocorra, seria uma ação totalmente danosa para a população”, critica. Caiado quer transferir os recursos para os municípios do Entorno.
Estágios
Aumentou em 30%, com relação a janeiro do ano passado, o número de estudantes que realizam estágios em órgãos públicos administrados
pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).
Saltou de 59.531 para 77.524 estudantes.
Cascões
Essa é boa: a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou projeto de lei da deputada Lívia Arruda (PMDB) instituindo o Dia Estadual de Lavar as Mãos. Será comemorado em 15 de outubro, mas nenhum cearense precisa esperar até lá.
Tchequistas
A queda do Muro de Berlim trouxe muitas mudanças, inclusive no Brasil, algumas com sinal trocado. O presidente do Sindipol, Sindicato dos Policiais Federais, Cláudio Avelar (foto), é pré-candidato a deputado federal pelo PCdoB. O delegado Protógenes Queiroz (foto), aquele do polêmico caso Satiagraha, também disputa uma vaga na Câmara pela legenda comunista, em São Paulo.
É a PFdoB.
Isonomia
A Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef) cobra a isonomia para a categoria, com a aprovação da PEC 358/05, que garante autonomia funcional e administrativa aos defensores públicos federais, que passariam a ter mais recursos para ampliar o quadro funcional e investir em estrutura de apoio. Há somente 340 defensores públicos federais em atividade no país, mas 1 milhão de brasileiros com renda inferior a R$ 1.372,81 foram atendidos pela Defensoria Pública Federal em 2009.
Candidato/ Ex-presidente nacional da OAB, Cezar Brito foi convidado pelas principais lideranças jurídicas do Rio de Janeiro e de São Paulo para ocupar a presidência do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB). A eleição será no próximo 14 de abril.
Exposição/ O deputado Índio da Costa (DEM-RJ) entrega amanhã ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), o relatório do projeto Ficha Limpa. O democrata aponta os deputados envolvidos em casos de mensalão como o foco de resistência à proposta.
Tensão/ Adiado para hoje, a pedido do presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, às 19h, no Hotel San Marco, o debate entre os pré-candidatos petistas ao GDF Agnelo Queiroz e Geraldo Magela. Será o único antes das prévias marcadas para o próximo domingo.
domingo, 14 de março de 2010
São Sebastião
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Estácio de Sá fundou a cidade do Rio de Janeiro, entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, em março de 1565, e liderou a expulsão dos franceses da Baía de Guanabara, com apoio do cacique Arariboia, de Niterói. Reza a lenda que recebeu o auxílio milagroso do rei Dom Sebastião, que sumiu na batalha de Alcácer-Quibir, durante as Cruzadas e deu origem ao Sebastianismo. Daí o nome da cidade, em homenagem a São Sebastião, mártir católico. Salvador de Sá e Benevides, sobrinho-neto do fundador da cidade, foi governador da capitania do Rio de Janeiro, governador-geral da repartição das Minas e almirante da Costa do Sul e do Rio da Prata no período colonial. Quando os holandeses ocuparam o Nordeste, comandou uma força de socorro que partiu do Rio de Janeiro em defesa de Salvador, capital colonial. Mais tarde, armou a esquadra carioca que pôs para correr os holandeses e os calvinistas franceses que ocupavam Angola (1648) e se refugiaram na Cidade do Cabo, dando origem aos boers.
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Por essas e outras — e sobretudo a descoberta de ouro e pedras preciosas na região de Minas Gerais —, o Marquês de Pombal, em 1763, transferiu a capital da colônia para o Rio. Com a fuga da família real, a cidade virou sede da corte de D. João VI. E foi a capital do Brasil durante o Império e a maior parte do período republicano, concentrando as principais forças do Exército e a esquadra. Com a fundação de Brasília, em 1960, tão festejada pelos cariocas, o Rio de Janeiro começou a perder o bonde.
A fusão da Guanabara com o antigo Estado do Rio, em 1975, não resolveu o problema do esvaziamento econômico (industrial e financeiro) e nivelou por baixo a política local, que sempre havia se pautado pelo debate nacional. A redenção começou a vir com a exploração de petróleo, cujos royalties financiam a administração e a economia fluminenses. Sem eles, o estado vai pro sal. Agora, se quiser tê-los de volta, o governador Sérgio Cabral, além de mobilizar cariocas e fluminenses, terá que rezar muito para São Sebastião . O Rio de Janeiro nunca esteve tão isolado na política e enfraquecido no imaginário nacional.
Na paz /
Sumida dos holofotes nos últimos tempos, a primeira-dama, Marisa Letícia, acompanhará o marido no tour pelo Oriente Médio, no qual o presidente Lula visitará Israel, Jordânia e Palestina, entre hoje e quinta-feira. Terão a companhia do governador da Bahia, Jaques Wagner, e sua de esposa, Fátima Mendonça, amigos do casal.
Pressa
A oposição joga a culpa da derrota do governo na votação da partilha dos royalties do pré-sal na pressa do presidente Lula em votar o novo marco regulatório do petróleo antes das eleições. Mesmo o líder dos tucanos na Câmara, deputado João Almeida (PSDB-BA), admite entre os seus que a matéria, como foi aprovada, pode quebrar o estado do Rio de Janeiro, a quem deveria mesmo caber uma parte maior para compensar os impactos de ser produtor.
Matheus
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo aos presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, Michel Temer, para que o ajudem a reverter na base governista a posição favorável à emenda de Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e de Humberto Souto (PPS-MG) que distribui entre todos os estados e municípios do país os royalties de petróleo. Se for derrubada no Senado, a matéria voltará ao plenário da Câmara.
