sexta-feira, 18 de março de 2011

E agora, Dilma?

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

Parecia pirraça do ex-presidente Itamar Franco (PPS-MG), só para espicaçar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas a tese acabou virando um buscapé que pode explodir no terceiro andar do Palácio do Planalto. A Comissão de Reforma Política do Senado aprovou ontem o fim da reeleição no país, com a ampliação dos mandatos de presidente da República, governadores e prefeitos para cinco anos, a partir de 2014. Doze senadores aprovaram a proposta.


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A regra não valeria para quem já foi eleito para o Executivo, como a presidente Dilma Rousseff. Ela teria direito a disputar a reeleição daqui a quatro anos, com um ano de mandato a mais de lambuja. O voto continuaria sendo obrigatório, direto e universal. Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Francisco Dornelles (PP-RJ) foram os únicos que votaram contra.

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A emenda constitucional está com cara de que será aprovada pelo Senado e seguirá para a Câmara. A não ser que Dilma Rousseff dê a ordem para abortar o projeto. Na Câmara, uma emenda marota pode inviabilizar a sua reeleição e abrir caminho para a volta do ex-presidente Lula ao poder. A pedidos.

Sapateado

Na reunião da comissão, os ex-presidentes Fernando Collor de Mello e Itamar Franco tripudiaram da reeleição. “Na época em que foi votada, fiquei extremamente preocupado. Participar da eleição com alguém com a máquina e a caneta cheia de tinta é muito complicado”, disse o primeiro. Quem bateu duro em Fernando Henrique Cardoso, em cujo mandato foi aprovada a reeleição, foi Itamar. “Ele não teve nem o cuidado de dizer que seria depois do seu mandato”, disparou.

Distritinho

Os senadores resolveram mesmo pisar no acelerador para dar velocidade às reformas. Aloysio Nunes Ferreira, por exemplo, já costura a aprovação da proposta de voto distrital nas eleições municipais de 2012. Segundo ele, a iniciativa não precisa de emenda constitucional, basta aprovar um projeto de lei.

Energia

A aposta da Cúpula Empresarial Brasil-Estados Unidos, amanhã, em Brasília, será a cooperação energética. Promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pelo Conselho Empresarial Brasil-EUA e pela Câmara Americana de Comércio Brasil-EUA (Amcham), reunirá os 400 maiores empresários dos dois países no Centro de Convenções de Brasília. O presidente norte-americano Barack Obama encerrará o encontro.

Seguro

Fortalecido por declarações da presidente Dilma Rousseff de que está firme no cargo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e seus assessores passaram o dia apagando o “fogo amigo”. Mas a maior preocupação era com a avaliação do mercado financeiro de que o real ficaria vulnerável diante de uma eventual retirada maciça de dólares por empresas e investidores japoneses por causa dos efeitos do tsunami. Segundo a Fazenda, não existe vulnerabilidade no Brasil, que tem US$ 300 bilhões em reservas.

Angra

O senador Cristovam Buarque (foto), do PDT-DF, apresentou requerimento à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, convidando o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, para falar sobre a segurança das atuais usinas nucleares em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, bem como dos moradores da região. Segundo ele, “o Brasil deve se antecipar aos fatos e ampliar o debate sobre a utilização da energia nuclear no país”.

Orgânicos

Final feliz para a novela “terras rurais do DF”, que se arrastou por mais de 25 anos. Sem o documento, os produtores não podiam contrair empréstimos para investir, comprar máquinas, contratar empregados, etc. A cada ano, Brasília perdia cerca de R$ 400 milhões em recursos federais. O deputado distrital Joe Valle (PSB) e o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, dois produtores de orgânicos no entorno de Brasília, conseguiram convencer o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), a regularizar a situação na Terracap.

Aliado

O ex-deputado Rogério Lisboa (DEM-RJ) está lotado no gabinete do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Acompanha o petista desde a eleição para a Prefeitura de Nova Iguaçu (RJ).

Tietes

O Palácio do Planalto praticamente parou ontem à tarde para receber a visita da cantora Shakira, que está em turnê pelo Brasil e encontrou-se com Dilma Rousseff. Funcionários da Presidência da República se aglomeravam para ver a artista, mas quem se deu bem foi o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que ganhou entradas “VIPs” para o show da colombiana.

Coluna Brasília/DF publicada hoje no Correio Braziliense, no Diário de Pernambuco e no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro.

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