quinta-feira, 12 de maio de 2011

Já vai tarde...

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes está com um pé no PDT do ex-colega Carlos Lupi, ministro do Trabalho. A convivência dele e do irmão Cid Gomes (PSB), governador do Ceará, com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB, está cada vez mais difícil.

Cid Gomes protagonizou nesta semana o mais grave ataque já sofrido por um integrante da equipe do governo Dilma Rousseff, no caso, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PP), de um aliado peso-pesado da própria base. Motivo: os buracos numa estrada federal que corta o Ceará. Em circunstâncias normais, uma ofensiva nesse nível não ocorreria, mesmo levando-se em consideração que o governador tem a língua mais ferina do que a de seu irmão.

Eduardo Campos, que sempre agiu como bombeiro nessas situações, não moveu uma palha para abafar a crise. Lavou as mãos. No fundo, cansou das diatribes dos irmãos Gomes. E considera a saída de Ciro e de Cid do PSB um assunto fora de seu controle. Para alguns dirigentes do PSB, pode ser muito mais uma solução do que um problema.

Negociação//

O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, entregou ao Congresso um abaixo-assinado com a firma de 1.500 prefeitos que reivindicam a redistribuição igualitária dos royalties para os municípios. Mas quer negociar um acordo com o governo.

Adiado

O presidente do Senado, José Sarney (foto), do PMDB-AP, retirou da pauta do Congresso a votação do veto presidencial sobre a concessão dos royalties do petróleo aos municípios brasileiros advindos da exploração da camada do pré-sal e a alteração na taxa de atualização da dívida previdenciária das prefeituras. De autoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o veto está sendo endossado pelo Palácio do Planalto.

Confiança

Veterano de negociações políticas, o deputado Miro Teixeira (foto), do PDT-RJ, lamentava a crise de confiança entre os líderes da Câmara na votação do Código Florestal. Segundo ele,
essa foi a maior causa da insegurança do governo em relação ao comportamento da base governista.

Alerta

O governo está atento às movimentações de bastidores dos senadores que querem protagonizar um novo impasse na votação da reforma do Código Florestal quando o projeto chegar ao Senado. O senador Luiz Henrique (PMDB-SC), na época em que era governador, aprovou legislação ambiental com pontos que contrariam o mérito do texto defendido pelo governo federal. Conhece a fundo as contradições da lei.

Calote

As dívidas dos municípios com a Previdência são impagáveis, segundo Paulo Ziulkoski.
Como a correção é feita pela taxa Selic, que hoje é de 12%, chega a R$ 22 bilhões

Tem mais

Além de Xingó, usina hidrelétrica explorada pela Chesf, cuja concessão pode não ser renovada por descumprir as exigências legais, estão vencendo as permissões das usinas de Ilha Solteira (SP), da Cesp; Estreito (divisa de Minas com São Paulo), de Furnas; e Jupiá (entre Mato Grosso do Sul e São Paulo), da Cesp. Também se encerram em 2015 nove contratos de transmissão de energia, que incluem vários empreendimentos, como linhas de transmissão e subestações. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) joga duro com o setor elétrico.

Cargos

Na ausência do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), que estará em viagem oficial para a Coreia do Sul, o plenário deve votar hoje o projeto de modificação do regimento interno da Casa, que regulamenta o número de Cargos de Natureza Especial (CNE). O PT, que teve uma redução de 89 para 88 deputados, ganhará dois servidores. O DEM, com uma queda de 55 para 43 parlamentares, conseguirá manter os 14 assessores especiais. Mesmo caso para o PSDB, que caiu de 66 para 53 deputados. O salário para a função é de R$ 12 mil.

Lei Seca/ Ao comentar a redução do número de acidentes de trânsito no Rio de Janeiro, durante lançamento do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes de Trânsito, ontem, em Brasília, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que o sucesso carioca está ligado ao rigor na fiscalização nas ruas
da cidade. Segundo Padilha, nada passa despercebido por lá.

Desperdício/ Em meio às discussões entre ambientalistas e ruralistas sobre a reforma do novo Código Florestal, o Congresso promoveu um grande desperdício de papel. As mais de 593 cédulas que seriam usadas durante a votação estavam datadas do dia de ontem e irão para o lixo. O problema é que cada cédula tinha 190 páginas e, multiplicadas pelos 593 deputados e senadores que participam da votação, foram parar no lixo 112 mil folhas de papel ofício.

Trator/ O deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) se queixou da postura do governo, que usa a maioria folgada na Casa para encaminhar votações mesmo sem o acordo com os partidos de oposição: “Trator serve para produção em propriedades rurais, e não para passar em cima da oposição aqui no Congresso”, reclama.

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