Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 18/12/2012 |
Sob cerrado bombardeio da oposição, seja em razão do julgamento do mensalão, seja por causa de novas denúncias envolvendo os petistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manda recado de que pretende voltar às ruas e reeditar as caravanas da cidadania. Pra bom entendedor, isso significa que está disposto a disputar as eleições presidenciais de 2014 e voltar ao Palácio do Planalto, se for o caso, para defender seu legado.
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A volta de Lula ao poder é o sonho dourado de muitos petistas que perderam influência no governo Dilma e de alguns aliados também, sem falar nos grandes empresários que andam se queixando do atual governo. Essa candidatura, porém, somente se justificaria se a reeleição da presidente Dilma estivesse em risco grave. Não é o que acontece, embora toda eleição tenha algo de imponderável.
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A verdade é que Dilma mantém liderança mais ou menos nos mesmos patamares de Lula, segundo a pesquisa DataFolha divulgada no fim de semana. Acima de Lula sem o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na disputa; abaixo dele, mas por 1 ou 2 pontos, com o socialista e/ou se o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, for candidato. Mesmo assim, se as eleições fossem hoje, Dilma venceria em todas as regiões do país no primeiro turno.
Altruísmo
Só haveria duas outras razões para Lula se candidatar à Presidência da República: o líder petista se sentir desprestigiado por Dilma Rousseff, o que também não é o caso, ou o desejo dela própria de não concorrer, o que não é impossível. Mas haja altruísmo.
Cenários
Segundo a pesquisa DataFolha, Dilma tem 51% no Sudeste, 57% no Sul, 64% no Nordeste e 57% no Norte/Centro-Oeste. Marina Silva, ainda sem partido, registra 20% no Sudeste, 16% no Sul, 16% no Nordeste e 19% no Norte/Centro-Oeste. Aécio Neves, do PSDB, tem 17% no Sudeste, 13% no Sul, 10% no Nordeste e 13% no Norte/Centro-Oeste.
Nordeste
Caso o governador de Pernambuco entre na disputa presidencial, Dilma teria 49% no Sudeste, 58% no Sul, 59% no Nordeste e 56% no Norte/Centro-Oeste. Marina, 19% no Sudeste, 16% no Sul, 16% no Nordeste e 20% no Norte/Centro-Oeste. Aécio, por sua vez, aparece nesse cenário com 17% no Sudeste, 11% no Sul, 6% no Nordeste e 11% no Norte/Centro-Oeste. E Eduardo registra 3% no Sudeste, 1% no Sul, 8% no Nordeste e 2% no Norte/Centro-Oeste.
A viúva paga
A Caixa Econômica Federal vai mesmo assumir o comando da Rede Energia, que está sob intervenção da Aneel. O rombo é de R$ 10 bilhões
Reforma/O governo fará uma minirreforma tributária: mudará por medida provisória o indexador das dívidas de estados e municípios com a União. Serão criados o Fundo de Compensação de Receitas (FCR) e o Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), que só entrarão em vigor quando o Congresso aprovar a unificação da alíquota do ICMS interestadual em 4%.
Apague a luz/ Imexível no Ministério de Minas e Energia, o senador Edison Lobão cobra explicações dos subordinados sobre o último apagão. Foi problema técnico, não politico. Ou seja, não é com ele.
Por cima/ As bancadas do PMDB na Câmara e no Senado confraternizam com o vice-presidente Michel Temer e ministros da legenda. A festa será hoje à noite, na casa do deputado Luiz Pittiman (DF).
Sorriso negro//
Surpreendente a força eleitoral do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa: 10% no Sudeste, 6% no Sul, 9% no Nordeste e 9% no Norte/Centro-Oeste, segundo a pesquisa DataFolha de domingo.
Salomônico
O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux suspendeu a votação, pelo Congresso Nacional, dos vetos da presidente Dilma Rousseff a dispositivos da lei que estabelecia nova regra para a distribuição dos royalties do petróleo. A decisão foi salomônica: o Congresso deve apreciar os vetos por ordem de chegada. A urgência foi aprovada na semana passada por 349 votos na Câmara e 60 no Senado e. O placar mostra que, se for a voto, o veto será derrubado. São necessários 257 votos na Câmara e 41 no Senado.
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