sábado, 22 de janeiro de 2011

Ponte aérea

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos


Em dezembro passado, os aeroportos brasileiros realizaram 13,2 milhões de embarques e desembarques domésticos em razão das férias escolares e das comemorações de Natal e de ano-novo. É incrível, mas a Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac) comemora o fato de que o índice de atrasos acima de 30 minutos continuou no mesmo patamar, de 20%, e o de cancelamentos, em 5%, ´mesmo com o crescimento expressivo do movimento de passageiros`. Foram 2 milhões a mais.

É bem verdade que tudo na vida poderia piorar, como explica a velha Teoria das Duas Hipóteses, de Apparicío Torelly, o Barão de Itararé. Mas a mesma prancheta da presidente da Anac, Solange Vieira, mostra que o número de pessoas amontoadas nos aeroportos e ou que voltaram para casa sem viajar aumentou. E não foi pouco. Por exemplo, 2,64 milhões de passageiros penaram com os atrasos, quatrocentos mil a mais do que em dezembro de 2009. Outros 660 mil deixaram de viajar, 100 mil a mais do que em 2009.

Ou seja, o problema não diminuiu nem estacionou. Na verdade, aumentou. A propósito, é preciso reconhecer o mérito dos aeronautas e aeroviários. Suspenderem a greve que estava programada para arrancar um aumento de salário às vésperas do Natal. Quem pisou na bola foram as companhias aéreas, cujos aviões muitas vezes deixaram de decolar porque as tribulações estavam com excesso de horas de voo.

Perigo no ar

Todos lembram do desastre do voo 1907 da Gol com destino a Manaus que caiu na Amazônia, matando seus 154 passageiros, depois de abalroado por um jato Legacy que, mesmo avariado, conseguiu pousar em segurança. Nenhuma medida administrativa foi tomada nos Estados Unidos - e nem no Brasil - contra os pilotos norte-americanos responsáveis pelo acidente, conforme provas apresentadas à Justiça Federal. Joseph Lepore e Jean Paul Paladino continuam trabalhando para as empresas American Airlines e Excel Aire.

Protesto

A Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 cobra providências do Itamaraty e da Anac para uma punição administrativa contra os pilotos norte-americanos. ´Queremos que os pilotos sejam presos e que também percam as licenças para pilotar (brevês)`, protesta Rosane Gutjhar, viúva de um dos passageiros mortos.

Preocupados

Parlamentares do DEM estão preocupados com a candidatura do deputado Marcos Montes (DEM-MG) à liderança da bancada na Câmara. Embora Montes acrediteque a decisão da Justiça mineira que cassou seus direitos políticos (por improbidade administrativa) seja reversível, uma parte da bancada acredita que a perda de mandato do seu líder na Casa desgastaria muito a imagem do partido.

Pururuca

Dilma Rousseff resolveu abrir um escritório da Presidência da República em Belo Horizonte para se aproximar dos mineiros, anunciou o governador Antonio Anastasia, depois de audiência no Palácio do Planalto. O tucano veio a Brasília pedir ajuda federal aos municípios mineiros atingidos pelas fortes chuvas. No Dia de Tiradentes, em 21 de abril, Dilma será condecorada na tradicional comemoração de Ouro Preto, a antiga capital mineira.

Falta grana

O ministro dos Assuntos Estratégicos, Moreira Franco convidou o ex-ministro Mangabeira Unger para trabalhar como consultor na execução dos planos de desenvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste. Sua tarefa será ajudar a construir os arranjos institucionais que viabilizem os financiamentos dos projetos regionais.Moreira pretende atuar em parceria com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.

Reestruturação

O modelo de gestão que o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, tenta transferir de sua antiga pasta, o Planejamento, para a atual enfrenta dificuldades na Empresa de Correios e Telégrafos. Há anos a ECT enfrenta uma queda de braço com os franqueados das agências. O governo tem que fazer licitação para todas elas e os donos das franquias prometem resistir na Justiça.

Reservas

A arquiteta Ermínia Maricato atribui à questão fundiária o problema das ocupações irregulares nas periferias das cidades, não só as grandes, mas também as médias e as pequenas, como acontece na região serrana fluminense. Não tem mistério: uma parte da população constroi casas em áreas de risco porque não tem renda nem lugar nas cidades. Segundo ela, o número de imóveis desocupados chega a 6 milhões.

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