Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe que não é bem assim, mas está falando para todo mundo que vai ganhar as eleições em São Paulo. É conversa para pôr mais gás na campanha de Aloizio Mercadante (PT), candidato a governador no estado, que aceitou a tarefa contrariado, depois de muitas pressões e um dá ou desce de Lula. Mercadante abriu mão da vaga de candidato ao Senado — reeleição que parecia tranquila — para a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. A chapa governista será completada pelo cantor Netinho de Paula, vereador do PCdoB na capital paulista. O vice deve ser indicado pelo PDT, leia-se o deputado Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical.
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O objetivo de Lula é zerar a vantagem de José Serra (PSDB) em São Paulo. Parte do princípio de que pode transferir seu prestígio e os índices de aprovação do governo para Dilma Rousseff (PT), candidata a presidente da República, e também para Mercadante. Avalia que há um desgaste da longa hegemonia tucana em São Paulo, agravado pelo desempenho abaixo das expectativas do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
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O balanço eleitoral de Lula vai mais longe: acredita que as desavenças entre o ex-governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a governador, e a cozinha de Serra no Palácio dos Bandeirantes levarão ao colapso a campanha tucana se Serra for ultrapassado por Dilma no plano nacional. O vice-governador Alberto Goldman, que assumirá o governo, e o secretário de Governo, Aloysio Nunes Ferreira, são desafetos de Alckmin. Para resumir: Lula acha que pode tudo.
Jabuti
Como naquela história do jabuti em cima da árvore, foi o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, quem pôs a economista María Inés Agudelo, ex-vice-ministra da Economia, no cargo de diretora-substituta do Fundo Monetário Internacional (FMI). Muito amiga de Uribe, a economista foi demitida pelo seu chefe imediato, o economista brasileiro Paulo Nogueira Batista Júnior, que alegou incompetência. Uribe não gostou, ligou para o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn. E ainda mandou María Inés Agudelo processar Nogueira por assédio moral, com o argumento de que o representante do Brasil foi intempestivo e grosseiro ao ordenar que a colombiana deixasse o escritório em 24 horas.
Pedagógico
Lembram do caso dos cartões corporativos? O autor da denúncia, o funcionário do Banco do Brasil Frederico Ferreira da Rocha, depois de perseguições e injustiças, ganhou na Justiça do Trabalho uma reclamação contra a instituição. Além dos direitos trabalhistas, recebeu, em “caráter compensatório e pedagógico”, a indenização de R$ 30 mil. Como diria o falecido Bussunda, “é brincadeira”.
Secessão
A criação dos estados de Carajás e Tapajós, no Pará, pode finalmente sair do papel. O projeto que prevê a realização de um plebiscito para ouvir os paraenses sobre a emancipação das duas regiões faz parte das prioridades acordadas entre os líderes para ir a votação na Câmara. Se aprovado, Tapajós já nasce maior que o Acre ou o Tocantins, criados, respectivamente, em 1962 e em 1988.
Grande
Começou ontem o 5º Fórum Urbano Mundial, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Considerado o maior evento de urbanismo do planeta, a edição brasileira, que vai até a próxima sexta-feira, recebeu pela internet 27,5 mil inscrições
Pré-sal
Será difícil manter o pedido de urgência para aprovação do novo marco regulatório do petróleo da camada pré-sal no Senado, que hoje vota requerimento contrário do senador tucano Tasso Jereissati (CE). Os governistas Delcídio Amaral (foto/E), do PT-MS, e Francisco Dornelles (foto), do PP-RJ, trabalham para derrubar o pedido, com apoio dos líderes da oposição. Ao contrário do que o governo esperava, a base governista tem fissuras em questões de fundo, como a mudança do regime de concessão para partilha e a criação da Petro-Sal, empresa encarregada de gerir o novo regime de partilha.
No ar
O rei Carl XVI Gustaf e a rainha Sílvia, da Suécia, chegam hoje para uma visita oficial ao Brasil. Entre jantar no Palácio da Alvorada e visitas ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Itamaraty, o casal real viaja, no sábado, para São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, onde terá como anfitrião o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Na comitiva estão o ministro da Defesa sueco, Sten Tolgfors, e uma delegação de empresários.
Espaço Aliado histórico do PT no DF, o PCdoB quer espaço na aliança formada contra o retorno do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Se confirmadas as candidaturas de Cristovam Buarque (PDT) e de Rodrigo Rollemberg (PSB) ao Senado, na chapa encabeçada por Agnelo Queiroz (PT) para o Buriti, os comunistas querem a vaga de vice.
Sobrando O PPS e o PV correm agora para resolver suas contradições no DF. As duas legendas estudam uma forma de compor a frente de esquerda anti-Roriz sem tirar palanque da ex-ministra Marina Silva, candidata do PV à Presidência, e do governador tucano José Serra, que tem o apoio do PPS no cenário nacional.
Jacu Derrotado por Agnelo Queiroz nas prévias do PT, o deputado Geraldo Magela (PT-DF) está sendo rifado da chapa majoritária. É a tal história, em festa de inhambu, jacu não entra.
Agnelo formará alianças do bem com o mesmo intuito, que de alguma forma faça com que o corrupto Roriz não volte para o governo. Alianças sempre são bem vindas e vista com bons olhos pelo País. Fora Roriz!
ResponderExcluirQuem fica em cima do muro e não personalidade acabe sobrando. Magela perdeu a oportunidade de ficar bem no PT. Agora perdeu apoio da maioria petista.
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