Louça
No Palácio do Planalto sobram críticas ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (foto), por sua atuação na discussão do novo marco regulatório do petróleo. Contrário ao regime de partilha, Cabral se indispôs com os governadores dos estados não produtores. Enfraquecido, sofreu um ataque de piranha no Congresso, onde o clima hoje é favorável à derrubada de um eventual veto do presidente Lula.
Dossiê suspeito
O procurador Patrick Salgado Martins, da 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, não encontrou qualquer ligação entre o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) e recursos que teriam ido parar em conta aberta no exterior para abastecer o esquema do mensalão. “Nenhum indício de envolvimento do ex-prefeito foi detectado. Não há provas contra Pimentel. Se houvesse, teria sido denunciado”, argumenta. O Ministério Público Federal não dá mais detalhes do inquérito que corre em segredo de Justiça. É, mas pelo jeito, o tal dossiê foi mesmo montado.
Atirador
O deputado tucano Gustavo Fruet (foto) é o novo líder da minoria na Câmara. Especialista na investigação de denúncias de corrupção, é um dos que mais conhece o caso do mensalão do PT. Será candidato ao Senado pelo Paraná.
Gravidez/ Com base em voto do juiz federal Alysson Maia Fontenele, a Justiça Federal acolheu recurso de Margarete Maria de Lima, ex-secretária parlamentar da Câmara dos Deputados, exonerada mesmo estando grávida. Receberá todos os vencimentos até quatro meses depois do nascimento de seu filho, inclusive férias, 13º salário e demais benefícios.
Choque/ O deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) confidenciou à cúpula do PMDB que já estaria decidido em relação à eleição. Desconfiado de que os petistas votarão apenas nos seus, e com bons números nas pesquisas tanto para o Senado quanto para o governo, Jader afia a espada para disputar o Palácio dos Despachos contra a petista Ana Júlia Carepa.
Freio/ Novo vice-líder do governo na Câmara, Benedito de Lira (PP-AL), substituirá o deputado Ricardo Barros (PP-PR), aquele que chutou o pau da barraca da Petrobras na Comissão Mista de Orçamento. Em Alagoas, onde a chapa de apoio ao governo federal se repete contra Teotônio Vilela (PSDB), Lira andava assanhado com
a ideia de ser vice do tucano.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Estácio de Sá fundou a cidade do Rio de Janeiro, entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, em março de 1565, e liderou a expulsão dos franceses da Baía de Guanabara, com apoio do cacique Arariboia, de Niterói. Reza a lenda que recebeu o auxílio milagroso do rei Dom Sebastião, que sumiu na batalha de Alcácer-Quibir, durante as Cruzadas e deu origem ao Sebastianismo. Daí o nome da cidade, em homenagem a São Sebastião, mártir católico. Salvador de Sá e Benevides, sobrinho-neto do fundador da cidade, foi governador da capitania do Rio de Janeiro, governador-geral da repartição das Minas e almirante da Costa do Sul e do Rio da Prata no período colonial. Quando os holandeses ocuparam o Nordeste, comandou uma força de socorro que partiu do Rio de Janeiro em defesa de Salvador, capital colonial. Mais tarde, armou a esquadra carioca que pôs para correr os holandeses e os calvinistas franceses que ocupavam Angola (1648) e se refugiaram na Cidade do Cabo, dando origem aos boers.
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Por essas e outras — e sobretudo a descoberta de ouro e pedras preciosas na região de Minas Gerais —, o Marquês de Pombal, em 1763, transferiu a capital da colônia para o Rio. Com a fuga da família real, a cidade virou sede da corte de D. João VI. E foi a capital do Brasil durante o Império e a maior parte do período republicano, concentrando as principais forças do Exército e a esquadra. Com a fundação de Brasília, em 1960, tão festejada pelos cariocas, o Rio de Janeiro começou a perder o bonde.
A fusão da Guanabara com o antigo Estado do Rio, em 1975, não resolveu o problema do esvaziamento econômico (industrial e financeiro) e nivelou por baixo a política local, que sempre havia se pautado pelo debate nacional. A redenção começou a vir com a exploração de petróleo, cujos royalties financiam a administração e a economia fluminenses. Sem eles, o estado vai pro sal. Agora, se quiser tê-los de volta, o governador Sérgio Cabral, além de mobilizar cariocas e fluminenses, terá que rezar muito para São Sebastião . O Rio de Janeiro nunca esteve tão isolado na política e enfraquecido no imaginário nacional.
Na paz /
Sumida dos holofotes nos últimos tempos, a primeira-dama, Marisa Letícia, acompanhará o marido no tour pelo Oriente Médio, no qual o presidente Lula visitará Israel, Jordânia e Palestina, entre hoje e quinta-feira. Terão a companhia do governador da Bahia, Jaques Wagner, e sua de esposa, Fátima Mendonça, amigos do casal.
Pressa
A oposição joga a culpa da derrota do governo na votação da partilha dos royalties do pré-sal na pressa do presidente Lula em votar o novo marco regulatório do petróleo antes das eleições. Mesmo o líder dos tucanos na Câmara, deputado João Almeida (PSDB-BA), admite entre os seus que a matéria, como foi aprovada, pode quebrar o estado do Rio de Janeiro, a quem deveria mesmo caber uma parte maior para compensar os impactos de ser produtor.
Matheus
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo aos presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, Michel Temer, para que o ajudem a reverter na base governista a posição favorável à emenda de Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e de Humberto Souto (PPS-MG) que distribui entre todos os estados e municípios do país os royalties de petróleo. Se for derrubada no Senado, a matéria voltará ao plenário da Câmara.
