segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Com unhas e dentes


Quem quiser que se engane, o PT utilizará todos os meios disponíveis para se manter no poder. Isso inclui a máquina federal, com seus "aparatos ideológicos"; os sindicatos e demais organizações sociais; toda sorte de aliados (PMDB, PTB, PR, PP, PSD, PCdoB e outros); o dinheiro das grandes empresas financiadas pelo BNDES e por aí vai.

É bom lembrar que a presidente |Dilma Rousseff; o presidente do PT, Rui Falcão, e muitos dos integrantes do estado-maior da campanha do PT vêm de correntes políticas que atribuem o sucesso do golpe militar de 1964 ao fato de o presidente João Goulart, que foi deposto, e o líder comunista Luiz Carlos Prestes não terem reagido aos militares para manter o poder. Desconsideram a correlação de forças políticas e sociais à época, mais favorável aos golpistas.

Por que razão agora, então, entregariam a rapadura para uma candidata como Marina Silva (PSB), apoiada por dois pequenos partidos de esquerda, o PSB e o PPS, sem recorrer a todos os recursos que têm à mão para desequilibrar o jogo eleitoral a favor da preservação do poder?

Embora estejamos numa democracia, que prevê a alternância de poder, todos os ingredientes de uma disputa política como a que ocorreu em 1964 estão presentes: a mentira, a calúnia, as intrigas, os preconceitos, as ideologias, os acordos espúrios, os grandes grupos econômicos, a imprensa, as idiossincrasias dos candidatos...

Marina Silva facilitou o jogo de Lula e Dilma ao confinar sua campanha eleitoral aos ambientes fechados e perder o foco do debate sobre a mudança. Acabou por se enredar em temas que interessam mais ao mercado do que aos eleitores, como a autonomia do Banco Central e a manutenção do tripé da política de estabilização: meta de inflação, cambio flutuante e superávit fiscal. 

O candidato do PSB, Aécio Neves, por sua vez, resolveu poupar o inimigo principal ao atacar Marina Silva. Luta para não virar suco, depois de se desidratar eleitoralmente em razão do "tsunami" causado pela morte do ex-governador Eduardo Campos. Involuntariamente ou não, o tucano ajudou Dilma a estancar sua queda nas pesquisas, mas não conseguiu se recuperar eleitoralmente.

Com a oposição dividida, Dilma tem fortes possibilidades de entrar na disputa de segundo turno como favorita; se isso não ocorrer, corre risco de perder a reeleição, o que será um vexame diante dos meios que mobiliza. Hoje, Marina ainda é a favorita.

Pesquisa

A presidente Dilma Rousseff ampliou para nove pontos sua vantagem sobre Marina Silva, no primeiro turno, segundo a pesquisa Vox Populi divulgada nesta segunda-feira. Ela tem 36%, contra 27% de Marina e 15% de Aécio Neves.

Na simulação de segundo turno, a situação é de empate técnico. Marina Silva tem 42% e Dilma apresenta 41%. Praticamente não houve alteração em relação à pesquisa anterior, quando Dilma tinha 36%, Marina 28% e Aécio 15%.

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