terça-feira, 9 de outubro de 2012

Centrífugas eleitorais

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 06/10/2012
 

A presidente Dilma Rousseff, sem forças para decidir as eleições nas principais cidades do país, a começar por São Paulo e Belo Horizonte, não poderá se queixar dos resultados do pleito. Levantamento eleitoral em poder do Palácio do Planalto revela que, em 65% dos 98 municípios com mais de 150 mil eleitores, os partidos da base poderão vencer as eleições; em alguns, já no primeiro turno.

E onde estão as tais centrífugas eleitorais? Como se sabe, as centrífugas são aparelhos que servem para separar substâncias com densidades diferentes. É o que está acontecendo com os partidos da base, quando o eixo de suas alianças se desloca do centro, a União, para a periferia, os municípios.
Os partidos da base se descolam do PT em busca de seu próprio espaço de poder.

É o caso do PSB, por exemplo, em Belo Horizonte e no Recife; ou do PMDB, em São Paulo e Salvador. Um balanço feito com base nas pesquisas mostra que o PT lidera a disputa em 20 cidades; o PMDB, em 15; o PSB, em 13; o PDT, em sete; e PP em três.

Tamanho real

As forças centrífugas locais limitarão a hegemonia do PT na própria base do governo muito mais, diga-se de passagem, do que os resultados a serem colhidos nas urnas pela oposição. Somente o candidato do partido em Goiânia, Paulo Garcia, pode vencer no primeiro turno. Haverá segundo turno em Rio Branco, Salvador, Fortaleza, Cuiabá, João Pessoa e, talvez, São Paulo e Belo Horizonte. O PT tem chances de vencer em apenas 15 das cidades onde se desenha um segundo turno.


Apuracão//

 Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Cármem Lúcia deu uma dura na Anatel e nas operadoras de telefonia celular, na quinta-feira. Com apoio do Ministério Público, exigiu garantias de que os resultados das eleições municipais serão transmitidos para a Corte logo após o encerramento da votação.

 Sete vidas

O candidato tucano José Serra confirma a tese de que os políticos têm várias vidas. Sua carreira já foi dada por encerrada em 2002, após ser derrotado por Luiz Inácio lula da Silva (PT) na disputa pela Presidência da República, mas ele se elegeu prefeito de São Paulo dois anos depois. Após a derrota para presidente Dilma Rousseff, em 2010, virou cachorro morto no próprio PSDB. Agora, depois de uma campanha tortuosa, ameaça atropelar Celso Russomano (PRB) e Fernando Haddad (PT).

Fissuras

A base governista revela fissuras que poderão ou não ser administradas no futuro. Em alguns casos, isso é possível já no segundo turno. No Recife, basta que o candidato do PT, Humberto Costa, apoie a candidatura de Geraldo Julio, do PSB, contra Daniel Coelho, do PSDB. Em São Paulo, o mesmo pode acontece com Gabriel Chalita (PMDB), caso Fernando Haddad (PT) vá ao segundo turno. Mas há situações mais complicadas: em Salvador, não será surpresa se Mario Kertész (PMDB) apoiar ACM Neto (DEM) contra Nelson Pelegrino (PT).

Simples/ O Simples Nacional — também conhecido como Supersimples — conta com mais de 6,8 milhões de negócios. São 5,5 milhões de empreendedores.

Estaleiro/ A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) requereu licença do Senado até janeiro. O empresário Marco Antônio Costa, também do PSD, que já havia exercido o cargo por três meses em 2008, assumiu a cadeira no Senado.

Planos de saúde/ Desde ontem, estão proibidos de ser comercializados em todo o país pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) 301 planos de saúde.

 Automóveis

A produção da indústria automobilística caiu 14,2% em setembro, segundo dados divulgados pela Anfavea. Saíram das montadoras 282.540 veículos

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