terça-feira, 9 de outubro de 2012

As bases de cada um

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 09/10/2012
 
 Não existe democracia sem partidos políticos, apesar da crise de representatividade que atravessam e do fato de outras instituições (o Judiciário, por exemplo), dos meios de comunicação e das redes sociais ganharem cada vez mais força na vida política. Nesse aspecto, as eleições municipais serviram para revigorar as bases dos partidos e revelar novas lideranças.

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Nas capitais, os mais vitoriosos no primeiro turno foram o PMDB, do vice-presidente Michel Temer, com Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, e Teresa Surita, em Boa Vista; e o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, com Marcio Lacerda, em Belo Horizonte, e Geraldo Julio, a liderança nova no processo, no Recife.

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O PT reelegeu o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia; o PDT, José Fortunati, em Porto Alegre. O DEM emplacou o ex-governador João Alves em Aracaju. O PSDB, porém, venceu em Maceió com Rui Palmeira — uma cara nova. O PP, em Palmas, surpreendeu com o colombiano naturalizado brasileiro Carlos Amastha, um empresário estreante na política.

Capilaridade

Apesar de eleger menos prefeitos do que em 2008, o PMDB continua sendo o partido com maior número de prefeituras, 1016, seguido pelo PSDB, com 688. Tinham, respectivamente, 1203 e 786 prefeitos. O PT, mesmo com todo o desgaste do mensalão, aumentou o número de prefeitos de 556 para 627. Quem mais cresceu, porém, foi o PSD, do prefeito Gilberto Kassab, que saiu de zero para 493 prefeitos. A seguir veio o PSB, que aumentou de 311 para 465. O DEM foi o partido que mais perdeu: caiu de 496 caiu para 273 prefeitos.

Das cinzas

O vice-presidente Michel Temer comemorou os números da eleição paulista como quem vê o velho PMDB de Ulysses Guimarães e Orestes Quércia renascer das cinzas. O deputado Gabriel Chalita obteve 833.255 votos, 13,60% do total, e a legenda elegeu quatro vereadores na capital: Ricardo Nunes, George Hato, Dr. Calvo e Nelo Rodolfo. O PMDB elegeu 88 prefeitos no interior de São Paulo e disputa o segundo turno em Guarujá, Sorocaba e Mauá.

Segundo turno

A disputa pelo controle das capitais foi para o segundo turno em 17 cidades, mas apenas três reeditam o velho confronto entre petistas e tucanos: São Paulo, com José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT); João Pessoa, com Luciano Cartaxo (PT) e Cícero Lucena (PSDB); e Rio Branco, com Marcos Alexandre (PT) e Tião Bocalom (PSDB).

Minestrone

Em Fortaleza e Cuiabá, a briga no segundo turno será entre aliados governistas, PT versus PSB. Em Vitória, PPS e PSDB farão um inédito ajuste de contas. Há disputa para todos os gostos: PSol contra PSDB em Belém; PP contra PMDB em Campo Grande; PSC contra PDT em Curitiba; PSD contra PMDB em Florianópolis; PDT contra PSol em Macapá; PSDB contra PCdoB em Manaus; PDT contra PMDB em Natal: PV contra PSB em Porto Velho; DEM contra PT em Salvador; e PTC contra PSDB em São Luiz. Isso se chama multipartidarismo.

Pupilos

Eleito vereador, o ex-prefeito Cesar Maia, cujo filho Rodrigo obteve apenas 2% dos votos como candidato a prefeito, socializa a derrota com os demais caciques políticos: “Lindbergh não elegeu Gusmão / Garotinho não elegeu Peregrino / Wagner Montes não elegeu Wagner Montes Filho/ Cidinha Campos não elegeu Ricardo Campos/ Jandira Feghali não elegeu Roberto Monteiro/ Pedro Paulo, primeiro secretário do prefeito, não elegeu Bruno Ramos / Zé Dirceu não elegeu Marcelo Sereno/ Flamengo não elegeu sua presidente Patrícia Amorim / PCdoB e PPS não elegeram um só vereador”.

Chumbo grosso//

 A campanha em São Paulo será duríssima. O tucano José Serra já mandou recado de que vai aproveitar o julgamento do mensalão para discutir valores com os petistas. Já o PT de Fernando Haddad pretende exumar velhas denúncias contra a “privataria tucana”.


Acabou/O ex-prefeito Paulo Maluf não elegeu um vereador em São Paulo. Símbolo do malufismo, o vereador Wadih Mutran recebeu 27.429 votos e não foi eleito.

Timão/ Dois ex-ídolos da história recente do Corinthians, Marcelinho Carioca (PSB), que teve 19.729 votos, e Dinei (PDT), com 9.243 votos, não se elegeram para a Câmara Municipal de São Paulo.

Trilhos/ O senador Gim Argello (PTB-DF) conseguiu reintegrar o VLT às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previstas para Brasília. Reunião no Ministério do Planejamento restabeleceu o status regido pelo RDC (Regime Diferenciado de Contratação). Os valores da obra continuarão os mesmos.

Apaguinhos

Há três anos seguidos, o número médio de horas que os consumidores brasileiros são obrigados a ficar sem energia supera o limite fixado pela Aneel. Em 2011, foram duas a mais: 18,4 horas no escuro.

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