sexta-feira, 13 de maio de 2011

Verdes poderes

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O governo foi para o jogo bruto na reforma do Código Florestal. A estratégia agora é esperar o vencimento, em 11 de junho, do decreto presidencial que regulamenta a questão ambiental no Brasil. A partir daí, o setor produtivo que não estiver de acordo com a lei entraria na ilegalidade. E o governo teria mais poder de barganha para aprovar o novo Código Florestal sem anistia para quem desmatou e com a manutenção da reserva legal.

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Por trás da manobra governista, há um compromisso assinado pela presidente Dilma Rousseff e a ex-ministra Marina Silva (PV) durante a campanha eleitoral com as entidades ambientalistas sobre o novo Código Florestal, ainda no primeiro turno. Esse compromisso valeu a Dilma o apoio dessas entidades no segundo turno.

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A anistia aos infratores até 2008 e a “regularização” da reserva legal agora são bandeiras dos líderes do PSDB, Duarte Nogueira (SP), e do DEM, ACM Neto (BA), com apoio velado da maioria da bancada governista. A presidente da República poderia deixar a Câmara votar e perder, “docemente constrangida”. Mas outros poderes se levantam, inclusive compromissos internacionais do Brasil. E o protagonismo de Marina Silva, que o relator do código, deputado Aldo Rebelo (PCdoB), chamou para a briga.

Não foi
Convidada para debater o Código Florestal na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, adiou sine die sua visita ao Senado. O debate ocorreria ontem, mas agora não tem data prevista. “Desde o mês de março, estamos realizando um ciclo de palestras sobre o Código Florestal. Foi uma maneira de o Senado se adiantar à chegada deste texto tão importante para o nosso país”, explica o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

Bola murcha// Parece até que o governo do Distrito Federal não quer a abertura da Copa de 2014 em Brasília. O governador Agnelo Queiroz (PT) só divulgou a agenda de seu giro pela Europa — Alemanha, França e Espanha — pouco antes do embarque. Foi visitar estádios e empresas de infraestrutura.

Candidatos 
Pesquisa GPP encomendada pelo PPS mostra a largada na disputa pela Prefeitura de São Paulo: sem a candidatura do ex-governador José Serra (PSDB), a petista Marta Suplicy  teria 43,8% dos votos, contra Soninha Francine (PPS), com 7,9%; Gabriel Chalita (PMDB), com 4,7%; José Aníbal (PSDB), 4,7%; e Guilherme Afif (PSD), com 4,6%. Caso Aloizio Mercadante fosse candidato, o petista teria 35,7%; Soninha, 9,7%; Aníbal, 5%; Chalita 4,4%; e Afif, 4,2%. Foram ouvidos 1.213 eleitores em 2 e 3 de abril. A margem de erro é de 2,8%, num intervalo de confiança de 95%.

Só no Brasil
A Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça investigará a BR Distribuidora no Distrito Federal. Há indícios de que a empresa teria concedido benefícios, potencialmente lesivos à concorrência, para os postos de combustíveis da Gasol em detrimento de outras redes que também utilizam a bandeira BR. A Rede Gasol também é isenta de IPTU — pago pela BR Distribuidora.

Rindo à toa
O líder do PSDB na Câmara, o deputado paulista Duarte Nogueira (foto), condenou a manobra da base governista para adiar a votação do novo Código Florestal. Engenheiro agrônomo e pecuarista, Nogueira classificou a obstrução chapa-branca como uma “grande comédia de erros”. “É lamentável. O governo impediu que o projeto fosse votado. Está mais que evidenciado que a base se atrapalhou, foi incoerente e usou da força para impor uma derrota à sociedade”, protestou. “O importante é que o projeto será votado e vamos conseguir aprová-lo”, completou.

Fila
Apesar de esvaziada, porque a maioria dos deputados já havia se mandado para os estados, a fila de inscritos para discursar na tribuna para o plenário quase vazio (e aparecer veemente na TV Câmara) era de 47 parlamentares

Cola/ A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), escalada para defender o governo na tribuna do Senado, às vezes se embaralha com os números. Na sessão de quarta-feira, o senador Itamar Franco (PPS-MG) chegou a criticá-la quando Gleisi se atrapalhou na exposição dos termos do acordo de Itaipu. Foi salva por um providencial torpedo disparado do Palácio do Planalto.

Parlatour/ A liderança do PT na Câmara está a cargo do deputado Pepe Vargas (PT-RS). Ele substitui o titular do posto, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que acompanha o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), em viagem oficial à Coreia do Sul.

Lobby/ A ministra da Pesca, Ideli Salvatti (PT), está espantada com a audácia dos lobistas no Congresso. Ontem, em audiência pública no Senado, disse que o ministério tenta descobrir quem, em seu nome, se propôs a fazer emendas ao projeto de reforma do Código Florestal.

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