Louça
No Palácio do Planalto sobram críticas ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (foto), por sua atuação na discussão do novo marco regulatório do petróleo. Contrário ao regime de partilha, Cabral se indispôs com os governadores dos estados não produtores. Enfraquecido, sofreu um ataque de piranha no Congresso, onde o clima hoje é favorável à derrubada de um eventual veto do presidente Lula.
Dossiê suspeito
O procurador Patrick Salgado Martins, da 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, não encontrou qualquer ligação entre o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) e recursos que teriam ido parar em conta aberta no exterior para abastecer o esquema do mensalão. “Nenhum indício de envolvimento do ex-prefeito foi detectado. Não há provas contra Pimentel. Se houvesse, teria sido denunciado”, argumenta. O Ministério Público Federal não dá mais detalhes do inquérito que corre em segredo de Justiça. É, mas pelo jeito, o tal dossiê foi mesmo montado.
Atirador
O deputado tucano Gustavo Fruet (foto) é o novo líder da minoria na Câmara. Especialista na investigação de denúncias de corrupção, é um dos que mais conhece o caso do mensalão do PT. Será candidato ao Senado pelo Paraná.
Gravidez/ Com base em voto do juiz federal Alysson Maia Fontenele, a Justiça Federal acolheu recurso de Margarete Maria de Lima, ex-secretária parlamentar da Câmara dos Deputados, exonerada mesmo estando grávida. Receberá todos os vencimentos até quatro meses depois do nascimento de seu filho, inclusive férias, 13º salário e demais benefícios.
Choque/ O deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) confidenciou à cúpula do PMDB que já estaria decidido em relação à eleição. Desconfiado de que os petistas votarão apenas nos seus, e com bons números nas pesquisas tanto para o Senado quanto para o governo, Jader afia a espada para disputar o Palácio dos Despachos contra a petista Ana Júlia Carepa.
Freio/ Novo vice-líder do governo na Câmara, Benedito de Lira (PP-AL), substituirá o deputado Ricardo Barros (PP-PR), aquele que chutou o pau da barraca da Petrobras na Comissão Mista de Orçamento. Em Alagoas, onde a chapa de apoio ao governo federal se repete contra Teotônio Vilela (PSDB), Lira andava assanhado com
a ideia de ser vice do tucano.
Com Norma Moura
sábado, 13 de março de 2010
Brigas de foice
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Apesar de estar em desacordo com a disputa entre o ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz e o deputado federal Geraldo Magela pela vaga de candidato a governador do PT no Distrito Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende tomar partido no litígio. É um problema que terá que ser resolvido pela cúpula da legenda, forçando um acordo entre os dois, ou nas prévias previstas nos estatutos. A aparente neutralidade, entretanto, não significa que esteja de acordo com a troca de acusações e os golpes baixos entre os dois. No Palácio do Planalto, a avaliação é de que a disputa de Brasília não pode extrapolar para a baixaria e prejudicar o desempenho do PT nas eleições.
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O mesmo critério vale para outros embates internos no PT. Um deles é a disputa entre o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, e a ex-governadora Benedita da Silva, que disputam a vaga de candidato ao Senado no Rio de Janeiro. O ex-presidente da UNE chegou depois, mas quer o lugar da janela e parece ter mais apoio da militância. Outro embate ocorre em Pernambuco, onde o ex-prefeito do Recife João Paulo atropelou o ex-ministro da Saúde Humberto Costa. Quem corre por fora é o deputado Maurício Rands, ex-líder do PT, que se apresenta como tertius.
Empenhado na consolidação da coligação com o PMDB, Lula mantém distância regulamentar desses embates porque avalia que são problemas para os quais o PT tem mecanismos adequados para resolver. Sua maior preocupação é com a disputa em Minas, onde o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel se digladiavam por uma candidatura a governador do estado cada vez mais remota. Tudo caminha para um acordo com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, candidato pelo PMDB. A pedra no caminho de Patrus e Pimentel, hoje, seria muito mais o vice-presidente José Alencar.
Jogatina//
Polêmico, o projeto de lei que libera os bingos e máquinas caça-níqueis no país — aprovado em setembro por 40 votos contra sete na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara — pode escancarar a jogatina: emenda do deputado Sílvio Costa (PTB-PE) inclui no texto a reabertura dos cassinos.
A cura
“Estou curado”, garante o vice-presidente José Alencar (foto). Campeão de cirurgias, Alencar está confiante de que se livrou do câncer nos intestinos, depois de várias cirurgias, graças ao novo tratamento que vem sendo realizado no Hospital Sírio-Libanês. Tanto que deve anunciar a boa nova no programa de tevê que o seu partido, o PRB, deve levar ao ar na próxima semana. A não ser que seja convencido pelos médicos do contrário, Alencar acredita num milagre.
Ungido
A cúpula do PSB se reúne hoje, no Rio, durante seminário internacional sobre experiências de governos de esquerda, com a presença maciça dos partidos socialistas da América Latina. No encontro, deve ser debatido o lançamento da candidatura do deputado federal Rodrigo Rollemberg (DF) ao governo do Distrito Federal. Presidente do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, defende o candidato próprio no Distrito Federal, quando nada por causa da racha petista.
Ritmos
Sergipano, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto (foto), não quer saber de baianitude no seu tribunal. Durante o julgamento de um recurso pedindo a reabertura de prazo processual de uma ação com origem na Justiça da Bahia, o ministro justificou sua recusa: “Tenho receio de abrir os flancos e criar uma espécie de rebolation processual”, disse, arrancando risadas do plenário.
