quinta-feira, 17 de março de 2011

É o câmbio, Mantega.

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

Há mais coisas entre o céu e a terra do que as viagens de quinta-feira do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para São Paulo, motivo de seu tititi com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, e do suposto desgaste com a presidente Dilma Rousseff.

O pacote cambial preparado pela equipe econômica na quinta-feira passada com objetivo de onerar a entrada de dólares foi abortado pelo Palácio do Planalto porque poderia provocar um tsunami cambial.

Embora todos saibam que a valorização do real frente ao dólar chegou ao seu limite — daí a proposta de aumentar a taxação dos investimentos estrangeiros no mercado financeiro via Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) —, a moeda brasileira se tornou a mais vulnerável do mundo no momento. O tsunami no Japão pode provocar a rápida repatriação dos recursos aplicados no Brasil.

Muita grana


Como a taxa de juros japonesa é zero, a grana das empresas e dos investidores nipônicos está aplicada no exterior. Nos Estados Unidos, são US$ 118,6 bilhões; na Austrália, US$ 59,9 bilhões; na Europa, US$ 40,6 bilhões; e, em quarto lugar, no Brasil, que detém US$ 34,3 bilhões oriundos do Japão. Ocorre que o mercado brasileiro possui baixa liquidez. Por isso, o governo terá graves problemas se esse dinheiro embarcar de volta para Tóquio e provocar uma brusca desvalorização do real.

Bola cheia


Quem anda com a bola cheia no Palácio de Planalto é o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. É dele a tese de que cautela e caldo de galinha não fazem mal na hora de mexer com o câmbio flutuante. Aliado de Palocci, esteve cotado para ser o ministro da Fazenda.

Água no feijão

Na Califórnia desde que saiu do governo, o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) prepara a volta ao Brasil em abril, como consultor de empresas interessadas em investir no Espírito Santo. Economista, sobrou da lista de indicados pelos caciques da legenda para integrar o governo Dilma Rousseff.

Sindical

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, encaminhou à Comissão de Estudos Constitucionais da entidade um levantamento sobre a cobrança compulsória do imposto sindical. Segundo o deputado Augusto Carvalho (foto), do PPS-DF, a proposta seria inconstitucional. O parlamentar defende o fim dessa cobrança feita pelos sindicatos a todos os trabalhadores com carteira assinada, sindicalizados ou não.

Ausência//


Embora o envolvimento da deputada Jaqueline Roriz (PSC-DF) tenha sido a principal motivação pela pressa na formação do Conselho de Ética da Câmara, nenhum deputado do Distrito Federal integrará o colegiado.

Não fecha

A Vale questiona os critérios da multa de quase R$ 4 bilhões aplicada à empresa pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Os fiscais calcularam em 400 milhões de toneladas o minério exportado em 1997, mas a empresa alega que somente em 2010, 15 anos depois, atingiu o patamar de exportação de 300 mil toneladas.

Belo Monte/ Um grupo de deputados federais da Comissão de Direitos Humanos visitará o Pará, no mês que vem, para ouvir as populações residentes em áreas onde será instalada a Hidrelétrica de Belo Monte, a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A iniciativa é do deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).

Polivalente/ Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) anda dizendo pelos corredores da Casa que foi convidado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para liderar o Executivo norte-americano no Congresso de lá. Jucá exerceu o mesmo cargo nos governos Fernando Henrique e Lula.

Escolha/ O PSDB confirma hoje a escolha da senadora Lúcia Vânia para presidir a Comissão Permanente de Infraestrutura do Senado. Das 11 comissões da Casa, essa era a única que estava sem presidente.

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