Brasília-DF- Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 28/06/2013 |
A proposta de plebiscito a ser encaminhada pela presidente Dilma
Rousseff ao Congresso dificilmente será aprovada a tempo de viabilizar
uma reforma política que possa valer para as eleições de 2014. O
Palácio do Planalto sabe das dificuldades, mas insistirá na proposta.
Foi o que fez ontem com os presidentes dos partidos governistas e os
líderes no Congresso.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, porta-voz político do governo nesse assunto, ontem esclareceu que o plebiscito pretendido pelo Planalto sobre a reforma política deverá consultar a população sobre “os pilares” do novo sistema, a serem consolidados, em seguida, pelo Congresso Nacional. No encontro com Dilma Rousseff, os presidentes dos partidos apontaram dois temas “essenciais” para a reforma: o financiamento de campanha e o sistema de votação eleitoral. Segundo Mercadante, os resultados da consulta serão respeitados pelo Congresso. “A partir do plebiscito, o Congresso então teria que trabalhar nessas diretrizes para implantar uma reforma política que esteja em sintonia com as aspirações da cidadania”, explicou o ministro. Engana-me Faltou combinar com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e outros caciques da própria base governista no Congresso. Eles estão decididos a empurrar com a barriga a proposta de plebiscito. Bastará cumprir o regimento da Câmara. Ninguém fala publicamente que é contra a proposta, mas todos avaliam que não haverá tempo para realizar o plebiscito. A proposta virou uma espécie de bandeira para a reeleição da presidente Dilma. Consenso Apesar das resistências na própria base do governo, o Palácio do Planalto defende com entusiasmo o plebiscito. A iniciativa pôs o governo no eixo correto, avaliam, pois apontaria um objetivo para os protestos que ocorrem em todo o país contra os políticos de um modo geral. O plebiscito “permite que a população, já de imediato, debata as teses e fixe as diretrizes necessárias e indispensáveis para a elaboração dos textos que vão compor o sistema político brasileiro”, avalia o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Do Planalto O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), descartou a votação das propostas do deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma política que encalhou no Congresso. “Vem um projeto do Planalto. Não será a reforma do Henrique nem a do Michel Temer nem a do Guimarães nem a do Rui Falcão. Não é a reforma de ninguém, é a que o país precisa”, disparou. Sem essa PSDB, DEM e PPS rechaçaram ontem a proposta de realização de um plebiscito. “Se tivesse, de fato, desejado tratar com seriedade essa importante matéria, a presidente já teria, nesses dois anos e meio, manifestado à nação a sua proposta para o aperfeiçoamento do sistema partidário, eleitoral e político brasileiro”, afirma a nota da oposição. Referendo Para Aécio Neves (PSDB-MG), José Agripino (DEM-RN) e Roberto Freire (PPS-SP), o correto seria a convocação de um referendo para que a população aceite ou rejeite mudanças no sistema político sugeridas pelo Congresso. Volto já Luiz Inácio Lula da Silva embarcará hoje para a África, onde permanecerá uma semana, para proferir palestras no Mali, em Benin e em outros países. Na volta, o ex-presidente fará escala em Berlim. Quem pensa que ele se omitiu sobre as manifestações e a reforma política está enganado. Na terça-feira à noite, Lula jantou com a presidente Dilma Rousseff. Também fora surpreendido pela proposta de constituinte exclusiva. Trem A nova linha de trens de passageiros e de cargas entre Brasília-Anápolis-Goiânia sairá mesmo do papel. O consórcio já anunciado pelo diretor superintendente da Sudeco, Marcelo Dourado, tem prazo de 15 meses para concluir o trabalho. O trem terá velocidade média de até 150km/h e deverá percorrer uma extensão de 200km Mico na mão A presidente Dilma Rousseff ainda não confirmou o encontro com os líderes da oposição, que aceitaram a proposta e agora já levam um chá de cadeira. O encontro estava previsto para ontem, mas foi adiado para semana que vem. Fardão O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso foi eleito ontem para ocupar a cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras (ABL). FHC assumiu a vaga aberta com a morte do jornalista João de Scantimburgo. Foi eleito com 34 dos 39 votos possíveis. Houve uma abstenção. Cadastro A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, lança hoje, em Tocantins, o programa de cadastramento das propriedades rurais, um dos temas mais polêmicos do novo Código Florestal. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, será a anfitriã da ministra. |
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