Soçaite
A ministra Dilma Rousseff estreia hoje, em grande estilo, no soçaite paulistano. Vai ao grande prêmio do Jockey Club de São Paulo, que comemora 135 anos, tradicional evento da cidade. Será homenageada pelo Dia das Mulheres, ao lado da ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, e da ex-prefeita Marta Suplicy.
Prêmio
Para quem aposta em corridas de cavalo, o prêmio acumulado no Betting 5 é de R$ 390 mil
Pressão/ Atento à cisão que se aprofunda no PT, o PCdoB lançou ontem a pré-candidatura do advogado Messias de Souza ao Buriti, em ato com a presença do senador Cristovam Buarque, representando o PDT; de Roberto Policarpo, presidente regional do PT; e de outros quatro partidos de esquerda que entoaram em uníssono o discurso da unidade em prol de Brasília. Os comunistas sabem as reais chances de vitória, mas não querem ficar à mercê da reação em cadeia que pode resultar da “fricção” petista.
Tesoura/ Na esteira das propostas de emendas constitucionais (PECs) que incham a Carta e transformam a Câmara num templo do lobby, o deputado Sérgio Carneiro (PT-BA) propôs mais uma PEC, desta vez para enxugar a Constituição. O petista quer suprimir 97 artigos das disposições transitórias. Das 64 emendas à Constituição existentes, 19 dizem respeito às disposições transitórias, muitas já caducas. É o caso do artigo 2º, que trata da convocação de plebiscito, em 1993, para escolher entre os sistemas de governo. Os brasileiros optaram pelo presidencialismo.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Apesar de estar em desacordo com a disputa entre o ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz e o deputado federal Geraldo Magela pela vaga de candidato a governador do PT no Distrito Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende tomar partido no litígio. É um problema que terá que ser resolvido pela cúpula da legenda, forçando um acordo entre os dois, ou nas prévias previstas nos estatutos. A aparente neutralidade, entretanto, não significa que esteja de acordo com a troca de acusações e os golpes baixos entre os dois. No Palácio do Planalto, a avaliação é de que a disputa de Brasília não pode extrapolar para a baixaria e prejudicar o desempenho do PT nas eleições.
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O mesmo critério vale para outros embates internos no PT. Um deles é a disputa entre o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, e a ex-governadora Benedita da Silva, que disputam a vaga de candidato ao Senado no Rio de Janeiro. O ex-presidente da UNE chegou depois, mas quer o lugar da janela e parece ter mais apoio da militância. Outro embate ocorre em Pernambuco, onde o ex-prefeito do Recife João Paulo atropelou o ex-ministro da Saúde Humberto Costa. Quem corre por fora é o deputado Maurício Rands, ex-líder do PT, que se apresenta como tertius.
Empenhado na consolidação da coligação com o PMDB, Lula mantém distância regulamentar desses embates porque avalia que são problemas para os quais o PT tem mecanismos adequados para resolver. Sua maior preocupação é com a disputa em Minas, onde o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel se digladiavam por uma candidatura a governador do estado cada vez mais remota. Tudo caminha para um acordo com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, candidato pelo PMDB. A pedra no caminho de Patrus e Pimentel, hoje, seria muito mais o vice-presidente José Alencar.
Jogatina//
Polêmico, o projeto de lei que libera os bingos e máquinas caça-níqueis no país — aprovado em setembro por 40 votos contra sete na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara — pode escancarar a jogatina: emenda do deputado Sílvio Costa (PTB-PE) inclui no texto a reabertura dos cassinos.
A cura
“Estou curado”, garante o vice-presidente José Alencar (foto). Campeão de cirurgias, Alencar está confiante de que se livrou do câncer nos intestinos, depois de várias cirurgias, graças ao novo tratamento que vem sendo realizado no Hospital Sírio-Libanês. Tanto que deve anunciar a boa nova no programa de tevê que o seu partido, o PRB, deve levar ao ar na próxima semana. A não ser que seja convencido pelos médicos do contrário, Alencar acredita num milagre.
Ungido
A cúpula do PSB se reúne hoje, no Rio, durante seminário internacional sobre experiências de governos de esquerda, com a presença maciça dos partidos socialistas da América Latina. No encontro, deve ser debatido o lançamento da candidatura do deputado federal Rodrigo Rollemberg (DF) ao governo do Distrito Federal. Presidente do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, defende o candidato próprio no Distrito Federal, quando nada por causa da racha petista.
Ritmos
Sergipano, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto (foto), não quer saber de baianitude no seu tribunal. Durante o julgamento de um recurso pedindo a reabertura de prazo processual de uma ação com origem na Justiça da Bahia, o ministro justificou sua recusa: “Tenho receio de abrir os flancos e criar uma espécie de rebolation processual”, disse, arrancando risadas do plenário.
Soçaite
A ministra Dilma Rousseff estreia hoje, em grande estilo, no soçaite paulistano. Vai ao grande prêmio do Jockey Club de São Paulo, que comemora 135 anos, tradicional evento da cidade. Será homenageada pelo Dia das Mulheres, ao lado da ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, e da ex-prefeita Marta Suplicy.
Prêmio
Para quem aposta em corridas de cavalo, o prêmio acumulado no Betting 5 é de R$ 390 mil
Pressão/ Atento à cisão que se aprofunda no PT, o PCdoB lançou ontem a pré-candidatura do advogado Messias de Souza ao Buriti, em ato com a presença do senador Cristovam Buarque, representando o PDT; de Roberto Policarpo, presidente regional do PT; e de outros quatro partidos de esquerda que entoaram em uníssono o discurso da unidade em prol de Brasília. Os comunistas sabem as reais chances de vitória, mas não querem ficar à mercê da reação em cadeia que pode resultar da “fricção” petista.
