Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 07/07/2013 |
Há fortes rumores de que a presidente Dilma Rousseff deve antecipar a reforma ministerial que pretendia fazer só no começo do próximo ano. Mudanças poderão ocorrer antes mesmo de agosto, mês considerado aziago pelos políticos, por causa do suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954. A reforma ministerial teria dois objetivos: melhorar o desempenho administrativo e recompor a base governista. O trabalho de articulação política do governo no Congresso, que já vinha mal das pernas, após as propostas de constituinte exclusiva e de plebiscito, entrou em colapso. Os petistas são os primeiros a reclamar da atuação das ministras da Casa Civil, Gleisi Hofmann, e de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. O problema é que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, cotado para o cargo, também não é visto como um bom interlocutor perante os líderes da base. Os três são petistas. Outro fator que pode influenciar a decisão de mexer na equipe é a posição do PMDB, cujas bancadas andam rebeladas e defendem a redução de ministérios, inclusive cortando na própria carne, ou seja, reduzindo sua participação no governo. Essa posição não é unânime, mas tem muita força na Câmara, onde os peemedebistas se consideram sem representação na Esplanada. Os rumores são tão fortes que, na tarde de ontem, Dilma se apressou em divulgar nota negando troca na equipe ministerial. Missão impossível A pedido da presidente Dilma Rousseff, o PT resolveu fazer o que pode para tentar viabilizar o plebiscito sobre a reforma política antes de outubro, apesar de a bancada petista na Câmara saber que será muito difícil isso acontecer. O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (foto), de SP, está com o abacaxi nas mãos: “Vamos trabalhar para ver se dá tempo”. Não rasga A presidente Dilma Rousseff apoia as manifestações de protesto, mas não rasga dinheiro. O Tesouro calcula o custo anual do passe livre para estudantes que está para ser aprovado pelo Senado em R$ 40 bilhões Vazamentos Desde 2012, o líder do PPS na Câmara, Rubem Bueno (PR), pede informações sobre passageiros, gastos e trajetos de viagens com aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para atender autoridades. A Mesa da Câmara sempre engaveta. Bastou o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), contrariar o Palácio do Planalto e os dados de sua viagem para assistir à final da Copa das Confederações, com sete convidados, vazaram. Depois, foi a vez do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que usou os serviços da FAB para ir a um casamento em Trancoso (BA). Suburbano Não está fácil a vida do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (foto), do PMDB. Vizinhos do Leblon, na Zona Sul do Rio, organizaram um abaixo-assinado pedindo para que ele se mude do bairro. Não gostam de protestos na rua onde moram, nem de suburbanos vivendo no bairro. Cabral nasceu no Engenho Novo, foi criado em Cavalcanti e só na juventude virou um morador de Copacabana. O Leblon é reduto da elite carioca. Gaveta O presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Alves (PMDB-RN),engavetou o Projeto de Lei 7372/2002, que garante o plano de saúde dos ferroviários. O presidente da Associação Mútua e Auxiliadora dos Empregados da E. F. Leopoldina, Raimundo Neves de Araujo, protesta: não quer resolver uma crise que se arrasta há anos. Fundada em 1917, a entidade é a mais antiga organização de trabalhadores do país. Reforma A OAB/DF promove amanhã à noite um seminário sobre a reforma política. Participam do debate o deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) e o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Torquato Jardim. Punição O senador Blairo Maggi (PR-MT) concluiu seu parecer sobre a PEC que trata da punição de membros do Ministério Público e magistrados. Será votado na próxima quarta-feira pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Leão A Receita Federal deve liberar amanhã a consulta ao segundo lote de restituição do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2013. O órgão também disponibilizará informações sobre lotes residuais de 2008 a 2012. O dinheiro para 1,113 milhão de contribuintes será depositado no dia 15. Marighella O líder comunista Carlos Marighella, fundador da Ação Libertadora Nacional (ALN) e considerado “inimigo público número um” pelo regime militar, será homenageado amanhã no Senado. Foi morto numa emboscada montada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, em 1969. |
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