sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O malabarista

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

Reina a paz entre o PT e o PMDB depois do enfrentamento protagonizado pelo líder da bancada na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), por causa da verticalização da presença do PT nos ministérios da Saúde e das Comunicações. O artífice do armistício foi o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que recebeu da presidente Dilma Rousseff a missão de administrar os conflitos entre as duas legendas.


Habilidoso, Palocci conhece o jogo pesado dos bastidores das comissões técnicas e do plenário da Câmara, principalmente aqueles que mexem com os cofres do governo e com os bolsos dos contribuintes. O fato de ter sido ministro da Fazenda no primeiro mandato do presidente Lula foi um doutorado em matéria de identificação de interesses econômicos concentrados na política. Para alguns, inclusive, essa é a essência da luta pelo poder.

A propósito, há dois tipos de parlamentares no Congresso: os que veem a política como bem comum e os que a veem como negócio, para usar uma divisão bem clássica (sem preconceito). Ambos estão presentes em quase todos os partidos, principalmente naqueles que, de alguma forma, exercem o poder. Palocci transita com facilidade entre os dois tipos de políticos. Por isso, é tão bem-sucedido na articulação dos partidos da base, tanto para a negociação dos cargos do governo, quanto para a reeleição de Marco Maia (PT-RS) à Presidência da Câmara.

Marcador

Sem mandato nem cargo na Esplanada, o presidente do PT, José Eduardo Dutra (foto), já arrumou o que fazer: marcar em cima o ex-governador de São Paulo José Serra, candidato do PSDB derrotado pela presidente Dilma Rousseff. Ontem, tão logo o tucano entrou no Twitter, Dutra o cumprimentou. Serra disparou críticas ao governo e o petista retirou o “boa-noite”. Mais tarde, quando Serra criticou a situação da economia, o petista ironizou: “Vai ver que foi por isso que a oposição perdeu a eleição”.

Solidariedade

O primeiro item aprovado pela Comissão Permanente do Congresso Nacional, convocada em pleno recesso parlamentar, foi um voto de solidariedade às vítimas das enchentes no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais. O veterano deputado Mauro Benevides (PMDB-CE) foi o autor do requerimento.

Sete vidas

A presidente Dilma Rousseff jogou um balde de água fria no forte lobby petista para substituir o presidente Vale, Roger Agnelli. Gosta do executivo, que considera um dos mais competentes, e avalia que a gestão da Vale é um problema do conselho de acionistas da empresa, leia-se, Lázaro Brandão, o mandachuva do grupo Bradesco. Isso não significa que pretenda manter o status quo das mineradoras. O novo marco regulatório da exploração de minérios está para sair do forno.

Mudanças

Para fechar a sua equipe, o novo diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, precisa escolher dois nomes para postos considerados estratégicos em sua gestão: a Diretoria Executiva, que é o segundo cargo da instituição, e a Diretoria de Logística. A Diretoria de Inteligência, outra área importante, deve continuar sob o comando do delegado David Salem.

Filiados

O PMDB continua sendo o partido com o maior número de filiados em todo o país. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, o partido tem 2.315.651. O total de pessoas filiadas de todos os partidos é de 13.875.578

Zero//

Erros de conceito costumam detonar estratégias e transformar bons executivos em “burros operantes”. A nova presidenta do Inep, Malvina Tuttman, ao assumir o cargo, afirmou que o Enem não é a única política de seleção da instituição e que todas as outras merecem a atenção da opinião pública. Parece que a ficha começa a cair.

Decisão/O líder do PR na Câmara, deputado Sandro Mabel (PR-GO), decidirá, na próxima quarta-feira, se entrará pra valer na disputa com Marco Maia (PT-RS) pela Presidência da Casa. O PR já fechou com Maia, mas Mabel ainda busca apoio dos deputados insatisfeitos com a candidatura única.

Azebudsman/ Ao contrário do que foi publicado na coluna de quarta-feira, o senador Flexa Ribeiro (PSDB) não foi o terceiro colocado na eleição para o Senado no Pará. Foi reeleito com 1.817.644 votos, em primeiro lugar, à frente de Jader Barbalho, com 1.799.762; de Paulo Rocha (PT), com 1.733.376; e de Marinor Brito (PSol), 727.583 votos. O resultado está sub judice.

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