Tesoura/ Na esteira das propostas de emendas constitucionais (PECs) que incham a Carta e transformam a Câmara num templo do lobby, o deputado Sérgio Carneiro (PT-BA) propôs mais uma PEC, desta vez para enxugar a Constituição. O petista quer suprimir 97 artigos das disposições transitórias. Das 64 emendas à Constituição existentes, 19 dizem respeito às disposições transitórias, muitas já caducas. É o caso do artigo 2º, que trata da convocação de plebiscito, em 1993, para escolher entre os sistemas de governo. Os brasileiros optaram pelo presidencialismo.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Soberba, guerra e paz
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
A soberba costuma pôr tudo a perder. Em política internacional, então, nem se fala. A história está recheada de exemplos. Ontem, por exemplo, o presidente Lula resolveu esnobar a posse do presidente do Chile, Sebastián Pinera. Não foi por medo de terremoto, mas porque é um líder conservador. Preferiu se reunir com os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, porém, estava lá. O presidente do Peru, Alan García, também.
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Em contrapartida, Lula se prepara para visitar o Irã, cujo presidente, Mahmoud Ahmadinejad, desafia a comunidade internacional com seu programa nuclear. Ambos se encontraram no Brasil, ano passado. O resultado da visita deixou Lula numa posição isolada no Conselho de Segurança da ONU. Lula critica as sanções internacionais contra o Irã. “Nós não queremos que se repita no Irã o que houve no Iraque. Isso não é prudente para o Irã, não é prudente para o mundo”, disse, ao rechaçar o apelo da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, para que o Brasil apoiasse novas sanções contra o regime dos aiatolás.
Lula afirma que o impasse em relação ao Irã e o complicado processo de paz no Oriente Médio, região para a qual viajará nesta semana, são uma prova da incapacidade das potências mundiais. “Quem decidiu que Estados Unidos, França, Inglaterra, China e Rússia representam as aspirações coletivas do nosso planeta, a nova geopolítica, a nova ordem global — com nações que eram pobres ontem, mas que hoje estão no meio de um processo de extraordinário crescimento econômico?”, desafia.
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Qualquer aluno do ensino médio sabe que essas potências ocupam cadeiras permanentes no Conselho de Segurança da ONU porque ganharam a 2ª Guerra Mundial contra a Alemanha, a Itália e o Japão, vitória na qual o Brasil foi sócio minoritário. Em parte porque o presidente Getúlio Vargas flertou com o Eixo.
Urânio
Lula tem esperança de que consiga negociar um acordo com o Irã para o Brasil produzir o urânio enriquecido acima de 20% de que o seu programa nuclear necessita para supostos fins científicos. A Eletronuclear tem condições técnicas de receber o urânio enriquecido abaixo de 20% em troca de combustível nuclear para uso científico, pois tem quatro reatores desse tipo. A proposta da Agência Internacional de Energia Nuclear é que o Irã embarque 70% do urânio enriquecido em troca de combustível nuclear para seu reator científico. Turquia, Brasil e Japão poderiam fornecer o combustível.
Guzanos
Nada gerou mais protestos mundo afora do que as declarações de Lula contra os presos políticos de Cuba em greve de fome, os quais tratou como criminosos comuns. Ontem, o jornalista cubano Guillermo Fariñas — em greve de fome há 16 dias pela libertação de 26 presos políticos — foi internado no Hospital de Santa Clara, em Cuba, entre a vida e a morte. Não seria melhor o Brasil oferecer asilo e negociar com Rául Castro a libertação desses “guzanos”, como são chamados pelo regime cubano os opositores?
Dilmasia
Resposta rápida do governador de Minas, Aécio Neves, ao ser indagado sobre a preferência de alguns prefeitos mineiros que apoiam o tucano Anastasia e a petista Dilma Rousseff em detrimento de Serra: “Acho uma bobagem. Aqueles que estiveram conosco, vão estar empenhados também na eleição do nosso partido, na eleição do governador José Serra”.
Veto
O governo tentará derrubar, no Senado, a partilha Robin Hood dos royalties de petróleo aprovada pela Câmara. Se não conseguir, será vetada pelo presidente Lula, que pretende salvar o acordo feito com o governador Sérgio Cabral, do PMDB, para manter a participação especial do Rio de Janeiro. Se o veto for derrubado no Congresso, o Rio perderá bilhões em royalties de petróleo e ficará no sal. Para o governo, porém, não será o fim do mundo. Já conseguiu o que queria: o novo modelo de regulação, a criação da Petro-sal, a capitalização da Petrobras e a criação do Fundo Social. Quem resolveu incluir os royalties no projeto foi o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (foto), do Rio Grande do Norte.
Madeireiros
Em um ano de operação, a Arco de Fogo, da Polícia Federal no Maranhão, foi responsável pela redução de 88% do desmatamento na Amazônia, caindo da média anual de 100 km² para cerca de12km² de área devastada
Barrado
O líder do PMDB, senador Renan Calheiros (foto), liderou ontem a obstrução à votação da medida provisória que abre crédito de R$ 6 bilhões para a Caixa Econômica Federal após um bate-boca com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), no qual exigiu a renegociação das dívidas dos agricultores do semiárido nordestino. Barrado no almoço da cúpula da legenda com o presidente Lula, Renan deu o troco. Enquanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não liberar a grana, não tem votação. Bem ao estilo do falecido senador Antônio Carlos Magalhães (DEM).
Em campo/ O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), participa hoje da inauguração da rede de internet sem fio do Instituto Inhotim, em Minas. O projeto da rede wireless é resultado de uma parceria entre o instituto e a Embratel.
Lados/ “Cada um no seu quadrado.” Esse foi o recado do delegado da PF Marcos Ferreira dos Santos, responsável pela segurança do governador afastado e preso José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), ao advogado Nélio Machado. Ao visitar seu cliente na PF, o advogado não gostou de ter a porta que havia fechado para falar com Arruda aberta duas vezes pelo delegado. Machado ameaçou representar contra a autoridade.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
A soberba costuma pôr tudo a perder. Em política internacional, então, nem se fala. A história está recheada de exemplos. Ontem, por exemplo, o presidente Lula resolveu esnobar a posse do presidente do Chile, Sebastián Pinera. Não foi por medo de terremoto, mas porque é um líder conservador. Preferiu se reunir com os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, porém, estava lá. O presidente do Peru, Alan García, também.
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Em contrapartida, Lula se prepara para visitar o Irã, cujo presidente, Mahmoud Ahmadinejad, desafia a comunidade internacional com seu programa nuclear. Ambos se encontraram no Brasil, ano passado. O resultado da visita deixou Lula numa posição isolada no Conselho de Segurança da ONU. Lula critica as sanções internacionais contra o Irã. “Nós não queremos que se repita no Irã o que houve no Iraque. Isso não é prudente para o Irã, não é prudente para o mundo”, disse, ao rechaçar o apelo da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, para que o Brasil apoiasse novas sanções contra o regime dos aiatolás.
Lula afirma que o impasse em relação ao Irã e o complicado processo de paz no Oriente Médio, região para a qual viajará nesta semana, são uma prova da incapacidade das potências mundiais. “Quem decidiu que Estados Unidos, França, Inglaterra, China e Rússia representam as aspirações coletivas do nosso planeta, a nova geopolítica, a nova ordem global — com nações que eram pobres ontem, mas que hoje estão no meio de um processo de extraordinário crescimento econômico?”, desafia.
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Qualquer aluno do ensino médio sabe que essas potências ocupam cadeiras permanentes no Conselho de Segurança da ONU porque ganharam a 2ª Guerra Mundial contra a Alemanha, a Itália e o Japão, vitória na qual o Brasil foi sócio minoritário. Em parte porque o presidente Getúlio Vargas flertou com o Eixo.
Urânio
Lula tem esperança de que consiga negociar um acordo com o Irã para o Brasil produzir o urânio enriquecido acima de 20% de que o seu programa nuclear necessita para supostos fins científicos. A Eletronuclear tem condições técnicas de receber o urânio enriquecido abaixo de 20% em troca de combustível nuclear para uso científico, pois tem quatro reatores desse tipo. A proposta da Agência Internacional de Energia Nuclear é que o Irã embarque 70% do urânio enriquecido em troca de combustível nuclear para seu reator científico. Turquia, Brasil e Japão poderiam fornecer o combustível.
Guzanos
Nada gerou mais protestos mundo afora do que as declarações de Lula contra os presos políticos de Cuba em greve de fome, os quais tratou como criminosos comuns. Ontem, o jornalista cubano Guillermo Fariñas — em greve de fome há 16 dias pela libertação de 26 presos políticos — foi internado no Hospital de Santa Clara, em Cuba, entre a vida e a morte. Não seria melhor o Brasil oferecer asilo e negociar com Rául Castro a libertação desses “guzanos”, como são chamados pelo regime cubano os opositores?
Dilmasia
Resposta rápida do governador de Minas, Aécio Neves, ao ser indagado sobre a preferência de alguns prefeitos mineiros que apoiam o tucano Anastasia e a petista Dilma Rousseff em detrimento de Serra: “Acho uma bobagem. Aqueles que estiveram conosco, vão estar empenhados também na eleição do nosso partido, na eleição do governador José Serra”.
Veto
O governo tentará derrubar, no Senado, a partilha Robin Hood dos royalties de petróleo aprovada pela Câmara. Se não conseguir, será vetada pelo presidente Lula, que pretende salvar o acordo feito com o governador Sérgio Cabral, do PMDB, para manter a participação especial do Rio de Janeiro. Se o veto for derrubado no Congresso, o Rio perderá bilhões em royalties de petróleo e ficará no sal. Para o governo, porém, não será o fim do mundo. Já conseguiu o que queria: o novo modelo de regulação, a criação da Petro-sal, a capitalização da Petrobras e a criação do Fundo Social. Quem resolveu incluir os royalties no projeto foi o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (foto), do Rio Grande do Norte.
Madeireiros
Em um ano de operação, a Arco de Fogo, da Polícia Federal no Maranhão, foi responsável pela redução de 88% do desmatamento na Amazônia, caindo da média anual de 100 km² para cerca de12km² de área devastada
Barrado
O líder do PMDB, senador Renan Calheiros (foto), liderou ontem a obstrução à votação da medida provisória que abre crédito de R$ 6 bilhões para a Caixa Econômica Federal após um bate-boca com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), no qual exigiu a renegociação das dívidas dos agricultores do semiárido nordestino. Barrado no almoço da cúpula da legenda com o presidente Lula, Renan deu o troco. Enquanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não liberar a grana, não tem votação. Bem ao estilo do falecido senador Antônio Carlos Magalhães (DEM).
Em campo/ O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), participa hoje da inauguração da rede de internet sem fio do Instituto Inhotim, em Minas. O projeto da rede wireless é resultado de uma parceria entre o instituto e a Embratel.
Lados/ “Cada um no seu quadrado.” Esse foi o recado do delegado da PF Marcos Ferreira dos Santos, responsável pela segurança do governador afastado e preso José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), ao advogado Nélio Machado. Ao visitar seu cliente na PF, o advogado não gostou de ter a porta que havia fechado para falar com Arruda aberta duas vezes pelo delegado. Machado ameaçou representar contra a autoridade.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Marina vai à luta
Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
A senadora Marina Silva (PV-AC) deu início às articulações para colocar o bloco verde na rua. Pré-candidata à Presidência da República, a parlamentar intensifica, a partir da primeira semana de abril, sua agenda de viagens pelos estados, em busca do voto do eleitorado que não se identifica com a campanha plebiscitária proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na próxima semana, Marina se divide entre Brasília, onde mantém em dia os trabalhos legislativos, e São Paulo, onde participará das reuniões do partido para definir a estrututração da campanha nos estados e a formação dos palanques e das alianças que ainda restam ser definidas.
A andança de Marina em abril começa pela visita aos principais centros eleitorais do país, onde a pré-candidata concentrará esforços na divulgação de suas ideias, dado o alto índice de eleitores que desconhecem sua candidatura. As pesquisas mostram que 44% do eleitorado não sabem que a senadora e ex-ministra do governo Lula será candidata à Presidência. A coordenação da pré-campanha da senadora, encabeçada pelo vereador Alfredo Sirkis (PV-RJ), acredita que Marina terá palanque em todas as 27 unidades da Federação, que serão visitadas nesses 92 dias que antecedem a Copa do Mundo. O PV pretende lançar candidatos a governador em todas as unidades da Federação, menos no Acre.
Suspense//
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) registrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a realização de pesquisa Ibope sobre a avaliação do governo Lula e a sucessão presidencial. A coleta de dados começou no dia 5 e terminou ontem. Os resultados podem ser divulgados a partir de sábado. Tucanos e petistas cruzam os dedos.
Roubolation
Foi instalada a CPI do Metrô de Salvador, na Assembleia Legislativa da Bahia. A obra é considerada uma caixa-preta e talvez o maior caso de desvio de recursos públicos da história recente do estado. A prefeitura de Salvador, hoje sob o comando do PMDB, alega ter herdado a obra com irregularidades. Quando o metrô começou a ser construído, o empreendimento estava orçado em R$ 325 milhões e tinha prazo para conclusão em 40 meses. Hoje, o valor ultrapassa R$ 1 bilhão. Seria inaugurado em outubro do ano passado, mas isso não ocorreu. Por recomendação do TCU, o repasse de verbas foi suspenso.
Royalties
Com uma comitiva de 33 prefeitos do estado do Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral (PMDB) participou de audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, para demonstrar os prejuízos que a distribuição dos royalties de petróleo com base nos critérios do Fundo de Participação dos Municípios causaria à economia fluminense. Segundo o prefeito de Macaé, Riverton Mussi, seu município perderia R$ 300 milhões por ano; Quissamã, cerca de R$ 80 milhões; Rio das Ostras, R$ 200 milhões; e Campos dos Goytacazes, quase R$ 850 milhões.
Sangria
Aproveitando-se da crise do Governo do Distrito Federal, o deputado goiano Ronaldo Caiado (foto 1), do DEM, deu entrada num projeto de lei que transfere do DF para 19 cidades de Goiás e duas mineiras localizadas no Entorno do DF o dinheiro previsto no Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). “O DF é um território administrativo, que já recebe todo o suporte financeiro da União, com um fundo específico de R$ 2,9 bilhões. Esse dinheiro vai ajudar a desenvolver o Entorno, região que sofre com a falta de infraestrutura e com problemas sociais”, alega Caiado. Outra emenda constitucional, de autoria do deputado Tadeu Filippelli (foto 2), do PMDB-DF, vai em direção contrária: pretende incorporar ao Distrito Federal os municípios de Novo Gama, Valparaíso, Cidade Ocidental, Águas Lindas, Santo Antônio do Descoberto e Planaltina.
Circuncisão
Preocupado com a alta incidência de câncer de pênis, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), apresentou projeto determinando que o Sistema Único de Saúde realize avaliação médica de crianças de até 7 anos para diagnóstico de fimose. A proposta estabelece, em caso de indicação médica, a obrigatoriedade de o SUS garantir a realização de cirurgia para a retirada do excesso de prepúcio como medida preventiva ao câncer de pênis. A patologia atinge principalmente homens acima de 46 anos.
Perigo
Os números do Instituto Nacional de Câncer mostram que são diagnosticados no Brasil, por ano, cerca de 2800 casos de câncer de pênis
Manganês/ O deputado Brizola Neto (PDT-RJ) encaminhou ao Ministério de Minas e Energia pedido de informações sobre a concessão de lavras em Goiás. Está com a pulga atrás da orelha por causa do novo Marco Regulatório da Mineração. Teme uma “derrama” de autorizações ao apagar das luzes do velho sistema de concessão, principalmente na região de Cavalcante, onde haveria muito manganês em áreas quilombolas.
Processo/ O deputado distrital José Antonio Reguffe (PDT) apresentará projeto de emenda à Lei Orgânica do DF que retira a necessidade de a Câmara Legislativa autorizar o Poder Judiciário a processar o governador do DF. “Se um cidadão comum é suspeito de um crime, ele é investigado e processado. Se um governante tiver maioria no Legislativo, ele pode fazer o que quiser”, argumenta.
Debate/ Hoje, a partir das 19h, no T-Bone, o Movimento Educacionista promove bate-papo político-literário-musical com o músico Walle Junior (da banda Casa Branca), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e os escritores Guilherme Fiúza e Stella Maris Bortoni. O Movimento Educacionista surgiu em 2007, em Brasília. Hoje conta com 156 núcleos no país e três nos Estados Unidos.
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
A senadora Marina Silva (PV-AC) deu início às articulações para colocar o bloco verde na rua. Pré-candidata à Presidência da República, a parlamentar intensifica, a partir da primeira semana de abril, sua agenda de viagens pelos estados, em busca do voto do eleitorado que não se identifica com a campanha plebiscitária proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na próxima semana, Marina se divide entre Brasília, onde mantém em dia os trabalhos legislativos, e São Paulo, onde participará das reuniões do partido para definir a estrututração da campanha nos estados e a formação dos palanques e das alianças que ainda restam ser definidas.
A andança de Marina em abril começa pela visita aos principais centros eleitorais do país, onde a pré-candidata concentrará esforços na divulgação de suas ideias, dado o alto índice de eleitores que desconhecem sua candidatura. As pesquisas mostram que 44% do eleitorado não sabem que a senadora e ex-ministra do governo Lula será candidata à Presidência. A coordenação da pré-campanha da senadora, encabeçada pelo vereador Alfredo Sirkis (PV-RJ), acredita que Marina terá palanque em todas as 27 unidades da Federação, que serão visitadas nesses 92 dias que antecedem a Copa do Mundo. O PV pretende lançar candidatos a governador em todas as unidades da Federação, menos no Acre.
Suspense//
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) registrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a realização de pesquisa Ibope sobre a avaliação do governo Lula e a sucessão presidencial. A coleta de dados começou no dia 5 e terminou ontem. Os resultados podem ser divulgados a partir de sábado. Tucanos e petistas cruzam os dedos.
Roubolation
Foi instalada a CPI do Metrô de Salvador, na Assembleia Legislativa da Bahia. A obra é considerada uma caixa-preta e talvez o maior caso de desvio de recursos públicos da história recente do estado. A prefeitura de Salvador, hoje sob o comando do PMDB, alega ter herdado a obra com irregularidades. Quando o metrô começou a ser construído, o empreendimento estava orçado em R$ 325 milhões e tinha prazo para conclusão em 40 meses. Hoje, o valor ultrapassa R$ 1 bilhão. Seria inaugurado em outubro do ano passado, mas isso não ocorreu. Por recomendação do TCU, o repasse de verbas foi suspenso.
Royalties
Com uma comitiva de 33 prefeitos do estado do Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral (PMDB) participou de audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, para demonstrar os prejuízos que a distribuição dos royalties de petróleo com base nos critérios do Fundo de Participação dos Municípios causaria à economia fluminense. Segundo o prefeito de Macaé, Riverton Mussi, seu município perderia R$ 300 milhões por ano; Quissamã, cerca de R$ 80 milhões; Rio das Ostras, R$ 200 milhões; e Campos dos Goytacazes, quase R$ 850 milhões.
Sangria
Aproveitando-se da crise do Governo do Distrito Federal, o deputado goiano Ronaldo Caiado (foto 1), do DEM, deu entrada num projeto de lei que transfere do DF para 19 cidades de Goiás e duas mineiras localizadas no Entorno do DF o dinheiro previsto no Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). “O DF é um território administrativo, que já recebe todo o suporte financeiro da União, com um fundo específico de R$ 2,9 bilhões. Esse dinheiro vai ajudar a desenvolver o Entorno, região que sofre com a falta de infraestrutura e com problemas sociais”, alega Caiado. Outra emenda constitucional, de autoria do deputado Tadeu Filippelli (foto 2), do PMDB-DF, vai em direção contrária: pretende incorporar ao Distrito Federal os municípios de Novo Gama, Valparaíso, Cidade Ocidental, Águas Lindas, Santo Antônio do Descoberto e Planaltina.
Circuncisão
Preocupado com a alta incidência de câncer de pênis, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), apresentou projeto determinando que o Sistema Único de Saúde realize avaliação médica de crianças de até 7 anos para diagnóstico de fimose. A proposta estabelece, em caso de indicação médica, a obrigatoriedade de o SUS garantir a realização de cirurgia para a retirada do excesso de prepúcio como medida preventiva ao câncer de pênis. A patologia atinge principalmente homens acima de 46 anos.
Perigo
Os números do Instituto Nacional de Câncer mostram que são diagnosticados no Brasil, por ano, cerca de 2800 casos de câncer de pênis
Manganês/ O deputado Brizola Neto (PDT-RJ) encaminhou ao Ministério de Minas e Energia pedido de informações sobre a concessão de lavras em Goiás. Está com a pulga atrás da orelha por causa do novo Marco Regulatório da Mineração. Teme uma “derrama” de autorizações ao apagar das luzes do velho sistema de concessão, principalmente na região de Cavalcante, onde haveria muito manganês em áreas quilombolas.
Processo/ O deputado distrital José Antonio Reguffe (PDT) apresentará projeto de emenda à Lei Orgânica do DF que retira a necessidade de a Câmara Legislativa autorizar o Poder Judiciário a processar o governador do DF. “Se um cidadão comum é suspeito de um crime, ele é investigado e processado. Se um governante tiver maioria no Legislativo, ele pode fazer o que quiser”, argumenta.
Debate/ Hoje, a partir das 19h, no T-Bone, o Movimento Educacionista promove bate-papo político-literário-musical com o músico Walle Junior (da banda Casa Branca), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e os escritores Guilherme Fiúza e Stella Maris Bortoni. O Movimento Educacionista surgiu em 2007, em Brasília. Hoje conta com 156 núcleos no país e três nos Estados Unidos.